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03--i-hello-mr-anderson-i-conectando-se-a-ti-INTRODUCAO-AS-TECNOLOGIAS-DA-INFORMACAO-IMD

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Material Didático do Instituto Metrópole Digital - IMD 
Versão 5.0 - Todos os Direitos reservados
Introdução às Tecnologias da
Informação
Aula 03 - Hello, Mr. Anderson! Conectando-se à
TI.
Apresentação da Aula
Você já deve ter percebido que tecnologia é uma palavra recorrente em nosso
curso. Mas de que tipo de tecnologia estamos falando? Há somente um gênero
desse conceito? Qual a in�uência das tecnologias na evolução da espécie humana e
no nosso cotidiano? Por que a relação de tecnologia com informação? Essas são
algumas das perguntas que procuraremos responder nesta aula. A�nal, um(a)
futuro(a) técnico(a) em TI precisa conhecer os fundamentos da área, concorda?
Portanto, inicialmente, vamos discutir sobre o conceito de tecnologia.
Conversaremos sobre a ideia que está por trás da palavra "tecnologia", explorando a
origem do termo, suas de�nições e implicações em nosso dia a dia e como a
utilizamos para ampliarmos nossas capacidades humanas e nossa própria evolução.
Você verá que a linguagem tem um papel relevante nesse processo.
Em seguida, analisaremos quais matérias-primas são utilizadas nas tecnologias
desenvolvidas pela humanidade. Veremos que, enquanto algumas são tangíveis,
outra não são, e aprenderemos como essas características têm in�uência na
facilidade de acesso e custos de produção de tecnologias. Muitas destas,
certamente, farão parte da sua futura vida pro�ssional. Entretanto, você perceberá
que alguns tipos de tecnologias proporcionam maior relevância à atividade do
pro�ssional de TI devido à relação direta que ele tem com os insumos necessários
aos produtos da área.
Por �m, vamos analisar sobre o que se debruça a área de TI, compreendendo os
conceitos que a envolvem para construir uma de�nição sobre ela. Conversaremos
sobre os conceitos de dados, informação, conhecimento e competência e o que eles
signi�cam e interessam para um(a) futuro(a) pro�ssional de TI.
Então, vamos começar?
Ah, sobre o título da aula? Nada de spoiler! Pre�ro que você veja com seus
próprios olhos pois, "há uma grande diferença entre saber o caminho e percorrer o
caminho". Só adianto que o título é uma metáfora para algo que utilizaremos nesta
aula!
Objetivos
De�nir o conceito de tecnologia e sua relação com o desenvolvimento
humano.
Estabelecer critérios baseados em insumos para classi�car e diferenciar
tecnologias.
Descrever características das tecnologias da informação.
O que é tecnologia?
Antes de começarmos nossa conversa, gostaria de lhe propor um rápido
desa�o. Pode ser? Então vamos lá!
Vou lhe dar 10 segundos para você pensar! Liste quais e quantas tecnologias
você já utilizou hoje! Preparado(a)?! Já!
Figura 01 - Cronômetro regressivo
E aí, como foi? Inicialmente, apesar do tempo reduzido, pode não ter sido tão
difícil fazer esse levantamento, hein?! Mas será que você considerou mesmo todas
as tecnologias utilizadas até este momento? Garanto que ao acordar você já estava
fazendo uso de algumas tecnologias desenvolvidas ao longo da história da
humanidade e nem percebeu. Isso porque algumas tecnologias já estão tão
integradas em nosso cotidiano que nem nos damos conta de que não são coisas
naturais, pois foram desenvolvidas por nós e estão lá, à nossa disposição, para
facilitar ou mesmo propiciar a execução de algumas atividades do dia a dia.
Então, você deve estar se perguntando: "Como assim? Estamos vivendo mesmo
numa Matrix e ninguém me avisou?!" Fim de spoiler! É isso mesmo. Usarei a
metáfora do �lme Matrix para tratar dos temas desta aula. Espero que goste! "Não
pense que é capaz. Saiba que é" – Morpheus. (MATRIX, 1999).
Figura 02 - Instituto Metrópole Digital
Calma! Ainda não será dessa vez, pelo menos, não agora, que você terá sido o(a)
escolhido(a)...
Certamente essa confusão é justamente pelo fato de você, assim como muitas
outras pessoas, ter uma compreensão restrita sobre o conceito de tecnologia.
