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Apostila eHO-103 ALUNO - 2021

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
 
ESCOLA POLITÉCNICA DA USP 
 
 
 
 
 
 
PECE – PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA 
 
EAD – ENSINO E APRENDIZADO À DISTÂNCIA 
 
 
eHO-103 
 
AGENTES QUÍMICOS I 
 
 
ALUNO 
 
 
SÃO PAULO, 2021 
 
EPUSP/PECE 
 
CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM HIGIENE OCUPACIONAL 
 
EDIÇÃO/ANO: 1/2021 
 
CRÉDITOS: 
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - EPUSP 
DIRETORA: LIEDI LEGI BARIANI BERNUCCI 
 
Programa de Educação Continuada - PECE 
COORDENADOR GERAL: LUCAS ANTÔNIO MOSCATO 
 
Laboratório de Controle Ambiental, Higiene e Segurança na Mineração - LACASEMIN 
ASSESSORIA TÉCNICA E ADMINISTRATIVA: MARIA RENATA MACHADO STELLIN 
 
Equipe Técnica 
Conversores Presencial para distância (CPD) 
 - CAROLINA COSTA BATISTA 
 - LUCAS BICUDO TING 
 - KARLA JULIANE DE CARVALHO 
 
Filmagem e Edição (FE) 
 - THALITA SANTIAGO DO NASCIMENTO 
 
Instrutores Multimídia à distância - IMAD (TUTORIA) 
 - DIEGO DIEGUES FRANCISCA 
 - FELIPE BAFFI DE CARVALHO 
 - RENATA JULIANA LEMOS MARINHO 
 
Equipe Administrativa 
 - NEUSA GRASSI DE FRANCESCO 
 - CRISTIANE FIDELIS SOARES RIOS 
- RAFAEL DA SILVA CRUZ 
 
ASSESSORIA DE NOVOS PROJETOS EDUCACIONAIS: VICENTE TUCCI FILHO 
Equipe Financeira 
 - GUSTAVO SIQUEIRA DO NASCIMENTO ANTONIO 
 
Equipe de Divulgação 
 - NATALIA FIRMINO GUCCIONI 
 
 
 
 
“Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, 
sem a prévia autorização de todos aqueles que possuem os direitos autorais sobre este documento”. 
 
Sumário 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
i 
SUMÁRIO 
CAPÍTULO 1. FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA E AGENTES QUÍMICOS ................................ 1 
1.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 2 
1.2. ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ........................................................ 2 
1.3. AR ATMOSFÉRICO. CONCEITO DE PRESSÃO PARCIAL (ANEXO 6 DO PPR DA 
FUNDACENTRO - PÁGINA 121 A 125) ......................................................................... 8 
1.4. A TROCA DE GASES NOS PULMÕES ................................................................... 8 
1.5 O CONTROLE DA RESPIRAÇÃO .......................................................................... 10 
1.6. CONSUMO DE AR ................................................................................................ 12 
1.6.1. O CONSUMO DE AR POR ADULTOS ........................................................... 12 
1.6.2. CONSUMO DE AR POR USUÁRIO DE RESPIRADOR .................................. 13 
1.7. A INTERAÇÃO ENTRE OS DIVERSOS SISTEMAS DO CORPO: O 
METABOLISMO ........................................................................................................... 14 
1.8 OUTRAS FUNÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ............................................ 15 
1.9 LIMITES DE EXPOSIÇÃO ...................................................................................... 15 
1.9.1 DEFINIÇÕES DOS LIMITES DE EXPOSIÇÃO (LIVRETO DA ACGIH/ABHO 
INTRODUÇÃO) ......................................................................................................... 15 
1.9.2. COMENTÁRIOS SOBRE OS LIMITES DE EXPOSIÇÃO ................................ 16 
1.9.3. CÁLCULO DO LIMITE DE TOLERÂNCIA SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA ..... 16 
1.9.4. MISTURAS DE AGENTES QUÍMICOS ........................................................... 16 
1.10. TESTES............................................................................................................... 17 
CAPÍTULO 2. RISCOS RESPIRATÓRIOS ........................................................................... 18 
2.1. INTRODUÇÃO – SOMENTE LEITURA ................................................................. 19 
2.2. DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO ................................................................................ 19 
2.2.1. CAUSAS DA DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO .................................................... 21 
2.3. RISCOS RESPIRATÓRIOS - AGENTES QUÍMICOS ............................................ 21 
2.3.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 21 
2.3.2. CONTAMINANTES PARTICULADOS ............................................................. 22 
2.3.3. CONTAMINANTES PARTICULADOS: CLASSES E EFEITOS SOBRE O 
ORGANISMO............................................................................................................ 24 
2.3.4. PARTICULADOS INALÁVEIS, TORÁCICOS E RESPIRÁVEIS ...................... 24 
2.3.5. CONTAMINANTES PARTICULADOS: EFEITOS SOBRE O ORGANISMO .... 25 
2.3.6. PARTICULADOS INSOLÚVEIS NÃO CLASSIFICADOS DE OUTRA MANEIRA 
(PNOS) ..................................................................................................................... 28 
2.3.7. AEROSSÓIS FIBROGÊNICOS E NÃO FIBROGÊNICOS ............................... 29 
2.4. CONTAMINANTES GASOSOS - CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA .............................. 29 
2.5. CONTAMINANTES GASOSOS - EFEITOS TÓXICOS SOBRE O ORGANISMO .. 32 
2.6. TESTES ................................................................................................................ 39 
 
Sumário 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
ii 
CAPÍTULO 3. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA ................................... 40 
3.1. CLASSIFICAÇÃO, CARACTERÍSTICAS E LIMITAÇÕES DOS EQUIPAMENTOS 
DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA (PPR – FUNDACENTRO: ANEXO 7, PÁGINA 126 A 
147) .............................................................................................................................. 41 
3.2. INTRODUÇÃO – CLASSIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 
RESPIRATÓRIA ........................................................................................................... 41 
3.2.1. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DOS RESPIRADORES PURIFICADORES DE AR 
PÁG 127 ................................................................................................................... 41 
3.2.2. RESPIRADORES PURIFICADORES DE AR NÃO MOTORIZADOS .............. 41 
3.2.2.1. Peças semifaciais filtrantes (PFF) ............................................................. 41 
3.2.2.2. Respiradores purificadores com peça um quarto facial e semifacial ......... 42 
3.2.2.3. Respiradores purificadores com peça facial inteira ................................... 43 
3.2.2.4. Detalhes construtivos e o desempenho dos respiradores purificadores .... 44 
3.2.3. RESPIRADORES DE ADUÇÃO DE AR (ANEXO 7 PÁG 134) ........................ 45 
3.2.3.3. Respiradores de linha de ar comprimido de demanda com pressão positiva
 .............................................................................................................................. 47 
3.2.3.4. Máscaras autônomas ............................................................................... 48 
3.2.3.5. Respiradores de linha de ar comprimido com peça facial inteira, de 
demanda com pressão positiva e cilindro auxiliar .................................................. 50 
3.2.3.6. Respiradores de linha de ar comprimido combinado com respiradores 
purificadores de ar) ............................................................................................... 51 
3.3. QUALIDADE DO AR RESPIRÁVEL (PPR – FUNDACENTRO: CAPÍTULO 11 
PÁGINA 61 E ANEXO 13, PÁGINA 193 A 198) ............................................................ 51 
3.3.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 51 
3.3.2. VERIFICAÇÃO DA QUALIDADE..................................................................... 51 
3.4. TESTES ................................................................................................................ 52 
CAPÍTULO 4. FILTROS PARA AERODISPERSÓIDES E FILTROS QUÍMICOS ................ 53 
4.1. FILTROS PARA AERODISPERSÓIDES ...............................................................54 
4.1.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 54 
4.1.2. PENETRAÇÃO E EFICIÊNCIA ....................................................................... 55 
4.1.3. MECANISMOS DE CAPTURA DAS PARTÍCULAS ........................................ 56 
4.1.4. CLASSIFICAÇÃO DOS FILTROS PARA PARTICULADOS SEGUNDO A 
NORMA BRASILEIRA ............................................................................................... 58 
4.1.5. AS LIMITAÇÕES DOS FILTROS PARA PARTICULADOS ............................. 61 
4.1.6. CRITÉRIO PARA TROCA DE FILTROS PARA PARTICULADOS .................. 61 
4.1.7. CLASSIFICAÇÃO NORTE-AMERICANA DE FILTROS PARA PARTICULADOS
 ................................................................................................................................. 62 
4.1.8. SELEÇÃO DE FILTROS PARA AERODISPERSÓIDES SEGUNDO O PPR .. 63 
4.2. FILTROS QUÍMICOS............................................................................................. 64 
4.2.1. MECANISMOS DE RETENÇÃO E MATERIAIS UTILIZADOS ........................ 64 
4.2.2. TIPOS E CLASSES DE FILTROS QUÍMICOS ................................................ 65 
4.2.3. MÁXIMA CONCENTRAÇÃO DE USO ............................................................ 70 
 
