Buscar

SAUDE DO IDOSO CASO CLINICO 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MEUS ESTUDOS 
Enfermagem 
Elisiane R. Silva 
SAÚDE DO IDOSO 
CASO CLINICO 1 
V.H.F.M, 65 anos, aposentado - Dor no peito 
Anamnese 
Queixa principal: familiar necessita de orientações para conduzir o cuidado no 
domicilio. 
 
Histórico do problema atual 
Equipe de ESF visita o Sr V.H.F. em seu domicilio, por solicitação de seu familiar. 
Familiar relata que paciente apresentou forte dor precordial há 8 dias, quando 
chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e paciente foi 
levado para o Serviço de Emergência. Neste serviço foi admitido e recebeu o 
diagnóstico médico de IAM. O eletrocardiograma do momento da internação 
apresentou-se com supradesnivelamento do segmento ST. O idoso foi então 
submetido à angioplastia primária com implante de stent na artéria coronária 
direita. Não teve intercorrências durante os seis dias de internação hospitalar e, 
após a alta, foi orientado a procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) para 
acompanhamento da equipe da ESF. 
Na chegada da equipe de ESF ao domicilio, o idoso encontra-se sentado na sala, 
com sua família. Quando questionado sobre seu estado atual, relata ausência 
de dor ou de falta de ar, sentindo-se ansioso e apresentando tremores após a 
alta hospitalar. Refere não estar fazendo uso de álcool e tabaco, alimenta-se 
sem dificuldade e deambula sem auxilio. Gostaria de receber algumas 
orientações a respeito dos cuidados com sua saúde atual, como, por exemplo, 
atividade sexual, atividade física, alimentação e retorno às atividades laborais. 
 
Revisão de sistemas 
Sistema genitourinário: Eliminações fisiológicas vesicais presentes, em bom 
volume. 
 
Histórico 
História social 
V.H.F. mora com sua esposa e a neta de dezessete anos em uma residência na 
área de abrangência da ESF de um bairro periférico da cidade, a casa é de 
alvenaria, possui sala, cozinha, dois quartos e banheiro com bom aspecto de 
higiene. A renda mensal da família é proveniente da aposentadoria do idoso e, 
anteriormente, dos serviços eventuais de pedreiro, com a qual auxilia nos custos 
da casa e nos estudos da neta. Sr V.H.F. tem dois filhos que moram no interior 
do município, os quais visitam os pais, aproximadamente, uma vez ao mês. Seu 
meio de transporte para realizar a atividade de pedreiro é uma bicicleta, na qual 
carrega suas ferramentas de serviço. 
 
Antecedentes pessoais 
Hipertenso há seis anos, em tratamento, dislipidêmico, tabagista (fuma 
aproximadamente 20 cigarros/dia, há 26 anos) e etilista (meia garrafa de 
cachaça/dia). Desde o retorno ao domicílio não fumou ou bebeu. Não possui 
alergias. Dorme cerca de seis horas por dia, possui hábitos alimentares 
irregulares, baixa ingesta de frutas e legumes e alta ingesta de gordura e sal. 
Não realiza exercícios físicos, sua única atividade física é proveniente de seu 
serviço braçal. Revisada Caderneta do Idoso, apresenta três doses da Vacina 
Dupla Tipo Adulto (dT), sendo a última dose em 2009 e realiza Vacina influenza 
sazonal anualmente. 
 
Medicações em uso 
Captopril 12,5 mg, 01 comprimido de manhã e a noite; 
Atenolol 25 mg, 01 comprimido às 08h; 
Sinvastatina 20 mg, 01 comprimido às 20h; 
AAS 100 mg, 02 comprimidos no almoço. 
 
Antecedentes familiares 
Pai faleceu de AVC (Acidente Vascular Cerebral) com 70 anos e mãe por infarto 
agudo do miocárdio com 84 anos. 
 
