Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SUMÁRIO 1. Introdução .................................................................... 3 2. Anatomia e fisiologia das vias aéreas................ 3 3. Trauma – avaliação inicial das vias aéreas ....... 7 4. Via aérea avançada ................................................. 9 5. Intubação orotraqueal (IOT) .................................13 6. Via áerea difícil ..........................................................21 Referências bibliográficas ........................................24 3VIAS AÉREAS 1. INTRODUÇÃO As vias aéreas são responsáveis pela aquisição e eliminação dos gases do organismo. Ou seja, promove a ab- sorção do oxigênio e a eliminação do gás carbônico produzido nos proces- sos celulares. O oxigênio é necessá- rio para a respiração celular aeróbica e, por isso, sua falta em órgãos vitais pode levar rapidamente o paciente a óbito. Dessa forma, garantir que a via aérea esteja pérvia e com ventilação adequada, prevenindo hipercapnia, é uma das prioridades do atendimento médico. RELEMBRANDO: Hipercapnia é o au- mento da concentração de gás carbô- nico no sangue, que pode levar a uma diminuição no pH sanguíneo e desenca- dear uma acidose respiratória. 2. ANATOMIA E FISIOLOGIA DAS VIAS AÉREAS Como já mencionado, as vias aéreas são responsáveis pelo transporte do ar até os pulmões, onde ocorrem as trocas gasosas que irão oxigenar o sangue e retirar o gás carbônico cir- culante. Além disso, o sistema respi- ratório também participa da fonação (articulação da fala) e da percepção olfatória. As vias aéreas podem ser anatomica- mente divididas em vias aéreas supe- riores e vias aéreas inferiores. As vias aéreas superiores têm localização ex- tratorácica e são constituídas pelas cavidades nasais, faringe e laringe. Já as vias aéreas inferiores têm localiza- ção intratorácica, compostas pela tra- queia, brônquios, bronquíolos e alvé- olos, que são as estruturas funcionais do pulmão. Figura 1. Vias Aéreas Superiores e Inferiores. Fonte: https://bit.ly/2yRJTzS Fisiologicamente, as vias aéreas po- dem ser divididas em porção con- dutora e porção respiratória, ou seja, porção por onde o ar é conduzido e porção onde realmente ocorrem as trocas gasosas. Durante seu trans- porte até o pulmão, o ar é aquecido e 4VIAS AÉREAS purificado pelas estruturas presentes no epitélio respiratório, além da pró- pria constituição anatômica do trato respiratório, que força o ar a “fazer voltas” antes de chegar até o pulmão, aquecendo e esfriando esse ar até a alcançar a temperatura ideal. RELEMBRANDO: o epitélio respiratório é constituído por epitélio ciliado pseu- doestratificado colunar, contendo mui- tas células caliciformes, que produzem o muco responsável por reter as partículas carregadas pelo ar. As células colunares são conhecidas como células em esco- va, devido aos seus numerosos micro- vilos, que também são importantes na retenção de partículas e expulsão do muco contendo essas partículas. As cavidades nasais são a porta de entrada do sistema respiratório e possuem em suas superfícies as vi- brissas pelos que filtram o ar até a faringe. As conchas nasais, que for- mam a parede das cavidades nasais, são estruturas que oferecem grande área de superfície para troca de ca- lor, ou seja, participam do processo de aquecimento e umidificação do ar inspirado. A faringe conduz o ar até a laringe, fa- zendo parte da porção condutora do sistema respiratório, e leva o alimento ao esôfago com o auxílio da epiglo- te, fazendo parte também do siste- ma digestório. Com isso, a faringe é dividida em nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. Essa estrutura possui bastante tecido linfoide, sendo im- portante no processo de purificação do ar. A laringe é formada por cartilagens unidas por membranas e ligamentos que contêm as pregas vocais, res- ponsáveis pela fonação. Além disso, une-se à parte inferior da faringe pelo ádito da laringe, formando a laringo- faringe e ligando a faringe à traqueia. A principal função da laringe é pro- teger as vias respiratórias, principal- mente durante a deglutição, servindo de esfíncter das vias aéreas inferiores com o intuito de mantê-las pérvias. 