A�nal, tecnologia não se limita aos produtos derivados da eletrônica, computação
e informática.
Isso soou estranho para você?! Não se preocupe! Estou aqui para ajudá-lo(a) a
ampliar ou reconstruir esse conceito de tecnologia. Então, qual "pílula" você
escolhe?!
Curiosidade
No �lme Matrix (1999) o personagem Morpheus, interpretado por Laurence
Fishburne, oferece ao protagonista Thomas Anderson/Neo, papel do ator Keanu
Reeves, uma pílula em cada uma de suas mãos. Se tomasse o comprimido azul,
ele acordaria sem que nada tivesse acontecido e continuaria acreditando no que
quisesse acreditar: no mundo em que vive, baseado em uma farsa sobre a
realidade, controlada pela Matrix. Ao contrário, se tomasse o comprimido
vermelho, Neo seria desconectado da Matrix e conheceria a verdade, o mundo
real, e passaria a fazer parte do restante da humanidade que ainda luta e resiste
contra o domínio das máquinas sobre os humanos, na comunidade Zion. Você
pode imaginar qual ele escolheu, hein?!
A Matrix está em todo lugar. É tudo o que nos
rodeia.
A palavra tecnologia tem origem grega, a partir da combinação do radical
tékhnē (τέχνη), que signi�ca arte, ciência, habilidade, com o radical lógos (λόγος),
que remete à linguagem, palavra, estudo, razão. Portanto, etimologicamente,
tecnologia tem a ver com estudo e domínio de habilidades e conhecimentos
cientí�cos aplicados em nossa vida. Não é à toa que a palavra é considerada como
sinônimo de conhecimento, ciência e técnica.
Hum… O conceito ainda está muito amplo, não é verdade?! Esmiuçar a origem
da palavra pode não ser su�ciente para darmos conta de todo o escopo de
signi�cados de um termo e sua de�nição. Então, que tal consultarmos o
Oráculo...Ou melhor, o buscador da Google, aquele que tem a resposta para todas
as nossas perguntas? Vamos lá!
Ao pesquisarmos sobre o termo "tecnologia" na internet, encontraremos
algumas de�nições em diferentes dicionários disponíveis na web. O Dicionário
Michaelis On-line, por exemplo, registra os seguintes verbetes (os grifos são meus):
1. Conjunto de processos, métodos, técnicas e ferramentas relativos à
arte, indústria, educação, etc.
2. Conhecimento técnico e cientí�co e suas aplicações a um campo
particular.
3. (por extensão) Tudo o que é novo em matéria de conhecimento
técnico e cientí�co.
4. Linguagem peculiar a um ramo determinado do conhecimento,
teórico ou prático.
5. Aplicação dos conhecimentos cientí�cos à produção em geral.
A partir das de�nições apresentadas, é possível dizer que tecnologia representa
um conjunto de conhecimentos e saberes sistematizados, aplicado para a
realização de uma atividade, que pode ser objetivada de forma palpável ou
não. Assim, linguagem, talheres, ferramentas, roupas, papel, caneta e, claro, o
computador em todas suas variações - desktop, laptop, tablet e smartphone - são
exemplos de tecnologias implementadas para atender a demandas e auxiliar na
execução de atividades cotidianas.
Figura 03 - Exemplos de tecnologias.
Você consegue estabelecer uma relação de cada uma dessas tecnologias com
alguma das de�nições apresentadas no Dicionário? Certamente, sim. A�nal, toda
tecnologia é criada pelo homem, ou seja, não é algo natural. Porém, esses exemplos
não dão conta de todos aqueles signi�cados. Lembra do que falei antes sobre
algumas tecnologias estarem tão presentes, a ponto de nem nos darmos conta de
que são tecnologias? É disso que estou falando e espero que você perceba. O
conceito de tecnologia é amplo e abrange uma série de soluções criadas ao longo da
história da humanidade, para ampliar nossas capacidades físicas, laborais e até
cognitivas!
Então, voltando àquela pergunta que lhe �z no início desta aula sobre as
tecnologias utilizadas desde que acordou, quando você desejou "bom dia" para
alguém em sua casa já estava usando uma (isso sem falar da cama em que você
estava dormindo, do despertador que lhe acordou, etc.). Isso mesmo! A linguagem
é uma das tecnologias mais fantásticas que desenvolvemos e nos apropriamos.
