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Fabrícia Ribeiro – Turma XXXIII Boxes Clínicos -Liga de Anatomia ➢ Ossos • Ossos acessórios (supranumerários) Muitos ossos se desenvolvem a partir de vários centros de ossificação e as partes separadas normalmente se fundem. Às vezes um desses centros não se funde ao osso principal, levando ao surgimento de um osso extra. É importante saber que os ossos acessórios são comuns no pé, para evitar confundi-los com fragmentos ósseos em radiografias e outras técnicas de imagem • Ossos heterotópicos Às vezes surgem ossos nos tecidos moles, onde normalmente não existem (p. ex: cicatrizes). É comum nos jóqueis, porque a sobrecarga muscular crônica causa pequena áreas de hemorragia que se calcificam, e por fim sofrem calcificação. • Traumatismo e alterações ósseas Como outros órgãos, os ossos têm vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos, e podem adoecer. Os ossos não usados, sofrem atrofia (diminuição de tamanho). Já os ossos que sustentam maior peso durante um longo período hipertrofiam (aumentam de tamanho). Durante a consolidação óssea, os fibroblastos adjacentes proliferam e secretam colágeno, com formação de um calo ósseo para manter os ossos unidos. As fraturas são mais comuns em crianças do que em adultos em virtude da associação de sua agitação descuidada ao fato de terem ossos mais finos, em fase de crescimento. Nos ossos em crescimento, a consolidação das fraturas é mais rápida do que nos ossos dos adultos. • Osteoporose Diminuição dos componentes orgânicos e inorgânicos dos ossos no processo de envelhecimento. É uma redução da densidade óssea, ou atrofia do tecido ósseo. Assim eles se tornam mais frágeis, perdem a elasticidade e sofrem fraturas com facilidade • Deslocamento e separação das epífises Fabrícia Ribeiro – Turma XXXIII Em radiografias e outras imagens diagnósticas em várias idades, uma lâmina epifisial deslocada poderia ser confundida com uma fratura e a separação de uma epífise poderia ser interpretada como um fragmento deslocado de um osso fraturado. As fraturas ósseas sempre deixam uma margem afiada, frequentemente irregular de osso. • Necrose avascular Perda de suprimento arterial de uma epífise ou de outras partes de um osso. ✓ Osteocondrose: distúrbio clínico das epífises em crianças causados por necrose avascular de etiologia desconhecida. • Punção do esterno É utilizado para avaliação de doenças hematológicas, usado com frequência para a coleta de medula óssea. Uma amostra de medula óssea vermelha é aspirada com uma longa seringa para exame laboratorial. • Crescimento ósseo e avaliação óssea Um indicador geral de crescimento durante a lactância, a infância e a adolescência é indicado pela idade óssea , determinada em radiografias, geralmente das mãos. Os principais critérios são: Fabrícia Ribeiro – Turma XXXIII 1. Surgimento de material calcificado nos centros de ossificação, tais como diáfise e/ou nas epífises de ossos longos 2. O estreitamento e desaparecimento da linha radiotransparente (escura) que representa a lâmina epifisial. Nas meninas, a fusão das epífises com a diáfise ocorre 1 a 2 anos antes do que nos meninos. A determinação da idade óssea pode ser útil para prever a altura na vida adulta em adolescentes com amadurecimento precoce ou tardio. • Pneumotórax, Hidrotórax e hemotórax Pneumotórax: Entrada de ar na cavidade pleural, ferida penetrante da pleura parietal por um projétil de arma de fogo. Hidrotórax: acúmulo substancial de líquido na cavidade pleural, derrame pleural. Em uma ferida no tórax, também pode haver entrada de sangue na cavidade pleural (Hemotórax). Ex: lesão de um grande vaso intercostal ou torácico interno. • Toracocentese Introdução de uma agulha hipodérmica na cavidade pleural, através de um espaço intercostal, para colher uma amostra de liquido ou para retirar sangue ou pus. Quando o paciente está em posição ortostática, há acúmulo de líquido intrapleural no recesso costodiafragmático. É inserido a agulha no 9º espaço intercostal na linha axilar média durante a expiração evita a margem inferior do pulmão. • Inserção de tubo (dreno) torácico Remoção de grandes volumes de ar, sangue, líquido seroso, pus ou qualquer associação dessas substâncias na cavidade