5VIAS AÉREAS Figura 2. Vista anterior da laringe e pregas vocais. Fonte: https://bit.ly/2KGnqZa é segmentado em ápice, base (face diafragmática) e lobos, além disso, são revestidos por uma membrana, a pleura, que possui dois folhetos: vis- ceral e parietal. O pulmão direito é maior que o esquerdo e é constituído por três lobos (superior, médio e infe- rior) divididos por duas fissuras – oblí- qua e horizontal. O pulmão esquerdo é dividido em lobo superior e inferior, divididos pela fissura oblíqua. Os pulmões abrigam a árvore tra- queobronquial, cujo tronco é forma- do pela traqueia e os galhos são as muitas ramificações que daí surgem. Cada um dos brônquios principais (primários) vai para um pulmão, e então eles se ramificam em brôn- quios lobares secundários, os quais, Epiglote Osso Hioide Cartilagem Tireóidea Prega Vestibular Cartilagem Cricoidea Prega Vocal Traqueia VISTA ANTERIOR VISTA SUPERIOR (Endoscopia) A traqueia, por sua vez, é um tubo que se estende da laringe até o tórax, cujo epitélio é rico em cílios e, por isso, é capaz de expulsar o muco contendo resíduos e poluentes para a faringe, de onde é expelido ou deglutido, pro- tegendo assim as vias aéreas inferio- res (reflexo da tosse). É formada por anéis de cartilagens traqueais incom- pletos (em formato de C) e se bifurca em brônquios principais direito e es- querdo. Mantém relação com o tronco na raiz do pescoço. Os pulmões são os órgãos realmente responsáveis por oxigenar o sangue. Eles são elásticos e separados pelo mediastino, ao qual são fixados pe- las raízes dos pulmões (brônquios e estruturas adjacentes). Cada pulmão 6VIAS AÉREAS por sua vez, se ramificam em vários brônquios segmentares terciários. Além dos brônquios segmentares terciários, há cerca de 25 gerações de bronquíolos condutores ramifica- dos, que terminam como bronquío- los terminais (menores bronquíolos condutores). Essas ramificações são importantes para aumentar a área de troca gasosa. Vale destacar que os brônquios e bronquíolos possuem os mesmos anéis que a traqueia, os quais mantêm as vias aéreas pérvias, mas a parede dos bronquíolos não possui cartilagem. Os bronquíolos condutores transpor- tam ar, mas não tem glândulas nem alvéolos. Cada bronquíolo terminal origina diversas gerações de bron- quíolos respiratórios, caracterizados pelos alvéolos. O alvéolo pulmonar é o local onde ocorre a troca gasosa no pulmão. Cada bronquíolo respiratório origina ductos alveolares, que por sua vez dão origem a sacos alveolares. Os ductos alveolares são vias respi- ratórias alongadas, revestidas por al- véolos, que levam aos sacos alveola- res, nos quais se abrem os grupos de alvéolos. Traqueia Brônquio principal esquerdo Brônquio lobar superior esquerdo Brônquio lobar inferior esquerdo Brônquio principal direito Brônquio lobar superior direito (“epiarterial”) Brônquio lobar médio direito Brônquio segmentar Brônquio lobar inferior direito Árvore bronquial Vista anterior - - - - Hilo do pulmão Figura 3. Árvore traqueobronquial. Fonte: MOORE, et al. Anatomia orientada para Clínica. 7ªed 7VIAS AÉREAS 3. TRAUMA – AVALIAÇÃO INICIAL DAS VIAS AÉREAS Os primeiros passos para identificar e tratar uma via aérea comprometi- da é reconhecer sinais objetivos de obstrução ou traumas e queimaduras na região da face, pescoço e laringe. Problemas nas vias aéreas podem surgir repentinamente ou insidiosa- mente, além de que pode envolver completamente a via ou apenas parte dela. Por isso, a avaliação e frequen- te reavaliação da permeabilidade das vias aéreas e ventilação adequada é fundamental no manejo do paciente grave. Na avaliação inicial, pacientes que es- tão falando seguramente estão com as vias aéreas pérvias, pelo menos momentaneamente.Assim, os pri- meiros contatos com o paciente trau- matizado devem buscar estimular a resposta verbal, pois esta resposta, quando fornecida com clareza, indica não só que a via está pérvia, mas tam- bém que a ventilação está adequada e que o cérebro está bem perfundido, ou seja, que não houve rebaixamento de consciência. Além disso, indivídu- os com queimaduras na face e que inalaram fumaça têm maior risco de um comprometimento insidioso da via aérea e, nesses casos, é recomen- dado e a intubação preventiva. SE LIGA! A Inalação de fumaça pode provocar queimaduras nas vias aéreas, com isso é iniciado uma processo infla- matório que pode tornar as vias aére- as edemaciadas. Por isso, é necessário bastante cuidado com pacientes vítimas de incêndio, pois estes podem estar co- municativos em um momento e no outro se apresentarem com a