Perceber a linguagem como uma tecnologia e, portanto, como algo que não é
natural, é, para muitas pessoas, motivo de surpresa.Embora ela esteja presente em
nosso cotidiano, mesmo que não consigamos tocá-la, a linguagem foi desenvolvida e
aprimorada, assim como as demais tecnologias, ao longo da história da
humanidade.
A nossa linguagem é, de longe, a principal tecnologia que desenvolvemos até os
dias de hoje, pois, a partir dela, muitas outras se tornaram possíveis. Basta lembrar
que é a linguagem que nos diferencia de outros seres vivos, em razão de ela ser um
dos principais meios que utilizamos para externar nosso pensamento e auxiliar na
capacidade de raciocínio. Essa tecnologia foi fundamental para nosso domínio no
planeta. Sem a linguagem, que evoluiu para os idiomas, essa nossa conversa, por
exemplo, não seria possível!
É interessante analisarmos, inclusive, o potencial da linguagem como tecnologia
desenvolvida e utilizada por nossos ancestrais, além da maneira como ela se
relaciona e determina a área de TI. A tecnologia pode ser associada como uma
extensão da nossa memória, pois nos auxilia a organizar informações e tem
in�uência direta no desenvolvimento de nossas capacidades intelectuais, que
foram signi�cativas para a evolução da nossa espécie.
Figura 04 - Evolução do homem
Atividade em fórum de discussão
E agora, você já conseguiu formular uma proposta de de�nição para
tecnologia? Já deu para perceber que esse termo não se reduz à área de TI, né?
Que tal socializar sua compreensão com os colegas? Vá ao Moodle e participe do
fórum desta aula. Com suas palavras, poste o conceito de tecnologia, indique e
justi�que um exemplo, a partir da sua proposta, com base no que conversamos
até aqui. Em seguida, comente e discuta com os colegas as propostas
deles.Vamos lá?!
Acessar moodle
Com o domínio da linguagem, nossos ancestrais perceberam que poderiam
passar suas histórias e conhecimentos por meio da oralidade. Você pode imaginar o
quanto eram comuns aquelas reuniões e bate-papos em volta da fogueira para
contar e ouvir as histórias uns dos outros, fazer aquela resenha, relatos e estratégias
de caça, entre outros temas relevantes para determinado grupo e para a própria
perpetuação da espécie. Mas, como diz o ditado popular: "quem conta um conto
aumenta um ponto". Assim, era difícil o registro e a garantia da �delidade do relato
do autor, a�nal, nem sempre o autor intelectual estaria presente para dar seu relato
https://moodle.imd.ufrn.br/login/index.php
de forma �dedigna. Portanto, o "problema" da comunicação oral é a necessidade da
presença do indivíduo que realmente vivenciou a história narrada, a �m de não
haver contradições entre o que ele passou e o que é relatado por outras pessoas.
Entretanto, no momento em que percebemos a possibilidade de marcar
símbolos com o auxílio de um artefato (seja uma pedra, pedaço de pau ou algum
pigmento) em uma superfície de coloração, geralmente, oposta, desenvolvemos
uma outra variação da linguagem - a escrita. Evidentemente, estou falando aqui das
pinturas rupestres, como as encontradas no sítio arqueológico de Lajedo de
Soledade, no município de Apodi, aqui mesmo no Rio Grande do Norte. Veja que os
princípios básicos de tecnologias utilizadas ainda hoje, como papel e lápis, livros,
quadro negro e giz, e o próprio editor de texto ou slides de um computador, foi
criado há milhares de anos!
Figura 05 - Pintura rupestre de Lajedo de Soledade
Fonte: WIKIPÉDIA. Disponível em:
<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2c/Lajedo_de_Soledade_em_Apodi%2C_Ri
o_Grande_do_Norte%2C_Brasil.jpg>. Acesso em: 22 ago. 2018.
Aí você deve estar se perguntando: "Como é que a aula é sobre TI e estamos
falando de Pré-história?!". Você entenderá agora!
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2c/Lajedo_de_Soledade_em_Apodi%2C_Rio_Grande_do_Norte%2C_Brasil.jpg
Zion e Matrix: um mundo em átomos e outro em
bits!