Sumário 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
iii 
4.2.4. INFLUÊNCIA DO CONTAMINANTE ............................................................... 71 
4.2.5. INFLUÊNCIA DA UMIDADE DO AR ............................................................... 72 
4.2.6. VIDA ÚTIL DE UM FILTRO QUÍMICO E CRITÉRIO DE TROCA .................... 72 
4.2.7. PROPRIEDADES DE ALERTA ADEQUADAS ................................................ 74 
4.2.8. O FILTRO FBC- COMBINADO ....................................................................... 74 
4.2.9. FILTROS COMBINADOS ................................................................................ 75 
4.2.10. SELEÇÃO DE FILTROS QUÍMICOS ............................................................ 75 
4.2.10.1. Introdução .............................................................................................. 75 
4.2.10.2. Seleção .................................................................................................. 75 
4.2.10.3 Exemplos de seleção ............................................................................... 76 
4.2.11. CLASSIFICAÇÃO DE FILTROS QUÍMICOS NOS ESTADOS UNIDOS ........ 77 
4.2.12. CLASSIFICAÇÃO DE FILTROS QUÍMICOS NA COMUNIDADE EUROPEIA
 ................................................................................................................................. 77 
4.2.13. LIMITAÇÕES DOS FILTROS QUÍMICOS ..................................................... 78 
4.2.14. CORES ......................................................................................................... 79 
4.3. TESTES ................................................................................................................ 80 
CAPÍTULO 5. SELEÇÃO DE RESPIRADORES PARA USO ROTINEIRO I ........................ 82 
5.1. INTRODUÇÃO (PPR DA FUNDACENTRO: CAPÍTULO 5, PÁGINA 31) ............... 83 
5.2. DEFINIÇÕES (PPR DA FUNDACENTRO: ANEXO 1, PÁGINA 71 A 78) .............. 83 
5.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS (PPR DA FUNDACENTRO: CAPÍTULO 4, PÁGINA 
24 A 30) ........................................................................................................................ 88 
5.4. RESPIRADORES PARA SITUAÇÕES IPVS, ESPAÇOS CONFINADOS OU 
ATMOSFERAS COM PRESSÃO REDUZIDA (PPR DA FUNDACENTRO: CAPÍTULO 5, 
PÁGINA 38 A 42) ......................................................................................................... 88 
5.5. SELEÇÃO DE RESPIRADORES CONTRA O M. TUBERCULOSIS ...................... 90 
5.5.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 90 
5.5.2.TESTE DA TUBERCULINA OU DO DERIVADO DA PROTEÍNA PURIFICADA 
(PPD) ........................................................................................................................ 91 
5.5.3.TRANSMISSÃO DA DOENÇA ......................................................................... 91 
5.5.4. PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA CONTRA M. TUBERCULOSIS ....................... 92 
5.5.5. REQUISITOS PARA OS RESPIRADORES CONTRA O M. TUBERUCOLOSIS
 ................................................................................................................................. 93 
5.5.6. SELEÇÃO DOS RESPIRADORES CONTRA O M. TUBERUCOLOSIS – 
CONFORME RECOMENDAÇÕES DO CDC ............................................................ 94 
5.6 TESTES ................................................................................................................. 96 
CAPÍTULO 6. SELEÇÃO DE RESPIRADORES PARA USO ROTINEIRO II ....................... 97 
6.1.SELEÇÃO PASSO A PASSO (PPR DA FUNDACENTRO: CAPÍTULO 5, PÁGINA 
31 A 43) ........................................................................................................................ 98 
6.2. EXEMPLOS DE SELEÇÃO ................................................................................... 98 
6.3. RESPIRADORES PARA SÍLICA CRISTALIZADA ............................................... 105 
6.3.1. LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA A SÍLICA .................................................. 105 
 
Sumário 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
iv 
6.3.2. SELEÇÃO ..................................................................................................... 105 
6.4 TESTES ............................................................................................................... 107 
CAPÍTULO 7. SELEÇÃO DE RESPIRADORES PARA USO ROTINEIRO III .................... 108 
7.1. RESPIRADORES PARA AMBIENTES COM DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO (PPR-
FUNDACENTRO: ITEM 5.2.3.2, PÁGINA 42)............................................................. 109 
7.2. RESPIRADORES PARA PARTICULADOS (PNOS) – PARTÍCULAS INSOLÚVEIS 
OU DE BAIXA SOLUBILIDADE NÃO ESPECIFICADA DE OUTRA MANEIRA .......... 112 
7.3. RESPIRADORES PARA USO EM ESPAÇOS CONFINADOS (PPR DA 
FUNDACENTRO: ANEXO 5, ITEM 5.2.2, PÁGINA 39 A 40) ...................................... 114 
7.4. SUBSTÂNCIAS CONTRA AS QUAIS NÃO É RECOMENDADO O USO DE 
PURIFICADORES DE AR (PPR DA FUNDACENTRO: ANEXO 3, ITEM 3.4, PÁGINA 88 
A 89) ........................................................................................................................... 114 
7.5. TESTES .............................................................................................................. 117 
CAPÍTULO 8. EXERCÍCIOS DE SELEÇÃO DE RESPIRADORES PARA DIVERSAS 
SITUAÇÕES ....................................................................................................................... 118 
8.1. SELEÇÃO DE FILTRO PARA PARTICULAS ...................................................... 119 
8.2. SELEÇÃO DE FILTRO QUÍMICO ........................................................................ 121 
8.3 SELEÇÃO DE FILTRO COMBINADO .................................................................. 122 
CAPÍTULO 9. ENSAIOS DE VEDAÇÃO ............................................................................ 125 
9.1. INTRODUÇÃO – VERIFICAÇÃO DE VEDAÇÃO E ENSAIOS DE VEDAÇÃO .... 126 
9.2. VERIFICAÇÃO DE VEDAÇÃO (FIT CHECK) ...................................................... 126 
9.3. ENSAIO DE VEDAÇÃO (FIT TEST) – QUALITATIVOS OU QUANTITATIVOS ... 127 
9.4. CRITÉRIO DE ACEITAÇÃO DOS RESPIRADORES DE PRESSÃO NEGATIVA E 
DE PRESSÃO POSITIVA ........................................................................................... 129 
9.5. VANTAGENS E DESVANTAGENS ..................................................................... 129 
9.6. INSPEÇÃO, LIMPEZA, HIGIENIZAÇÃO, MANUTENÇÃO E GUARDA DOS 
RESPIRADORES (PPR DA FUNDACENTRO:CAPÍTULO 10, PÁGINA 60 E ANEXO 
12, PÁGINA 188 A 192) .............................................................................................. 130 
9.6.1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 130 
9.6.2. INSPEÇÃO ................................................................................................... 130 
9.6.2.1. O que inspecionar nos respiradores purificadores de ar não motorizados - 
Exemplos ............................................................................................................ 130 
9.6.2.2. O que inspecionar nos respiradores purificadores de ar motorizados ..... 131 
9.6.2.3. O que inspecionar nos respiradores de adução de ar ............................. 131 
9.6.2.4. O que inspecionar nas máscaras autônomas ......................................... 131 
9.7. LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO................................................................................ 131 
9.8. MANUTENÇÃO ................................................................................................... 131 
9.9. GUARDA ............................................................................................................. 132 
9.10. TESTES............................................................................................................. 133 
 
Sumário 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
v 
CAPÍTULO 10. PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA E LEGISLAÇÃO............ 134 
10.1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 135 
10.2. CONTEÚDO MÍNIMO DE UM PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 135 
10.3. ADMINISTRAÇÃO DO PROGRAMA E REGISTROS ........................................ 135 
10.4. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS ESCRITOS ............................................ 136 
10.5. PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA PARA PROFISSIONAIS DA 
ÁREA DA SAÚDE EXPOSTOS AO M. TUBERCULOSIS ........................................... 137 
10.6. SISTEMA BRASILEIRO DE CERTIFICAÇÃO (SBC) ......................................... 139 
10.7. CERTIFICAÇÃO DE EPI ................................................................................... 144 
10.8. NORMAS BRASILEIRAS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA ............................. 144 
10.9. TESTES............................................................................................................. 145 
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 146 
ANEXO A ........................................................................................................................... 149 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
1 
 
 
 
CAPÍTULO 1. FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA E AGENTES QUÍMICOS 
 
OBJETIVOS DO ESTUDO 
 
Compreender como funciona o sistema respiratório, como atuam os mecanismos de 
defesa do nosso organismo contra os materiais inalados, entender o conceito da pressão 
parcial e sua importância para nossa respiração. Compreender os principais efeitos sobre 
o organismo dos agentes químicos a melhor aplicação dos limites de exposição. 
Este capítulo deve ser bem aproveitado pelo aluno porque o uso de respiradores terá 
sucesso somente quando todos os envolvidos compreenderem claramente as razões pelas 
quais estão usando o respirador. O conteúdo deste capítulo ajudará o profissional de 
segurança a preparar material didático destinado à educação e treinamento dos usuários. 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
2 
1.1. INTRODUÇÃO 
Os tecidos do corpo humano necessitam receber continuamente oxigênio e 
nutrientes os quais chegam transportados pelo sangue e por líquidos que envolvem as 
células. Dentro das células do corpo humano ocorrem reações químicas que liberam 
resíduos químicos, substâncias necessárias para o crescimento, e energia. É essa energia 
que promove a contração muscular, permite a realização do trabalho, a secreção de sucos 
digestivos, e a condução de sinais pelas fibras nervosas A função do sistema respiratório 
é levar o oxigênio que está no ar atmosférico para o sangue, e retirar dele, o gás residual 
proveniente das reações químicas que ocorrem dentro das células. O ar entra e sai dos 
pulmões pela contração e relaxamento dos músculos respiratórios enquanto o sangue 
escoa continuamente dentro dos vasos capilares sanguíneos presentes nos pulmões, 
movido pelo coração. 
 
1.2. ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
O sistema respiratório, representado esquematicamente na Figura 1.1, pode ser 
dividido em três regiões, que diferem significativamente quanto à estrutura, ao perfil de 
escoamento do ar no seu interior (laminar, turbulento), à função (dutos condutores, área 
de troca gasosa) e à sensibilidade perante as partículas depositadas. 
 
 
Figura 1.1. Esquema do sistema respiratório. (Adaptado de Histologia básica, de 
Junqueira e Carneiro.) 
 
A primeira região, é a região da “cabeça ou nasofaringe”, a segunda, a 
“traqueobrônquica”. Estão fora do tórax. A terceira, é a “alveolar”, que constitui o 
compartimento intratorácico. 
O ar penetra no aparelho respiratório pelo nariz ou boca, passa pela faringe e, através 
da laringe chega à traqueia, que se subdivide em dois brônquios, os quais se subdividem 
em passagens cada vez menores, que são os bronquíolos e os bronquíolos terminais, até 
atingirem finalmente os alvéolos. Nesse percurso, o ar passa por, aproximadamente, 23 
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
3 
bifurcações a partir da traqueia, até atingir os alvéolos, estando as dezesseis primeiras na 
região traqueobrônquica, e as restantes, na região alveolar. 
 
