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1-¬ AULA_Fundamentos

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Cursos: Engenharia Civil/Mecânica/ Petróleo/ Produção 
Disciplina: CCEO291 – Princípios da Ciência e Tecnologia dos Materiais 
Docente: Helenita Dias 
 
FUNDAMENTOS 
 
É premissa básica a todo engenheiro, seja ele de qualquer modalidade, o conhecimento dos materiais disponíveis 
para utilização na sua área de atuação, devendo ter um profundo domínio das suas propriedades características e 
comportamento. É de suma importância saber caracterizar tecnologicamente os principais materiais usados na construção 
civil, conhecer sua origem, possibilitando a compreensão das suas características básicas e, em conseqüência, suas 
potencialidades. 
 Atualmente, conta-se com tal variedade de materiais, que o engenheiro deve considerar na sua escolha 
propriedades tais como, resistência mecânica, condutividade elétrica, térmica, densidade entre outras, além do 
comportamento deste durante seu processamento e uso, assim como custo e disponibilidade. 
Contudo, muitos projetos avançados em engenharia requerem o desenvolvimento de materiais completamente 
novos. Por outro lado, estudos recentes demonstram que as obras de construção civil geram alto índice de tonelada dia de 
resíduos. A reciclagem desses resíduos, reaproveitá-lo na própria obra ou na produção de novos materiais ou processo, a 
exemplo da escória de auto-forno e do lodo resultante do tratamento de esgoto, deve ser uma realidade. 
 
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Assim, a capacidade de exercer a engenharia, de transformar conhecimento para converter recursos naturais de 
forma a atender as necessidades humanas, pressupõe sólido conhecimento acerca dos materiais, para sermos capazes de 
misturá-los, agregá-los, fundi-los, tornando-os cada vez mais aplicáveis e apropriados na construção civil. 
A construção civil acompanha a humanidade desde seus primórdios. A necessidade de abrigo fora das cavernas 
naturais alçou o homem para a busca de materiais apropriados a lhes fornecer segurança e qualidade. Um rápido olhar 
permite vislumbrar com clareza que ainda lançamos mão de recursos não renováveis, sendo que alguns levam milhões 
de anos para se formar na natureza. Portanto, o uso adequado desses materiais é de grande contribuição ao meio 
ambiente. 
Cabe ao profissional de engenharia conhecer as propriedades, limitações, vantagens, qualidades e utilização dos 
materiais de construção, pois é este conhecimento que possibilitará a escolha do material adequado a determinado tipo 
de edificação. Em geral, parte do sucesso do projetista está em conhecer os materiais disponíveis no mercado, pois da 
qualidade dos materiais empregados no projeto, irá depender a solidez, a durabilidade, o custo e o acabamento da obra 
(BAUER, 1995). 
 
 
 
 
 
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NORMALIZAÇÃO 
Segundo a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, normalização é o processo de estabelecer e aplicar 
regras a fim de abordar ordenadamente uma atividade especifica, para o beneficio e com a participação de todos 
interessados e, em particular, de promover o otimização da economia, levando em consideração as condições funcionais 
e as exigências de segurança (RIBEIRO, 2000). 
 Bauer (2000) coloca que “elaboram-se normas com o objetivo de regulamentar a qualidade, a classificação, a 
produção e o emprego dos diversos materiais”. 
Normalização é, ainda, padronizar atividades específicas e repetitivas. É uma maneira de organizar as atividades 
por meio da criação e utilização de regras e normas. 
Portanto, a utilização dessas normas é imprescindível para atuação de um bom profissional, uma vez que elas 
contem detalhadas, as metodologias de ensaios para a determinação das características, das propriedades e dos limites 
que os materiais devem apresentar, de acordo com o fim a que se destinam. 
A caracterização tecnológica dos materiais consiste em compará-los através de ensaios em laboratórios a 
determinados parâmetros adotados por sistemas normalizadores. As normas da ABNT dão as diretrizes para a realização 
dos ensaios a que devem ser submetidos os diversos materiais em laboratórios, permitindo regulamentar a qualidade, a 
classificação, a produção e o emprego desses materiais. 
 