Agora que já ampliamos nosso entendimento sobre o conceito de tecnologia e
vimos que ela não se restringe a equipamentos tecnológicos e muito menos precisa
ser palpável para ser real, discutiremos a respeito da relação do termo com a área
de TI.
Para começar, re�ita um pouco sobre essas questões: O que é real? Como você
de�ne o "real"? Se você está falando sobre o que você pode sentir, o que você pode
cheirar, o que você pode saborear e ver, o real são simplesmente sinais elétricos
interpretados pelo seu cérebro (MATRIX, 1999).
Esse "toque" do Morpheus relaciona-se perfeitamente com a discussão acerca
do virtual e do real. Aliás, o termo "virtual" diz respeito àquilo que tem
potencialidade de ser. Acontece que no meio digital, por meio do qual vivemos o
virtual (lembra da aula passada sobre EaD?), esse termo soa cada vez mais como
efetivamente real, não é? Porém, vamos pensá-lo em relação ao seu caráter digital
mesmo, ok?
Nesse sentido, o pesquisador Nicholas Negroponte (1995), do Massachusetts
Institute Technology (MIT), destacou que vivemos numa sociedade em que bens de
produção, de consumo e culturais são compostos por átomos e, mais
recentemente, também por bits. A Era dos átomos e dos bits! Você consegue
imaginar o que ele quis dizer com essa a�rmação? Uma dica: isso tem a ver com as
tecnologias materiais e imateriais… O que esses adjetivos da palavra "tecnologias"
signi�cam?
Figura 04 - Representação de um átomo x Representação de um bit
Provavelmente você já deve ter ouvido alguém diferenciar, de uma forma,
digamos, jocosa, hardware e software. Re�ro-me a a�rmações deste tipo: "Quando
você tem um problema no computador ou smartphone, o hardware (a parte
material, física, tangível) é o que você bate, enquanto o software (a parte imaterial,
lógica, intangível) é o que você xinga…". Pois é, isso tem tudo a ver com a ideia de
átomos e bits da qual estamos conversando.
Vamos lá! Se você já estudou conceitos básicos de Química ou mesmo de Física,
deve ter aprendido que o átomo é a unidade básica da matéria física e por muito
tempo foi considerado a menor parte dela, tanto que o termo signi�ca "aquilo que
não pode mais ser dividido". Apesar de se conhecer as partículas subatômicas,
ainda hoje o átomo é considerado, pelo menos do ponto de vista didático e
�losó�co, como a menor parte da matéria.
Um conjunto de átomos, a partir de seu número atômico, compõe um elemento
químico que, ao se unir com outro(s) elemento(s), forma uma molécula, a qual se
junta a outra(s) e compõe tudo à nossa volta, inclusive você e eu, o ar que
respiramos, o dispositivo pelo qual você está lendo esta aula, etc. Portanto, toda
tecnologia material é baseada em átomos.
Curiosidade
Você sabe por que a região dos EUA, localizada no estado da Califórnia, o
qual abriga grandes empresas de TI, como Apple©, Google© e Intel©, é
conhecida por Vale do Silício (Silicon Valley)?
Esse nome é uma referência (e, de certa forma, uma homenagem) ao
elemento químico Silício (Si - número atômico 14). Esse elemento, que é um dos
mais abundantes na Terra, está presente na areia e é o principal componente
para a produção de vidro, placas de circuitos eletrônicos e chips existentes em
dispositivos computacionais, fundamentais para as atividades das empresas de
TI.
Por sua vez, o bit, abreviação para binary digit, em português "dígito binário",
por assumir apenas dois valores 0 ou 1, é a menor unidade de dados em meio
digital. Lembra do efeito matrix no início desta aula? Então, ali é uma simulação,
cinematográ�ca, criada para representar o código binário (apesar da licença
artística, foram utilizados mais de dois caracteres).
Um conjunto de oito bits compõe um byte, e daí vem aquelas unidades de
medidas em informática com as quais você certamente está mais familiarizado(a),
como kilobytes (kB), megabytes (mB), gigabytes (gB), terabytes (tB) e por aí vai.
Portanto, os bits dizem respeito ao que compõe todo o conteúdo acessado pelos
meios computacionais. Eles são a unidade básica de toda tecnologia imaterial da
área de TI.