via aérea obs- truída pelo edema. Existem ainda sinais indiretos de comprometimento das vias aéreas, como trismo (dificuldade de abertu- ra da mandíbula), sialorreia (secreção abundante de saliva), odinofagia e anormalidades anatômicas, que po- dem estar evidentes. Uma via aérea definitiva é constituí- da por uma sonda endotraqueal, com o balonete (“cuff”) inflado, conectada a um sistema de ventilação e mantida por meio de fixação apropriado. Al- guns pacientes inconscientes devido a traumas na cabeça ou menos respon- sivo por conta do uso de álcool ou ou- tras drogas, bem como indivíduos com traumas torácicos podem estar com a ventilação comprometida e, nesses ca- sos, a intubação endotraqueal, além de fornecer oxigênio suplementar, previne aspiração. Para evitar a aspiração de conteúdo gástrico presente na orofa- ringe também é fundamental a sucção e rotação lateral do paciente controlan- do os movimentos da coluna cervical. A abertura das vias aéreas pode ser feita pelas manobras de elevação 8VIAS AÉREAS do mento e hiperextensão da coluna cervical (Head Tilt/Chin Lift) ou pela tração da mandíbula (Jaw Thrust). A manobra de Chin Lift não deve ser realizada em casos de suspeita de le- são cervical, porém é a técnica mais segura, especialmente quando reali- zada por leigos ou profissionais pou- co treinados. Figura 4. Manobras Jaw thrust e Chin lift. Fonte: https://www.sanarmed.com/abcde-do-trauma MAPA MENTAL – SINAIS DE VIAS AÉREAS COMPROMETIDAS Sinais de Vias Aéreas comprometidas SINAIS DIRETOS • Dispneia • Estridor SINAIS INDIRETOS SINAIS DE ALERTA • Sialorreia • Trismo • Odinofagia • Anormalidades anatômicas • Queimadura em face e pescoço • Hemorragia em oro e nasofaringe • Enfisema subcutâneo • Hematoma em pescoço ou abaixo da face • Roncos e alterações de voz Jaw thrust Chin lift 9VIAS AÉREAS 4. VIA AÉREA AVANÇADA Via aérea avançada é definida pela presença de um dispositivo com ba- lão insuflado abaixo da glote. A fun- ção da via aérea avançada é substi- tuir, artificialmente, as funções da via aérea orgânica, permitindo a venti- lação e protegendo esse sistema de broncoaspiração – o balão insuflado veda a via aérea, impedindo a aspi- ração de conteúdos da orofaringe. Os principais dispositivos de via aérea avançada são: tubo orotraqueal, tubo nasotraqueal, cânula de traqueosto- mia e cânula de cricotireoidostomia cirúrgica. Tubo orotraqueal Este dispositivo é inserido pela cavi- dade oral, passa pela laringe e che- ga até a via aérea pela traqueia, onde seu balão é insuflado. Representa a via aérea avançada mais utilizada na prática médica. SE LIGA! Apesar de ser uma prática em desuso, vale a pena saber que o tubo orotraqueal possibilita a administração de algumas drogas, como vasopressina e lidocaína, enquanto ainda não se tem o acesso venoso. Quando aplicados por essa via, as drogas devem ser adminis- tradas em doses 2 a 2,5 maiores que a dose endovenosa, com exceção da va- sopressina, que é aplicada na mesma dose. Para otimizar a absorção da droga, deve administrar 10 mL de soro fisioló- gico 0,9%. Figura 5. Tubo orotraqueal. Fonte: https://bit. ly/2B6q09B Tubo nasotraqueal Este dispositivo é inserido pela cavi- dade nasal, passando pela nasofa- ringe até atingir a traqueia, onde seu balão é inflado. Apresenta bastante semelhança com o tubo orotraque- al, diferindo-se por seu formato, que tem relação com o trajeto que este dispositivo realiza. É importante que o tubo seja bem lubrificado antes de ser inserido, utilizando lidocaína em gel a 2%. Caso seja encontrada algu- ma obstrução durante o procedimen- to, deve-se tentar realizá-lo na outra narina. 10VIAS AÉREAS Figura 6. Tubo nasotraqueal. Fonte: https://bit. ly/3dspQXd É importante ressaltar que essa via aé- rea avançada não pode ser usada em pacientes com suspeita de fratura de base de crânio, que pode ser identifi- cada por alguns sinais, como o sinal do “Guaxinim” (equimoses periorbitárias), sinal de Battle (equimose pós-auricu- lar), rinoliquorreia/otoliquorreia (“sinal do alvo”), hemotímpano ou laceração do canal auditivo externo, entre outros. Figura 7. SINAL DO GUAXINIM. Fonte: https://bit. ly/3eZJYC8 Figura 8. SINAL DE BATTLE. Fonte: https://bit. ly/2KHVB2y Cânula de traqueostomia Esse dispositivo é inserido cirurgi- camente, acessando a traqueia pelo pescoço e insuflando seu balão nes- sa região, abaixo da glote. Pode ser utilizada em casos de alterações ana- tômicas (tumores), falha na tentativa de intubação orotraqueal (IOT), pre- venção contra sequelas fonatórias ou estenose de traqueia em indivíduos sob ventilação mecânica prolongada, além de outras indicações (obesida- de, apneia obstrutiva do sono, hiper- ventilação, etc). 