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Ementa e Acórdão 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE RORAIMA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :GOVERNADORA DO ESTADO DE RORAIMA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RORAIMA Ementa: PROCESSO CONSTITUCIONAL. AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DESPROVIMENTO. 1. As prerrogativas processuais dos entes públicos, tal como prazo recursal em dobro e intimação pessoal, não se aplicam aos processos em sede de controle abstrato. 2. Agravo regimental não provido. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal, sob a presidência do Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata de julgamento, por maioria de votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Dias Toffoli (Presidente) e Marco Aurélio. Brasília, 6 de fevereiro de 2019. MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - RELATOR Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 69FA-0697-3D00-2C0B e senha 900F-CC6D-3D16-C0A0 Supremo Tribunal FederalSupremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 42 Relatório 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE RORAIMA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :GOVERNADORA DO ESTADO DE RORAIMA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RORAIMA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. A Assembleia Legislativa do Estado de Roraima interpõe agravo regimental contra decisão monocrática que não conheceu do recurso, na presente ação direta de inconstitucionalidade, pelos seguintes fundamentos: Trata-se de agravo regimental interposto em face de decisão monocrática que deu parcial provimento à medida cautelar da presente ação direta de inconstitucionalidade, que tem por objeto a Lei Orçamentária do Estado de Roraima. Nota-se que a decisão agravada foi publicada no Diário de Justiça eletrônico em 09/05/2018, tendo como termo final para interposição do recurso o dia 30/05/2018, conforme Certidão de Decurso de Prazo (peça nº 82 dos autos eletrônicos). A petição de agravo regimental foi apresentada eletronicamente, perante o Supremo Tribunal Federal, em 06/06/2018, o que não atende ao requisito da tempestividade, de acordo com os arts. 224, §2, e 1070 do CPC. É importante assinalar que o envio da decisão por correio possui mero caráter informativo às partes, não cumprindo função para contagem de prazo. Diante do exposto, não conheço do presente recurso em Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8301-68C1-A594-33CD e senha 35F7-E5DD-7448-00F7 Supremo Tribunal Federal 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA RELATOR : MIN. ROBERTO BARROSO AGTE.(S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE RORAIMA ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGDO.(A/S) :GOVERNADORA DO ESTADO DE RORAIMA PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RORAIMA RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): 1. A Assembleia Legislativa do Estado de Roraima interpõe agravo regimental contra decisão monocrática que não conheceu do recurso, na presente ação direta de inconstitucionalidade, pelos seguintes fundamentos: Trata-se de agravo regimental interposto em face de decisão monocrática que deu parcial provimento à medida cautelar da presente ação direta de inconstitucionalidade, que tem por objeto a Lei Orçamentária do Estado de Roraima. Nota-se que a decisão agravada foi publicada no Diário de Justiça eletrônico em 09/05/2018, tendo como termo final para interposição do recurso o dia 30/05/2018, conforme Certidão de Decurso de Prazo (peça nº 82 dos autos eletrônicos). A petição de agravo regimental foi apresentada eletronicamente, perante o Supremo Tribunal Federal, em 06/06/2018, o que não atende ao requisito da tempestividade, de acordo com os arts. 224, §2, e 1070 do CPC. É importante assinalar que o envio da decisão por correio possui mero caráter informativo às partes, não cumprindo função para contagem de prazo. Diante do exposto, não conheço do presente recurso em Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8301-68C1-A594-33CD e senha 35F7-E5DD-7448-00F7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 42 Relatório ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR decorrência da intempestividade. 