Por não terem insumos físicos em sua produção e serem acessíveis em meio
digital, diversos bens de consumo, produção e culturais (tecnologias) passaram a
ser acessíveis pordispositivos computacionais. Tal característica deu outro
signi�cado à disseminação e ao compartilhamento de informação em quantidades
cada vez maiores e mais rápidas. A�nal, uma cópia digital não degenera o bem
original, ao passo que para reproduzir um bem físico são necessárias as matérias-
primas física e de trabalho que o compõem e o tornam real, no sentido palpável.
Em razão dessa característica, as tecnologias materiais, baseadas em átomos,
são consideradas bens rivais, enquanto as imateriais, produzidas com bits, são não
rivais. Mas calma. A rivalidade a que me re�ro não se trata de uma rixa ou disputa
entre essas tecnologias, mas da característica de multiplicar o bem, sem deteriorar
ou perder o "original". Explico. Um bem rival, para ser multiplicado, demanda uma
nova produção, com outros recursos e insumos para desenvolvê-lo, ao passo que
um bem não rival pode ser simplesmente copiado. Ainda não está claro? Então
imagine a seguinte situação:
Se alguém lhe der uma colher real, uma tecnologia material, essa pessoa �caria
sem o utensílio, enquanto você poderia usá-lo e fazer o que quisesse (inclusive
entortar). Entretanto, se essa colher estivesse em meio digital, tanto você quanto
aquele que lhe ofertou passariam a possuir o utensílio, igual, com as mesmas
características. Nesse caso, "não existe colher" (MATRIX, 1999), somente a
representação ou objetivação dela em meio digital.
Figura 07 - Efeito Real e Efeito com pixel
Perceba que as tecnologias a serem utilizadas e desenvolvidas por você na área
de TI poderão ter matérias-primas tangíveis, intangíveis ou ambas. Isso tem
implicação direta não só no trabalho que você desempenhará, mas também no
custo para produção da solução desenvolvida ou do serviço prestado. Por isso que
nessa área, fonte de muitos negócios e geração de capital, a valorização do trabalho
do(a) pro�ssional de TI é alta, uma vez que a força de trabalho é o principal insumo
para a produção de seus bens que são, em grande parte, não rivais.
A esse respeito, Pretto e Bonilla (2012) pontuam que:
[...] como bem não rival, ele pode ser reproduzido e copiado in�nitamente,
sem que gere custos extras de produção, o que é diferente do processo de
reprodução de um bem material, que denominamos de bem rival, para o qual
cada nova cópia implica custos extras de matéria-prima, tempo e trabalho
de produção. 
(PRETTO; BONILLA, 2012, p. 59, grifo nosso).
Posso apostar que você já se valeu das vantagens da não rivalidade para
compartilhar com outras pessoas diversas mídias e bens digitais. Áudio, fotos,
vídeos… Quantas e quais dessas tecnologias imateriais você já recebeu e distribuiu
só nesta semana pelo aplicativo de conversas instantâneas para smartphone?!
Quase incontáveis, né? Agora imagina como era difícil compartilhar esses itens no
tempo em que os áudios dependiam de �tas cassete, as fotos de �lme e de
revelação em papel especial, os vídeos de uma �ta VHS… Isso sem falar dos
equipamentos necessários para registro e produção! É, meu caro, isso tudo tem a
ver com as TI, sejam elas tangíveis ou não!
Arquitetura da Matrix: dado, informação,
conhecimento e competência
Agora que você já construiu um conceito para tecnologia e percebeu que ela
pode ser tanto rival quanto não rival, avançaremos no entendimento desses
conceitos aplicados à TI. Para tanto, vamos retomar o tema da linguagem e
relacioná-la com dados, informações e conhecimentos. Já começou a perceber a
relação com a tecnologia da informação?!
Utilizamos a linguagem em sua expressão oral, escrita e também digital (KENSKI,
2008). A linguagem oral é caracterizada como imaterial, pois não pode ser tocada e
nem possui matéria ou insumos físicos para sua produção e acesso, conforme
estudamos há pouco. Assim, basta um emissor e, preferencialmente, um receptor
para que a informação seja transmitida. Nesse mesmo sentido, a Língua Brasileira
de Sinais (LIBRAS) também é uma tecnologia imaterial, ainda que não seja oral.