11VIAS AÉREAS Figura 9. Cânula de traqueostomia. Fonte: https://bit. ly/2Yp0QMe Cânula de cricotireoidostomia cirúrgica Este dispositivo difere da cânula de traqueostomia pela altura em que é inserido, visto que o acesso à traqueia ocorre pela membrana cricotireoidea. Esse procedimento precisa ser feito com cuidado, especialmente em crian- ças, devido ao alto risco de lesão da cartilagem cricoide, que dá suporte à traqueia. Por isso não é recomendado para crianças menores de 12 anos. Figura 10. Cânula de cricostomia. Fonte: https://bit. ly/2W5zSqG Outros dispositivos são utilizados para auxiliar na ventilação, no entanto, não são considerados dispositivos de via aérea avançada por não possuir um balão inflado abaixo da glote. Os princi- pais são: conjunto bolsa-válvula-más- cara (“AMBU”), máscara laríngea e câ- nulas de Guedel. 12VIAS AÉREAS BOX SE LIGA! A cânula de Guedel impede que a base da língua de pa- cientes com depressão do sistema nervoso obstrua a orofaringe. Só deve ser utilizado em pacientes inconscientes e sem o reflexo do vômito, visto que pode induzir ânsia de vômito e possível aspiração. Além disso, é bom lembrar que este equipamento apenas é útil em pacientes que não apre- sentam obstruções das vias aéreas, pois ele apenas chega até a epiglote. Similar à cânula de Guedel existe a cânula nasal, que cumpre mesma função, porém é inserida pela cavidade nasal e também não é uma via aérea avançada. AMBU MÁSCARA LARÍNGEA CÂNULAS DE GUEDEL MAPA MENTAL – VIA AÉREA AVANÇADA VIA AÉREA AVANÇADA “Presença de um dispositivo com balão insuflado abaixo da glote” Tubo orotraqueal Tubo nasotraqueal Cânula de cricotireoidostomia cirúrgica Cânula de traqueostomia 13VIAS AÉREAS 5. INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL (IOT) Como mencionado anteriormente, o tubo orotraqueal é o dispositivo mais utilizado na prática médica para ins- talação de uma via aérea avançada. A técnica da intubação adequada re- quer o conhecimento das principais estruturas que formam as vias aéreas e suas relações entre si, especialmen- te: a cavidade oral, língua, valécula, epiglote e cordas vocais, além do re- conhecimento das cartilagens tireoi- dea, cricoidea e a membrana crico- tireoidea. As cordas vocais ficam na porção média da cartilagem tireóidea, sendo inferiores e posteriores à epi- glote. Para chegar às cordasvocais deve-se procurar a visualização da epiglote e é importante lembrar que a base da língua pode bloquear o aces- so à fenda glótica, o que pode dificul- tar a intubação. Prega glosoepiglótica mediana Prega glosoepiglótica lateral Prega vocal Prega vestibular Traqueia Recesso piriforme Prega ariepiglótica Valécula Epiglote Tubérculo epiglótico Cartilagem cuneiforme Cartilagem corniculada Cartilagem eritenoides Epiglote Hioide Cartilagem Membrana cricotireoidea Cricoide Membrana cricotraqueal Figura 11. Anatomia das cavidades aéreas e membranas da laringe. Fonte: MARTINS, Herlon Saraiva, et al. Emer- gências Clínicas: Abordagem Prática. 10ª ed A IOT é indicada nos casos em que o paciente tem a ventilação compro- metida, quando a via não está pérvia e/ou está com rebaixamento de cons- ciência, em que pode haver dificul- dade para controlar adequadamente os movimentos respiratórios, além da possibilidade de perda do tônus mus- cular, podendo levar à queda da base de língua e obstrução da via aérea. A intubação também é realizada em pa- cientes que irão passar por cirurgias ou procedimentos invasivos, sen- do indicada devido à anestesia geral que, assim como nos casos de rebai- xamento de consciência por trauma, diminui a capacidade de controle dos 14VIAS AÉREAS músculos relacionados com o sistema respiratório. SE LIGA! O nível de consciência normal- mente é medido pela escala de Glasgow, que avalia esse sinal graduando em ní- veis a abertura ocular, resposta verbal e resposta motora. Vale ressaltar que não existe Glasgow 0, o mínimo é 3 e o má- ximo é 15, ou seja, Glasgow 15 indica que o paciente está completamente lú- cido e responsivo (Glasgow 15 = indiví- duo normal). Além disso, Glasgow 8 si- naliza