O sistema muco ciliar 
As superfícies das duas primeiras regiões que constituem o compartimento 
extratorácico são cobertas por uma camada de muco secretado por células caliciformes 
intercaladas com os cílios (ver Figura 1.2). A região condutora de ar, correspondente às 16 
primeiras bifurcações e são recobertas pelos cílios e muco. O muco é responsável pelo 
fornecimento de vapor de água para o umedecer o ar. 
Os cílios apresentam formato filamentoso, como mostra a Figura 1.2. Medem cerca 
de 6 µm de comprimento e 0,3 µm de largura, e cada célula da parede contém de 200 a 
270 cílios que oscilam produzindo um movimento ondulatório que desloca o muco para a 
faringe. Quando partículas (agentes químicos ou microrganismos) se depositam nas 
paredes dos dutos condutores elas são transportadas, como por uma esteira rolante, até a 
zona de deglutição, onde passam, então, para o trato gastrintestinal. O movimento ciliar 
pode ficar inibido pela fumaça do cigarro, álcool ou quando a umidade relativa do ar interno 
cair abaixo de 70% e cessar completamente em umidades muito baixas. 
 
 
 
Figura 1.2. Microscopia eletrônica de varredura da superfície da mucosa respiratória. C- Célula 
caliciforme. A maior parte da superfície é coberta por cílios. Na micrografia da direita aparecem 
acúmulos de muco sobre as células caliciformes (setas finas). (Conforme Histologia básica, de 
Junqueira e Carneiro.) 
 
A primeira região, “região da cabeça ou nasofaringe”; a qual inclui o nariz, boca, 
faringe e laringe. 
 
Nariz 
A cavidade nasal é formada pelo septo central, duas narinas e, internamente, as 
cavidades sinoidais (cavidades ósseas interligadas com a nasal cuja finalidade é aquecer 
e umedecer o ar), obrigam o ar a mudar bruscamente de direção, favorecendo a deposição 
sobre elas de partículas que não ficaram retidas nos pelos nasais. Na entrada do nariz, 
ficam os pelos responsáveis pela retenção de partículas grosseiras. Como as superfícies 
dessa região são recobertas pelo sistemamuco, as partículas depositadas e o muco, se 
deslocam no sentido da garganta, e, então, deglutidas. Esta região, graças à elevada 
vascularização, funciona como um condicionador de ar, pois este, ao passar pela região, 
é filtrado, aquecido até a aproximadamente 37°C e umedecido com vapor de água 
proveniente das mucosas até quase a saturação). 
O nitrogênio no ar que respiramos não tem nenhuma função metabólica, mas, como 
diluente inerte, mantém mecanicamente infladas as cavidades existentes no corpo que 
ficam cheias de ar, como os alvéolos, ouvido médio e cavidades sinoidais. 
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
4 
Pode-se perceber quão eficiente é este sistema purificador quando ele é eliminado e 
a pessoa respira através de um tubo colocado na traqueia (traqueostomia): secura 
excessiva das passagens aéreas e infecções pulmonares frequentes. Além disso, no nariz 
localizam-se células receptoras do olfato. 
 
Faringe 
É um tubo que começa no nível do nariz e termina no nível do queixo. Fica na base 
do crânio, entre a cavidade nasal e as vértebras cervicais. Liga a cavidade nasal à laringe, 
e serve de passagem para o ar e alimentos e forma uma câmara de ressonância para a 
fala. A parte inferior da faringe conecta-se com o esôfago (canal de alimentos), e 
posteriormente, com a laringe (canal de ar). Mede 12 mm de diâmetro e 12 cm de 
comprimento 
Quando o alimento toca a superfície da faringe reflexos nervosos fecham as cordas 
vocais e a epiglote fecha a abertura da laringe permitindo que o alimento entre no esôfago 
e a seguir para o estomago. A epiglote é uma cartilagem elástica, em forma de lâmina, e 
serve para impedir que o alimento entre na laringe durante a deglutição. 
 
Laringe 
A laringe é uma estrutura tubular com cartilagem e músculos, com o formato de anel 
aberto, que liga a faringe com a traqueia. Tem a função de duto condutor de ar. É facilmente 
percebida na porção superior do pescoço quando se move durante a deglutição. Nesse 
duto, o alimento não penetra, graças a presença da epiglote, uma cartilagem elástica, em 
forma de lâmina. São três as funções da laringe: passagem de ar durante a respiração, 
impedir que alimentos e objetos entrem no trato respiratório, e produzir som. 
 
Na primeira região ficam retidas principalmente as partículas maiores que 10 µm. 
 
A segunda região é a “traqueobrônquica” que inclui desde a traqueia até os 
bronquíolos terminais. Assemelha-se a uma árvore invertida, onde o tronco é a traqueia, 
que se subdivide em ramos cada vez mais finos, constituindo a chamada árvore brônquica. 
No percurso da traqueia até os alvéolos, o ar passa por, aproximadamente, 23 bifurcações 
estando as 16 primeiras na região traqueobrônquica e as restantes, na região alveolar. 
Somente a região das primeiras 16 bifurcações possui o revestimento muco ciliar. 
 
Traqueia 
É uma estrutura tubular com cartilagem e músculos, com o formato de anel aberto e 
músculos, que vai da laringe até a metade do tórax, onde penetra e subdivide-se em dois 
brônquios, denominados de brônquios primários. Mede aproximadamente 2 cm de 
diâmetro e 10 a 12 cm de comprimento. O ar, ao transitar por este duto com vazão de 20 
L/min, correspondente a um trabalho leve, apresenta velocidade de 145 cm/s (5km/h). 
 
Brônquios 
A parte da traqueia que está dentro da caixa torácica divide-se em dois brônquios, 
denominados “brônquios primários”. É formada por anéis de cartilagem em forma de C, 
empilhados um sobre o outro, formando um duto. 
 
A terceira região do sistema respiratório é denominada “alveolar” é onde ocorre a 
troca gasosa: o oxigênio do ar vai para o sangue, e o gás carbônico, do sangue para o ar 
contido nos pulmões. Para que haja o contato íntimo entre os gases e o sangue, pouco 
antes de chegar à área de troca gasosa, os bronquíolos, que ainda são recobertos de muco 
e cílios, se transformam em bronquíolos terminais, a seguir em bronquíolos respiratórios, 
dutos alveolares, os átrios, os alvéolos e os sacos alveolares. Todas estas estruturas 
terminais não contêm mais cílios uma vez que dificultariam a troca gasosa. Os dutos 
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
5 
alveolares, que iniciam a zona de troca, são condutos longos e tortuosos que possuem em 
suas paredes alvéolos e sacos alveolares. 
 
Bronquíolos 
Fazem a ligação da traqueia com a região da troca gasosa. São formados de anéis 
e fibras musculares. Os brônquios se subdividem em dutos cada vez menores, os 
bronquíolos, que já não possuem anéis. Pouco antes de chegar à área de troca gasosa, 
os bronquíolos são chamados de bronquíolos terminais. Os bronquíolos ainda se 
subdividem em dutos minúsculos denominados de dutos alveolares que acabam em 
estrutura microscópica, denominado alvéolo. 
Os bronquíolos medem cerca de 2 cm de comprimento e têm diâmetro de 1,7 mm, 
sendo que a velocidade do ar nessa região cai para 21 cm/s (0,7 km/h). Já nos dutos 
alveolares, com 1,5 mm de comprimento e 0,7 mm de diâmetro, a velocidade é de 0,08 
cm/s (0,003km/h). Essa grande diferença de velocidade nas diferentes regiões altera os 
mecanismos de deposição das partículas que chegam transportadas pelo ar inalado: ação 
gravitacional, inércia e movimento browniano, entre outros. 
 
 
Alvéolos 
Os alvéolos são a última porção da árvore brônquica e os responsáveis pela estrutura 
esponjosa dos pulmões. São pequenas bolsas abertas, de tecido elástico e permeável a 
gases, semelhantes a favos de colmeia, com raio médio de 100 µm. Durante a inalação e 
exalação permanecem sempre cheias de oxigênio, nitrogênio, gás carbônico e vapor de 
água. Fibras musculares envolvem os bronquíolos e os alvéolos dando sustentação ao 
sistema. 
Calcula-se que o número de alvéolos em um adulto saudável atinge cerca de 300 
milhões e a área de troca gasosa, varia de 30 metros quadrados na expiração até 100 
metros quadrados na inspiração. Como o corpo humano não pode armazenar oxigênio, ele 
é trocado instantaneamente com o sangue, e no momento necessário. O corpo humano 
consegue ficar sem comer durante semanas e sem beber por alguns dias, mas, sem 
oxigênio sobrevive apenas por alguns minutos. Daí a razão da grande área alveolar. 
A parede alveolar é uma divisória entre alvéolos adjacentes e nela existe a rede de 
capilares sanguíneos mais rica do organismo, com aproximadamente dois mil quilômetros 
de comprimento. Capilares vizinhos chegam a se tocar, dando à parede alveolar, o aspecto 
de um tecido totalmente recoberto por uma camada finíssima de sangue. As paredes dos 
alvéolos são tão finas (0,2 µm a 0,6 µm), e o diâmetro de muitos capilares tão estreitos, 
(aproximadamente 5 µm) que as hemácias (diâmetro de 6 µm) ao passarem pelos 
capilares, aumentam momentaneamente o diâmetro do capilar, favorecendo então a 
transferência do oxigênio alveolar para a hemácia. A parede entre dois alvéolos vizinhos 
pode conter um ou mais orifícios, denominados “poros de Kohn”, de 10 µm a 15 µm de 
diâmetro, que fazem intercomunicação, permitindo igualar a pressão ou, então, realizando 
uma circulação de ar entre eles, quando uma das entradas estiver obstruída. 
A mistura gasosa, rica em oxigênio, que chega ao espaço alveolar não fica em 
contato direto com a parede do alvéolo, pois sobre ela existe uma camada de água, muito 
fina, sobre a qual existe uma película, quase monomolecular de uma lipoproteína com 
característica de detergente. Esse detergente diminui cerca de 15 vezes a tensão 
superficial da primeira camada de moléculas de água, favorecendo com isso, a penetração 
das moléculas do oxigênio, e facilita também, a expansão dos alvéolos, reduzindo o esforço 
muscular no movimento respiratório. Sem essas lipoproteínas, a película de água líquida 
iria se encolher, adquirindo o formato de gotas, que arrastariam consigo a parede alveolar, 
fechando-os, os pulmões, isto é,expulsando o ar dos alvéolos. Pequenas quantidades 
dessa substância se dissolvem também na camada inferior de água. Essas lipoproteínas 
também migram através das paredes para os vasos linfáticos. 
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
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Os vasos linfáticos acompanham os brônquios e os capilares sanguíneos 
pulmonares. Algumas partículas sólidas como ferro, alumínio e sílica conseguem 
atravessar a parede alveolar, passam para os capilares linfáticos e podem ser encontradas 
armazenadas em nódulos do sistema linfático, funcionando como um verdadeiro arquivo 
morto da vida pregressa quanto aos inalados. 
Na face interna da parede alveolar, existem algumas células móveis, pertencentes 
ao sistema imunológico, denominadas macrófagos, que apresentam, algumas vezes, em 
seu interior, partículas que foram fagocitadas, e que são denominadas “células de poeira”. 
Alguns macrófagos alveolares, quando cheios de material fagocitado, migram pela árvore 
brônquica até a faringe e são deglutidos; outros permanecem no tecido alveolar cheios de 
material fagocitado. Nos capilares sanguíneos que circundam os alvéolos também existem 
células (linfócitos) que, quando necessário, passam para o lado alvéolo e se transformam 
em macrófagos. 
 
