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Leishmania sp. - Ciclo de vida e doenças associadas

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Fernanda Daumas – 2º período de Medicina 
 
Leishmania sp. 
 
É um protozoário flagelado que possui 2 
hospedeiros no seu ciclo biológico, ou seja, 
possui um ciclo heteróxeno. Para que a 
leishmania consiga completar seu ciclo de 
vida ela precisa passar pelo hospedeiro 
vertebrado e pelo hospedeiro mamífero. O 
hospedeiro vertebrado pode ser qualquer 
mamífero. Dentre desse hospedeiro a 
leishmania vai viver dentro de células do 
sistema fagocitário, mas especialmente os 
macrófagos. Ela consegue viver, se reproduzir 
e fazer todo seu ciclo de vida dentro dos 
macrófagos, o qual deveria ter a função de 
detectar e matar essa leishmania. 
O hospedeiro invertebrado são os mosquitos 
nas américas do gênero Lutzomyia e na asia 
e África Phlebotomus. De modo geral, 
chamado de flebotomíneos e a população em 
geral chama de mosquito palha, etc. 
Características gerais 
- Hospedeiro invertebrado: lúmen do trato 
digestivo de fêmeas de insetos hematófagos 
conhecidos como flebotomíneos (Diptera: 
Psychodidae da subfamília Phlebotominae, 
gênero Phlebotomus ou Lutzomyia). 
-Hospedeiro vertebrado: células do sistema 
mononuclear fagocitário (SMF), 
principalmente macrófagos, de uma grande 
variedade de mamíferos. Comumente 
roedores e canídeos e eventualmente o 
homem. 
Formas evolutivas 
As leishmanias também apresentam diversas 
formas ao longo do seu ciclo de vida. Somente 
a forma amastigota é encontrada dentro do 
hospedeiro mamífero. 
-Polimórfico: 
• Promastigota 
• Paramastigota 
• Promastigota metacíclico 
• Amastigota 
 
Figura 1: forma amastigota 
 
Figura 2: forma promastigota 
De modo geral possuem 36 cromossomos. 
Elas também possuem uma organela 
chamada cinetoplasto que ajuda no processo 
de transcrição do DNA. 
Ciclo de vida 
Então a doença começa quando a mosca 
infectada conhecida como mosquito palha se 
alimenta em uma pessoa e nesse momento 
injeta o parasita. Injeta na forma promastigota 
metacicclico. Eles rapidamente liberam sinais 
de perigo que fazem com que os macrófagos 
chegam ao local da infecção e fagocitam a 
leishmania. Com isso elas se transformam em 
amastigota dentro do macrófago. Essa forma 
se multiplica rapidamente e então destroem 
Fernanda Daumas – 2º período de Medicina 
 
esse macrófago liberando mais formas 
amastigotas no local, que atraem mais 
macrófagos começando seu processo de 
infecção e crescimento naquele local. 
 
Os macrófagos eventualmente vão para a 
corrente sanguínea e continuarão infectados 
com isso um mosquito se alimenta novamente 
nesse indivíduo, se contamina com a 
leishmania. Esses macrófagos serão 
digeridos pelo mosquito transformando a 
forma amastigota em promastigota. 
Promastigotas se transformam em 
paramastigotas que começam a subir no trato 
digestivo do mosquito virando promastigotas 
metaciclicos. Esses por sua vez ficam no 
aparelho do vetor diminuindo sua capacidade 
de se alimentar, assim a fêmea não consegue 
se alimentar muito em uma única vez. Com 
isso o mosquito se alimenta de vários 
mamíferos propagando ainda mais a 
leishmania. Após 3-5 dias dentro do trato 
gastrointestinal do mosquito ele já está apto a 
transmitir a doença. 
Somente promastigotas metacíclicos são 
infecciosos para o hospedeiro vertebrado. 
 
O cão se contaminado com a leishmania 
geralmente é assintomático, dessa forma ele 
acaba servindo como um reservatório para a 
doença. Em humanos também é muito comum 
que isso ocorra, ou seja, ele não é sintomático 
então vive como um reservatório. 
O que fazer para se proteger ao tratar de 
feridas contaminadas? Usar EPIs, mas como 
a forma infectante está no mosquito a 
transmissão ocorre por eles. 
Espécies do gênero Leishmania de 
acordo com a classificação de 
Lainson e Shaw, 1987 
 
A espécie chagasi e infantum são 
responsáveis pela leishmaniose visceral. 
Não existe espécie de leishmania que 
contamine apenas humanos. 
Entender a espécie é fundamental para 
entender como será a doença. Ou seja, não 
existe uma única doença chamada 
leishmaniose, o que existe são dois quadros 
clínicos muito distintos que são a 
leishmaniose tegumentar americana e a 
leishmaniose visceral (Calazar) e as espécies 
que infectam o paciente estão relacionadas 
com qual doença ele vai desenvolver. 
Para desenvolver a forma mais severa que é 
a visceral é parecido ser infectado pela 
leishmania infantum ou chagasi. Todo o resto 
causa a leishmaniose tegumentar. 
Leishmaniose tegumentar americana 
(LTA) 
Fernanda Daumas – 2º período de Medicina 
 