pleural. É feita uma incisão curta no 5º ou 6º espaço intercostal na linha axilar média. • Broncoscopia É um endoscópio para inspeção do interior da árvore traqueobronquial. Fabrícia Ribeiro – Turma XXXIII À medida que o broncoscópio desce pela traqueia para entrar no brônquio principal, é observada uma crista semelhante a uma quilha, a carina, entre os orifícios dos brônquios principais direito e esquerdo. Portanto alterações morfológicas na carina são sinais diagnósticos importantes. ➢ A túnica mucosa que cobre a carina é uma das áreas mais sensíveis da árvore traqueobronquial e está associada ao reflexo da tosse. • Aspiração de corpos estranhos Como o brônquio principal direito é mais largo, mais curto e mais vertical do que o brônquio principal esquerdo, é mais provável que corpos estranhos aspirados ou alimentos entrem e se alojem nele ou em um de seus ramos • Atelectasia segmentar O bloqueio de um brônquio segmentar (p.ex: por um objeto aspirado) impede a chegada de ar ao segmento broncopulmonar que supre. Inicialmente a perda de volume pode causar desvio do mediastino para o lado da atelectasia. • Embolia pulmonar Obstrução de uma artéria pulmonar por um coágulo sanguíneo (êmbolo). Isso ocorre quando um coágulo sanguíneo, glóbulo de gordura ou bolha de ar proveniente de uma veia da perna, após uma fratura exposta por exemplo, é levado pelo sangue até os pulmões. O resultado imediato da EP é a obstrução parcial ou completa do fluxo sanguíneo para o pulmão. Quando um grande êmbolo oclui uma artéria pulmonar o paciente sofre angústia respiratória aguda decorrente da grande diminuição da oxigenação sanguínea ocasionada pelo bloqueio do fluxo sanguíneo através do pulmão ➢ Esôfago e estômago • Varizes esofágicas Grande volume de sangue causa aumento acentuado das veias submucosas, com formação de varizes esofágicas. São frequentes em portadores de cirrose alcoólica do fígado. • Pirose É o tipo mais comum de desconforto esofágico ou dor subesternal. A sensação de queimação na parte abdominal do esôfago geralmente é causada pela regurgitação de pequenas quantidades de alimento ou líquido gástrico para a parte inferior do esôfago. É frequentemente percebida como uma sensação torácica. • Hérnia de hiato É a protusão de uma parte do estômago para o mediastino através do hiato esofágico do diafragma. São mais frequentes após a meia-idade, devido ao enfraquecimento da parte muscular do diafragma e alargamento do hiato esofágico. Fabrícia Ribeiro – Turma XXXIII ➢ Hérnia de hiato paraesofágica: é a menos comum, o cárdia permanece em sua posição normal. Entretanto, uma bolsa de peritônio, frequentemente contendo parte do fundo gástrico, estende-se através do hiato esofágico anteriormente ao esôfago. ➢ Hérnia de hiato por deslizamento: mais comum, a parte abdominal do esôfago, o cárdia e partes do fundo gástrico deslizam superiormente através do hiato esofágico para o tórax, sobretudo quando a pessoa se deita ou se curva para a frente. • Diverticulose É um distúrbio no qual surgem vários falsos divertículos ao longo do intestino. Afeta principalmente pessoas de meia-idade e idosas. É comum no colo sigmoide, geralmente acabando onde as tênias do colo se expandem e convergem na junção colorretal. ➢ As dietas ricas em fibras têm benefícios comprovados na diminuição da ocorrência de diverticulose. • Colonoscopia Utiliza-se um endoscópio de fibra óptica longo e flexível inserido através do ânus e do reto. A maioria dos tumores dointestino grosso ocorre no colo sigmoide e no reto. Os tumores no colo ascendente, por exemplo, são mais comuns nas mulheres e nos pacientes mais velhos. • Apendicite Inflamação aguda do apêndice vermiforme, a apendicite é uma causa comum de abdome agudo. A infecção aguda do apêndice vermiforme pode resultar em trombose na artéria apendicular, o que costuma resultar em isquemia, gangrena (morte do tecido). A ruptura do apêndice vermiforme provoca infecção do peritônio, aumento da dor abdominal, náusea e/ou vômito, e rigidez abdominal. • Apendicectomia Fabrícia Ribeiro – Turma XXXIII Pode ser realizada mediante incisão transversa ou oblíqua com centro no ponto de McBurney no quadrante inferior direito. Embora, geralmente, o apêndice vermiforme inflamado esteja