Pulmões 
São órgãos essenciais na respiração, um em cada lado do tórax onde se efetua a 
hematose, a oxigenação do sangue. 
O pulmão é uma estrutura altamente porosa formada pelos alvéolos que permanece 
continuamente suspensa na cavidade torácica, envolto por duas camadas de tecido, 
denominado pleura. No espaço entre as duas camadas de pleura existe vácuo permitindo 
que o pulmão deslize dentro da cavidade torácica durante os movimentos respiratórios de 
expansão e contração. Quando a cavidade torácica é aumentada, o vácuo existente entre 
as duas pleuras puxa os pulmões para fora provocando a entrada do ar. 
 
Pleura 
Membrana de dupla camada que envolve cada pulmão. A camada externa (pleura 
parietal) permanece aderida à cavidade torácica e ao diafragma, penetrando inclusive entre 
os lobos pulmonares. A camada interna (pleura visceral) reveste a superfície dos pulmões. 
Entre as duas pleuras há um pequeno espaço (cavidade pleural), sempre em vácuo, 
preenchido por um líquido lubrificante que permite que uma pleura deslize sobre a outra 
durante a respiração. 
 
Neste item ficamos conhecendo que: 
• O sistema respiratório é dividido em três regiões: nasofaríngea, traqueobrônquica 
e alveolar; 
• Quase todos os dutos condutores são revestidos de cílios e camada de muco; 
• Os cílios (figura 1.2) são células cujo movimento vibratório provocam no muco 
um movimento semelhante ao de uma esteira rolante no sentido da zona de 
deglutição; 
• Os alvéolos são cavidades com paredes muito finas, onde existem capilares 
sanguíneos que permitem a troca de oxigênio e gás carbônico; 
• O contato entre os gases e o sangue é feito através de uma rede de capilares 
existente na parede dos alvéolos; 
• Os macrófagos presentes na parede alveolar contribuem para a eliminação de 
partículas aí depositadas; 
• Cada zona ou região do trato respiratório desempenha um papel específico 
(condicionamento, condução e troca gasosa); 
• A área superficial e o número de passagem do ar aumentam extraordinariamente 
na medida em que se aproximam dos alvéolos. 
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
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Quadro 1.1 
1. Descreva a função da primeira região do sistema respiratório e qual o tamanho das 
partículas que ficam retidas nessa região. 
 
 
 
 
2. Explique qual a função das células ciliadas encontradas na traqueia e nos brônquios. 
 
 
 
3. Qual a função da região alveolar e como é constituída? 
 
 
 
 
 
Na primeira região, o ar é aquecido a 37,0°C e recebe vapor de água até ficar quase 
saturado. As partículas grandes são retidas nos pelos nasais. 
A região traqueobrônquica é formada por dutos revestidos de cílios (figura 1.2) que 
desempenham papel importante na remoção de partículas depositadas. Os dutos vão se 
subdividindo cada vez mais formando milhões de dutos: bronquíolos, dutos alveolares, etc. 
 
Nota 1.1 
1. Explique o que acontece com alguns macrófagos após fagocitarem partículas 
estranhas depositadas no alvéolo. 
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
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Alguns macrófagos alveolares, quando cheios de material fagocitado, 
migram para a região dos bronquíolos desprovida de cílios e daí atingem a região 
com cílios/muco da árvore brônquica até a faringe e são deglutidos; outros 
permanecem para sempre no tecido alveolar cheios de material fagocitado. 
2. Responda: onde se localizam os macrófagos? 
Os macrófagos, como células desenvolvidas, estão presentes na superfície 
dos alvéolos. 
 
Os alvéolos são estruturas altamente porosas irrigadas por vasos capilares 
sanguíneos. Nesta região não existem cílios e a limpeza (clearance) das partículas 
depositadas pode ser feita pelos macrófagos que as fagocitam. 
 
1.3. AR ATMOSFÉRICO. CONCEITO DE PRESSÃO PARCIAL (ANEXO 6 DO PPR DA 
FUNDACENTRO - PÁGINA 121 A 125) 
 
1.4. A TROCA DE GASES NOS PULMÕES 
Os alvéolos são revestidos externamente por uma extensa rede capilar de vasos 
sanguíneos. A Figura 1.3 representa apenas um trecho de um vaso capilar ao redor de um 
alvéolo bem como indica o lado ar e o lado sangue. O espaço entre a parede alveolar e o 
vaso capilar é denominado de interstício alveolar. A função dos alvéolos é permitir a 
passagem do oxigênio que está no ar inspirado para a corrente sanguínea, e 
simultaneamente, em sentido inverso, o dióxido de carbono do sangue para o ar contido 
nos alvéolos. Essa passagem simultânea e independente para cada um dos dois gases é 
possível graças a diferença das respectivas pressões parciais entre os dois lados da 
parede alveolar. É o que será discutido a seguir. 
 
 
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
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Figura 1.3. A troca de gases nos pulmões (Os números na figura, sem unidade, 
correspondem às pressões parciais (pp) expressas em milímetros de coluna de mercúrio, 
mmHg) (1mm Hg = 0,133 kPa) 
 
O ar ambiente inspirado nesta explicação é considerado seco, ao nível do mar, e 
formado apenas por oxigênio e nitrogênio: 20,9 % O2 e 79,1% N2, ou em termos de pressão 
parcial: ppO2 = 159 mmHg, e ppN2 = 601 mmHg. Ao passar pelas vias aéreas superiores 
é aquecido até 37ºC e fica saturado de umidade. Como a água que reveste o trato 
respiratório está na temperatura de 37ºC é gerada uma pressão de vapor de água = 47 
mmHg. Este valor é obtido, por exemplo, em manuais de engenharia em tabelas de pressão 
de vapor de líquidos em função da temperatura. Os restantes 713 mmHg (isto é: 760 – 47) 
correspondem ao ar seco, distribuídos na proporção das respectivas porcentagens no ar 
seco: ppO2 = 20,9 x 713 = 149 mmHg e ppN2 =79,1 x 713 = 564 mmHg. Se o leitor desejar 
calcular a composição dos gases, em porcentagem, a partir desses valores das pressões 
parciais, basta usar a definição da pressão parcial apresentada anteriormente. Assim por 
exemplo, o teor de oxigênio nesse ar saturado de vapor de água será %O2= 149 x 100 / 
760 = 19,6. 
Esse ar úmido (O2, N2 e vapor de água), ao descer pela traqueia, devido a 
turbulência mistura- se com o ar rico em dióxido de carbono do ciclo respiratório anterior e 
que permaneceu nos dutos que conduzem o ar do nariz até os alvéolos. Sabe-se que o ar 
do ciclo anterior e que permaneceu nos dutos do trato respiratório tem composição: 14,5% 
de oxigênio, 6,2% de vapor de água, 5,3% de dióxido de carbono, e 74,1 % de nitrogênio, 
ou em termos de pressão parcial: ppO2 = 110 mmHg; ppCO2 = 40 mmHg; ppH2O = 47 
mmHg, e ppN2 = 563 mmHg. 
Como um adulto saudável, emrepouso em cada inspiração enche os pulmões com 
500 ml de ar, sendo 350 ml de ar novo que está entrando pela traqueia e 150 ml de ar do 
ciclo anterior que ficaram nos dutos que conduzem o ar do nariz até os alvéolos, o ar que 
chega nos alvéolos é uma mistura, cuja composição de cada componente pode ser 
calculada pela média ponderada desses dois volumes, resultando: 18,1% de oxigênio, 
6,2% de vapor de água, 1,6% de dióxido de carbono e 74,1 % de N2, ou em termos de 
pressão parcial: ppO2 = 137,6 mmHg, ppCO2 = 12,2 mmHg, ppH2O = 47 mmHg, e ppN2 = 
563,2 mmHg. Por sua vez, do lado sangue, conforme mostra a figura 1.3, tem-se na artéria 
pulmonar que leva o sangue para os alvéolos ppO2 = 40 mm Hg e ppCO2 = 46 mmHg. 
Como se observa nessa figura, para o oxigênio, existe uma diferença de pressão parcial 
(137,6 mmHg – 40 mmHg) entre os dois lados da membrana permeável que separa os 
alvéolos dos capilares pulmonares. Essa força motora, irá provocar a passagem de 
moléculas de oxigênio do alvéolo, lado de pressão mais alta (137,6 mmHg) para o lado de 
pressão mais baixa (40 mmHg), até que as pressões parciais dos dois lados fiquem iguais 
(110 mmHg). Desse momento em diante, como as pressões parciais dos dois lados ficaram 
iguais, o ar do alvéolo não troca mais oxigênio sendo, então, expulso do alvéolo, e o sangue 
dos capilares que envolvem os alvéolos é enviado para o coração, e daí à todo corpo pela 
sua ação de bombeamento, retornando ao coração e pulmão com ppO2 =40 mmHg e 
ppCO2 = 46 mmHg, reiniciando o processo. 
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
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Analogamente para o dióxido de carbono, a passagem é do sangue para o alvéolo, 
devido a força motora inicial de (46 – 12,2) mmHg até que o equilíbrio seja atingido quando 
dos dois lados se tem ppCO2 = 40 mmHg. 
Os valores de equilíbrio: do oxigênio em 110 mmHg e do dióxido de carbono em 40 
mmHg, são atingidos quase instantaneamente. Quando um indivíduo executa algum 
trabalho pesado, ou apresenta problemas respiratórios, a concentração de equilíbrio do 
oxigênio, e, portanto, a pressão parcial no sangue pode ser bem menor que nos alvéolos, 
isto é, não ocorre o equilíbrio descrito anteriormente. 
O nitrogênio no ar que respiramos não tem nenhuma função metabólica, mas como 
diluente inerte tem a função mecânica de manter infladas as cavidades existentes no corpo 
que ficam cheias de ar, como os alvéolos, ouvido médio e cavidades sinoidais (cavidades 
ósseas interligadas com a cavidade nasal cuja finalidade é aquecer e umedecer o ar). Se 
não existisse o nitrogênio, à medida que o oxigênio vai sendo absorvido pelo sangue, as 
cavidades, tenderiam a se contrair e colapsar, provocando dor e possíveis consequências 
sérias. 
 