A�nal, ambas independem de suportes externos a nós para reprodução e
demandam, apenas, que os interlocutores compartilhem dos mesmos códigos de
representação das informações, no caso, o idioma.
Já as linguagens escrita e digital (a�nal, elas também são uma espécie de
linguagem, e veremos adiante o porquê) são tecnologias parcialmente imateriais,
pois só podem ser registradas e transmitidas com suporte de outras tecnologias,
aliás, materiais. A�nal, por mais que você queria, é impossível usar a escrita ou
mesmo um software sem os devidos meios para acessá-los. Embora sejam
imateriais, tais tecnologias, diferentemente das línguas orais ou sinalizadas
(gestuais), demandam recursos para objetivá-las, os quais correspondem,
respectivamente, ao papel e à caneta, à lousa e ao pincel ou a dispositivos como
computador, tablet e smartphone. Geralmente são essas as tecnologias materiais
que primeiramente vêm à nossa mente para conceituarmos e citarmos como
exemplo. Entretanto, elas vão além do campo da eletrônica e da informática e, além
das materiais, temos as tecnologias plenas e parcialmente imateriais.
Vimos também que a base das tecnologias imateriais digitais é o bit, uma
sequência de dados escritos em 0 e 1 (linguagem digital) entendida pela máquina. É
o que a Matrix vê, mas interpreta e passa para nós em formato inteligível. O que é
transmitido é justamente a informação, à qual atribuímos signi�cados e,
particularmente, mesmo interagindo com outras pessoas, convertemos em
conhecimento. A apropriação do conhecimento é que nos torna capazes de realizar
e desenvolver algumas tarefas, demonstrando habilidade e competência para
tanto.
Ao aprendermos a transformar bens culturais em meio digital, por meio do
código binário, ampliamos o acesso e oportunizamos a que mais pessoas
pudessem consumir conteúdo e informação e, então, ampliar seu repertório
cultural, seus saberes e suas habilidades. Atualmente, utilizando a internet, nos é
possível ler Hamlet de Shakespeare, contemplar a tela da Monalisa de Leonardo
DaVinci, ouvir a Quinta Sinfonia de Beethoven e assistir à trilogia completa de
Matrix a partir de diferentes dispositivos computacionais. Evidentemente, apenas o
acesso não é su�ciente para transformarmos dados e informações em
conhecimentos que nos gerarão habilidades e competências. Você pode imaginar o
porquê?
Figura 08 - Transformação de bens culturais em meio digital
Conteúdo interativo, acesse o Material Didático.
É por essa característica que frequentemente essas tecnologias são chamadas
de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC). Por meio delas,
podemos acessar mídias digitais (tecnologias parcialmente imateriais e bens não
rivais) que armazenam informações interpretadas por nós, as quais, de certa forma,
nos comunicam algo a partir dos dados presentes e operados pelos dispositivos
computacionais.
Com isso, você deve ter percebido que dado, informação, conhecimento e
competência são conceitos que, embora relacionados, são distintos (SETZER, 2015).
Mas será que você já consegue de�nir cada um deles e perceber como se
relacionam com a TI? Não? Pois analise a �gura abaixo, relativa à representação
desses conceitos, e procure fazer algumas inferências:
Figura 09 - Dado, Informação Conhecimento e Competência
Certamente você já conseguiu fazer algumas relações desses termos com a área
de TI, hein? Deu para perceber a ligação entre um conceito e outro? Que tal conferir
se suas proposições estão coerentes? A seguir, as de�nições dos termos, adaptadas
de Setzer (2015):
Dado
Informação
Conhecimento
Competência
Esses conceitos mostram que a área de TI se preocupa em organizar e tratar os
dados por meio de sistemas computacionais. Esses dados, apresentados a nós para
atribuirmos caráter de informações, possuem valor social e econômico cada vez
maior em nossa sociedade. A cada dia é gerada uma grande quantidade de dados.
Imagina, então, como é gerenciar todo esse conteúdo?! Para isso, é envolvida no
processo a Tecnologia da Informação, com uma série de atividades e soluções
computacionaisvoltadas para obtenção, armazenamento, gerenciamento,
acesso e uso das informações por nossa parte! A nós cabe a apropriação das
tecnologias desenvolvidas para otimizar as práticas laborais, tornar os processos
produtivos mais e�cientes, ampliar nossas capacidades e garantir melhor qualidade
de vida.