situado profundamente ao ponto de McBurney, os locais de maior intensidade de dor e de dor à palpação indicam a localização real. A apendicectomia laparoscópica tornou-se um procedimento padrão empregado seletivamente para a retirada do apêndice vermiforme. Primeiro, a cavidade peritoneal é insuflada com gás dióxido de carbono, distendendo a parede abdominal para propiciar visualização e espaço de trabalho. O laparoscópio é introduzido por uma pequena incisão na parede anterolateral do abdome. É preciso fazer mais uma ou duas pequenas incisões para permitir o acesso cirúrgico ao apêndice vermiforme e vasos relacionados. ➢ Membros inferiores • Varizes, trombose e tromboflebite Muitas vezes, a veia safena magna e suas tributárias tornam-se varicosas (tão dilatadas que as válvulas não se fecham). A trombose venosa profunda de uma ou mais veias profundas do membro inferior é caracterizada por edema, calor e eritema (inflamação e infecção). A estase (estagnação) venosa é uma causa importante de formação de trombo. A estase venosa pode ser causada por: ➢ Fáscia frouxa, incompetente, diminuindo a efetividade da bomba musculovenosa. ➢ Pressão externa sobre as veias decorrente de longo período acamado no hospital. ➢ Inatividade muscular. Pode ocorre TVP com inflamação ao redor das veias acometidas (tromboflebite). • Enxertos de veia safena É usada na revascularização do miocárdio porque: 1. É facilmente acessível. 2. Há distância suficiente entre as tributárias e as veiais perfurantes. 3. Sua parede contém maior porcentagem de fibras musculares elásticas do que outras veias superficiais. A retirada dessa veia pode facilitar o padrão de drenagem da região superficial para a região profunda, tirando vantagem da bomba musculovenosa. • Dissecção da veia safena e lesão do nervo safeno Esse procedimento, é usado para introduzir uma cânula para administração prolongada de Sangue, expansores plasmáticos, eletrólitos ou fármacos. Caso o nervo safeno seja seccionado durante a dissecção da veia safena ou preso em uma sutura durante o fechamento da incisão, o paciente pode queixar-se de dor ou dormência ao longo da margem medial do pé. • Bursite trocantérica Fabrícia Ribeiro – Turma XXXIII Pode resultar de ações repetitivas como subir escadas carregando objetos pesados ou correr em uma esteira rolante com inclinação acentuada. Causa dor difusa profunda na região lateral da coxa. Esse tipo de bursite por atrito é caracterizado por dor à palpação no ponto sobre o trocânter maior; entretanto a dor se irradia ao longo do trato iliotibial que se estende do tubérculo ilíaco até a tíbia. • Bursite isquiática Resulta de microtraumatismos recorrentes de estresse repetitivo. O traumatismo recorrente resulta em inflamação da bolsa (bursite isquiática). A bursite isquiática, é uma bursite por atrito resultante do atrito excessivo entre as bolsas isquiáticas e os túberes isquiáticos • Lesão do nervo glúteo superior A lesão desse nervo acarreta perda motora característica, com claudicação do músculo glúteo médio incapacitante, para compensar o enfraquecimento da abdução da coxa pelos músculos glúteos médio e mínimo, e/ou marcha glútea, uma inclinação compensatória do corpo para o lado em que o glúteo está enfraquecido. Também há comprometimento acentuado da rotação medial da coxa. Quando uma pessoa que sofreu essa lesão é instruída a ficar de pé sobre uma perna só, os músculos glúteos médio e mínimo normalmente se contraem assim que o outro pé deixa o solo, evitando inclinação da pelve para o lado sem apoio. • Lesões dos Músculos do Jarrete (Isquiotibiais) São comuns em indivíduos que correm e/ou chutam forte (p.ex., na corrida, salto e esportes de partida rápida como beisebol, basquete, futebol americano e futebol.). O esforço muscular violento pode causar avulsão de parte das inserções tendíneas proximais dos músculos isquiotibiais ao túber isquiático. As distenções dos músculos quadríceps femoral. O hematoma resultante é contido pela fáscia lata densa, semelhante a uma meia. • Síndrome patelofemoral Costuma ser causada pela corrida excessiva, principalmente em declives; portanto esse tipo de dor costuma ser chamado de “joelho do corredor”. É causada por microtraumatismos repetitivos provocados pelo