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LESÕES DE PLEXO Tipos de lesão Neuropraxia: lesão leve com perda motora e sensitiva, sem alteração estrutural. Apenas bloqueio da condução nervosa com preservação dos segmentos proximais e distais. Axonotmese: lesões por esmagamento, estiramento ou por percussão. Ruptura do segmento distal com degeneração walleriana. O prognóstico é bom desde que seja mantida a integridade do tecido conjuntivo de suporte desse neurônio com integridade das células de Schwann. Neurotmese: separação completa do nervo, com desorganização do axônio causada por uma fibrose tecidual. O prognóstico não é favorável e depende de cirurgia. Plexo braquial Formado pelos ramos anteriores de C5 a T1. Emerge entre os músculos escaleno anterior e médio, passando profundamente à clavícula e entra na axila. Na axila distal, tornam-se os nervos radial, axilar, ulnar, mediano, musculocutâneo, cutâneo medial do braço e do antebraço. O plexo pode ser dividido em três ramos: o tronco superior é formado pelos ramos de C5 e C6; o tronco médio é formado pelo ramo de C7 e o tronco inferior é formado por C8 e T1. Depois então, cada ramo se divide em região anterior e posterior onde dará origem aos fascículos que irão formar os nervos periféricos individuais. As divisões anteriores dos troncos superior e médio irão se unir para formar o fascículo lateral; enquanto a divisão anterior do tronco inferior permanece isolada formando o fascículo medial; e as divisões posteriores vão se unir para formar o fascículo posterior. inervação dos músculos individuais do membro superior por troncos e fascículos específicos: Tipos de lesão de plexo braquial As lesões de plexo podem ocorrer devido a lesões por quedas, sustentação de carga pesada nos ombros, objetos cortantes e armas de fogo, podendo ocorrer juntamente com fratura de clavícula. Mas também podem ocorrer lesões de origem não traumática como doenças degenerativas, inflamação, neoplasias, radiação, etc. Quanto à localização, classificam em: lesões pré-ganglionares – entre o espaço epidural e forame intervertebral; lesões pós-ganglionares – se estendem do forame intervertebral até a axila. Esse segundo grupo, ainda pode se subdividir em lesões supraclaviculares (62%) quando afetam raiz e tronco e lesões infraclaviculares quando acometem fascículos e ramos terminais, podendo ser completas ou parciais. Manifestações clínicas – lesão no plexo braquial A manifestação clínica irá depender muito da extensão da lesão, e isso dependerá da energia do trauma. Mas de uma forma geral os pacientes podem apresentar: - Hipotrofia - Fraqueza muscular (reflete o local do envolvimento do plexo), = lesão na parte superior do tronco geralmente se manifesta com fraqueza proximal do braço, = lesões do tronco inferior envolvem a mão. - Encurtamentos musculares, rigidez articulares e deformidades musculoesqueléticas no membro superior afetado, podendo gerar alterações posturais. - Dor neuropática (sensação de aperto, queimação) - Parestesia ou perda sensorial, a qual reflete o local de lesão do plexo. Lesão do tronco superior Raízes C5 e C6 Paralisia da abdução e rotação externa do ombro e flexão de cotovelo Lesão de tronco médio Raiz C7 Comprometimento total ou parcial da extensão dos dedos e punho Lesão de tronco inferior Raízes C8-T1 Somente a mão encontra-se paralisada Obs: Quando ocorre lesão dos três troncos, pode haver paralisia total do membro superior. Apresentação clínica da lesão de plexo braquial de acordo com o nível de lesão: Nível medular Alteração motora Alteração sensorial C5-6 Abdução e rotação lateral do ombro e flexão do cotovelo Região do deltóide, polegar e dedo indicador C5-7 Movimento supracitados juntamente a extensão do cotovelo, punho, dedo e polegar áreas supracitadas juntamente a dedo médio C7-T1 Movimentação da mão Dedos médio, anelar e mínimo e região ulnar C5-T1 Todas as movimentações do MMSS Toda a sensibilidade do MMSS Síndrome de Naffziger (síndrome do desfiladeiro escalênico) Plexalgia determinada pela compressão do músculo escaleno anterior. O plexo braquial transita pelo desfiladeiro escalênico, entre os músculos escaleno posterior e médio e o escaleno anterior. Nessa região está o triângulo escaleno, formado pelo escaleno anterior, médio e primeira costela. Qualquer compressão desse músculo pode afetar o plexo. Manifestação clínica: - Dor unilateral que pode distribuir-se desde o pescoço até a mão, afetando comumente a face ulnar do membro (aguda e com um caráter cortante ou de descarga elétrica). - Déficit motor e amiotrofia, localizados principalmente no antebraço e mão; desordens vasomotoras e