Curiosidade
Com toda a evolução da pesquisa e todo o desenvolvimento de tecnologias
de inteligência arti�cial (IA), ainda não há um Agente Smith que consiga
superar a capacidade de abstração e criação de qualquer Sr. Anderson. A
capacidade de ler além das palavras é inerente à nossa mente, por meio de
nossa linguagem e inteligência. A�nal, como acabamos de ver, as máquinas "só"
conseguem dar conta do registro e gerenciamento de um grande volume de
dados. O signi�cado das informações, a produção de conhecimentos e o
desenvolvimento de habilidades e competências, por ora, ainda é restrita a nós,
seres humanos.
É… Mas essa realidade parece cada vez mais próxima! Em março de 2014
um sistema de IA, chamado Quakebot, desenvolvido pelo repórter Ken
Schwencke, do Los Angeles Times, registrou um terremoto sobre o qual o
próprio sistema escreveu uma reportagem em poucos segundos. Veja um
trecho traduzido da reportagem produzida pelo algoritmo:
Um terremoto de baixa magnitude 4,7 foi relatado na manhã de segunda-
feira, a cinco milhas de Westwood, Califórnia, de acordo com o U.S.
Geological Survey. O tremor ocorreu às 6:25 a.m. horário do Pací�co a uma
profundidade de 5.0 milhas.
De acordo com o USGS, o epicentro estava a seis milhas de Beverly Hills,
Califórnia, a sete milhas da Universal City, Califórnia, a sete milhas de Santa
Monica, Califórnia, e a 348 milhas de Sacramento, Califórnia. Nos últimos
dez dias, não houve terremotos de magnitude maiores que 3,0 centrados
nas proximidades.
Esta informação vem do Serviço de Noti�cação de Terremotos do USGS e
esta publicação foi criada por um algoritmo escrito pelo autor. (OREMUS,
2014, tradução nossa).
Curioso, não? Pois confere a reportagem abaixo que relata esse fato com
maiores detalhes:
A primeira reportagem sobre o terremoto em Los Angeles foi escrita
por um robô. Fonte: OREMUS, Will. The �rst news report on the L.A. earthquake
was written by a robot. Stale, 17 mar. 2014. Disponível em:
<http://www.slate.com/blogs/future_tense/2014/03/17/quakebot_los_angeles_ti
mes_robot_journalist_writes_article_on_la_earthquake.html. Acesso em: 17 ago.
2017.
Mas não precisa �car preocupado(a), pois, ainda por um bom tempo,
di�cilmente um sistema de IA conseguirá produzir textos e reportagens mais
profundos. A partir da própria notícia elaborada pelo algoritmo é possível
perceber (sem minimizar ou menosprezar a solução desenvolvida) que o
Quakebot gerencia dados e atribui algum signi�cado apenas àqueles que são
mensuráveis, como é o caso da magnitude do terremoto e da distância existente
entre as cidades e os eventos. A informação em si, somos nós que
estabelecemos a partir da leitura, a qual nos permite construir alguns
conhecimentos sobre o fato relatado. Uma reportagem com análise crítica,
considerando aspectos semânticos e variáveis de ordem subjetiva, ainda �cará a
cargo e será competência de repórteres de carne e osso…
Encerramos aqui mais uma aula da nossa disciplina! Esses fundamentos serão
necessários para sua participação no curso e para sua futura atuação pro�ssional!
Estou certo de que você consegue perceber as especi�cidades do conceito de
tecnologia bem mais do que antes, não?! Que tal fazer um pequeno check-list do que
aprendeu aqui? Até mais!
http://www.slate.com/blogs/future_tense/2014/03/17/quakebot_los_angeles_times_robot_journalist_writes_article_on_la_earthquake.html
Glossário
Agente Smith: principal vilão da série de �lmes Matrix, é uma manifestação da
inteligência arti�cial no mundo da Matrix, com poderes extraordinários para
manipular o seu ambiente.
Algoritmo: conjunto das regras e procedimentos lógicos que levam à solução de
um problema por meio de um número �nito de etapas. É a base de todo e qualquer
software.
Degenerar: desgastar, estragar, corromper ou piorar algo ou alguém.
Elemento químico: matéria constituída por átomos com o mesmo número
atômico, a qual possui propriedades e particularidades especí�cas e únicas. A tabela
periódica lista todos os 118 elementos químicos conhecidos no planeta (23 deles
foram sintetizados em laboratório).