que o paciente deve ser intubado, a fim de garantir sua via aérea – pacien- tes com 3 a 8 pontos no Glasgow estão em coma. VARIÁVEIS ESCORE Abertura Ocular Espontânea À voz À dor Nenhuma 4 3 2 1 Resposta verbal Orientada Confusa Palavras inapropriadas Palavras incompreensivas Nenhuma 5 4 3 2 1 Resposta motora Obedece comandos Localiza dor Movimento de retirada Flexão anormal Extensão anormal Nenhuma 6 5 4 3 2 1 Tabela 1. Escala de Coma de Glasgow MAPA MENTAL – INDICAÇÕES DA INTUBAÇÃO PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA INTUBAÇÃO QUANDO INTUBAR REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA (GLASGOW ≤ 8 ) ANESTESIA GERAL RISCO DE BRONCOASPIRAÇÃO OBSTRUÇÃO OXIGENAÇÃO/ VENTILAÇÃO INADEQUADA QUEIMADOS/VÍTIMAS DE INCÊNDIO RELEMBRANDO: VENTILAÇÃO X RESPIRAÇÃO/OXIGENAÇÃO: Apesar desses dois termos estarem relacionados entre si, eles não possuem o mesmo significado. Ventilação corresponde à passagem de ar pelas vias aéreas, ou seja, está relacionado com os mecanismos de inspiração e expiração. Já a respiração e oxigenação são relativas aos processos de trocas gasosas, que ocorrem nos alvéolos e que dependem das pressões dos gases oxigênio e carbônico. 15VIAS AÉREAS Existem algumas “armadilhas” e al- gumas precauções que o profissional deve ter em mente quando for intubar um paciente que estão descritos no quadro abaixo: ARMADILHAS (PIFALL) PREVENÇÕES Máscara vedada de forma inade- quada em pacientes desdentados Preencher o espaço entre as bochechas e a gengiva com gaze para ajustar melhor a máscara Perda de via aérea em áreas com baixos recursos Antecipar a necessidade de transferência para pacientes que precisam de via aérea definitiva Reavaliar frequentemente pacientes com risco aumentado de perda da via aérea Perda da via aérea durante o transporte Reavaliar frequentemente as vias aéreas antes e durante a transferência Avaliar a necessidade de controle da via aérea pelo médico Considerar a intubação precoce antes da transferência Em relação ao procedimen- to, a técnica mais emprega- da para a realização da IOT é chamada de Intubação de Sequência Rápida e consiste na realização seguinte uma sequência de passos princi- pais, de forma esquematiza- da e organizada. Essa técnica garante proteção e sucesso do procedimento, bem como diminui as chances de com- plicações pós-procedimento. A intubação de sequência rá- pida é realizada através de 7 passos principais, conhecidos como os 7 P’s: MAPA MENTAL – PASSOS PRINCIPAIS DA SEQUÊNCIA RÁPIDA DE INTUBAÇÃO (7P’S) 7P’s PREPARAÇÃO PRÉ-OXIGENAÇÃO INDUÇÃO COM PARALISIA PASSAR O TUBO PÓS-INTUBAÇÃO PRÉ-TRATAMENTO POSICIONAMENTO 16VIAS AÉREAS Preparação A preparação inclui conversar com o paciente, quando possível; juntar a equipe (recursos humanos – nunca deve-se fazer intubação sem auxílio) e seu EPI (óculos, máscara e luvas de procedimento); checar a infraestrutu- ra do ambiente, prevendo possíveis complicações; solicitar medicamentos e checar o material. O material para a intubação inclui: • Ambu e fonte de oxigênio • Laringoscópio (checar luz e pilha) com lâmina curva 3 e 4 (depende do tamanho do paciente, sendo a lâmina 4 utilizada em pacientes maiores – crianças utilizam lâmina de 0 a 2) • Tubo orotraqueal – o tamanho va- ria de 6,5 e 8,5. Normalmente se utiliza o tubo 7,5 em adultos de ta- manho mediano. • Carrinho de parada também deve estar disponível e próximo. • Medicamentos: Pré-medicação + indução + paralisia. Pré-oxigenação A pré-oxigenação é importante para ter o maior tempo possível de laringos- copia, entre 2 a 10 minutos de apneia. Para isso, deve-se oferecer oxigênio a 100% por 3 a 5 minutos com máscara não reinalante ou ambu (sem ventilar). SE LIGA! deve-se ventilar apenas pa- cientes em apneia ou pacientes que têm insuficiência respiratória e estão fadiga- dos e, nesses casos, deve-se sincronizar a ventilação manual com a inspiração do paciente, pois se ventilar durante a expi- ração, o ar irá para o estômago, causan- do distensão estomacal e vômitos. Pré-tratamento O pré-tratamento tem como objeti- vo reduzir os efeitos deletérios da la- ringoscopia, pois este procedimento causa dor e gera uma resposta adre- nérgica intensa. A principal medica- ção utilizada para isso é o fentanil, administrado na dose 1-3µg/kg EV. Além do fentanil, pode-se adminis- trar lidocaína (1-1,5mg/kg EV), pois a mesma suprime o reflexo da