Exame Físico 
 
Sintomas gerais: Lúcido, orientado, comunicativo e com períodos de agitação e 
presença de tremores de extremidades. 
Mucosas úmidas e coradas, hidratado e afebril. 
Frequência cardíaca: 84 bpm 
Frequência respiratória: 20 mrpm 
Pressão arterial: 150/90 mmHg 
Temperatura: 36,8ºC 
Peso: 85kg 
Estatura: 1,68 cm 
IMC: 30,1 kg/m² 
Ausculta pulmonar: com murmúrios vesiculares presentes em ápice e base 
bilaterais, sem ruídos adventícios, eupneico. Ausculta cardíaca com ritmo regular, 
bulhas cardíacas normofonéticas, sem sopros. 
Abdome: ruídos hidroaéreos presentes, indolor e com presença de 
hepatomegalia à palpação. 
Coluna vertebral e extremidades: extremidades aquecidas, perfundidas e sem 
edemas, pulsos periféricos cheios e simétricos. 
 
Questão 1 comentada 
 
Diante do caso do Sr V.H.F., quais os problemas levantados durante a visita 
domiciliar? 
 
Tabagista e etilista - Hábitos alimentares irregulares - Falta de informação sobre 
seu autocuidado - Presença de tremores e agitação. 
Tabagismo, etilismo, hábitos alimentares irregulares, índice de massa corporal 
elevado e falta de informação sobre seu autocuidado influenciam negativamente 
no cuidado ao paciente pós-IAM. Outro problema nesse caso é a abstinência ao 
álcool e tabaco percebido pela presença de tremores e agitação. 
 
 
 
 
 
Questão 2 - comentada 
 
Quais são os fatores de risco para Síndrome Coronariana Aguda (SCA) 
presentes na história pregressa do Sr. V.H.F.? 
 
Tabagismo – Dislipidemia – etilismo – hipertensão - sedentarismo 
O termo SCA é empregado aos pacientes com evidências clínicas ou 
laboratoriais de isquemia aguda, produzida por desequilíbrio entre suprimento e 
demanda de oxigênio para o miocárdio, sendo, na maioria das vezes, causada 
por instabilização de uma placa aterosclerótica. 
O diagnóstico de SCA é fundamentado na história típica, alterações de ECG e 
marcadores de necrose miocárdica. A presença de três ou mais fatores de risco 
para DAC são marcadores de pior evolução. 
 
Fatores de risco para DAC: 
- Tabagismo; 
- Hipertensão arterial; 
- Dislipidemia; 
- História familiar para DAC precoce (homem <55 anos e mulher <65 anos); 
- Diabetes Mellitus. 
 
Questão 3 - comentada 
Dentro do plano de cuidados da atenção primária ao paciente após infarto 
agudo do miocárdio, quais orientações devem ser dadas ao Sr. V.H.F. e 
seus cuidadores? 
 
Aumentar a ingesta de frutas, legumes e peixes. 
Comunicar à equipe as mudanças no estado de saúde da pessoa cuidada. 
Administrar as medicações, conforme a prescrição e orientação da equipe de 
saúde. 
Reduzir a ingesta de sal, gordura saturada, gorduras trans e colesterol. 
 
Plano de cuidados – segmento da atenção primária. 
Reabilitação cardíaca: O principal foco de reabilitação é o exercício físico de 
caráter educacional, mais complexo que um condicionamento físico. 
Recomendada a reabilitação supervisionada por médico. Recomendado teste 
ergométrico para orientar prescrição do exercício. 
Atividade física: Todos os pacientes deverão ser encorajados a realizar de 30 a 
60 min de atividade aeróbica, em intensidade moderada, cinco vezes por 
semana, além de aumentar o gasto energético diário (ex: atividades domésticas 
e jardinagem). 
Retorno ao trabalho: Na maioria das vezes o estresse sofrido no trabalho é 
menor que o medido no teste de esforço, reforçando que o retorno ao trabalho 
deve ser encorajado. 
Outras atividades: Atividade sexual com parceiro habitual pode ser reassumida 
de 7 a 10 dias em pacientes sem complicações durante a internação. A direção 
de veículos pode ser permitida em uma semana para pacientes sem 
complicações e de duas a três semanas em pacientes com IAM complicado 
(insuficiência cardíaca, arritmia). 
Dieta: Pacientes podem ser encorajados a diminuir a ingesta diária de sal, 
gordura saturada, gorduras trans e colesterol, e estimular a ingesta de frutas, 
vegetais e peixe. 
Peso: o peso corporal e a circunferência abdominal devem ser medidos em todas 
as consultas. Os pacientes idosos devem ser encorajados a manterem um IMC 
entre 22 e 27 kg/m2 e a circunferência abdominal menor que 102 cm em homens 
e, 88 cm em mulheres 
Paciente diabético: Mudança no estilo de vida, controle dos demais fatores de 
risco (HAS, obesidade, dislipidemia) e medicação visando glicohemoglobina 
menor ou igual a 7%. 
Portadores de HAS: Modificação do estilo de vida e medicação objetivando 
pressão arterial menor ou igual a 130/80 mm/Hg 
Vacina influenza: Todos os pacientes devem ser vacinados contra o influenza 
anualmente. 
Terapia de reposição hormonal: Não deve ser prescrita. 
Evitar o uso de anti-inflamatórios não esteroides: Dores musculoesqueléticas 
devemser tratadas com analgésico como paracetamol e narcótico de curta ação 
em pequenas doses. Se não houver melhora pode utilizar AINE não seletivo 
(Naproxeno). 
(BRASIL, [2014], p. 44) 
 