trajeto anormal da patela em relação à face patelar do fêmur. Em alguns casos, o fortalecimento do músculo vasto medial corrige a disfunção patelofemoral. Esse musculo tende a evitar a luxação lateral da patela resultante do ângulo Q. Desse modo a fraqueza do músculo vasto medial predispõe o indivíduo à disfunção patelofemoral e à luxação da patela. • Lesões da articulação do joelho As lesões do joelho são comuns porque essa é uma articulação baixa, móvel, que sustenta peso e serve como fulcro entre duas alavancas longas. A lesão mais comum do joelho em esportes de contato é a distensão dos ligamentos, que ocorrem quando o pé está fixo no solo. A aplicação de uma força contra o joelho quando o pé estiver Fabrícia Ribeiro – Turma XXXIII impedindo de se mover tende a causar lesões nos ligamentos. Os ligamentos colaterais tibial e fibular (LCT e LCF) são muito estirados quando a perna é estendida, o que normalmente impede a ruptura das partes laterais da articulação do joelho. O LCA (ligamento cruzado anterior), que serve como eixo para movimentos giratórios do joelho e é tensionado durante a flexão também pode se romper depois da ruptura do LCT, criando uma “tríade infeliz” de lesões do joelho. A hiperextensão e a grande força anterior contra o fêmur com o joelho semifletido (p.ex., um bloqueio cruzado no futebol americano) podem romper o LCA. Essa lesão causa o deslizamento anterior da tíbia livre sob o fêmur fixado, conhecido como sinal da gaveta anterior. • Artroscopia do joelho É um exame endoscópio que permite visualização do interior da cavidade articular do joelho e provoca ruptura tecidual mínima. Essa técnica permite a retirada de meniscos lacerados , corpos livres na articulação (como fragmentos ósseos) e desbridamento ( a excisão de material cartilaginoso articular desvitalizado ) em casos avançados de artrite. O reparo ou a substituição de ligamentos também podem ser feitos por artroscopia. • Aspiração (drenagem) do joelho As fraturas da extremidade do joelho ou as lacerações do compartimento anterior da coxa podem incluir a bolsa suprapatelar e acarretar infecção da articulação do joelho. A infecção e a inflamação da articulação do joelho podem causar aumento da quantidade de líquido sinovial. A aspiração direta da articulação do joelho geralmente é feita com o paciente sentado sobre uma mesa e com o joelho fletido. • Bursite na região do joelho A bursite pré-patelar é causada por atrito excessivo e repetido entre a pele e a patela, por exemplo, em ocupações profissionais que exigem ajoelhamento. ➢ Membros Superiores • Lesões do plexo braquial Afetam os movimentos e a sensibilidade cutânea no membro superior. As lesões do plexo braquial ocasionam paralisia e anestesia. Com paralisia completa, não há movimento detectável. Com paralisiaincompleta, nem todos os músculos estão paralisados; portanto, a pessoa consegue se movimentar, mas os movimentos são fracos comparado ao lado normal. As lesões das partes superiores do plexo braquial (C5 e C6) geralmente resultam de um aumento excessivo no ângulo entre o pescoço e o ombro. Essas lesões podem ocorrer em uma pessoa que é arremessada de uma motocicleta ou de um cavalo e cai sobre o ombro, de modo a causar grande separação entre o pescoço e o ombro. Em virtude de lesões das partes superiores do plexo braquial (paralisia de Erb-duchenne) há paralisia dos músculos do ombro e do braço suprido pelos nervos espinais C5 e C6 : deltoide, bíceps braquial e braquial. Também há perda parcial da sensibilidade na face lateral do antebraço. A lesão superior do plexo braquial pode causar espasmos musculares e incapacidade grave em trilheiros (paralisia do mochileiro). Fabrícia Ribeiro – Turma XXXIII A compressão dos fascículos do plexo braquial pode ser causada pela hiperabdução prolongada do braço durante a realização de tarefas manuais acima da cabeça, como ao pintar um teto. Os sintomas neurológicos comuns são dor que se irradia pelo braço, dormência parestesia (formigamento), eritema (vermelhidão da pele causada por dilatação capilar) e fraqueza das mãos. • Aneurisma da artéria axilar A primeira parte da artéria axilar pode dilatar-se e comprimir os troncos do plexo braquial, causando dor e anestesia (perda de sensibilidade). Pode