tosse, prevenindo aumentos temporários da PIC durante a intubação, podendo ser útil na asma. Depois da pré-medica- ção, deve-se esperar de 2 a 3 minu- tos para fazer a paralisia com indução. Paralisia com indução Na paralisia com indução são admi- nistradas drogas para gerar rebai- xamento de consciência (indução) e relaxamento muscular (paralisia). As drogas utilizadas para a indução são o etomidato, ketamina, propofol ou midazolam. O etomidato é muito utilizado na prá- tica pois apresenta efeito rápido e não 17VIAS AÉREAS afeta a hemodinâmica do paciente (não causa vasodilatação ou depres- são miocárdica). A dose utilizada é de 0,2-04mg/kg EV. O propofol é apresenta início de ação em 30-45 segundos, suprime os re- flexos da via aérea, induz apneia e possui duração de 5 a 10 minutos. Como desvantagem, causa hipoten- são por vasodilatação venosa e ar- terial e é um medicamento inotrópico negativo (diminui a força de contra- ção, diminuindo o débito cardíaco). É a droga de escolha para indução em gestantes. A dose preconizada é de 2mg/kg EV. A ketamina tem ação discreta direta cardiodepressora e gera, em pacien- tes com sistema nervoso autônomo, aumento do tônus simpático. Já é um potente analgésico, dispensan- do o uso de analgesia complementar. Além disso, tem efeito broncodilata- dor, sendo a medicação de escolha em quadros de broncoespasmo. A dose recomendada é de 1-2mg/kg EV. Por fim, o midazolam apresenta ação cardiodepressora e causa vasodila- tação, ou seja, causa muito hipoten- são e pode ser o gatilho para des- compensação de alguns pacientes. A dose utilizada é de 0,3mg/kg, EV. Muitas fontes já não trazem essa me- dicação como recomendação durante a indução. Os principais relaxantes musculares utilizados são a succinilcolinae o ro- curônio. A succinilcolina tem tempo de ação entre 30 a 60 segundos e pode causar aumento da pressão in- tragástrica. A maioria dos pacientes apresenta fasciculações. Como des- vantagem, pode causar hipertermia maligna e aumento do potássio séri- co. A dose preconizada é de 1-1,5mg/ kg EV. O rocurônio possui tempo de ação em 55 a 75 segundos, com duração de efeito de 53 a 73 minutos. Não apre- senta risco para pacientes hipercalê- micos ou com potencial para hiper- calemia. A dose recomendada é de 1mg/kg EV. Posicionamento Depois da paralisia, deve-se posicio- nar o paciente e expor a via aérea, co- locando um coxim na região occipital, anteriorizando o pescoço e estenden- do a cabeça (posição do cheirador). Essa posição alinha os eixos orofarín- geo e faringotraqueal. 18VIAS AÉREAS Pós-intubação Depois da passagem do tubo, é pre- ciso checar se a intubação foi feita de forma correta. Para isso, deve-se aus- cultar a região epigástrica, para verifi- car se não houve desvio no percurso do tubo. Se o tubo estiver no esôfago, a ausculta epigástrica irá evidenciar sons hidroaéreos exacerbados quan- do ventilar. Após a confirmação de que o tubo não está no esôfago, de- ve-se proceder com a ausculta torá- cica, buscando descartar a intubação seletiva de apenas um dos pulmões. Após realizar a ausculta epigástrica e torácica, deve ser realizado um raio-X para confirmação do correto posicio- namento do tubo. O raio-X não permi- te diferenciar claramente se ocorreu uma intubação esofágica ou respira- tória, porque o esôfago fica alinhado com a traqueia na imagem, porém, se a linha radiopaca presente no tubo es- tiver em cima da carina, significa que Figura 12. Posicionamento correto para intuba- ção. Fonte: https://bit.ly/3fPm8IM Passagem do tubo Após o posicionamento correto do paciente é realizada a laringoscopia, ou seja, é introduzido o laringoscópio para visualização das pregas vocais, permitindo inserção do tubo entre as pregas vocais. Para isso, o médi- co deve segurar com a mão direita a cabeça do paciente e com a mão es- querda o laringoscópio, cuja lâmina deve entrar posterior à base da língua e anterior à epiglote (ponta da lâmina na valécula). Quando a ponta da lâmi- na do laringoscópio estiver encaixada na valécula, deve-se tracionar na di- reção anterior e inferior, com atenção para não bascular e nem torcer o la- ringoscópio, evitando traumas odon- tológicos. O tubo deve ser inserido até “esconder” o balonete depois das pregas vocais, quando o mesmo deve ser insuflado e o dispositivo deve ser conectado à fonte de 02 para que o paciente seja oxigenado. 