1.5 O CONTROLE DA RESPIRAÇÃO 
O oxigênio do ar contido nos alvéolos, por difusão através dos outros gases, chega 
à parede alveolar e se dissolve na água que a umedece e a atravessa chegando à corrente 
sanguínea. O oxigênio é levado pelo sangue até as células de todo o corpo: 3% dissolvido 
na água e 97% combinado com o ferro da hemoglobina, que é parte das células vermelhas. 
Cada molécula de hemoglobina pode ligar-se a quatro de oxigênio. Só 20% do dióxido de 
carbono que está no sangue é transportado combinado com a hemoglobina formando a 
carboxi-hemoglobina. 
O dióxido de carbono é retirado das células e transportado pelo sangue até os 
alvéolos: 8% dissolvido no plasma do sangue; 67% combinado com água (CO2 + H2O) 
gerando o ácido carbônico (H2CO3), que é ionizado (HCO3- + H+); 25% do dióxido de 
carbono reage com a hemoglobina, como o oxigênio. O teor dos íons H+ no sangue é crucial 
no controle respiratório, pois o corpo humano é sensível às mudanças da concentração 
dos íons hidrogênio (H+) no sangue: quando aumenta o H+ no fluido cérebro-espinhal, que 
circunda o cérebro, sensores sensíveis a essa mudança, enviam sinais ao centro de 
controle respiratório procurando levar a um novo equilíbrio aumentando a frequência e a 
volume de ar inspirado. 
O dióxido de carbono em grandes quantidades representa um risco para o 
organismo, mas sua completa eliminação seria fatal. A pequena quantidade que 
permanece no sangue é a responsável por processos químicos do corpo, pois mantém a 
acidez correta nos líquidos do corpo e também controla a respiração através do seu efeito 
sobre o centro respiratório do cérebro. 
 
Nestes itens, ficamos conhecendo: 
• Que o ar atmosférico seco é uma mistura de gases, sendo os mais importantes: 
oxigênio (20,93%), nitrogênio (78,1%), outros gases (1%) (Anexo 6 do PPR – 
Fundacentro - Quadro 1 - página 121); 
• O ar ambiente é uma mistura de gases e vapor de água. O ar seco é praticamente 
formado de 21% de Oxigênio, 78% de Nitrogênio e restante gases inertes, que 
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
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geralmente são incorporados, para fins de cálculo, ao nitrogênio resultando: 21% 
de O2 e 79% N2. 
• Que a pressão parcial é uma grandeza importante na troca gasosa e pode ser 
calculada através da porcentagem do componente e da pressão da mistura; 
• A passagem de um componente de uma mistura de gases que está no alvéolo, 
para a corrente sanguínea, depende da diferença da pressão parcial nos dois 
locais (figura 1.3); 
• Que a pressão parcial do oxigênio diminui ao chegar na traqueia devido à 
presença do vapor de água; 
• Que a diferença de pressão parcial no início da troca gasosa (no ciclo respiratório) 
é 97,6 (137,6-40) mmHg e no fim é de zero (110-110) mmHg. 
• Que o modo correto de estudar a deficiência de oxigênio é empregando o 
conceito de pressão parcial e não somente da porcentagem de oxigênio. 
 
Quadro 1.2 
1. Quais os dois gases que estão em maior porcentagem no ar atmosférico seco? 
 
2. Sendo a pressão atmosférica em São Paulo igual a 695 mmHg e a % de oxigênio e 
nitrogênio constantes com altitude igual a 21% e 79% respectivamente, calcular o ppO2 
e ppN2 em São Paulo e ao nível do mar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Indique o valor da soma das pressões parciais em cada local. 
 
 
 
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
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12 
1.6. CONSUMO DE AR 
1.6.1. O CONSUMO DE AR POR ADULTOS 
O quadro 1 apresenta o volume minuto para diferentes atividades conforme a norma 
ISO. Os níveis de esforço vão desde trabalho leve até trabalho muito pesado. Refere-se às 
atividades do dia-a-dia que podem se repetir várias vezes ao dia, durante 5 dias por 
semana. São valores médios para uma jornada, incluindo os tempos de parada. As três 
últimas classes referem-se às atividades em períodos de tempo limitado, que podem se 
repetir durante atividades de resgate, de segurança ou de combate a incêndio. Esses 
valores são a média para somente o período de atividade e incluem o uso de respiradores. 
 
Quadro 1.1. Consumo de ar em diferentes níveis de esforço 
 (ISO 16975.1- PPR - Fundacentro página 92) 
Nível de esforço 
Classificação 
Volume minuto 
(L/min) 
Exemplos de atividades e trabalhos 
Trabalho 
Leve 
20 
Média para a jornada total, incluindo os tempos de parada. 
Sentado confortavelmente: trabalho manual leve (escrever, 
digitar, desenhar, costurar, escrituração contábil); trabalhos 
com as mãos e braços (pequenas ferramentas de bancada, 
inspeção, seleção ou montagem de materiais leves); trabalhos 
com braços e pernas (dirigir veículos em condições normais, 
acionar chaves ou pedais com os pés; em pé com furadeira 
(peças pequenas), ou com retífica manual (peças pequenas); 
enrolar bobinas; operar máquinas de baixa potência). 
Trabalho 
Moderado 
35 
Média para a jornada total, incluindo os tempos de parada. 
Trabalho contínuo com mãos e braços (bater pregos, desbastar, 
limar, lixar); trabalhos com braços e pernas (operação de 
caminhõesfora-de-estrada, tratores ou equipamentos de 
construção); trabalho com braços e tronco (com marteletes 
pneumáticos, montagem de tratores, rebocar paredes, 
movimentação intermitente de materiais moderadamente 
pesados, capinar, colher frutas ou legumes, puxar ou empurrar 
carretas leves ou carrinhos-de-mão, forjar peças, caminhar a 
uma velocidade até 5,5 km/h). 
Trabalho 
Pesado 
50 
Média para a jornada total, incluindo os tempos de parada. 
Trabalho intenso de braços e tronco (carregando materiais 
pesados, trabalho com pá, com marreta, serrar, trabalhos com 
plaina manual ou formão em madeira dura, com cortadores de 
grama manual, cavar, puxar ou empurrar carretas e carrinhos-
de-mão pesadamente carregados, raspar e aparar peças 
fundidas, assentar blocos de concreto). 
Trabalho 
Muito pesado 
 
65 
Média para a jornada total, incluindo tempos de parada. 
Atividade muito intensa a um ritmo acelerado (trabalhos com 
machado; cavar ou trabalhar intensamente com pá; subir 
degraus, rampas ou escadas; caminhar rapidamente com 
pequenos passos; correr; caminhar a uma velocidade superior a 
5,5 km/h). 
Trabalho 
Muito muito 
pesado 
 
85 
Trabalho contínuo de até 2 horas sem interrupção. 
Trabalho de resgate com equipamentos pesados e/ou 
equipamentos de proteção individual; escape de minas ou 
túneis; indivíduos em boa condição física exercendo 50 – 60% de 
sua capacidade aeróbica máxima; caminhar rápido ou correr 
com equipamentos de proteção individual e/ou ferramentas ou 
materiais; caminhar a 5 km/h em rampa com 10% de elevação. 
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
13 
Trabalho 
Extremamente 
Pesado 
105 
Trabalho contínuo de até 15 minutos sem interrupção. 
Trabalho de combate a incêndio e resgate de alta intensidade; 
indivíduos em boas condições físicas e bem treinados exercendo 
70 – 80% de sua capacidade aeróbica máxima; inspeção em 
espaços contaminados; rastejar e escalar obstáculos; remover 
escombros/entulhos; carregar mangueira; caminhar a 5 km/h 
em rampa com 15% de elevação. 
 
 
Trabalho 
Máximo 
 
 
135 
Trabalho contínuo de até de 5 minutos sem interrupção. 
Trabalho de resgate e combate a incêndio na intensidade 
máxima; indivíduos em boas condições físicas e bem treinados 
exercendo 80 – 90% de sua capacidade máxima de trabalho 
físico; subir degraus e escadas em alta velocidade; remover e 
transportar vítimas; caminhar a 5 km/h em rampa com 20% de 
elevação. 
 