ocorrer em lançadores de beisebol e jogadores de futebol americano em decorrência dos movimentos rápidos e forçados com o braço. • Lesões da veia axilar As feridas na axila costumam acometer a veia axilar em razão do seu grande tamanho e posição vulnerável. Durante a abdução completa do braço, a veia axilar superpõe-se a artéria axilar anteriormente. A ferida cirúrgica ou traumática na sua parte proximal é muito perigosa, não apenas em razão da grande hemorragia, mas também por causa do risco de entrada de ar e surgimento de êmbolos gasosos no sangue. • Lesão do nervo radial no braço Causa paralisia dos músculos tríceps, braquiorradial, supinador e músculos extensores do punho e dos dedos. Também há perda de sensibilidade em áreas de pele supridas por esse nervo. Quando o nervo é lesado no sulco radial, geralmente não há paralisia completa do músculo tríceps braquial, apenas enfraquecimento porque somente a cabeça medial é afetada; O sinal clínico característico é a queda do punho – incapacidade de estender o punho e os dedos na articulações, metacarpofalângicas. • Punção venosa na fossa cubital É o local comum de coleta e transfusão de sangue e de injeções intravenosas em razão da proeminência e acessibilidade das veias. A veia intermédia do cotovelo é selecionada quando o padrão de veias superficiais é o mais comum. Essa veia situa-se sobre a fáscia muscular e segue em trajeto diagonal da veia cefálica do antebraço até a veia basílica no braço. Em cerca de 20% das pessoas, a veia intermédia do antebraço divide-se em uma veia intermédia basílica, que se une à veia basílica, e uma veia intermédia cefálica, que se une a veia cefálica. A veia intermédia do cotovelo também é um local para a introdução de cateteres cardíacos para obter amostras de sangue dos grandes vasos e das câmaras de coração, também podem ser usadas nas angiografias coronarianas. Fabrícia Ribeiro – Turma XXXIII • Lesão do nervo musculocutâneo É normalmente causada por uma arma como uma faca. Resulta em paralisia dos músculos coracobraquial, bíceps braquial e braquial. A flexão na articulação do ombro pode ser fraca em razão da lesão do nervo musculocutâneo que afeta a cabeça longa dos músculos bíceps braquial e coracobraquial. Desse modo, há enfraquecimento acentuado, mas não perda da flexão da articulação do cotovelo e da supinação do antebraço. • Lesão do nervo na fratura do corpo (diáfise) do úmero A fratura da região média do úmero pode lesar o nervo radial no sulco radial do corpo úmero. Quando há lesão desse nervo, não é provável que a fratura cause paralisia do músculo tríceps braquial por causa da origem alta da inervação para duas de suas três cabeças. • Lesão do nervo mediano Quando o nervo mediano é seccionado na região do cotovelo, há perda da flexão das articulações interfalângicas proximais do 1º ao 3º dedos e enfraquecimento da flexão do 4º e do 5º dedos. Também há perda da flexão das articulações interfalângicas distais do 2º e do 3º dedos. A flexão das articulações interfalângicas distais do 4º e 5º dedos não é afetada porque a parte medial do músculo FPD (flexor profundo dos dedos), que produz esses movimentos, é suprida pelo nervo ulnar. A capacidade de fletir as articulações metacarpofalângicas do 2º e do 3º dedos é afetada porque os ramos digitais do nervo mediano suprem o 1º e 2º músculos lumbricais. Assim quando a pessoa tenta cerrar o punho, o 2º e 3º dedos permanecem parcialmente estendidos (“mão do pregador “). Quando há lesão do nervo interósseo anterior, os músculos tênares não são afetados, mas há paresia dos músculos flexor profundo dos dedos e flexor longo do polegar. Quando a pessoa tenta a opor a extremidade do polegar e o indicador para formar um círculo, a posição criada é a de uma “pinça” em razão da ausência de flexão da articulação interfalângica do polegar e da articulação interfalângica distar do indicador. Fabrícia Ribeiro – Turma XXXIII • Síndrome do pronador Causada por compressão do nervo mediano perto do cotovelo. Pode ser comprimido entre as cabeças do músculo pronador redondo como resultado de traumatismo, hipertrofia muscular ou faixas fibrosas. Os portadores dessa síndrome apresentam-se clinicamente com dor e sensibilidade aumentada à palpação da parte