Buscar

ECONOMIA RESPOSTAS

Prévia do material em texto

Unidade 1
Apêndice
2 - U1 / Fundamentos de economia política
Apêndice
Gabaritos comentados com resposta-padrão
Unidade 1
Fundamentos de economia política
Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 1.1
1. Alternativa C.
Resposta Comentada:
A economia política é uma área de estudo que nasceu com foco na análise da 
interação entre Estado e mercado, portanto, no conflito de interesses entre a 
pessoa (indivíduo) e a sociedade. Apesar do Estado defender o interesse coletivo, 
sua gestão (poder) é alterada, o que faz o Estado poder ser manipulado por um 
pequeno grupo da elite social que deseja defender seus próprios interesses. Apesar 
disso parecer um ato isolado, é uma situação cotidiana (e não uma exceção, como 
tratado na assertiva II). 
 
2. Alternativa C.
Resposta Comentada:
Os argumentos positivos explicam o mundo real (como ele é), enquanto os 
normativos mostram como o mundo deveria ser. Portanto, quando falamos 
que São Paulo é o primeiro Estado na produção industrial brasileira, isso é um 
fato que pode ser comprovado por meio de dados (não é preciso nenhum tipo 
de interpretação). Já as demais assertivas: “ combate ao desemprego deveria ser 
prioridade para o governo”; “deve-se reduzir o IPI dos automóveis populares para 
aumentar o PIB”; e “para diminuir a dívida pública, a taxa de juros do país deveria 
ser reduzida” são argumentos normativos (de como a economia deveria ser), pois 
levam em consideração diferentes valores, ou seja, eu posso fazer qualquer uma das 
afirmações, e você não concordar. 
3. Alternativa B.
Resposta Comentada:
Em função de a economia ser uma ciência social, e não exata como o senso 
comum afirma (portanto, sendo subjetiva), cada economista segue uma escola 
do pensamento econômico diferente, e por isto existem diversas interpretações 
para o mesmo fato/situação. Além disso, é preciso considerar a economia 
normativa, no qual a análise dos fatos sofre influência de diferentes ideologias, 
valores, entre outros. 
U1 / Fundamentos de economia política - 3
Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 1.2
1. Alternativa B.
Resposta Comentada:
O sistema capitalista tem como características principais: a propriedade privada, o 
controle da economia via sistema de preços, o lucro como incentivo para a produção, 
grande competição entre empresas e papel limitado do governo. 
 
2. Alternativa A.
Resposta Comentada:
Em função da sua estrutura, o sistema capitalista é fortemente criticado em razão 
do antagonismo entre o capital e o trabalho (trabalhadores versus capitalistas); a 
presença de elementos monopolísticos e a não solução para a injustiça social. 
3. Alternativa E.
Resposta Comentada:
O trabalhador, no caso no padeiro, vende sua mão de obra ao capitalista, no caso o dono 
da padaria, e, em troca, recebe um salário. Este salário recebido é utilizado para compra 
de bens e serviços, como o pão que o próprio padeiro fabrica e diversos outros bens e 
serviços. Assim, somente o consumo de pão faz com que a economia gire, já que mais 
pessoas terão emprego e renda. Porém, as máquinas e equipamentos são de propriedade 
do dono da padaria e não da empresa (o que faz a assertiva III ser errada). 
Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 1.3
1. Alternativa B.
Resposta Comentada:
Com as Grandes Navegações, a busca pela descoberta de novas terras ampliava 
ainda mais o comércio, já que novos mercados consumidores surgiam. Apesar de 
a produção ser em pequena escala, os produtores e consumidores estavam cada 
vez mais integrados. Entretanto, apesar dos capitalistas estarem se tornado figuras 
centrais nos negócios, os comerciantes (negociantes) ainda não eram bem vistos pelos 
senhores feudais (donos das terras), até que, no mercantilismo, eles passaram a ser 
mais respeitados.
 