2. Alega a Agravante que a decisão não deve ser mantida. Sustenta que a Assembleia Legislativa do Estado possui natureza de pessoa jurídica de direito público e que, portanto, seus prazos deveriam ser contados em dobro e a partir de intimação pessoal, de acordo com os arts. 182 e 183 do CPC e dos arts. 81, inciso II e 104, § 4º ambos do RISTF. Requer seja dado provimento ao presente agravo. 3. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8301-68C1-A594-33CD e senha 35F7-E5DD-7448-00F7 Supremo Tribunal Federal ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR decorrência da intempestividade. 2. Alega a Agravante que a decisão não deve ser mantida. Sustenta que a Assembleia Legislativa do Estado possui natureza de pessoa jurídica de direito público e que, portanto, seus prazos deveriam ser contados em dobro e a partir de intimação pessoal, de acordo com os arts. 182 e 183 do CPC e dos arts. 81, inciso II e 104, § 4º ambos do RISTF. Requer seja dado provimento ao presente agravo. 3. É o relatório. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 8301-68C1-A594-33CD e senha 35F7-E5DD-7448-00F7 Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 42 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): Ementa: PROCESSO CONSTITUCIONAL. AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DESPROVIMENTO. 1. As prerrogativas processuais dos entes públicos, tal como prazo recursal em dobro e intimação pessoal, não se aplicam aos processos em sede de controle abstrato. 2. Agravo regimental não provido. 1. O Agravo Regimental não merece provimento. 2. A jurisprudência do Supremo tribunal Federal se firmou no sentido de não haver, em sede de controle normativo abstrato, prerrogativas processuais provenientes das regras de processo de natureza subjetiva. Conforme entendimento expresso pelo Min. Celso de Mello, no julgamento da ADI 2.674, “o processo de fiscalização normativa abstrata ostenta, ordinariamente, posição de autonomia em relação aos institutos peculiares aos processos de índole meramente subjetiva”. 3. Dessa forma, não merecem prosperar as alegações trazidas pela requerente acerca da aplicabilidadedas prerrogativas processuais de entes públicos a processo em sede de fiscalização normativa abstrata. Nessa linha, confiram-se os seguintes julgados relativos ao não cabimento de prazo recursal em dobro: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDED-5840-133E-7413 e senha 869E-0607-719C-BB8C Supremo Tribunal Federal 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO (RELATOR): Ementa: PROCESSO CONSTITUCIONAL. AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DESPROVIMENTO. 1. As prerrogativas processuais dos entes públicos, tal como prazo recursal em dobro e intimação pessoal, não se aplicam aos processos em sede de controle abstrato. 2. Agravo regimental não provido. 1. O Agravo Regimental não merece provimento. 2. A jurisprudência do Supremo tribunal Federal se firmou no sentido de não haver, em sede de controle normativo abstrato, prerrogativas processuais provenientes das regras de processo de natureza subjetiva. Conforme entendimento expresso pelo Min. Celso de Mello, no julgamento da ADI 2.674, “o processo de fiscalização normativa abstrata ostenta, ordinariamente, posição de autonomia em relação aos institutos peculiares aos processos de índole meramente subjetiva”. 3. Dessa forma, não merecem prosperar as alegações trazidas pela requerente acerca da aplicabilidade das prerrogativas processuais de entes públicos a processo em sede de fiscalização normativa abstrata. Nessa linha, confiram-se os seguintes julgados relativos ao não cabimento de prazo recursal em dobro: Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDED-5840-133E-7413 e senha 869E-0607-719C-BB8C Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 42 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM FACE DE DECISÃO EXTINTIVA DE ADI. INTERPOSIÇÃO EXTERMPORÂNEA. INAPLICABILIDADE, AOS PROCESSOS DE CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE, DE PRERROGATIVAS PROCESSUAIS DA FAZENDA PÚBLICA, DENTRE ELAS A CONTAGEM DE PRAZO EM DOBRO. AGRAVO NÃO CONHECIDO” (ADI 5.449-AgR/RR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, grifo nosso). “NÃO