proximal da face anterior do antebraço e hipoestesia das faces palmares dos três primeiros dedos e da metade radial do dedo anular além da palma adjacente. • Lesão do nervo ulnar no cotovelo e no antebraço Costumam ocorrer em quatro locais: 1. Posteriormente ao epicôndilo medial do úmero 2. No túnel cubital formado pelo arco tendíneo que une as cabeças umeral e ulnar do músculo FUC 3. No punho 4. Na mão A lesão do nervo ulnar é mais comum no local onde o nervo passa posterior ao epicôndilo medial do úmero. A lesão decorre do traumatismo da parte medial do cotovelo contra uma superfície dura, com fratura do epicôndilo medial. Toda lesão superior ao epicôndilo medial causa parestesia da parte mediana do dorso da mão. A compressão do nervo ulnar no cotovelo (síndrome do túnel cubital) também é comum. A lesão do nervo ulnar costuma causar dormência e formigamento (parestesia) na parte medial da palma da mão, no dedo mínimo e na metade medial do dedo anular Pode resultar em significativa perda motora e sensitiva da mão. A lesão do nervo na parte distal do antebraço desnerva a maioria dos músculos intrínsecos da mão. A força de adução do punho é comprometida e , ao tentar fletir a articulação radiocarpal, a mão é desviada lateralmente pelo musculo FRC (suprido pelo nervo mediano) na ausência do “equilíbrio” proporcionado pelo músculo FUC. Após a lesão do nervo ulnar, a pessoa tem dificuldade de cerrar o punho porque, na ausência de oposição, as articulações metacarpofalângicas são hiperestendidas, e não consegue fletir o 4º e o 5º dedo nas articulações interfalângicas distais ao tentar cerrar o punho. Além disso, a pessoa não consegue estender as articulações interfalângicas quando tenta retificar os dedos. Essa aparência característica da mão, resultante de uma lesão distal do nervo ulnar, é conhecida como mão em garra. • Lesão do nervo radial no antebraço (ramos superficiais ou profundos) Em geral, o nervo radial é lesado no braço por uma fratura do corpo do úmero. Essa lesão é proximal aos ramos motores do nervo radial (comum) para os longos ecurtos extensores do punho, e portanto, a queda do punho é a principal manifestação clínica de uma lesão nesse nível. A secção do ramo profundo do nervo radial ocasiona incapacidade de estender o polegar e as articulações metacarpofalangianas (MCF) dos outros dedos. A secção do ramo superficial do nervo radial, um nervo cutâneo, costuma causar perda sensitiva mínima. Na maioria das vezes há uma área de anestesia, semelhante a uma moeda, distal às bases do metacarpais I e II. O motivo pelo qual a área de perda de sensibilidade é menor do que o esperado, é a considerável superposição de ramos cutâneos dos nervos mediano e ulnar. Fabrícia Ribeiro – Turma XXXIII • Tenossinovite Lesões como a perfuração de um dedo da mão por um prego enferrujado podem causar infecções das bainhas sinoviais dos dedos, ocorrem edema do dedo e dor ao movimento. Como os tendões dos 2º, 3º e 4º dedos quase sempre têm bainhas sinoviais separadas, a infecção geralmente é limitada ao dedo infectado. Pode haver ruptura das extremidades proximais dessas bainhas, o que permite a disseminação da infecção para o espaço palmar médio. Como a bainha sinovial do dedo mínimo geralmente é contínua com a bainha comum dos músculos flexores, a tenossinovite nesse dedo pode disseminar-se para a bainha comum dos músculos flexores e através da palma e túnel do carpo até a região anterior do antebraço, drenando para o espaço entre o músculo pronador quadrado e os tendões dos músculos flexores sobrejacentes (espaço de Parona). • Isquemia dos dedos Crises bilaterais intermitentes de isquemia dos dedos, caracterizadas por cianose e não raro acompanhadas por parestesia e dor, costumam ser causadas por frio e estímulos emocionais. Quando a causa do distúrbio é idiopática (desconhecida) ou primária, é denominada síndrome (doença de Reynaud). • Lesões do nervo mediano – Síndrome do túnel do carpo As lesões do nervo mediano costumam ocorrer em duas regiões: o antebraço e o punho. O local mais comum é aquele onde o nervo atravessa o túnel do carpo. SINDROME DO TÚNEL DO CARPO É causada por qualquer lesão que reduza significativamente o tamanho do túnel do carpo, ou na maioria das vezes, aumente