Antigamente chamada de leishmaniose 
cutânea. Ela apresenta 3 formas clinicas e o 
que determina qual será desenvolvida é a 
espécie do parasita. 
Lesões cutâneas de vários tipos, muitas vezes 
com lesões secundárias na região nasal ou 
bucofaringea. 
Dependendo da espécie e da resposta imune 
do indivíduo infectado a doença pode se 
manifestar por um espectro de formas 
clínicas: 
• Leishmaniose cutânea (LTC) 
• Leishmaniose cutaneomucosa (LCM) 
• Leishmaniose cutânea difusa (LCD) 
 
Leishmaniose cutânea 
Na área do local da picada observa-se além 
da destruição celular, outras modificações 
histológicas: 
• Hiperplasia histiocitária 
• Edema e infiltração celular 
• Alterações vasculares 
• Hiperplasia do epitélio 
A evolução pode apresentar cursos 
diferentes: desde a completa regressão, à 
evolução lenta sem ulceração. Porém 
frequentemente a inflamação cutânea 
progride para necrose formando uma úlcera. 
Causada por diferentes espécies de 
Leishmania 
A leishmaniose cutânea pode regredir e até 
desaparecer. Nesse caso ela progride para a 
leishmaniose cutaneomucosa. 
 
 
Leishmaniose cutâneomucosa 
- Independente do curso da lesão cutânea há 
uma forte tendência para a formação de 
metástase na mucosa nasal. 
- Propagação se dá provavelmente por via 
hematogênica. 
- Nódulos com tendência a ulceração 
localizados próximos ao septo nasal. • Pode-
se progressivamente perfurar o septo e as 
partes moles contíguas, com o processo se 
estendendo à faringe e laringe. • O agente 
etiológico é a L. braziliensis 
Os casos de leishmania cutâneo mucosa de 
evolução lenta tem diminuído especialmente 
em relação a melhora da atenção à saúde em 
indivíduos da zona rural. 
A terceira manifestação clínica da 
leishmaniose é a difusa. 
Leishmaniose difusa 
Há diversas lesões no corpo, mas essas 
lesões não são ulceradas. E está geralmente 
associado a pacientes que estão 
Fernanda Daumas – 2º período de Medicina 
 
imunossuprimidos (comum em pacientes com 
HIV). 
São lesões difusas que não se restringem 
apenas a um local do corpo. 
 
 
Leishmaniose tegumentar do velho 
mundo 
Apresenta semelhanças com a leishmaniose 
tegumentar americana. Possui menor 
desenvolvimento da forma cutaneomucosa. 
Vetores: são Phlebotomus papatasi, P. 
sergenti, P. chabaudi, e P. peifiliewi, entre 
outros. 
O complexo leishmania donovani e a 
leishmaniose visceral (Calazar) 
Ela é a forma mais severa e os indivíduos que 
vem a óbito, em geral, são devido a esse tipo. 
Ela é causada pela espécie donovani que é a 
mesma espécie da chagasi e infantum. 
Leishmaniose visceral na clinica 
As leishmanioses possuem diferentes formas 
clinicas. 
O quadro clinico aparece meses ou anos após 
a infecção. O mais comum é durante a 
primeira infecção: febre, linfoadenopatia, dor 
no corpo. Por isso ela acaba não sendo 
identificada. Sem identificação e sem o 
tratamento o indivíduo passa a desenvolver a 
forma crônica. 
- Enfermidade crônica: 
• febre irregular e de longa duração 
• hepatoesplenomegalia 
• linfoadenopatia 
• Anemia com leucopenia 
• Hipergamaglobulinemia 
• Emagrecimento 
• Edema 
• Caquexia e morte se não for tratado, 
dentro de 2 anos 
Outras formas clinicas: 
Pode ser assintomático geralmente em 
crianças e adolescentes e a evolução paraa 
forma crônica é lenta. Geralmente são sem 
diagnostico, podendo ser um reservatório. 
Forma aguda: nesse caso a evolução das 
doenças é rápida e podem vir a óbito 
especialmente quando se trata de crianças e 
bebes ou subnutridos. 
Forma sub-aguda: de 10-15 meses em 
frequente em crianças. 
Formas crônicas: evolução lenta. Mais comum 
em crianças e adultos. Mais responsiva aos 
tratamentos. 
O vetor da leishmaniose visceral possui uma 
distribuição geográfica restrita, preferência 
por climas secos e determinados. Por isso sua 
distribuição é diferente das outras 
leishmanias. 
Mecanismos de evasão 
A leishmania possui mecanismos que fazem 
com que ela consiga viver dentro do sistema 
imune. Possuem proteínas que ajudam a 
resistir a lise dos macrófagos. 
• Presença de lipofosfoglicanos (LPG), e 
gp63 (uma metaloproteinase). 
• Formas promastígotas metacíclicas 
são resistentes à lise pelo 
complemento → LPG e gp63 impedem 
a ativação do sistema complemento. 
• LPG → protege contra radicais livres 
das células hospedeiras, ajuda na 
Fernanda Daumas – 2º período de Medicina 
 