2. Alternativa C.
Resposta Comentada:
Como reação (oposição) ao mercantilismo e às características feudais, surge na 
França, em 1756, a Escola Fisiocrata, quando Quesnay publicou um artigo sobre 
economia. Os fisiocratas discordavam do excesso de regulamentação governamental 
sobre a produção, que chegou a uma posição extrema de definir o número exato de 
4 - U1 / Fundamentos de economia política
fios necessários por metro de tecidos, o que poderia até garantir a qualidade, mas 
aumentava consideravelmente o preço dos bens, além de não permitir mudanças dos 
métodos de produção ou a preferência dos consumidores. 
3. Alternativa A.
Resposta Comentada:
O mercantilismo é caracterizado pela ênfase ao acúmulo de metais preciosos, 
principalmente ouro e prata. Para isto, havia incentivo ao comércio internacional e à 
expansão territorial, ou seja, descobrimento de colônias. Outro ponto defendido pelos 
mercantilistas diz respeito ao protecionismo econômico, como forma de colaborar 
com que o valor das exportações fosse maior do que o valor das importações do país.
A assertiva IV é errada porque a agricultura não foi o setor principal do mercantilismo, 
mas, sim, o comércio.
Unidade 2
Apêndice
2 - U2 / Escola Clássica
Apêndice
Gabaritos comentados com resposta-padrão
Unidade 2
Escola Clássica
Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 2.1
1. Alternativa D.
Resposta Comentada:
A Escola Clássica foi a primeira a formular teorias que explicaram o cenário histó-
rico, tendo se iniciado com Adam Smith. Dentre os dogmas clássicos estão a míni-
ma intervenção do governo na economia, segundo a qual o governo deveria intervir 
apenas garantindo o direito de propriedade, segurança nacional e educação pública. 
Essa ideia ficou conhecida como laissez-faire. Para os clássicos as pessoas agem pelo 
autointeresse, e não pelo interesse coletivo, o que beneficia toda a sociedade. Além 
disso, diferente dos mercantilistas e fisiocratas, os clássicos defendiam que todos os 
recursos produtivos e setores econômicos eram importantes. 
 
2. Alternativa C.
Resposta Comentada:
A Revolução Industrial, que teve início no século XVIII, fez com que a Inglaterra se 
tornasse a maior potência econômica e política do século XIX, com grandes centros 
urbanos industriais e um sistema fabril dominante com alta produtividade.
A assertiva IV (“Aumentou a importância econômica da agropecuária”) está errada 
porque a Revolução Industrial aumentou a importância econômica das indústrias, 
sendo a agricultura uma atividade secundária.
3. Alternativa A.
Resposta Comentada:
David Hume dizia que o excesso de moeda na economia traria aumento de preços (e 
não de produção) e também defendia a não intervenção do governo, o laissez-faire, 
como uma forma de equilíbrio. A ideia de Hume se aproxima muito da visão que 
mostra que, sem intervenção governamental, as variações da taxa de câmbio em um 
país (num sistema de câmbio flutuante, portanto) causadas pelo mercado (entrada ou 
saída de moeda internacional do país) servem, por si só (portanto, sem a necessidade 
de intervenção governamental), para equilibrarem o Balanço de Pagamentos do país. 
U2 / Escola Clássica - 3
Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 2.2
1. Alternativa A.
Resposta Comentada:
A assertiva I é falsa porque Smith era totalmente contrário à concessão de subsídios 
aos exportadores. A assertiva II é verdadeira, pois, na visão de Adam Smith, o co-
mércio (assim como todos os setores econômicos) deve funcionar livremente para 
equilibrar a economia e torná-la mais eficiente, o que torna a assertiva II falsa. A 
assertiva IV é falsa porque quem defendia o acúmulo de metais preciosos como fonte 
de riqueza eram os mercantilistas. 
 
2. Alternativa E.
Resposta Comentada:
Adam Smith se identificou com as ideias fisiocratas, entre elas, a crítica feita ao mercantilis-
mo e a defesa da exclusão das barreiras comerciais. Portanto, no texto apresentado, quando 
Smith cita a liberdade de comércio para assegurar o ouro e a prata, ele está criticando os 
mercantilistas que defendiam um rigor maior do comércio internacional. 
3. Alternativa D.
Resposta Comentada:
A assertiva II está errada, pois Smith defende a não intervenção dogoverno na econo-
mia como forma de aumentar a sua eficiência. Assim, com a harmonia de interesses o 
Estado não deve intervir na economia, pois os comportamentos individuais de cada 
participante do mercado contribuem para que o bem social seja atendido. 
Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 2.3
1. Alternativa B.
Resposta Comentada:
Quando dizemos que o valor de um smartphone é R$ 5.000,00 nos referimos ao valor 
de troca porque é o preço que as pessoas pagam por esse tipo de celular, não referin-
do-se à utilidade real dele, já que outros tipos de smartphones, de valores menores, 
trazem a mesma utilidade (têm a mesma finalidade) de um de cinco mil reais. 
 