19VIAS AÉREAS a intubação não foi seletiva e pode informar em qual altura está o tubo, para que possa ser reposicionado. Um sinal que pode indicar o posicio- namento correto do tubo é a presen- ça de fog (embaçamento) do tubo. O padrão-ouro para se confirmar o su- cesso da intubação é a capnografia ou capnometria, que vai medir os ní- veis de CO2 expirado, deve estar en- tre 35 e 45 mmHg. A mais indicada é a capnografia quantitativa em for- ma de onda, que além de confirmar a posição do tubo, reconhece precoce- mente o deslocamento da via aérea, principalmente durante o transporte do paciente. Esse dispositivo, devido a amplitude da onda, permite monito- rizar a qualidade da RCP (reação car- diopulmonar), detectando o retorno à circulação espontânea. Depois da checagem, deve-se fixar o tubo e acoplar à ventilação mecâ- nica. É importante atentar para que não ocorra hiperventilação, devido ao prejuízo no débito cardíaco e no retorno venoso pelo fenômeno de “auto-PEEP”. Além disso, o pacien- te intubado deve utilizar analgésicos contínuos e ser mantido sedado. Para isso, são utilizados propofol/ketamina/ midazolam + fentanil – o etomidato não deve utilizar de forma contínua. POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES DA INTUBAÇÃO: • Intubação seletiva: normalmente ocorre com o pulmão direito, quando o tubo é inserido mais profundamente do que se deveria, permitindo ventilar apenas o pulmão direito. Isso ocorre porque o brônquio direito é mais curto que o esquerdo e é mais retificado que o esquerdo, facilitando a passagem do tubo para dentro dele. LEMBRANDO: o tubo deve ficar inserido na traqueia, para que os dois brônquios sejam ventilados. • Intubação do estômago: ocorre quando o tubo é colocado no esôfago, o que deve ser rapidamente identificado e corrigido, pois além de causar distensão abdominal/náuseas/vômitos, o paciente não estará sendo ventilado e irá descompensar. • Trauma de orofaringe, sangramentos e aspirações também podem ser complicações, especialmente quando a intubação é feita por alguém sem treinamento adequado. PEEP E AUTO-PEEP PEEP (pressão positiva expiratória final) corresponde à pressão em que normalmente os pulmões se esvaziam contra, a qual funciona como uma resistência que abre os alvéolos pulmonares mal ventilados ou os mantém abertos por mais tempo para melhorar a oxigenação na troca gasosa. Em pacientes sob ventilação mecânica, a pressão alveolar pode permanecer positiva se o tempo disponível para a expiração for menor do que o tempo necessário para o volume pulmonar retornar ao volume de repouso. Isso pode ser causado por redução da retração elástica do pulmão, aumento da resistência ao fluxo, limitação ao fluxo expiratório, volume corrente excessivo, tempo expiratório curto (devido, por exemplo, à frequência respiratória elevada). Nessas condições, a próxima insuflação mecânica começa antes de terminar e o volume pulmonar no fim da expiração vai estabilizar acima da capacidade residual funcional ou volume de repouso. Esse é o fenômeno de auto-PEEP, que gera complicações, como a redução do retorno venoso e do débito cardíaco. 20VIAS AÉREAS MAPA MENTAL – SEQUÊNCIA RÁPIDA DE INTUBAÇÃO • Preparo da equipe • Organização do local • Checagem dos materiais: - AMBU e fonte de oxigênio - Laringoscópio (checar luz e pilha), lâminas 3 e 4 - Tubo orotraqueal - Medicamentos: pré-tratamento + indução + paralisia. - Carrinho de parada também deve estar disponível Preparação Pré-oxigenação Pré-tratamento Indução com Paralisia Posicionamento Passagem do Tubo Pós-Intubação • Fentanil, 1-3µg/kg, EV, 3 minutos antes da indução • Lidocaína, 1-1,5 mg/kg, EV, 2 minutos antes da indução • Colocar um coxim na região occipital do paciente, anteriorizando o pescoço e estendendo a cabeça. • Posição do cheirador • Checar posição correta do tubo (descartar intubação seletiva ou do esôfago) • Fixar o tubo e acoplar à ventilação mecânica • Manter analgesia e sedação: - Propofol ou ketamina ou midazolam - Fentanil • Oferecer O2 a 100% por 3 a 5 minutos com máscara não-reinalante ou AMBU (sem ventilar) • Etomidato 0,2- 0,4mg/kg, EV • Propofol 1,5-2mg/kg, EV • Quetamina, 1-2mg/kg, EV, infusão em 1min. • Midazolam 0,3mg/kg, EV + • Succinilcolina 1-1,5mg/kg EV • Rocurônio 1mg/kg EV • Introdução do laringoscópio • Inserção do tubo entre as cordas vocais • Insuflar o balonete (“cuff”) • Conectar o dispositivo 21VIAS