sobrevivência dentro do vacúolo 
parasitóforo. 
Responsável pela patologia é o estado 
imunológico do hospedeiro predominância de 
resposta celular (Th1) leva a imunidade e 
cura, resposta humoral (Th2) leva às formas 
crônicas 
Diagnóstico leishmaniose 
Tegumentar 
Clínico: 
Caraterísticas da lesão e dados 
epidemiológicos. Exames laboratoriais podem 
complementar o diagnostico já que outras 
doenças como hanseníase e alguns tipos de 
câncer podem ocasionar lesões similares a da 
leishmania. Os dados epidemiológicos 
ajudam a descartar casos de leishmania se a 
região não tiver casos de leishmaniose. 
Laboratorial: 
- Exame direto de esfregaços corados 
(Romanowsky, Giemsa ou Leishman) 
- Exame histológico 
- Cultura 
- Inóculo em animais 
- PCR (reação em cadeia da polimerase, 
permite a identificação da espécie infectante) 
• Importante para exclusão de tuberculose 
cutânea, hanseníase, infecções por fungos, 
úlcera tropical, neoplasmas 
Imunológicos: 
- Teste de Montenegro (teste da resposta 
contra formas promastigostas mortas do 
parasita, resposta celular) 
- Reação de imunofluorescência indireta 
(RIFI) (resposta humoral) 
- Hemaglutinação indireta 
 
Diagnóstico leishmania visceral 
Clínico: sintomas 
- Febre baixa recorrente, envolvimento 
linfohepático, esplenomegalia, caquexia e 
dados epidemiológicos 
Laboratorial: 
1. Exames Parasitológicos: geralmente em 
pacientes imunossuprimidos onde as outras 
formas se esgotam 
a) Demonstração direta do parasita 
Esfregaços corados com Giemsa ou 
Leishman de: 
- Material obtido por punção de medula 
óssea, fígado ou baço 
- Biopsia (menos eficiente ~ 50%) 
b) Isolamento em cultivo in vitro: quando não 
se consegue ver pelo exame parasitológico 
2. Testes Imunológicos 
a) Teste de Montenegro 
b) Testes serológicos 
c) Imunofluorescência Indireta 
•Antígenos (parasitas inteiros, inativados) - 
Reação de aglutinação direta 
3. Análise do DNA de material recolhido 
a) Por reação em cadeia da polimerase (PCR) 
Usa oligonucleotídeos espécie-específicos do 
DNA dos minicírculos do DNA do cinetoplasto 
100% sensível e mais específico que 
sorologia 
b) Possibilita discriminação de espécies 
Tratamento 
De acordo com o esquema de tratamento 
apresentado pelo ministério da saúde o tipo 
de droga assim como sua dosagem e forma 
de aplicação vai depender do tipo de 
leishmania. 
Fernanda Daumas – 2º período de Medicina 
 
 
Leishmaniose canina 
- Cães são reservatórios para a Leishmaniose. 
- Cães assintomáticos: ausência de sinais 
clínicos sugestivos da infecção por 
Leishmania. 
- Cães oligossintomáticos: presença de 
adenopatia linfóide, pequena perda de peso e 
pelo opaco. 
- Cães sintomáticos: todos ou alguns sinais 
mais comuns da doença como as alterações 
cutâneas (alopecia, eczema furfuráceo, 
úlceras, hiperqueratose), onicogrifose, 
emagrecimento, ceratoconjuntivite e paresia 
dos membros posteriores. 
 
 
 
Ecologia dos flebotomíneos: 
Desenvolvimento e comportamento 
- 40-70 ovos por desova, agrupados em 
lugares úmidos, eclodem depois 6-17 dias 
- Larvas se nutrem de matéria orgânica por 
mais 15-70 dias, depois pupa (7-14 dias) 
- Adultos são ativos no crepúsculo ou a noite, 
durante o dia permanecem em lugares 
tranquilos: tocas, arvores ocas, currais, 
moradias 
- Não sobrevivem bem em ambientes que não 
tenham pelo menos um mês Temperatura 
acima de 20°C 
Medidas de prevenção 
- Identificação de focos de Leishmania 
(animais infectados em proximidade a 
domicílios: silvestres e domésticos: 
erradicação 
- Imunização em massa de cachorros 
(Leishvaccin) 
- Vacinas para seres humanos? Ainda não 
existe. 
- Componentes da saliva de Phlebotomíneos 
como vacina?

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