2. Alternativa D.
Resposta Comentada:
É comum supor que a divisão do trabalho atinja o grau máximo em algumas manu-
faturas muito pequenas; não, talvez, no sentido de que nessas a divisão do trabalho 
seja maior do que em outras de maior importância. Acontece, porém, que nessas ma-
nufaturas menores, o número total de trabalhadores é necessariamente menor, e os 
trabalhadores empregados em cada setor de trabalho, muitas vezes, podem ser reuni-
dos no mesmo local de trabalho e colocados, automaticamente, sob a perspectiva do 
espectador, o que facilita essa visualização da divisão do trabalho.
4 - U2 / Escola Clássica
3. Alternativa C.
Resposta Comentada:
A teoria do valor deveria servir para comparar diferentes mercadorias antes que seus 
preços fossem determinados pelo mercado. Ao mesmo tempo, tal teoria deveria es-
tabelecer a referida correspondência entre o valor e o montante de trabalho útil em-
pregado pelo capital. Estas duas questões seriam atendidas pela teoria smithiana do 
valor fundamentado no trabalho comandado ou encomendado por cada mercadoria, 
ou seja, o poder de ela ser trocada por outras mercadorias que exigem trabalho na sua 
obtenção, assim, para Adam Smith, o valor das mercadorias é definido pelo valor de 
uso e pelo valor de troca. 
Unidade 3
Apêndice
2 - U3 / A teoria clássica de David Ricardo e a crítica da economia política de Karl Marx
Apêndice
Gabaritos comentados com resposta-padrão
Unidade 3
A teoria clássica de David Ricardo e a crítica da economia política 
de Karl Marx
Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 3.1
1. Alternativa A.
Resposta Comentada:
De acordo com a teoria das vantagens comparativas, um país deve se especializar no 
bem em que ele é mais eficiente, exportando-o, e importar aquele em que é menos 
eficiente. Assim, de acordo com a questão, o país A tem um custo para produzir pe-
ças para avião de 100, enquanto no país B, o custo é de 130. Já para peças de carros, 
os custos são de 150 e 160 para os países A e B, respectivamente. Então, o país A é 
mais eficiente na produção de peças para avião (150/100 contra 160/130), devendo 
exportar tal produto, e importar peças para carros, no qual o país B é mais eficiente 
(130/160 contra 150/100). 
 
2. Alternativa A.
Resposta Comentada:
David Ricardo criou a chamada teoria da renda da terra na qual afirma que a renda 
é oriunda da terra, fazendo uma análise do cultivo extensivo e intensivo da terra. Na 
análise extensiva, novas terras (menos férteis) vão sendo incorporadas para a pro-
dução de alimentos, o que eleva a renda da terra das propriedades mais férteis. Já a 
análise do uso intensivo da terra acaba levando aos efeitos da lei dos rendimentos 
(marginais) decrescentes, fazendo com que a assertiva IV esteja errada (pois ela fala, 
de forma equivocada, que é a análise extensiva que leva a essas conclusões). 
3. Alternativa C.
Resposta Comentada:
A lei dos rendimentos marginais decrescentes refere-se ao fato de que se ampliando 
a quantidade de um fator variável (número de funcionários), permanecendo fixa a 
quantidade dos demais fatores a produção (forno, por exemplo), a produção da em-
presa inicialmente aumentará a taxas crescentes, e depois passará a aumentar a taxas 
decrescentes, chegando a um ponto em que essa produção poderá até decrescer com 
a ampliação da quantidade de funcionários, pois não adianta colocar diversos funcio-
nários em uma mesma máquina (ou extensão de terra), se esse fator de produção já 
está sendo utilizado além da sua capacidade máxima. 
U3 / A teoria clássica de David Ricardo e a crítica da economia política de Karl Marx - 3
Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 3.2
1. Alternativa B.
Resposta Comentada:
Até o início do século XIX várias revoltas de trabalhadores contra o sistema das fá-
bricas haviam surgido. Procurando amenizar tais revoltas, o governo interviu nas re-
lações sociais e alterou as poucas leis trabalhistas que existiam. Apesar disso, muitas 
pessoas, incluindo intelectuais, não acreditavam que as novas leis trabalhistas alte-
rariam o quadro social criado pelo capitalismo industrial, e imaginaram uma nova 
sociedade, com novas regras e princípios. A Revolução Francesa acendeu esta faísca, 
trazendo os primeiros pensamentos que diziam que o proletariado poderia tomar o 
poder e eliminar as injustiças sociais. 
 