1.6.2. CONSUMO DE AR POR USUÁRIO DE RESPIRADOR 
O valor do parâmetro volume minuto é muito útil para o profissional que necessita 
prever o consumo de ar por usuários de respiradores do tipo de adução de ar, como é 
mostrado a seguir. 
Observe o leitor que, quando a respiração é normal, o ar que entra em um minuto no 
sistema respiratório, o faz em pequenas porções de 500mL, somente durante a inspiração 
e repetidas 12 vezes, resultando um volume total de 6 litros. Como o tempo de inspiração 
é praticamente a metade do ciclo respiratório, os 6 L entram no pulmão em apenas meio 
minuto. 
Outro fato que se deve levar em conta, é que os 500 ml de ar não entram 
continuamente com vazão constante de 100 ml/s (ou seja 6L/min). A vazão de ar 
(quantidade de ar expressa em L/min) no início da inspiração é zero, cresce até um valor 
máximo, aproximadamente três vezes o valor do volume minuto, isto é 18 L/min, e depois 
volta a decrescer até zero. Isto significa que, se o trabalhador estiver utilizando um 
respirador no qual o ar chegue através de uma válvula operando no modo contínuo e num 
valor constante, ele deverá receber, durante a inspiração normal, ar em quantidade 
suficiente, também nesse momento de pico, isto é, a vazão deve ser igual a três vezes o 
valor do volume minuto. Como a inspiração representa apenas a metade do ciclo 
respiratório, o ar a ser fornecido deve ser multiplicado por dois. 
Resumindo, o usuário deverá receber 6x3x2=36 L/min. Se receber menos que isso, 
irá sentir “falta de ar” durante a maior parte do tempo de uso do respirador. Como o volume 
minuto e a frequência respiratória aumentam com o nível de esforço, as normas de 
respiradores de adução de ar especificam para os que operam no modo fluxo continuo 
recebam no mínimo, 120 L/min se a cobertura das vias respiratórias for com vedação facial 
(peça semifacial e facial inteira) e 170 L/min se for sem vedação facial (capuz, por 
exemplo). No caso analisado, é evidente que estará chegando ao respirador ar em excesso 
de ar em relação ao que ele vai inspirar. É um desperdício! Se, porém, o trabalho for muito 
pesado, o consumo de ar pelo usuário (respirador, operando em fluxo continuo), no pico 
de inalação, seria de 65x3x2 = 390 L/min. Como a norma exige 120 L/min o usuário sentirá 
falta de ar e deverá reajustar a válvula de fluxo de ar; 
Se o respirador, porém, possuir uma válvula de demanda, que libera o ar, somente, 
quando e em quantidade solicitada pela respiração do usuário, o consumo de ar seria de 
apenas o necessário, isto é, 6L/min. Essas válvulas são projetadas para suprirem até 300 
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
14 
L/min, e no exemplo discutido, se o trabalho for muito pesado, a consumo seria de apenas 
65 L/min. 
(*) O leitor deve ficar atento à diferença conceitual entre volume minuto e vazão. A 
vazão de um gás indica a quantidade do gás, expressa em volume, que escoa na unidade 
de tempo/tempo. Por exemplo, litros/min, cm3/min. Dizer que a vazão de ar em um 
respirador deve ser de no mínimo 120 L/min significa que em cada minuto ele deve receber 
120 litros de ar de modo contínuo. O volume minuto utiliza a mesma unidade L/min, mas 
tem significado diferente. 
 
1.7. A INTERAÇÃO ENTRE OS DIVERSOS SISTEMAS DO CORPO: O METABOLISMO 
 
No esquema bastante simplificado da Figura 1.4, denominado metabolismo, podem-
se observar o uso do oxigênio pelo corpo e a integração entre alguns sistemas do corpo 
humano. 
De maneira muito simplificada, pode-se dizer que o corpo humano é formado por um 
arranjo ordenado de bilhões de minúsculas fornalhas, denominadas células: o corpo recebe 
alimento no trato digestivo e o transforma em combustível na forma de compostos contendo 
carbono, hidrogênio e oxigênio (CHO), como, por exemplo, a glicose (C6H12O6). Esse 
combustível, é transportado até as células pela corrente sanguínea. O oxigênio necessário 
para queimar o combustível é oferecido pelo ambiente e, através dos alvéolos, 
transportado pelo sangue, chega às células. Nas células, a glicose combina com o oxigênio 
e produz dióxido de carbono, água e energia: 
CHO + oxigênio (O2) = CO2 + H2O + energia 
 
 
 
Figura 1.4. Esquema do processo metabólico 
 
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
15 
A energia gerada é usada para a ação muscular, como realização de trabalhos; 
manter a temperatura do corpo; e a manutenção do funcionamento dos diversos sistemas 
do corpo humano. A energia correspondente ao trabalho mecânico para funcionamento 
dos órgãos é muito menor que àquela para aquecer o corpo. O dióxido de carbono é 
eliminado através dos alvéolos e a água, contendo resíduos dissolvidos do processo 
metabólico, pelos rins. 
Se o indivíduo apresenta problemas respiratórios como os provocados pela 
deposição de partículas nos alvéolos, conhecidos como pneumoconiose, e dependendo do 
grau de dano dos tecidos alveolares, a troca gasosa pode ser altamente prejudicada; com 
isso, a quantidade de oxigênio que chega às células é tão pequena que a energia gerada 
pode não ser suficiente para a realização de movimentos, como andar. Para suprir essa 
falta de oxigênio, o organismo tenta se adaptar aumentando a frequência respiratória e o 
número de batimentos cardíacos, com vistas a compensar a deficiência de oxigênioem 
nível celular, de tal modo que acabam provocando danos no sistema cardiovascular. 
A energia necessária para realizar cada atividade muda com o nível de esforço, esses 
dados podem ser observados no Anexo 3 da NR 15 - Quadro 3 (“Taxas de metabolismo 
por tipo de atividade”). 
 
1.8 OUTRAS FUNÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
Certas porções do sistema respiratório também têm outras funções aproveitando o 
movimento do ar: a mucosa olfativa na cavidade nasal funciona como receptora de 
sensações olfativas e a laringe, na fonação. As cordas vocais são parte da laringe e são 
responsáveis pela produção do som. 
Na cavidade nasal e na membrana que recobre o septo nasal encontram-se as 
células responsáveis pela geração de impulsos nervosos, que, quando há contato com 
moléculas de contaminantes, permitem a detecção de odores. Essa capacidade de 
detecção varia muito entre indivíduos e devido ao fenômeno conhecido como fadiga olfativa 
ela pode diminuir com o tempo elevando o limite de detecção de odor. Deve-se ter presente 
que o limiar de odor de uma substância não tem correlação com a sua toxidez. 
 
Nestes itens ficamos conhecendo que: 
• O oxigênio é utilizado pelas células para gerar energia; 
• O CO2 presente no ar expirado provém da reação do oxigênio com um açúcar 
(glicose) dentro das células; 
• O oxigênio do ar inspirado e o alimento ingerido (transformado em açúcar) 
chegando às células são transformados em CO2, água e energia (figura 1.4). 
 
1.9 LIMITES DE EXPOSIÇÃO 
1.9.1 DEFINIÇÕES DOS LIMITES DE EXPOSIÇÃO (LIVRETO DA ACGIH/ABHO 
INTRODUÇÃO) 
Estas definições já são conhecidas dos alunos, mas como a seleção dos respiradores 
é feita, entre outros parâmetros, comparando a concentração de exposição do trabalhador 
a um agente químico com o seu limite de exposição, é fundamental que você conheça as 
diversas definições dos limites de exposição, bem como suas limitações. Conheça, no 
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
16 
mínimo, as definições do Limite de exposição (NR15), TLV’s e da concentração IPVS. Deve 
ficar clara a diferença entre IPVS, TLV-C e TLV-STEL. Resolva o exercício proposto no 
exercício 1.1. 
 
Exercício 1.1 
Procure no Programa de Proteção Respiratória da Fundacentro (Anexo 1, Item 3) 
o nome da publicação do NIOSH onde devem ser procurados os valores da 
concentração IPVS (sob o título IDLH). Procure o valor IPVS no site 
www.cdc.gov/niosh/npg os valores para amônia (ammonium) e cloro (clorine). 
 
 
1.9.2. COMENTÁRIOS SOBRE OS LIMITES DE EXPOSIÇÃO 
É uma revisão útil de conceitos de Higiene Ocupacional. Esses comentários devem 
ser lidos atentamente e para serem bem compreendidos é conveniente consultar a citada 
publicação da ACGIH e traduzida pela ABHO, e localizar substâncias acompanhadas pelas 
palavras “pele”, “sensibilizante”, etc. 
 
1.9.3. CÁLCULO DO LIMITE DE TOLERÂNCIA SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA 
Observe que conforme o Anexo 12 da NR-15 Limites de tolerância para poeiras 
minerais, onde o limite de tolerância para poeira respirável contendo Sílica Livre 
Cristalizada (quartzo = SiO2) – expresso em mg/m3 é dado pela seguinte fórmula: 
 
LT = 
8
%𝑆𝑖𝑂2+2
=mg/m³ 
 
1.9.4. MISTURAS DE AGENTES QUÍMICOS 
No Capítulo 5 do Programa de Proteção Respiratória – Procedimento para seleção 
dos respiradores item (f) (página 33), lê-se “Se mais de uma substância estiver presente, 
avaliar os efeitos aditivos ou sinérgicos de exposição em vez de considerar o efeito isolado 
de cada substância”. 
É obrigatória a leitura e perfeita compreensão do Anexo E “Limites de Exposição 
(TLV’s) para misturas” da última edição da publicação “TLV’s e BEI’s da ACGIH”. 
http://www.cdc.gov/niosh/npg
 
Capítulo 1. Fisiologia Respiratória e Agentes Químicos 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
17 
1.10. TESTES 
1. A ppO2 de uma mistura gasosa com 18% de O2 em uma pressão de 700mmHg é: 
a) 252 mmHg. 
b) 420 mmHg. 
c) 159 mmHg. 
d) 126 mmHg. 
e) 110 mmHg. 
 
2. Os cílios recobrem: 
a) Os dutos alveolares. 
b) A região traqueobrônquica. 
c) A região alveolar. 
d) Somente a região de troca gasosa. 
e) Os bronquíolos respiratórios. 
 
3. A energia gerada nas células provém: 
a) Do movimento dos membros superiores e inferiores. 
b) Do ar inalado. 
c) Da reação do oxigênio com açúcar. 
d) Do calor externo. 
e) Do sistema circulatório. 
 
4. Entre a traqueia e os alvéolos quantas bifurcações existem 
a) 16. 
b) 10. 
c) 23. 
d) 12. 
e) 2. 
 
5. O principal mecanismo de limpeza da árvore brônquica é: 
a) Tosse. 
b) Macrófagos. 
c) Transporte mucociliar. 
d) Sistema imunológico. 
e) Reação em nível celular. 
 