HÁ PRAZO RECURSAL EM DOBRO NO PROCESSO DE CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE – Não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade a norma inscrita no art. 188 do CPC, cuja incidência restringe-se, unicamente, ao domínio dos processos subjetivos, que se caracterizam pelo fato de admitirem, em seu âmbito, a discussão de situações concretas e individuais. Precedente. Inexiste, desse modo, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o prazo recursal ser computado em dobro, ainda que a parte recorrente disponha dessa prerrogativa especial nos processos de índole subjetiva. ” (RTJ 181/535, Rel. Min. Celso de Mello) “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PRAZOS RECURSAIS. As normas gerais disciplinadoras dos feitos de índole subjetiva, de ordinário, não se aplicam às ações da espécie, de natureza objetiva, nas quais, ademais, não se cuida de interesse jurídico da Fazenda Pública. Assim, nas ações da espécie não cabem prazos recursais em dobro (art. 188 do CPC), privilégio de que não goza nenhuma das partes nelas envolvidas, a saber: o requerente; o órgão requerido, responsável pela edição do ato normativo impugnado; o Advogado-Geral da União; e o Procurador-Geral da República. Agravo regimental não conhecido. ” (ADI 1.797-AgR/PE, Rel. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDED-5840-133E-7413 e senha 869E-0607-719C-BB8C Supremo Tribunal Federal ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM FACE DE DECISÃO EXTINTIVA DE ADI. INTERPOSIÇÃO EXTERMPORÂNEA. INAPLICABILIDADE, AOS PROCESSOS DE CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE, DE PRERROGATIVAS PROCESSUAIS DA FAZENDA PÚBLICA, DENTRE ELAS A CONTAGEM DE PRAZO EM DOBRO. AGRAVO NÃO CONHECIDO” (ADI 5.449-AgR/RR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, grifo nosso). “NÃO HÁ PRAZO RECURSAL EM DOBRO NO PROCESSO DE CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE – Não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade a norma inscrita no art. 188 do CPC, cuja incidência restringe-se, unicamente, ao domínio dos processos subjetivos, que se caracterizam pelo fato de admitirem, em seu âmbito, a discussão de situações concretas e individuais. Precedente. Inexiste, desse modo, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o prazo recursal ser computado em dobro, ainda que a parte recorrente disponha dessa prerrogativa especial nos processos de índole subjetiva. ” (RTJ 181/535, Rel. Min. Celso de Mello) “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PRAZOS RECURSAIS. As normas gerais disciplinadoras dos feitos de índole subjetiva, de ordinário, não se aplicam às ações da espécie, de natureza objetiva, nas quais, ademais, não se cuida de interesse jurídico da Fazenda Pública. Assim, nas ações da espécie não cabem prazos recursais em dobro (art. 188 do CPC), privilégio de que não goza nenhuma das partes nelas envolvidas, a saber: o requerente; o órgão requerido, responsável pela edição do ato normativo impugnado; o Advogado-Geral da União; e o Procurador-Geral da República. Agravo regimental não conhecido. ” (ADI 1.797-AgR/PE, Rel. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDED-5840-133E-7413 e senha 869E-0607-719C-BB8C Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 42 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR Min. Ilmar Galvão, grifo nosso) 4. No que se refere à inexistência do dever de intimação pessoal, veja-se: EMENTA Agravo regimental. Arguição de descumprimento de preceito fundamental. Intimação pessoal da Fazenda Pública. Inaplicabilidade. Processo de natureza objetiva. Intempestividade. Recurso não subscrito pelo Governador do Estado. Ilegitimidade recursal. Precedentes. Agravo do qual não se conhece. 1. A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido de que as normas processuais destinadas a resguardar os interesses da Fazenda Pública não são aplicáveis aos processos de índole objetiva. Precedentes: ADI 2674-MC- AgR-ED, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJe de 13/6/16; ADI 2130 AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ de 14/12/01; ADI 1797 MC-AgR-ED, Relator o Ministro Ilmar Galvão, Tribunal Pleno, DJ de 29/06/01. 