o tamanho de alguma das noves estruturas, ou de seus revestimentos, que o atravessam (p.ex., inflamação das bainhas sinoviais). O nervo mediano é a estrutura mais sensível do túnel. O nervo mediano tem dois ramos sensitivos terminais que suprem a pele da mão; portanto, pode haver parestesia (formigamento), hipoestesia (diminuição da sensibilidade) nos três dedos e meio laterais. O ramo cutâneo palmar do nervo mediano tem origem proximal e não atravessa o túnel do carpo; assim, não é afetada a sensibilidade na região central da palma. O nervo também tem ramos motores terminais: o ramo recorrente, que serve aos três músculos tênares e os ramos para os músculos lumbricais primeiro e segundo. Os indivíduos com síndrome do túnel do carpo não conseguem opor os polegares. À medida que o distúrbio evolui, as alterações sensitivas irradiam-se para o antebraço e a axila. Para aliviar a compressão e os sintomas resultantes, pode ser necessária a secção cirúrgica parcial ou completa do retináculo dos musculo flexores, um procedimento chamado de liberação do túnel do carpo. Fabrícia Ribeiro – Turma XXXIII • Síndrome do túnel ulnar Pode haver compressão do nervo ulnar no punho, onde ele passa entre o osso pisiforme e o hámulo do osso hamato. A síndrome do túnel ulnar causa hipoestesia (sensibilidade ou tato (reduzidos) no dedo mínimo e metade medial do dedo anular e fraqueza dos músculos intrínsecos da mão. Pode haver deformidade “em garra” dos dedos anular e mínimo mas – ao contrário da lesão proximal do nervo ulnar – a capacidade de fletir não é afetada e há desvio radial da mão. • Neuropatia do guidão As pessoas que percorrem longas distâncias de bicicleta com as mãos estendidas contra o guidão pressionam os hámulos dos ossos hamatos, que comprimem os nervos ulnares. Esse tipo de compressão nervosa, causa perda sensitiva na face medial da mão e fraqueza dos músculos intrínsecos da mão. • Trauma do nervo mediano Muitas vezes a laceração do punho causa lesão do nervo mediano porque este nervo está relativamente próximo da superfície. Nas tentativas de suicídio por corte dos punhos, o nervo mediano costuma ser lesado imediatamente proximal ao retináculo dos músculos flexores. Isso resulta em paralisia dos músculos da eminência tenar (exceto o M. adutor do polegar e a cabeça profunda do M. flexor curto do polegar) e dos dois primeiros músculos lumbricais. Desse modo, a oposição do polegar é impossível e há comprometimento dos movimentos finos do 2º e 3º dedos. Também há perda da sensibilidade no polegar, dedos indicador e médio e metade do dedo anular. Se o nervo mediano dor seccionado no antebraço ou no punho, não é possível realizar a oposição do polegar. Entretanto, os músculos ALP e adutor do polegar (supridos pelos nervos interósseo posterior do antebraço e ulnar, respectivamente) podem imitar a oposição, embora de forma não efetiva. A lesão do nervo mediano resultante de uma ferida perfurantes na região do cotovelo resulta em perda de flexão das articulações interfalângicas proximais e distais dos 2º e 3º dedos. A mão simiesca é uma deformidade na qual os movimentos do polegar são limitados à flexão e à extensão do polegar no plano da palma. Esse distúrbio é causada pela incapacidade de oposição e pela abdução limitada do polegar. ➢ Pescoço • Lesão dos nervos laríngeos recorrentes Sempre há risco de lesão dos nervos laríngeos recorrentes durante uma cirurgia do pescoço. Perto do polo inferior da glândula tireoide, o nervo laríngeo recorrente direito está próximo da artéria tireóidea inferior e de seus ramos. Rouquidão é o sinal habitual de lesão unilateral do nervo recorrente; entretanto, pode haver afonia temporária, esses sinais resultam da lesão dos nervos laríngeos recorrentes durante cirurgia ou da pressão causada pelo acúmulo de sangue e exsudato seroso após a cirurgia. Fabrícia Ribeiro – Turma XXXIII • Tireoidectomia Às vezes a excisão de um tumor maligno da glândula tireoide, ou outro procedimento cirúrgico, exige a retirada parcial ou total da glândula. A hemorragia pós-operatória em cirurgia da glândula tireoide pode comprimir a traqueia, dificultando a respiração. O sangue acumula-se na cápsula fibrosa da glândula.
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