 
 
Capítulo 2. Riscos Respiratórios 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
18 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2. RISCOS RESPIRATÓRIOS 
 
 
OBJETIVOS DO ESTUDO 
 
Conhecer os danos à saúde ou à vida do trabalhador, devidos aos riscos respiratórios 
que podem resultar da sua permanência em ambiente com deficiência de oxigênio ou que 
apresentem agentes químicos como contaminantes do ar atmosférico ambiente. 
 
Nesse capítulo será abordado o que é deficiência de oxigênio em nível fisiológico, 
suas consequências para organismo humano e como um ambiente pode tornar-se 
deficiente de oxigênio. As medidas de proteção respiratória que devem ser adotadas para 
evitar a inalação de ar deficiente de oxigênio serão estudadas na aula que tratará de 
seleção de respiradores. 
 
Capítulo 2. Riscos Respiratórios 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
19 
2.1. INTRODUÇÃO – SOMENTE LEITURA 
Ler PPR DA FUNDACENTRO: 
• Capítulo 4, páginas 24 a 30; 
• Capítulo 5, item 5.2, páginas 38 a 42; 
• Anexo 1 – páginas 71 a 78; 
• Anexo 3 – páginas 84 a 90. 
Com essa leitura, você ficará conhecendo algumas definições importantes: atmosfera 
normal, atmosfera IPVS e não IPVS, e espaço confinado. É importante que você entenda 
a Figura 1 pág. 84; “Classificação dos Riscos Respiratórios”, a qual resume todos os riscos 
respiratórios a que um trabalhador pode eventualmente ficar exposto no desempenho de 
suas atividades. 
 
Quadro 2.1. Transcrever do texto as seguintes definições: 
Atmosfera Perigosa = 
 
 
Atmosfera IPVS) = 
 
 
 
 
Espaço confinado = 
 
 
 
 
2.2. DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO 
Neste item ficamos conhecendo que: 
• A deficiência de oxigênio não apresenta sinais de alerta e frequentemente é 
fatal. 
• É comum na indústria e na agricultura (silos); Ambientes com teor de oxigênio 
entre 21% e 18% A deficiência de oxigênio pode ser IPVS ou não IPVS; 
• A NR 6 e NR 15 consideram um ambiente deficiente de oxigênio quando sua 
porcentagem está abaixo de 18; 
 
Capítulo 2. Riscos Respiratórios 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
20 
• Os efeitos da deficiência de oxigênio em humanos variam muito com o teor de 
oxigênio como se pode ler no PPR – Fundacentro – Anexo 6 - pagina 121 a 
125. 
• A asfixia está relacionada com a ppO2 e não somente com a porcentagem de 
oxigênio no ambiente; 
• Um ambiente, dependendo da altitude e da aclimatação do indivíduo, mesmo 
com 21% de oxigênio, poderá ser considerado como deficiente de oxigênio e 
fatal para humanos; 
• A porcentagem de oxigênio no ar ambiente não varia com a altitude. 
 
Para verificar que você está entendendo o assunto, responda as perguntas da Nota 
2.1 e resolva o exercício da Nota 2.2. 
Importante: Leia no livreto de TLV’s e BEI’s da ACGIH edição 2021 o APÊNDICE F 
sobre “conteúdo mínimo de oxigênio”. 
 
Nota 2.1 
1. Considerando o que foi discutido na Aula 1 sendo a ppO2 no fim do ciclo 
respiratório 110 mmHg, verificar no PPR FUNDACENTRO ANEXO 6, Figura 1 e Tabela 
1, pagina 124 e 125 o valor da porcentagem saturação da hemoglobina é igual: 96% 
2. Na situação IPVS, no fim do ciclo respiratório, a ppO2 sendo 48 mmHg, (pág. 
124 e125) a saturação da hemoglobina é igual: 83% 
Compare os dois valores da % de saturação obtidos nas duas perguntas anteriores 
e observe como o organismo humano é sensível a pequenas variações da porcentagem 
de saturação. 
Basta a saturação cair de 96% para 80%, valores relativamente altos, para 
que os sintomas passem de nenhum para danos graves ou morte. 
 
 
Nota 2.2 
Calcular o teor de oxigênio em um ambiente ao nível do mar que provoca, em um 
trabalhador não aclimatizado, os mesmos efeitos que o provocado pela inspiração de ar 
com 21% de oxigênio, na altitude de 3030m. Compare o resultado obtido com o 
apresentado na Tabela.1 – página 125: 
 
Capítulo 2. Riscos Respiratórios 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
21 
 110 mmHg =
x × 760
100
⟹ x = 14,5% 
A tabela 1 indica que na ppO2 de 110 mmHg, a porcentagem de oxigênio é 
14%. 
 
2.2.1. CAUSAS DA DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO 
Neste item ficamos sabendo que: 
• Um ambiente pode tornar-se deficiente de oxigênio devido ao consumo do 
oxigênio do ar ambiente, à diluição por gases ou vapores, e também devido à 
adsorção; 
• Acidentes fatais provocados por deficiência de oxigênio podem acontecer quando 
menos se espera; 
• Certos agentes químicos (monóxido de carbono, ácido cianídrico) inalados 
podem provocar asfixia ao impedirem que o oxigênio chegue às células do 
organismo. 
 
2.3. RISCOS RESPIRATÓRIOS - AGENTES QUÍMICOS 
2.3.1. INTRODUÇÃO 
Os vários riscos ambientais que podem causar nos trabalhadores doenças 
ocupacionais ou significativo desconforto podem ser devidos aos agentes químicos, físicos, 
biológicos ou ergonômicos. 
Os agentes químicos atuam devido à presença de substâncias, compostos ou 
produtos em concentrações relativamente elevadas, na forma de particulados sólidos ou 
líquidos, gases e vapores. 
Os agentes biológicos são capazes de causar doenças em humanos em razão da 
presença de qualquer organismo vivo, como insetos, fungos, bactérias, parasitas, 
protozoários, vírus, entre outros. Muitas vezes, aparece como contaminante de resíduos 
vegetais, como no bagaço da cana. Muitas vezes aparecem simultaneamente com os 
agentes químicos. 
É de fundamental importância, conhecer os produtos químicos utilizados na empresa. 
As informações desejadas podem ser obtidas na Ficha de Informação e Segurança de 
Produto Químico (FISPQ), pelo fabricante, fornecedor, ou importador, e, de modo mais 
completo, através do Material Safety Data Sheet (MSDS), que contém o resumo das 
informações a respeito dos efeitos sobre a saúde, segurança e toxicologia. Deve-se levar 
em conta que alguns produtos industriais podem ser relativamente inertes nas condições 
ambientais, mas, quando aquecidos durante o processamento, podem se decompor e 
liberar substâncias altamente tóxicas. Daí a importância de se conhecer também os 
produtos gerados nessas circunstâncias. Considerar, por exemplo, que a presença de 
gases biologicamente inertes, mas, em alta concentração no ar, como o nitrogênio, podem 
produzir situações fatais devido à deficiência de oxigênio. 
Uma vez estudado o primeiro dos riscos respiratórios, a seguir serão estudados os 
riscos devidos à inalação de agentes químicos. Alguns dos temas abordados nesse item 
 
Capítulo 2. Riscos Respiratórios 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
22 
podem ter sido estudados em outras disciplinas do curso e o conteúdo aqui apresentado é 
uma revisão. 
 
Recomenda-se também as leituras: PPR – Fundacentro (Página 24 a 30 e anexos 1 
e 3) e ACGIH (anexos A; B; C e D) 
 
2.3.2. CONTAMINANTES PARTICULADOS 
Neste item ficamos conhecendo: 
• O significado dos termos aerossol e aerodispersóide; 
• O significado do termo diâmetro aerodinâmico de uma partícula O significado 
correto dos termos: poeira, névoa, fumos, neblina e fumaça; 
• Que o tamanho das partículas que constituem os aerossóis varia numa faixa 
razoável de tamanho; 
• Que os líquidos sempre emitem vapores e que, em uma névoa de um agente 
químico, sempre se deve considerar a presença das partículas líquidas e do vapor 
do liquido. 
 
Os contaminantes particulados podem ser classificados de acordo com o seu estado 
físico e propriedades ou de acordo com as reações que o organismo humano apresenta 
quando esses materiais são inalados. Inicialmente, será apresentada a classificação de 
acordo com o estado físico e, posteriormente, de acordo com as reações do organismo. 
Uma suspensão de partículas no ar recebe o nome genérico de aerossol, ou 
aerodispersóide. No aerossol, a fase contínua ou meio de dispersão é o ar, e a fase 
descontínua ou dispersa são as partículas. De acordo com o seu estado físico e 
propriedades, os contaminantes particulados podem apresentar-se como poeiras, névoas, 
fumos, neblinas, fumaça e radionuclídeos. As partículas podem ser sólidas ou líquidas. 
Como a forma das partículas sólidas em geral é irregular, é comum caracterizar seu 
tamanho sob o título “diâmetro aerodinâmico”, que representa a dimensão de uma partícula 
imaginária de formato esférico com densidade unitária e que tem o mesmo comportamento 
aerodinâmico, isto é, velocidade de deposição da partícula real, que tem formato e 
densidade próprios. O diâmetro aerodinâmico de uma partícula difere da sua dimensão 
efetiva, assim, por exemplo, a velocidade de sedimentação de uma partícula esférica de 
um sólido com densidade 4 g/cm3, com 5 µm de diâmetro é 0,22 cm/s. O diâmetro da 
partícula esférica com densidade de 1g/cm3, que se sedimenta com a velocidade de 0,22 
cm/s é a partícula com diâmetro de 8,6 µm. Portanto, o diâmetro aerodinâmico da partícula 
original é 8,6 µm. 
A concentração dos aerossóis é expressa geralmente em mg/m3. No caso do 
asbesto, é usual a unidade fibras/cm3. Os aerossóis são constituídos por partículas com 
diâmetro aerodinâmico na faixa de 0,01 µm a 100 µm. 
Certas palavras utilizadas em higiene ocupacional têm significado preciso, como 
poeira, névoa, fumos, gás e vapor. Devem ser compreendidas e utilizadas corretamente 
para poder, por exemplo, aplicar os critérios de seleção de filtros químicos e para 
particulados contidos no Programa de Proteção Respiratória, bem como para preparar 
procedimentos de segurança, compra de equipamentos, avaliações de exposição, etc. 
 