Tratamento farmacológico após IAM 
 
Antiagregantes plaquetários 
O ácido acetilsalicílico proporciona redução da mortalidade vascular e da 
mortalidade total. Recomenda-se 81 a 325 mg por dia. Está contraindicado 
quando há história de hipersensibilidade a salicilatos, hemorragia digestiva e 
diátese hemorrágica e devendo ser usado com cautela em pacientes com úlcera 
gastroduodenal ou gastrite. 
O clopidogrel é usado na dose de 75 mg por dia. Atualmente é recomendado por, 
pelo menos, duas semanas mesmo nos casos em que não houve fibrinólise. Os 
pacientes que se submeteram a implante de stent, seja em caráter de resgate 
ou eletivo pós-IAM, devem usar ácido acetilsalicílico por um mínimo de 30 dias. 
Para prevenir a ocorrência de trombose intra-stent, a associação destes dois 
medicamentos pode ser mantida por um ano. 
 
Betabloqueadores 
Devem ser usados em todos os pacientes com IAM, salvo se houver alguma 
contraindicação para tal. Algumas das contraindicações são frequência cardíava 
inferior a 60 bpm, intervalo PR acima de 0,24 s, pressão sistólica inferior a 100 
mmHg, insuficiência cardíaca descompensada grave, bloqueio atrioventricular 
de 2º ou 3º graus, doença pulmonar obstrutiva grave e doença arterial periférica 
com sintomatologia grave. 
 
Inibidores da enzima conversora da angiotensina e bloqueadores dos receptores 
AT1 
Os benefícios das suas ações anti-isquêmica e anti-aterosclerótica são 
suficientes para que os inibidores da enzima conversora da angiotensina e os 
bloqueadores dos receptores AT1 sejam precritos para todos os pacientes após 
o IAM. Nos casos com disfunção do ventrículo esquerdo ou da parede anterior, 
nos hipertensos, diabéticos e nos portadores de nefropatia crônica estável tem 
indicação forma de uso por tempo indeterminado. 
 
Hipolipemiantes 
O uso de estatinas está indicado sempre que o LDL-colesterol for superior a 130 
mg/dl ou quando estiver entre 100 e 130 mg/dl conforme o critério do médico. 
 
Antagonistas dos canais de cálcio 
Não existem evidências favoráveis ao seu uso rotineiro após o IAM. Entretanto, 
podem estar indicados como uma alternativa aos betabloqueadores quando 
houver doença pulmonar obstrutiva crônica, broncoespasmo ou doença arterial 
periférica. Neste contexto, a preferência de uso recai sobre diltiazem e verapamil, 
pela similaridade da ação em comparação aos betabloqueadores. 
 
Antiarrítmicos 
O único medicamento deste grupo que tem seu uso reconhecido é a amiodarona 
nos casos em que há disfunção ventricular esquerda associada a arritmias 
ventriculares frequentes. Pacientes com fração de ejeção inferior a 40%, 
taquicardia ventricular sustentada ou não sustentada devem ser encaminhados 
para avaliação eletrofisiológica pelo benefício potencialmente maior com o uso 
de cardioversor-desfibrilador implantável. 
 
Nitratos 
Não são usados rotineiramente após o IAM, exceto no caso de angina ou 
isquemia miocárdica persistentes ou insuficiência cardíaca. 
 
(PIEGAS et al., 2009)

Outros materiais