AÉREAS 6. VIA ÁEREA DIFÍCIL O termo “via aérea difícil” está relacio- nado aos casos em que a intubação é dificultada por alguma condição do paciente. As principais condições pre- ditoras de via aérea difícil são: pacien- tes com baixa mobilidade cervical, pa- cientes com pescoço curto, pacientes obesos, pacientes com pouca abertura oral e paciente com anatomia desfa- vorável (classificação de Mallampati). A identificação da via aérea difícil pode ser realizada a partir de alguns testes, a saber: • Teste dos dedos (Regra 3-3-2): a abertura oral deve ser maior que 3 dedos, a distância entre o mento e a flexura cervical também deve ser maior que 3 dedos e a distância entre a flexura cervical e a proemi- nência laríngea deve ser maior que 2 dedos. Figura 13. Regra 3-3-2. Fonte: Google Imagens. • Classificação de Mallampati: ba- seia-se em na “quantidade” do pa- lato moleque é visível durante a ins- peção da cavidade oral. Assim, na classe I é possível visualizar todo o palato mole, com boa visão da úvu- la e dos pilares, enquanto na classe IV (última classe) apenas é visto o palato duro. A partir da classe III é chamado de via aérea difícil. Figura 14. Classificação de Mallampati. Fonte: Google Imagens. 22VIAS AÉREAS Além disso, a via aérea difícil pode ser identificada na laringoscopia, uti- lizando-se a classificação de Corma- ck-Lehane, que também vai da classe I à classe IV. Essa classificação esta- gia o quanto da anatomia é possível visualizar, focando na identificação da epiglote e das pregas vocais. As- sim, na classe I é possível ver todas as estruturas, enquanto na classe IV não é possível visualizar nada. Da mesma maneira que a classificação de Mallampati, as classes III e IV na classificação de Cormack indicam via aérea difícil. Quando a via aérea é difícil, é mais provável o insucesso da intubação. E com isso, pode ser necessário a rea- lização de cricotireoidostomia cirúr- gica para garantir a via aérea desse paciente, apesar de ser um procedi- mento mais invasivo e mais comple- xo. Nesses casos, a máscara larín- gea pode ser usada na tentativa de ganhar mais tempo para o paciente, enquanto a cricotireoidostomia não é realizada. Essa máscara consegue ventilar o paciente, porém, como não possui balão, ela não protege de pos- síveis broncoaspirações. MAPA MENTAL – VIA AÉREA DIFÍCIL VIA AÉREA DIFÍCIL Regra 3-3-2 Distância entre o mento e flexura cervical > 3 dedos Classificação de Mallampati Classificação de Cormack-Lehane Abertura oral > 3 dedos Proeminência laríngea > 2 dedos Classes I à IV Visualização do palato mole durante inspeção da cavidade oral Classes III e IV: VA difícil Classes I à IV Visualização da epiglote e pregas vocais à laringoscopia Classes III e IV: VA difícil 23VIAS AÉREAS MAPA MENTAL – VIAS AÉREAS Sinais de comprometimento de Via Aérea Via Aérea Avançada: “Presença de um dispositivo com balão insuflado abaixo da glote” Tubo nasotraqueal Preparação SINAIS DIRETOS • Dispneia • Estridor SINAIS INDIRETOS • Sialorreia • Trismo • Odinofagia • Anormalidades anatômicas SINAIS DE ALERTA • Queimadura em face e pescoço • Hemorragia em oro e nasofaringe • Enfisema subcutâneo • Hematoma em pescoço ou abaixo da face • Roncos e alterações de voz Tubo orotraqueal Cânula de traqueostomia Cânula de cricotireoidostomia cirúrgica Indicações Parada cardiorrespiratória Rebaixamento do Nível de Consciência (Glasgow ≤ 8) Anestesia Geral Risco de Broncoaspiração Obstrução Queimados/vítimas de incêndio Oxigenação/ventilação inadequada Sequência Rápida de Intubação Pré-oxigenação Pré-tratamento Indução com Paralisia Posicionamento Passagem do tubo Pós-intubação Via Aérea Difícil Regra 3-3-2 Classificação de Mallampati Classificação de Cormack-Lehane Fentanil 1-3µg/kg, EV, 3 minutos antes da indução Etomidato 0,2-0,4mg/kg, EV Propofol 1,5-2mg/kg, EV Ketamina 1-2mg/kg, EV Succinilcolina 1-2mg/kg, EV Rocurônio 1mg/kg, EV 24VIAS AÉREAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS American College of Surgeons. Advanced Trauma Life Support. 10ª ed. Goldman-Cecil. Medicina. 25ª. Moore, et al. Anatomia Orientada para a Clínica. 7ªed Guyton. Tratado de Fisiologia Médica. 12ª ed. MARTINS, Herlon Saraiva, et al. Emergências Clínicas: Abordagem Prática. 10ª ed. ROCHA, Marta Peres Sobral. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência. Brasília: Instituto AVM, 2011. 25VIAS AÉREAS
Compartilhar