 
Capítulo 2. Riscos Respiratórios 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
23 
Na figura 2.1 a seguir, localize e confira o tamanho de alguns aerossóis, como 
névoas, poeiras, fumos, esporos, bactérias, vírus. Observe a posição relativa da faixa de 
variação do diâmetro desses aerossóis. 
 
 
 
Figura 2.1. Tamanho das partículas de diversos aerossóis (Traduzido de Leidel, N at alli) 
 
O risco respiratório presente: 
• No lixamento de uma parede de concreto aparente é poeira de cimento. 
• No corte com disco diamantado à úmido de placas de ardósia é principalmente 
névoa de água com partículas sólidas de ardósia no seu interior. 
• No corte com disco diamantado à seco de placas de ardósia é principalmente 
poeira de ardósia. 
• No borbulhamento de ar numa lagoa de tratamento de resíduos líquidos aquosos 
é a névoa do líquido presente na lagoa ou da suspensão (liquido + sólidos) em 
suspensão na lagoa. 
• Em um procedimento de solda elétrica de dois metais são os fumos metálicos e 
gases, como o NOx. 
• Na queima de resíduos sólidos em uma fogueira é a fumaça. 
• Em uma névoa de álcool etílico é a névoa (gotículas de álcool) + vapor de 
álcool. 
 
Capítulo 2. Riscos Respiratórios 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
24 
• Em uma névoa de tinta à base de cromato de chumbo e com solvente orgânico 
estão presentes gotículas do solvente, partículas de cromato de chumbo no 
interior das gotículas e vapor do solvente. 
• Durante o acionamento de uma válvula Hydra em um vazo sanitário recém 
utilizado forma-se névoa contendo os sólidos e os líquidos que se encontram 
no vaso(risco químico e biológico). 
 
2.3.3. CONTAMINANTES PARTICULADOS: CLASSES E EFEITOS SOBRE O 
ORGANISMO 
A deposição das partículas no trato respiratório é função do seu diâmetro 
aerodinâmico e os principais mecanismos que contribuem para essa deposição são a 
inércia, a sedimentação, a interceptação direta e o movimento browniano (difusão). 
Convém observar que estes mecanismos também atuam na retenção de partículas pelas 
fibras de um filtro para particulados e que serão discutidos posteriormente. 
Para haver penetração de partículas nos pulmões, é necessário que seu diâmetro 
esteja na faixa de tamanhos que constitui a fração respirável, isto é, com diâmetro 
aerodinâmico inferior a 10 µm. A composição química da fração respirável de um aerossol 
nem sempre é igual àquela do material bruto que o gerou. A deposição das partículas varia 
com as condições fisiológicas da respiração do indivíduo e com a região do trato 
respiratório. 
 
2.3.4. PARTICULADOS INALÁVEIS, TORÁCICOS E RESPIRÁVEIS 
Em vez de classificar os particulados em inaláveis e respiráveis, o Comitê de TLVs 
da ACGIH, considerando a região de deposição no trato respiratório e o tamanho das 
partículas expresso em termos do diâmetro aerodinâmico, divide os particulados 
suspensos no ar em três classes, inaláveis, torácicos e respiráveis. Este critério considera 
que “o risco potencial depende do tamanho da partícula, bem como da concentração em 
massa devido: 1) aos efeitos do tamanho da partícula no local de deposição no interior do 
aparelho respiratório e, 2) à tendência das várias doenças ocupacionais estarem 
associadas com o material depositado em regiões específicas do aparelho respiratório. ” 
 
Os TLVs por seleção de tamanho das partículas são expressos em três formas: 
• (MPI — TLV) TLV para Massa de Particulado Inalável. Para aqueles materiais 
que oferecem risco quando depositados em qualquer parte do trato respiratório. São 
partículas com diâmetro de corte para 50% da massa das partículas igual a 100 µm. 
• (MPT — TLV) TLV para Massa de Particulado de Penetração Torácica. Para 
aqueles materiais que oferecem risco quando depositados em qualquer lugar no interior 
das vias aéreas dos pulmões e da região de troca de gases. São partículas com diâmetro 
de corte para 50% da massa das partículas igual a 10 µm. 
• (MPR — TLV) TLV para Massa de Particulado Respirável. Para aqueles materiais 
que oferecem risco quando depositados na região de troca de gases. São partículas com 
diâmetro de corte para 50% da massa das partículas igual a 4 µm. 
 
Assim, sabemos o significado das expressões: fração de partículas inaláveis, 
respiráveis e torácicas. Verificamos também no Anexo C do livreto de TLVs da ACGIH 
 
Capítulo 2. Riscos Respiratórios 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
25 
2021 que os valores 100 µm, 10 µm e 4 µm correspondem ao valor da fração coletada pelo 
instrumento de 50%. 
 
2.3.5. CONTAMINANTES PARTICULADOS: EFEITOS SOBRE O ORGANISMO 
Dependendo da natureza das partículas, da sua toxidade e da atuação dos 
mecanismos de defesa (transporte mucociliar e ação dos macrófagos alveolares), os 
efeitos sobre o organismo são diversos e incluem doenças pulmonares, efeitos sistêmicos, 
câncer, irritação, mutação e alterações genéticas. 
 
Doenças pulmonares 
As partículas inaladas podem se depositar no trato respiratório e provocar reações 
no próprio local, que vão desde uma irritação aguda das vias aéreas até uma reação 
pulmonar por hipersensibilidade, dependendo da atividade biológica da substância 
invasora e dos seus contaminantes. As partículas menores que 5 µm atingem os alvéolos 
facilmente e causam alguns efeitos, sendo que o mais simples é a deposição sobre o tecido 
alveolar sem provocar danos. As doenças pulmonares causadas pelos particulados 
incluem a fibrose, a bronquite (produção excessiva de muco), a asma (constrição dos dutos 
bronquiais) e o câncer. 
As respostas à inalação de poeiras inorgânicas dependem da natureza, dose e 
tempo de exposição a elas, e podem ser modificadas por fatores imunológicos, pela 
presença simultânea de outros tipos de poeiras e pela pré-existência de outras doenças 
pulmonares. 
A pneumoconiose significa acúmulo de partículas nos pulmões e as consequentes 
reações do tecido pulmonar. Na exposição a poeiras formadas por fibras de asbesto, sua 
dimensão é fator determinante: a maioria das fibras com comprimento menor que 3 µm 
deposita-se nos dutos alveolares e nos bronquíolos respiratórios e é envolvida pelos 
macrófagos. Muitas dessas fibras podem ser transportadas para o interstício entre a parede 
alveolar e os capilares sanguíneos, bem como para o sistema linfático. No caso da 
exposição a partículas de sílica cristalina, entre 2 µm e 4 µm, os macrófagos tentam 
fagocitá-las, mas a liberação de enzimas acaba provocando sua morte e deixam o cristal 
de quartzo livre com essas enzimas. Esse processo se repete muitas vezes acabando por 
danificar os tecidos alveolares que perdem a elasticidade e a permeabilidade ao oxigênio 
e ao dióxido de carbono. A área de troca gasosa vai diminuindo gradativamente, uma vez 
que o efeito da doença é evolutivo. A silicose crônica acaba resultando em efeitos 
cardiopulmonares fatais. Em algumas exposições agudas a aerossóis de quartzo, ocorre a 
proteinase alveolar, que é uma variante da inflamação do interstício e provavelmente deve-
se à produção e à eliminação excessiva de proteínas e lipídios que molham a superfície 
alveolar, como consequência da inalação de grandes quantidades de sílica cristalina e 
outras partículas inorgânicas. As partículas de sílica não cristalizada são muito mais 
toleradas pelo organismo. 
Muitos agentes orgânicos, na forma de partículas respiráveis, podem provocar 
doenças por sensibilização, isto é, levar a uma resposta nociva após subsequente 
exposição ao alérgeno. Para ocorrer uma reação alérgica, o agente químico combina-se 
com proteínas do organismo formando um complexo denominado antígeno. O antígeno, 
ao ser absorvido ou liberado pelo organismo humano, leva à produção de anticorpos que 
demoram alguns dias para serem detectados, e uma exposição posterior ao alérgeno 
 
Capítulo 2. Riscos Respiratórios 
 
 
eHO –103 Agentes Químicos I, 1o ciclo de 2021. 
26 
produz os sintomas alérgicos. São sintomas mais comuns: dermatite, urticária, conjuntivite, 
inchaço das membranas, espirro, dificuldade de respirar e diminuição da ventilação pela 
produção excessiva de muco (bronquite) ou a formação de anticorpos que levam a 
constrição dos dutos bronquiais (asma), e em alguns casos, morte resultante de choque 
anafilático. A asma e a bronquite provocam sobrecarga ao lado direito do coração, que 
procura bombear mais sangue para os pulmões, na tentativa de manter o suprimento 
adequado de oxigênio. Este esforço adicional pode causar dano permanente ao coração. 
São exemplos, o pólen de flores e cogumelos, especiarias, pelos de animais, penas de 
pássaros, resinas epóxi, tabaco, fibras vegetais como o algodão e juta. A inalação de 
poeiras orgânicas com sensibilização dos tecidos pulmonares ou dos brônquios provoca a 
bissinose (algodão), bagaçose (devido ao fungo presente no bagaço da cana-de-açúcar). 
Também causam asma ocupacional as enzimas proteolíticas, utilizadas na fabricação de 
detergentes. 
Há indivíduos que podem apresentar uma reatividade excessiva a um alérgeno, isto 
é, uma extrema sensibilidade a doses baixas, e alguns apresentam uma reação 
extremamente baixa a altas doses. Exemplos de sensibilizantes: óleos de corte, pólen, 
fibras vegetais como o algodão, bagaço de cana seco, isocianatos como o TDI e dióxido 
de enxofre. 
Além dos danos pulmonares na área de troca gasosa, numerosas substâncias (fibra 
de vidro, poeiras minerais, metálicas, fumos de plásticos e borracha) podem provocar 
infecções no trato respiratório superior pela ação física e química direta

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