edema, localizadas principalmente na mão. Manobra de Adson: Ao exame, a manobra pode determinar a interrupção do pulso radial com reprodução das queixas do paciente. O fisioterapeuta identifica o pulso radial, em seguida pede ao paciente que faça Rotação da cabeça para o lado afetado, a seguir, deve se estender a cabeça, abduzir o membro e pedir ao paciente que inspire profundamente. Esse posicionamento da cabeça coloca o escaleno sobre tensão e a inspiração profunda usa o escaleno como acessório e eleva a primeira costela podendo comprimir o feixe neurovascular. Síndrome de Parsonage-Turner (neuralgia amiotrófica) Neurite aguda do plexo braquial, afetando com frequência os nervos torácico longo, n. musculocutâneo e n. axilar. A etiopatogenia é obscura. Porém há hipótese de que haja um movimento traumático já que existe uma preponderância dessa síndrome em militares e operários. Assim como já foi postulado a relação dessa síndrome com diabetes e lúpus eritematoso sistêmico. Manifestação clínica: - Dor no nível do ombro e braço, seguida de quadro paralítico amiotrófico da cintura escapular. - Dor de forte intensidade e de caráter variável (queimação ou perfurante). Pode ser exacerbada para palpação muscular e costuma desaparecer gradualmente assim que se estabelece a paralisia amiotrófica. Plexo lombossacral O plexo lombossacral consiste em duas partes distintas: o plexo lombar e o sacral situados acima e abaixo da cintura pélvica, respectivamente, que são conectados pelo chamado tronco lombossacral (formado pela parte inferior de L4 e também pelo ramo de L5). Plexo lombar: formado pelos ramos anteriores de L1-L4. Emerge do músculo psoas maior. Inervam os músculos da coxa da região anterior e medial + parte medial da perna e do pé. Plexo sacral: formado pelos ramos anteriores de L4-S4. Encontra-se anteriormente ao músculo piriforme. Inerva a parte posterior da coxa e a maior parte da perna e pé. Plexopatia lombossacral Muito menos comum do que a plexopatia braquial (protegido pela cintura pélvica; mais comum em mulheres). A plexopatia de origem tumoral representa aproximadamente 15% das causas, onde o segmento L4-S1 é comumente afetado (> 50% dos casos) - os tipos de tumores que mais acontecem são os carcinomas de cólon, do reto sigmoide, tumor ginecológico, sarcomas retroperitoneais e linfomas. Quando não é de origem tumoral, ocorre em cerca de 0,7% dos casos após uma fratura pélvica traumática, aumentando para 2% após uma fratura sacral. Manifestação clínica: - Dor tipicamente forte e constante nos MMII, seguida por parestesia progressiva e fraqueza. - Fraqueza muscular para flexão e adução do quadril e extensão do joelho sugere uma possível lesão no plexo lombar (L1-L4). - Fraqueza muscular principalmente para movimentos de extensão, abdução e rotação lateral de quadril, flexão de joelho sugere uma possível lesão do tronco lombossacral (l4-5) e o plexo sacral (S1-S4). Avaliação fisioterapêutica para lesões de plexo ● Pele: coloração, trofismo, edema. Em pacientes com lesões completas de nervos periféricos podem apresentar lesões tróficas, a pele pode se tornar brilhante, seca, descamativa, unhas quebradiças. ● Tônus muscular: Em pacientes desse tipo, é observado hipotonia. ● Reflexos profundos: percutir os tendões de acordo com a região acometida. Espera-se em uma lesão nervosa periférica, arreflexia. ● Força muscular: todos os músculos do membroafetado e do lado contralateral devem ser avaliados e comparados. Exemplo de tabela utilizando a escala MRC – medical research council. ● Sensibilidade :avaliar presença de parestesias, disestesias, ciatalgias (dor grave). *Sensibilidade superficial: tato protopático, termossensibilidade e dor; *Sensibilidade profunda: palestesia, propriocepção. ● Dor: pode ser utilizada a EVA. ● Mobilidade articular: goniometria Tratamento fisioterapêutico Objetivos: ● Mobilidade articular: desuso leva a rigidez, por isso a importância de trabalhar a mobilidade articular de forma passiva ou ativa quando possível. É importante pensar no ganho de flexibilidade muscular naqueles pacientes que apresentem encurtamento. ● força muscular ● orientações com membro lesionado (pele, posicionamento). É importante orientar quanto ao posicionamento para prevenir deformidades e possíveis alterações posturais. Pensando em pacientes com danos sensoriais, é importante estar atento ao risco de lesões como queimaduras, por exemplo. ● prescrição de órteses em casos que o paciente apresente instabilidade articular para prevenir lesões. As órteses têm o objetivo de manter o membro posicionado corretamente.
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