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CONTABILIDADE PÚBLICA - REGIMES CONTÁBEIS

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CONTABILIDADE 
PÚBLICA AVANÇADA 
Aline Alves dos Santos
Regimes contábeis
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
n Reconhecer o conceito e a legislação que abrangem os regimes
contábeis.
n Identifi car as espécies de regimes contábeis que compreendem a
contabilidade pública.
n Distinguir o que é o exercício fi nanceiro, no qual são aplicados os
regimes contábeis.
Introdução
Você sabia que a contabilidade adota dois tipos de regimes contábeis, 
que têm como finalidade a identificação das mutações do patrimônio 
que ocorreram em entidades públicas? Esses regimes são denominados 
regime de caixa e de competência.
Neste texto, você vai reconhecer a legislação que trata sobre os regi-
mes contábeis. Além disso, vai aprender a diferenciar os tipos de regimes 
contábeis e a aplicação deles no setor público.
Conceitos e princípios
Na contabilidade, os princípios e convenções contábeis geralmente aceitos 
também são denominados regimes contábeis de escrituração. Eles ainda 
podem ser chamados de argumentos elementares relativos às ocorrências 
econômicas decorrentes da contabilidade. Em síntese, representam a estagnação 
de verifi cações e avaliações.
A legislação que regulamenta os regimes contábeis aplicados ao setor 
público é apresentada na lei nº 4.320/64 (BRASIL, 1964). Mas, por meio 
da lei complementar nº 101 (BRASIL, 2000), você pode verificar sobre a 
aplicação do regime de competência e de caixa e compreender como ocorre 
sua escrituração, conforme o artigo 50.
Contabilidade_Publica_Avancada_U1_C03.indd 39 11/01/2017 16:52:48
A contabilidade é aplicada por intermédio de registros realizados por 
entidades das mais variadas segmentações, que podem ter fins lucrativos 
ou não. Elas buscam identificar e demonstrar as modificações patrimoniais 
e financeiras que ocorreram por determinação da administração ou ainda 
por alterações que são externas à organização, ou seja, que não estão sob o 
controle da administração.
Quando você pensa em um exercício financeiro que envolve as receitas 
e despesas da entidade, compreende claramente o que significa “exercício 
financeiro, ano financeiro ou período adicional”? Você poderá aprender isso 
por meio dos conceitos apresentados a seguir.
Exercício financeiro
Compreende o período em que transcorrem as ações relacionadas à aplicação 
da lei orçamentária no decorrer de um ano. Ao mesmo tempo, existem outras 
operações que são autônomas à execução orçamentária. Com isso, a conta-
bilidade pública realiza o lançamento total estimado da receita e defi nido da 
despesa. Além disso, realiza o registro do recebimento da receita e de diversos 
acontecimentos administrativos.
Conforme disposto na legislação, por meio da lei nº 4.320/64 (BRASIL, 
1964), fica estabelecido o significado de exercício financeiro: 
Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.
 Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
 I - as receitas nele arrecadadas;
 II - as despesas nele legalmente empenhadas.
O exercício financeiro pode envolver o ano financeiro e também o período 
adicional, ou ainda pode coincidir com o ano civil, dessa forma desprezando o 
período adicional. Você deve saber que exercício financeiro e ano financeiro 
apresentam o mesmo sentido.
O registro realizado pela contabilidade relativo ao exercício financeiro, no qual são 
lançadas as despesas e receitas, pode ser constituído mediante regime financeiro, 
também denominado de caixa e competência.
Contabilidade pública avançada40
Contabilidade_Publica_Avancada_U1_C03.indd 40 11/01/2017 16:52:48
Na legislação, está disposto na lei complementar nº 101/2000 (BRASIL, 
2000), no seu artigo 50, inciso II, que:
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, 
a escrituração das contas públicas observará as seguintes:
 II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo 
o regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o
resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa.
Ano financeiro
Representa o espaço de tempo relacionado à aplicação do orçamento. O ano 
fi nanceiro não confere com o denominado ano civil. Sendo assim, é necessária 
a existência adicional de um período.