2. Considerando a remansosa jurisprudência do Tribunal, reiterada recentemente pelo Plenário, é inaplicável ao controle concentrado a exigência de intimação pessoal dos entes públicos (art. 183 do CPC/2015), a revelar a intempestividade do recurso. 3. O agravo também é insuscetível de conhecimento, pois, embora alegadamente interporto pelo Governador do Estado do Piauí, foi assinado unicamente por Procurador do Estado, e não pelo Chefe do Poder Executivo estadual, único legitimado a instaurar os processos objetivosde constitucionalidade e a interpor os respectivos recursos. Precedentes. 4. Agravo regimental do qual não se conhece. (ADPF 205 AgR-segundo, Rel. Min. Dias Toffoli, grifo nosso). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ALEGADA OMISSÃO QUANTO À NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PESSOAL DO ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO DE DECISÃO PROFERIDA EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. REAFIRMAÇÃO DOS ARGUMENTOS ESGRIMIDOS 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDED-5840-133E-7413 e senha 869E-0607-719C-BB8C Supremo Tribunal Federal ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR Min. Ilmar Galvão, grifo nosso) 4. No que se refere à inexistência do dever de intimação pessoal, veja-se: EMENTA Agravo regimental. Arguição de descumprimento de preceito fundamental. Intimação pessoal da Fazenda Pública. Inaplicabilidade. Processo de natureza objetiva. Intempestividade. Recurso não subscrito pelo Governador do Estado. Ilegitimidade recursal. Precedentes. Agravo do qual não se conhece. 1. A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido de que as normas processuais destinadas a resguardar os interesses da Fazenda Pública não são aplicáveis aos processos de índole objetiva. Precedentes: ADI 2674-MC- AgR-ED, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJe de 13/6/16; ADI 2130 AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ de 14/12/01; ADI 1797 MC-AgR-ED, Relator o Ministro Ilmar Galvão, Tribunal Pleno, DJ de 29/06/01. 2. Considerando a remansosa jurisprudência do Tribunal, reiterada recentemente pelo Plenário, é inaplicável ao controle concentrado a exigência de intimação pessoal dos entes públicos (art. 183 do CPC/2015), a revelar a intempestividade do recurso. 3. O agravo também é insuscetível de conhecimento, pois, embora alegadamente interporto pelo Governador do Estado do Piauí, foi assinado unicamente por Procurador do Estado, e não pelo Chefe do Poder Executivo estadual, único legitimado a instaurar os processos objetivos de constitucionalidade e a interpor os respectivos recursos. Precedentes. 4. Agravo regimental do qual não se conhece. (ADPF 205 AgR-segundo, Rel. Min. Dias Toffoli, grifo nosso). “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ALEGADA OMISSÃO QUANTO À NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PESSOAL DO ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO DE DECISÃO PROFERIDA EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. REAFIRMAÇÃO DOS ARGUMENTOS ESGRIMIDOS 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDED-5840-133E-7413 e senha 869E-0607-719C-BB8C Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 42 Voto - MIN. ROBERTO BARROSO ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR QUANDO DA INTERPOSIÇÃO DO AGRAVO REGIMENTAL. Balda que não se configura, posto haver o acórdão embargado ressaltado que as normas processuais destinadas a resguardar os interesses da Fazenda Pública não são aplicáveis a ações de índole objetiva. Impossibilidade de apreciação dos demais argumentos do embargante, uma vez que manifestados inoportunamente. Embargos rejeitados” (ADI 1797 MC-AgRED, Relator o Ministro Ilmar Galvão, Tribunal Pleno, grifo nosso). 5. Diante do exposto, mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos e nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDED-5840-133E-7413 e senha 869E-0607-719C-BB8C Supremo Tribunal Federal ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR QUANDO DA INTERPOSIÇÃO DO AGRAVO REGIMENTAL. Balda que não se configura, posto haver o acórdão embargado ressaltado que as normas processuais destinadas a resguardar os interesses da Fazenda Pública não são aplicáveis a ações de índole objetiva. Impossibilidade de apreciação dos demais argumentos do embargante, uma vez que manifestados inoportunamente. Embargos rejeitados” (ADI 1797 MC-AgRED, Relator o Ministro Ilmar Galvão, Tribunal Pleno, grifo nosso). 