2. Alternativa B.
Resposta Comentada:
No Socialismo de Estado, o objetivo principal era que os setores da economia de-
veriam atingir mais objetivos sociais gerais do que lucro. Já o Socialismo Utópico 
considerava a economia de mercado competitiva, injusta e irracional, segundo a qual 
as organizações deveriam ser perfeitas; além disso, havia uma visão ilusória de que 
os capitalistas deveriam cooperar com o socialismo que defendiam. Por último, o 
Socialismo Cristão, que defendia que a religião proporcionava consolo e esperança 
aos trabalhadores. 
3. Alternativa A.
Resposta Comentada:
A assertiva II está errada porque o excesso de trabalhadores em busca de trabalho (e 
não o contrário) contribuiria para a derrocada do capitalismo.
A assertiva IV está errada, já que os baixos salários pagos pelos capitalistas (sempre 
visando o aumento de seus próprios lucros) eram incompatíveis com as necessidades 
dos trabalhadores (o que também contribuiria para o fim do modelo capitalista). 
Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 3.3
1. Alternativa C.
Resposta Comentada:
O modo de produção capitalista entra em crise porque o trabalho, que nesse mo-
mento está menor, é a única fonte de geração da mais-valia do empresário. Assim, o 
empresário consegue produzir mais, já que aumentou a produtividade pelos investi-
mentos em tecnologia, mas há uma quantidade menor de pessoas trabalhando (au-
mento do exército industrial de reserva de mão de obra), o que diminui a quantidade 
de pessoas que recebe salário para poder adquirir essa produção crescente. Assim, 
há um colapso do modo de produção capitalista, com as empresas conseguindo ter 
4 - U3 / A teoria clássica de David Ricardo e a crítica da economia política de Karl Marx
superproduções, mas com pouca gente trabalhando (e, para piorar o quadro, aquelas 
que trabalham recebem salários baixos). 
 
2. Alternativa A.
Resposta Comentada:
Na teoria valor-trabalho, Marx trata da igualdade entre mercadorias diferentes ex-
pressas em valores de troca, de acordo com os trabalhos socialmente necessários que 
as produzem. Assim, o valor de um produto é medido em unidades simples de traba-
lho médio. A alternativa III está errada porque o salário é oriundo do trabalho (e não 
da especialização da mão de obra). 
3. Alternativa C.
Resposta Comentada:
Uma grande parte da teoria de Karl Marx procura explicar o salário no modo de 
produção capitalista. Marx tinha essa preocupação em função do salário ser o preço 
da mercadoria “mão de obra”, e do capitalista pagar o salário mais baixo possível para 
poder obter um lucro (mais-valia) maior, o que torna a assertiva IV incorreta. 
Unidade 4
Apêndice
2 - U4 / Economia Política Contemporânea
Apêndice
Gabaritos comentados com resposta-padrão
Unidade 4
Economia Política Contemporânea
Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 4.1
1. Alternativa D.
Resposta Comentada:
O nível de emprego e renda, segundo o keynesianismo, depende do nível de demanda 
agregada realizadapelas famílias, governo, empresários e resto do mundo. Essa con-
cepção é diametralmente oposta à interpretada pela corrente neoclássica. Para esta, 
pela Lei de Say, toda a oferta geraria um nível de demanda de igual magnitude.
 
2. Alternativa B.
Resposta Comentada:
A instabilidade dos investimentos, segundo Keynes, decorre do caráter incerto sobre 
o futuro, da natureza oscilante da taxa de juros, da volubilidade das expectativas e do 
estado de confiança dos capitalistas e da ascensão dos rentismo. É por esses motivos 
que a intervenção estatal, mediante coordenação, planejamento, estímulo ao investi-
mento privado, além da ampliação do gasto e do investimento público, torna-se pri-
mordial para o bom funcionamento do sistema capitalista. 
3. Alternativa C.
Resposta Comentada:
A manipulação da taxa de juros, numa economia capitalista com mercados financei-
ros aprofundados, se dá, principalmente, pela compra e venda de títulos públicos. Ao 
comprar títulos públicos, sua taxa de juros cai e os agentes que venderam tais títulos 
passam a ter mais dinheiro para emprestar e investir. A quantidade de dinheiro au-
menta na economia. Ao vender títulos públicos, a taxa de juros aumenta e o dinheiro 
recebido pela venda desses títulos fica estocado no Banco Central. Consequentemen-
te, a quantidade de dinheiro em circulação na economia diminui.
Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 4.2
1. Alternativa D.
Resposta Comentada:
O passado colonial é um aspecto que os países latino-americanos têm em comum. 
Subordinados ao ímpeto expansivo das políticas mercantilistas dos países europeus, 
os países latino-americanos surgiram subordinados às relações de dominação esta-
U4 / Economia Política Contemporânea - 3
belecidas pelos países metropolitanos. Sua organização social se apoiara na supe-
rexploração do trabalho e na produção de bens primários demandados pelos países 
colonizadores. Outro aspecto comum na América Latina é a diversidade sociocultu-
ral, presente na estratificação social, nas formas de poder e dominação, nos padrões 
comportamentais, na linguagem, na literatura, na arquitetura, na pintura e na música.
 