Período adicional
Corresponde ao tempo complementar ao ano fi nanceiro e aproveitado na 
resolução e término das transações relacionadas às receitas registradas e não 
recebidas, e também às despesas que foram empregadas e não liquidadas no 
período do ano fi nanceiro. O tempo complementar concedido normalmente 
ocorria de 1º a 31 de janeiro do exercício seguinte.
Características do regime contábil
Regime de caixa
Também é conhecido como regime de gestão anual. Nele, devem ser con-
sideradas receitas e despesas tudo aquilo que envolver pagamentos e rece-
bimentos relativos ao ano fi nanceiro da organização. Consequentemente, 
o regime de caixa interpreta a totalidade de tudo aquilo que foi recolhido
e liquidado no exercício. Pode ocorrer de a entidade ter documentos que
retratem despesas e receitas referentes a exercícios anteriores; porém, eles
devem ser considerados se tiverem sido pagos ou recebidos durante o exer-
cício fi nanceiro.
Nesse regime, todas as receitas e despesas, após o fechamento do exercício, 
caso não tenham sido pagas ou recebidas, necessitam ser transportadas para o ano 
seguinte. Elas precisam estar previstas para o próximo orçamento da entidade e 
41Regimes contábeis
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devem pertencer de forma integral a ele, sem que tenham sido deixados resquícios 
de ativos ou passivos.
Assim, nesse regime não há benefícios sobre as receitas que fizerem parte 
do resultado econômico-financeiro do exercício, pois elas serão transferidas 
para o exercício posterior.
Você deve compreender que o resultado econômico-financeiro não faz uso das receitas. 
Porém, ele tem reflexos ativos e passivos decorrentes das receitas recebidas e das 
despesas liquidadas, mesmo essas tendo origem em exercícios anteriores.
Regime de competência
Esse regime também é denominado regime do exercício ou ainda regime 
jurídico. Nele, os impostos registrados e não recolhidos, considerando 
também as despesas não pagas, devem ser registrados como se tivessem 
realmente sido pagos. Dessa forma, a receita registrada que não foi arreca-
dada antes do fechamento do exercício é ajustada à receita do exercício e 
identifi cada como “resíduos ativos” ou ainda como “restos a arrecadar”. O 
mesmo ocorre com a despesa que não foi liquidada, devendo essa ser ajustada 
à despesa do exercício e transportada à conta fi nanceira, identifi cada como 
“resíduos passivos” ou “restos a pagar”. As despesas e receitas que foram 
transferidas para o orçamento do exercício seguinte, com o intuito de serem 
pagas ou recebidas, permanecerão, no entanto, a referir-se ao orçamento 
que as produziu.
De outro modo, você deve entender que no regime de competência as 
receitas e despesas são alocadas conforme realmente estão sujeitas. Ou seja, 
conforme o fato gerador delas, desprezando sua arrecadação ou pagamento. O 
princípio de competência é evidenciado como aquele que mais causa reflexos 
na contabilidade pública, pois o que é decisivo são os acontecimentos, e não 
o fluxo financeiro da entidade.
Contabilidade pública avançada42
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A partir de 2017, com a extinção da Resolução 750/1993, passou a ser válida a 
Resolução 1.374/2011 para a elaboração dos relatórios contábeis e financeiros. Os 
princípios de contabilidade são tratados em diversos pronunciamentos do Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC).
Regime misto
Refere-se à adoção dos dois regimes, o de caixa e o de competência. Nele, 
as receitas registradas no orçamento precisam ser apropriadas no instante da 
sua arrecadação, ou seja, pelo regime de caixa. Já as despesas relativas ao 
orçamento são apropriadas no instante em que sãoempenhadas, isto é, pelo 
regime de competência, pois a despesa que foi empenhada é resultante do fato 
gerador. Aqui, você deve desconsiderar o momento de liquidação da despesa.
No regime misto, o resultado financeiro decorrente do exercício não faz uso da receita 
que foi registrada e também não faz a arrecadação dela, porém o resultado econômico 
do exercício é favorecido.
Regime contábil aplicado ao setor público
A contabilidade, quando aplicada ao setor público, elabora seus registros por 
meio das mutações patrimoniais estimadas. Elas interferem nas ações que estão 
sendo praticadas relativas a métodos de trabalho e por meio da arrecadação, 
considerando que os dois são autônomos. 