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NORMAS TÉCNICAS 
(1) Conceito. São documentos aprovados por uma instituição reconhecida, que prevê, para um uso comum e 
repetitivo, regras, diretrizes ou características para os produtos ou processos e métodos de produção, cuja 
observância não é obrigatória, a não ser quando explicitadas em um instrumento do poder público (decreto, lei, 
portaria normativa ou quando citados em contratos). 
(2) Objetivo. Uniformizar os procedimentos relativos a projetos e execução, bem como oferecer alternativas 
simplificadoras de cálculo para as situações gerais e específicas de projetos, com segurança adequada. 
(3) Organismos responsáveis pela normalização no Brasil. 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. De caráter privado, é responsável pela edição, aprovação e revisão 
das normas que são divididas por tipos: 
• Classificação (CB) – ordena, designa, distribui e/ou subdivide conceitos, materiais ou objetos; 
• Procedimento (NB) – fornece diretrizes para a execução de cálculos, projetos, serviços, instalações etc. 
• Padronização (PR) – restringe a variedade com o objetivo de uniformizar as características geométricas e/ou 
físicas de elementos de fabricação, projetos semi-acabados, desenhos e projetos. 
• Simbologia (SB) – fixa convenções gráficas, ou seja, símbolos que devem ser associados a produtos ou 
indicação de serviços. 
• Terminologia (TB) – nomenclatura. 
 
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• Especificações (EB) – prescrições. Exemplo: características físicas, químicas etc., de materiais e processos, 
componentes, equipamentos. 
• Método de Ensaio (MB) – prescreve a maneira de determinar ou verificar as características, condições ou 
requisitos exigidos de material, produto e outros. 
INMETRO – Instituto Brasileiro de Metrologia. É uma entidade governamental. Registra as normas, 
independentemente do tipo, pelo prefixo NBR, acompanhado de número de ordem que não coincide 
necessariamente com o da ABNT. Exemplos: 
• NBR 1/03 (NBR 6118/2003) – Projeto de Estruturas de Concreto Armado – Procedimentos; 
• EB – 3/85 (NBR 7480) Barras e fios de aço destinados a concreto armado. 
 
(4) Níveis de Normalização. 
• Internacional. Exemplo: ISO – International Organization for Standardization. 
• Regional. Exemplo: COPANT – Comissão Panamericana de Normas Técnicas; MERCOSUL – Brasil, Argentina, 
Paraguai e Uruguai. 
• Nacional. Exemplo: ABNT – Brasil; AFNOR – França; ANSI – EUA; DIN – Alemanha; JIS – Japão. 
• Empresa. 
 
 
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(5) Encaminhamento de uma Norma. 
• Formação de Comitês; 
• Comissões de estudos; 
• Anteprojeto; 
• Consulta Pública; 
• Houve aprovação? NORMA 
• Não houve aprovação? Volta para Comissão de Estudos e repete o processo. 
 
Exemplos de Comissões de Estudos 
 CB2 – elaboração de normas técnicas de componentes, elementos, produtos ou serviços utilizados na construção civil 
(planejamento, projeto, execução, métodos de ensaio, armazenamento, transporta, uso, manutenção e necessidades do 
usuário, subdivididas setorialmente); 
CB18 – normalização do setor de cimento, concreto e agregados, compreendendo dosagem do concreto, pastas e 
argamassas, aditivos, água e elastômeros (terminologia, requisitos, métodos de ensaio e generalidades). 
 
 
 
 
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(6) Benefícios da Normalização. 
• Aumento da produtividade; 
• Disciplina de produção; 
• Uniformidade de trabalho; 
• Controle de produtos e processos; 
• Redução do consumo e desperdício; 
• Melhoria da qualidade de produtos e serviços; 
• Redução da variabilidade de produtos; 
• Racionalização do uso do tempo.

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