2. Alternativa B.
Resposta Comentada:
Segundo Raúl Prebisch, os termos de intercâmbio dos países latino-americanos de-
terioravam-se ao longo do tempo. Além de maior produtividade, as estruturas oli-
gopolistas da indústria dos países centrais impediam a queda de seus preços quando 
comparados aos preços dos bens primários dos países latino-americanos. Nesse caso, 
além de mais instáveis, os preços dos bens primários, seja em função da concorrên-
cia, seja em função do ciclo econômico, tendiam a se reduzir. O resultado era que os 
países periféricos tinham que vender mais bens primários para comprar a mesma 
quantidade de bens industrializados dos países do centro. Adicionalmente, a escassez 
de mão de obra nos países centrais dava maior poder de barganha aos trabalhadores, 
permitindo transformar esses ganhos de produtividade – gerados pela produção de 
bens industriais e pelo comércio internacional – em aumentos salariais. Já no caso dos 
países periféricos, além da baixa capacidade de progresso técnico no setor primário, 
a abundância de mão de obra reduzia o poder de barganha dos trabalhadores, res-
tringindo a ascensão dos salários, intensificando, por conseguinte, as desigualdades 
socioeconômicas.
3. Alternativa E.
Resposta Comentada:
Segundo Celso Furtado, a industrialização por substituição de importações foi pau-
tada pela mimetização dos padrões de consumo por uma pequena elite que, para 
reproduzir modos de vida de países com níveis superiores de riqueza, concentrou a 
renda. A penetração das empresas transnacionais nos setores mais sofisticados criou 
uma relação desproporcional entre tecnologia poupadora de trabalho e a abundância 
de mão de obra, restringindo a capacidade de expansão do mercado interno, além de 
intensificar a dependência tecnológica e os desajustes das contas externas. A integra-
ção econômica apoiada na transnacionalização dessas empresas fragmentou os siste-
mas econômicos nacionais e reduziu o raio de ação do Estado Nacional em termos de 
planejamento, coordenação e distribuição de renda.
Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 4.3
1. Alternativa E.
Resposta Comentada:
O neoliberalismo é uma doutrina filosófica, política e econômica que realça a relação 
entre o Estado mínimo, o livre mercado e a liberdade individual. Para seus pensado-
4 - U4 / Economia Política Contemporânea
res, o livre mercado é a condição necessária para a realização da liberdade individual, 
uma vez que permite elencar uma variedade de preferências e escolhas individuais 
com base em diversos sistemas de valores e hierarquias morais. Essa relação pressu-
põe, por sua vez, a não intervenção estatal, uma vez que a participação massiva do 
Estado na economia representaria a imposição unilateral de uma escala de valores e 
de um objetivo comum à sociedade.
 
2. Alternativa C.
Resposta Comentada:
Segundo Milton Friedman, o papel do Estado é potencializar o livre mercado. Ele 
faria isso impedindo formas diretas e indiretas de coerção e intensificando e aprimo-
rando os contratos voluntários. A ideia de Estado mínimo, entretanto, não significa 
inexistência de Estado, mas um Estado voltado para supervisionar, arbitrar e aplicar 
as “regras do jogo” do livre mercado. Ações ligadas à segurança, educação, saúde e re-
dução de falhas de mercado criariam um ambiente institucional e social mais propício 
e seguro ao desenvolvimento das forças de mercado.
3. Alternativa B.
Resposta Comentada:
Segundo Hayek, o problema do planejamento central ligado ao socialismo não deri-
vava da inexistência de qualquer ordem de valores e necessidades individuais, mas da 
imposição de uma ordem particular, a partir de uma hierarquia moral, a todos os in-
divíduos. Ele tornava o objetivo de Estado – ou dos planejadores – o objetivo de todos 
os indivíduos por meio de mecanismos de coerção e da concentração da informação. 
Os diferentes fins e objetivos ligados às necessidades e escalas de valores individuais 
estariam comprometidos em nome de um “ideal comum”.

Continue navegando