No Brasil, o regime escolhido é o misto. Ele reconhece caixa para receitas e 
competência para despesas no momento em que ocorre recebimento de valores. 
Porém, as despesas e receitas são escrituradas em conformidade com o fato 
43Regimes contábeis
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gerador. As receitas acontecem no período em que foram previstas, enquanto as 
despesas não poderão ultrapassar os valores determinados. O regime adotado 
pelo Brasil é regulamentado pela lei nº 4.320/64.
A contabilidade aplicada ao setor público possui particularidades que 
apontam que os lançamentos contábeis são oriundos dos fatos geradores 
existentes na aplicação do orçamento público. Estes são confrontados com as 
estimativas já determinadas. Desse modo, na aplicação da receita, acontece o 
lançamento das mutações do patrimônio. Contudo, o orçamento é usado como 
um importante indicador de desempenho, considerando que o lançamento de 
uma receita recebida é contabilizado em decorrência do que foi previsto nele.
Toda receita registrada que não for recebida dentro do exercício financeiro 
precisa ser transportada para o orçamento do exercício posterior. Dessa forma, 
será reconhecida junto com a receita do exercício em que for recebida. Ocorre 
que o resultado financeiro obterá vantagem, porém o econômico não, devido à 
baixa realizada. Assim, a alteração patrimonial favorável originada mediante 
o recebimento será cancelada em contrapartida à alteração patrimonial des-
favorável, decorrente da baixa.
Analise, a partir da Tabela 1, o valor que representa uma receita registrada 
que não foi recebida de R$ 100,00. Logo, a despesa empregada que não foi 
liquidada resulta em R$ 80,00.
Receita
Sistema financeiro Sistema patrimonial
Inscrição
R$ 100,00 variação ativa
Arrecadação
Sistema financeiro Sistema patrimonial
Arrecadação Arrecadação (reflexo) Baixa
R$ 100,00 R$ 100,00 variação ativa (R$ 100,00) variação passiva
 Tabela 1. Gráfico demonstrativo: receita não arrecadada e despesa não paga. 
(Continua)
Contabilidade pública avançada44
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 Fonte: Adaptada de Kohama (2006). 
Despesa
Sistema Financeiro Sistema Patrimonial
Apropriação (Reflexo)
R$ 80,00 -R$ 80,00
Variação negativa
 Tabela 1. Gráfico demonstrativo: receita não arrecadada e despesa não paga. 
(Continuação)
45Regimes contábeis
Contabilidade_Publica_Avancada_U1_C03.indd 45 11/01/2017 16:52:49
BRASIL. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Brasília, DF, 1964. Disponível em: <http:// 
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320.htm>. Acesso em: 11 nov. 2016.
BRASIL. Lei complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Brasília, DF, 2000. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm>. Acesso em: 16 nov. 
2016.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº 1.367, de 25 de novembro 
de 2011. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/ 
resolucao-cfc-1367-2011.htm>. Acesso em: 03 dez. 2016.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº 1.374, de 08 de dezembro 
de 2011. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <https://www3.semesp.org.br/portal/pdfs/
juridico2011/Resolucoes/res_CFC_1374(08_12).pdf>. Acesso em: 04 jul. 2020.
KOHAMA, Heilio. Contabilidade pública: teoria e prática. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
Leituras recomendadas
ANGÉLICO, João. Contabilidade pública. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Brasília, DF, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/ constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 12 nov. 2016.
BRASIL. Lei nº 869, de 16 de outubro de 1949. Brasília, DF, 1949. Disponível em: 
<http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1930-1949/L0869.htm>. Acesso em: 16 
nov. 2016.
HADDAD, Rosaura Conceição; MOTA, Francisco Glauber L. Contabilidade pública. 
Brasília, DF: CAPES, 2010.
SILVA, Lino Martins da. Contabilidade governamental: um enfoque administrativo. 4. 
ed. São Paulo: Atlas, 2000.
SLOMSKI, Valmor. Manual da contabilidade pública: um enfoque na contabilidade 
municipal, de acordo com a lei de responsabilidade fiscal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 
2003.
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