Etimologia: estudo gramatical da origem e história das palavras.
Insumo: qualquer elemento diretamente necessário para o processo de
produção.
Inteligência arti�cial: inteligência similar à humana, procedida por meio de
tecnologias, com o objetivo de fazer com que computadores realizem ações,
atualmente, especí�cas dos seres humanos.
Libras: língua de sinais usada pela maioria dos surdos brasileiros e reconhecida
por Lei.
Matrix: no �lme homônimo, é a realidade virtual em que os seres humanos
vivem. Trata-se de uma ilusão criada por sistemas computacionais de inteligência
arti�cial que dominaram a humanidade e mantêm os seres humanos como fonte de
energia para manutenção das máquinas.
Objetivar: materializar ou demonstrar algo abstrato, como uma ideia ou um
sentimento, tornando-o quase concreto.
Partícula subatômica: dimensões da matéria menores do que as de um átomo,
tais como os fótons, os glúons e os quarks.
Palpável: aquilo que se pode tocar.
Pintura rupestre: representações pré-históricas em superfícies rochosas.
Também chamada de arte rupestre.
Sítio arqueológico: local onde �caram preservados artefatos, construções ou
outras evidências de atividades humanas passadas.
Sr. Anderson: forma como o vilão, Agente Smith, se refere a Neo. Antes de se
tornar Neo, o protagonista da série de �lmes Matrix chamava-se, no mundo
produzido pelo sistema de realidade virtual, Thomas A. Anderson.
Subjetivo: aquilo que pertence ao sujeito pensante e a seu íntimo e que, por
isso, é individual, pessoal e particular.
Resumo
Nesta aula você aprendeu que o conceito de tecnologia é amplo e que ela tem
uma relação fundamental para o desenvolvimento da espécie humana. A linguagem,
nossa principal tecnologia desenvolvida, tem um papel relevante por ter nos
oportunizado a criação de outras soluções que ampliaram nossas capacidades,
sobretudo no que diz respeito ao gerenciamento e compartilhamento de
informação.
Você compreendeu também que as tecnologias não podem ser total ou
parcialmente imateriais ou materiais. Essas características têm a ver com os insumos
usados em sua produção, com base nos quais classi�camos as tecnologias em bens
rivais e não rivais.
Por �m, a partir da conceituação de dados, informação, conhecimento e
competência, você, enquanto pro�ssional que se preocupa com o desenvolvimento
de atividades e soluções computacionais para obtenção, armazenamento,
gerenciamento, acesso e uso de dados e informações em meio digital, pôde
compreender fundamentos essenciais relativos à área de tecnologia da informação.
Autoavaliação
1. Com base nesta aula, como você descreve a área de TI? Qual o papel
social e econômico que ela desempenha na sociedade?
Leitura complementar
MATRIX. Direção: Lilly Wachowski; Lana Wachowski. Produção: Joel
Silver. EUA/Austrália: Warner Bros. Pictures, 1999, 1 DVD (136MIN).
Referências
KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. 4. ed.
Campinas: Papirus, 2008.
LAJEDO Soledade. Disponível em: <http://www.lajedodesoledade.org.br/. Acesso
em: 22 ago. 2018.
MATRIX. Direção: Lilly Wachowski; Lana Wachowski. Produção: Joel Silver.
EUA/Austrália: Warner Bros. Pictures, 1999, 1 DVD (136MIN).
NEGROPONTE, N. A vida digital. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
PRETTO, N. D. L.; BONILLA, M. H. S. O que software livre tem a ver com a
educação? In: NUNES, J. B. C.; OLIVEIRA, L. X. de. Formação de professores para as
tecnologias digitais. Brasília: Liber Livro, 2012, p. 57-77.
SETZER, V. W. Dado, informação, conhecimento e competência. Disponível
em: <https://www.ime.usp.br/%7Evwsetzer/dado-info.html. Acesso em: 10 set. 2017.
TECNOLOGIA.In: MICHAELIS. Disponível em:
<http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-
brasileiro/tecnologia/. Acesso em: 22 ago 2018.
http://www.lajedodesoledade.org.br/
https://www.ime.usp.br/~vwsetzer/dado-info.html
http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/tecnologia/

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