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Complicações DM (Cetoacidose e estado hiperglicêmico hiperosmolar) 1 Complicações DM (Cetoacidose e estado hiperglicêmico hiperosmolar) Tags Cetoacidose diabética É mais comum de ocorrer em pacientes DM1, pois ele não tem insulina alguma, porém pode ocorrer em DM2 também, pois na história natural do DM2, o paciente em algum momento fica sem insulina também. O paciente sem insulina, vai ficar hiperglicêmico, uma vez que não tem insulina para colocar aquela glicose para dentro da célula e isso vai fazer com que as células fiquem sem energia, isso vai fazer com que o indivíduo come mais em busca de energia, mas sem insulina para colocar glicose para dentro da célula ele vai ficando cada vez mais hiperglicêmico. Além disso, os hormônios contrarreguladores da insulina (glucagon, catecolaminas, cortisol, GH) estão cada vez mas agindo, estimulando a produção e liberação de glicose por meio de gliconeogênse, glicogenólise, lipólise, proteólise. A lipólise aumentada, faz com que haja liberação de ácidos graxos, que por sua vez são convertidos em corpos cetônicos, os principais corpos cetônicos são: 1. Ácido Beta-Hidroxibutírico (principal) 2. Ácido acetoacético 3. Acetona Os aumentos destes ácidos faz com que haja acidose metabólica com aumento de ânion gap. Diagnóstico Glicose > 250 Complicações DM (Cetoacidose e estado hiperglicêmico hiperosmolar) 2 Cetonemia/cetonúria (3+/4+) pH < 7,30 e HCO3 <15 Clínica Dor abdominal → principalmente em crianças, por atrito ente os folhetos do peritônio desidratado e por distensão e estase gástrica, pode estar presente e ser intensa a ponto de simular um abdome agudo cirúrgico. Náuseas, vômitos (causa desidratação) Hiperventilação (Kussmaul) → devido à acidose metabólica, tentativa de compensar a acidose, o paciente hiperventila. Leucocitose Aumento de creatinina (IRA pré renal) , amilase OBS: Nos pacientes com cetoacidose, a hiperglicemia vai fazer com saia água de dentro das células, e vai fazer com haja diluição do Na+, como a glicemia estará elevada, o paciente pode fazer hiponatremia hiperosmolar Tratamento Consiste em dar o tratamento VIP (volume, insulina e potássio) seguindo esta ordem: Volume: SF 0,9% - 1L na 1ª hora (na criança 15-20 ml/kg) Após 1 hora correndo soro, avalia-se o Na+, se: Na+ estiver diminuído deve- se manter SF0,9%. Se Na+ estiver normal ou aumentado, deve-se dar SF 0,45%. Complicações DM (Cetoacidose e estado hiperglicêmico hiperosmolar) 3 Quando a glicemia chegar = 250 mg/dl → deve-se iniciar SG 5%. De forma que o volume que está sendo dado naquele momento seja dividido, sendo metade SF e metade SG. Ex.: se quando o paciente atingir 250mg/dl de glicemia, e se naquele momento ele estiver recebendo 500 ml de soro, deve-se dividir, 250 ml de SF e 250 ml de SG. Isso é importante para evitar que o paciente faça uma hipoglicemia. Insulina: É dependente do volume e potássio, só vai fazer insulina depois que o paciente começar a receber volume e depois que for avaliado o nível de potássio. Faz-se uma dose de ataque 0,1U/kg + dose de manutenção 0,1U/kg/h. Usa-se a insulina regular endovenosa. Ou pode começar direto fazendo dose de manutenção, mas agora a dose será 0,14U/kg/h Reduzir a glicemia em 50-75 mg/dl/h. Se reduzir a glicemia mais do que isso, o paciente pode apresentar hipocalemia severa e morrer ou apresentar edema cerebral, pois a glicose entra para dentro da célula e leva consigo muita água. Potássio No indivíduo com cetoacidose, o o K+ do paciente estará aumentado por 3 motivos: 1. o aumento da osmolaridade plasmática faz com que saia água de dentro da célula e com isso leva o potássio consigo de dentro da célula para o plasma, por meio de arraste. 2. A insulina estimula a bomba de Na+/K+, com a insulina reduzida, a bomba não será estimulada, com isso entra menos K+ para dentro da célula, ficando mais K+ Complicações DM (Cetoacidose e estado hiperglicêmico hiperosmolar) 4 no plasma. 3. Outro fator que faz o K+ ficar no plasma é a acidose, pois entra mais H+ na célula, e sai mais K+, para manter o equilíbrio. Então o potássio do plasma está relativamente alto, porém como o indivíduo está urinando muito, ele está perdendo potássio na urina, o que reduz o potássio no plasma. Resumindo, na cetoacidose, o indivíduo terá pouco potássio intracelular, o potássio pode estar ou não elevado no plasma, pois ele tbm está perdendo muito potássio na urina. Deve-se avaliar o potássio da seguinte maneira: K+ ( >5,2) : não deve-se repor K+!! K+ (3,3 - 5,2): repor K+ K+ (<3,3): Repor K+ e adiar a insulina!! Bicabornato A princípio não é feito bicabornato, a não ser que o paciente apresente pH <6,9 → daí faz-se 100 mEq de bicabornato. Como saber se o paciente está compensado ? Ele deve apresentar: Glicemia < 200 e pH > 7,30; HCO3 >15; AG < ou igual a 12 Continua com insulina endovenosa, inicia-se a dieta VO e insulina subcutânea, se o paciente tolerar bem, não vomitar, não ficar enjoado, e manter os níveis de glicemia, aí num 2º momento tira a insulina endovenosa Complicações 1. Trombose 2. Edema cerebral (quando dar muito volume rápido e exagera em insulina) 3. Hipocalemia grave 4. Infecção fungíca → Mucormicose: micose destrutiva rinocerebral (secreção muito escura pelo nariz). Tratamento se faz com desbridamento + anfotericina B Complicações DM (Cetoacidose e estado hiperglicêmico hiperosmolar) 5 Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar não cetótico (Diabetes tipo 2) Há hiperglicemia, paciente apresenta pouca reserva de insulina. Além disso os hormônios contra insulínicos contribui para produção e liberação de glicose, ademais, o paciente come muito, o que contribui para elevação da glicemia. A glicose aumentada, faz com que a osmolaridade suba, se a osmolaridade sobe, o paciente ativa o centro da sede e começa a ingerir muita água, com isso a osmolaridade diminui, voltando para a normalidade. Quando ele bebe a água, há aumento do volume arterial efetivo, o que faz com que o paciente urine mais, fazendo com que ele desidrate. Com isso o paciente volta a ingerir muito líquido, aumentando novamente o volume arterial efetivo, fazendo ele urinar mais, e com isso o paciente entra num ciclo vicioso. Em um momento, o paciente para de beber água(geralmente paciente idoso, que faz delirium ou dependente de alguém para fazê-lo ingerir água), quando isso acontece, a osmolaridade dele aumenta e faz com que saia água dos neurônios, e isso ocasiona diminuição do nível de consciência. Por mais que o paciente tenha uma hiperglicemia, ele ainda tem um pouco de insulina residual e isso evita que ele tenha cetoacidose diabética. Diagnóstico Glicemia > 600 Osmolaridade > 320 pH > 7,3 / HCO3 >18 Tratamento Semelhante ao da cetoacidose FONTE: Medcurso