5. Diante do exposto, mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos e nego provimento ao agravo regimental. É como voto. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código DDED-5840-133E-7413 e senha 869E-0607-719C-BB8C Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 42 Antecipação ao Voto 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente, a hipótese não é rigorosamente a mesma, mas muito próxima. É um recurso extraordinário interposto pela Assembleia Legislativa do Estado de Roraima contra decisão monocrática minha que não conhecia do recurso extraordinário, por intempestividade, aplicando a jurisprudência – que considero consolidada – da Casa. Eu ouvi e acho que os argumentos que Vossa Excelência traz são relevantes e substanciosos. Acho até que qualquer solução aqui seria razoável. Porém, Presidente, eu verifiquei que esta jurisprudência é uma jurisprudência consolidada de muitos anos e que tem precedentes de quase todos os Ministros da Casa: Ministro Celso de Mello, eu mesmo, Ministra Cármen Lúcia, Ministro Teori Zavascki, Ministro Alexandre de Moraes, Ministro Gilmar Mendes. Em certas matérias, a menos que haja uma mudança relevante na compreensão do direito na situação de fato, não vejo muita razão para alterarmos uma jurisprudência consolidada. De modo que, entendendo e louvando as razões de Vossa Excelência, não me animo a multiplicar as hipóteses de prazo em dobro. O processo brasileiro já é tão prolongado, já temos uma cultura de procrastinação que precisamos enfrentar, de modo que, pedindo todas as vênias a Vossa Excelência, estou aqui mantendo a jurisprudência, no sentido de que, em processo objetivo, não se contam em dobro os prazos da Fazenda Pública. Por via de consequência, estou negando provimento, no meu caso, que é a ADI 5.814/RR-MC. E no caso de Vossa Excelência, Ministro Dias Toffoli, eu, igualmente, estou desprovendo o agravo regimental, pedindo todas as vênias a Vossa Excelência. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0410-418C-4090-A2BC e senha 7AC4-0AF0-FB70-BC81 Supremo Tribunal Federal 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA VOTO O SENHOR MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente, a hipótese não é rigorosamente a mesma, mas muito próxima. É um recurso extraordinário interposto pela Assembleia Legislativa do Estado de Roraima contra decisão monocrática minha que não conhecia do recurso extraordinário, por intempestividade, aplicando a jurisprudência – que considero consolidada – da Casa. Eu ouvi e acho que os argumentos que Vossa Excelência traz são relevantes e substanciosos. Acho até que qualquer solução aqui seria razoável. Porém, Presidente, eu verifiquei que esta jurisprudência é uma jurisprudência consolidada de muitos anos e que tem precedentes de quase todos os Ministros da Casa: Ministro Celso de Mello, eu mesmo, Ministra Cármen Lúcia, Ministro Teori Zavascki, Ministro Alexandre de Moraes, MinistroGilmar Mendes. Em certas matérias, a menos que haja uma mudança relevante na compreensão do direito na situação de fato, não vejo muita razão para alterarmos uma jurisprudência consolidada. De modo que, entendendo e louvando as razões de Vossa Excelência, não me animo a multiplicar as hipóteses de prazo em dobro. O processo brasileiro já é tão prolongado, já temos uma cultura de procrastinação que precisamos enfrentar, de modo que, pedindo todas as vênias a Vossa Excelência, estou aqui mantendo a jurisprudência, no sentido de que, em processo objetivo, não se contam em dobro os prazos da Fazenda Pública. Por via de consequência, estou negando provimento, no meu caso, que é a ADI 5.814/RR-MC. E no caso de Vossa Excelência, Ministro Dias Toffoli, eu, igualmente, estou desprovendo o agravo regimental, pedindo todas as vênias a Vossa Excelência. Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0410-418C-4090-A2BC e senha 7AC4-0AF0-FB70-BC81 Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 42 Voto - MIN. DIAS TOFFOLI 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Eu vou apenas registrar meu voto divergente, no caso da relatoria de Vossa Excelência, no sentido de dar provimento ao agravo para que se considere tempestivo o recurso interposto. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B930-A136-5284-B944 e senha 4FC7-8F83-B82C-CA7D Supremo Tribunal Federal 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA VOTO O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (PRESIDENTE): Eu vou apenas registrar meu voto divergente, no caso da relatoria de Vossa Excelência, no sentido de dar provimento ao agravo para que se considere tempestivo o recurso interposto. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código B930-A136-5284-B944 e senha 4FC7-8F83-B82C-CA7D Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 42 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Com a devida vênia a eventuais posições divergentes, tenho que a solução da controvérsia se ampara nos fundamentos constantes do alentado voto da eminente Ministra CÁRMEN LÚCIA. Penso que a posição de S. Exa. contempla as peculiaridades condizentes com o Recurso Extraordinário interposto em face de acórdão proferido pelos tribunais de justiça em ação direta de inconstitucionalidade. De fato, esta CORTE, inicialmente, se viu compelida a decidir se seria cabível a interposição do RE em tais contextos. Replico o seguinte trecho do voto do Ilustre relator da emblemática Reclamação 383/SP, importante precedente para o desate dessa questão. Consignou o ilustre Ministro MOREIRA ALVES que: “(...) nas ações diretas de inconstitucionalidade estaduais, em que lei municipal ou federal seja considerada inconstitucional em face de preceito da Constituição estadual que reproduza preceito central da Constituição federal, nada impede que nessa ação se impugne, como inconstitucional, a interpretação que se dê ao preceito de reprodução existente na Constituição do Estado por ser ela violadora da norma reproduzida, que não pode ser desrespeitada, na federação, pelos diversos níveis de governo . E a questão virá a esta Corte, como, aliás, tem vindo, nos vários recursos extraordinários interpostos em ações diretas de inconstitucionalidade de leis locais em face da Constituição Federal ajuizadas nas Cortes locais, a questão da impossibilidade jurídica dessas arguições (RREE 91740, 93088 e 92169, que foram todos conhecidos e Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0E1F-B3C4-EA21-C5B5 e senha 04F6-CB07-A786-A1AC Supremo Tribunal Federal 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA V O T O O SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Com a devida vênia a eventuais posições divergentes, tenho que a solução da controvérsia se ampara nos fundamentos constantes do alentado voto da eminente Ministra CÁRMEN LÚCIA. Penso que a posição de S. Exa. contempla as peculiaridades condizentes com o Recurso Extraordinário interposto em face de acórdão proferido pelos tribunais de justiça em ação direta de inconstitucionalidade. De fato, esta CORTE, inicialmente, se viu compelida a decidir se seria cabível a interposição do RE em tais contextos. Replico o seguinte trecho do voto do Ilustre relator da emblemática Reclamação 383/SP, importante precedente para o desate dessa questão. Consignou o ilustre Ministro MOREIRA ALVES que: “(...) nas ações diretas de inconstitucionalidade estaduais, em que lei municipal ou federal seja considerada inconstitucional em face de preceito da Constituição estadual que reproduza preceito central da Constituição federal, nada impede que nessa ação se impugne, como inconstitucional, a interpretação que se dê ao preceito de reprodução existente na Constituição do Estado por ser ela violadora da norma reproduzida, que não pode ser desrespeitada, na federação, pelos diversos níveis de governo . E a questão virá a esta Corte, como, aliás, tem vindo, nos vários recursos extraordinários interpostos em ações diretas de inconstitucionalidade de leis locais em face da Constituição Federal ajuizadas nas Cortes locais, a questão da impossibilidade jurídica dessas arguições (RREE 91740, 93088 e 92169, que foram todos conhecidos e Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0E1F-B3C4-EA21-C5B5 e senha 04F6-CB07-A786-A1AC Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 42 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR providos).” Especificamente sobre o prazo em dobro para os entes públicos no referido contexto, tive a oportunidade de externar minha visão doutrinária a Vossas Excelências. Na ADI 5.449-AgR, julgada em ambiente virtual (Dje de 21/11/2017), afirmei: “(...) Em virtude da natureza objetiva do processo de fiscalização da constitucionalidade das leis e atos normativos, os princípios e regras processuais a que estão submetidas as ações diretas de inconstitucionalidade genérica, interventiva e por omissão e a ação declaratória de constitucionalidade não são os mesmos que regem os demais processos jurisdicionais. O processo de fiscalização abstrata da constitucionalidade do ordenamento jurídico necessita de um conjunto próprio de regras processuais, sendo, portanto, o direito processual constitucional um direito processual autonômo, regido por princípios próprios, em que são afastados os interesses meramente subjetivos. (Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, p. 2.204, 9ª ed., 2013, Atlas)” Logo, como destacado pelo nosso ilustre Decano, no RE 1.103.079 (DJe de 26/2/2018), “a norma inscrita no art. 188 do CPC/73, hoje reproduzidano art. 183, do CPC/15, não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade (...)”, compreensão já edificada por esta SUPREMA CORTE na ADI 1.797, em que se ressaltou que às ações diretas de inconstitucionalidade, dada a natureza objetiva desses procedimentos, não se observam as normas gerais reguladoras dos processos de ordem subjetiva, uma vez que, naquelas lides, sobreleva a dimensão política da atividade institucional, sendo, portanto, “instrumento básico de defesa objetiva da ordem normativa inscrita na Constituição.” (ADI 416-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJe de 3/11/2014). Como visto, o STF, atento a essas distinções, consignou que a 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0E1F-B3C4-EA21-C5B5 e senha 04F6-CB07-A786-A1AC Supremo Tribunal Federal ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR providos).” Especificamente sobre o prazo em dobro para os entes públicos no referido contexto, tive a oportunidade de externar minha visão doutrinária a Vossas Excelências. Na ADI 5.449-AgR, julgada em ambiente virtual (Dje de 21/11/2017), afirmei: “(...) Em virtude da natureza objetiva do processo de fiscalização da constitucionalidade das leis e atos normativos, os princípios e regras processuais a que estão submetidas as ações diretas de inconstitucionalidade genérica, interventiva e por omissão e a ação declaratória de constitucionalidade não são os mesmos que regem os demais processos jurisdicionais. O processo de fiscalização abstrata da constitucionalidade do ordenamento jurídico necessita de um conjunto próprio de regras processuais, sendo, portanto, o direito processual constitucional um direito processual autonômo, regido por princípios próprios, em que são afastados os interesses meramente subjetivos. (Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, p. 2.204, 9ª ed., 2013, Atlas)” Logo, como destacado pelo nosso ilustre Decano, no RE 1.103.079 (DJe de 26/2/2018), “a norma inscrita no art. 188 do CPC/73, hoje reproduzida no art. 183, do CPC/15, não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade (...)”, compreensão já edificada por esta SUPREMA CORTE na ADI 1.797, em que se ressaltou que às ações diretas de inconstitucionalidade, dada a natureza objetiva desses procedimentos, não se observam as normas gerais reguladoras dos processos de ordem subjetiva, uma vez que, naquelas lides, sobreleva a dimensão política da atividade institucional, sendo, portanto, “instrumento básico de defesa objetiva da ordem normativa inscrita na Constituição.” (ADI 416-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJe de 3/11/2014). Como visto, o STF, atento a essas distinções, consignou que a 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0E1F-B3C4-EA21-C5B5 e senha 04F6-CB07-A786-A1AC Inteiro Teor do Acórdão - Página 11 de 42 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR recorribilidade na via extraordinária não tem o condão de convolar a natureza objetiva do processo de controle abstrato de constitucionalidade deflagrado na origem em demanda subjetivada, na qual se remete a contextos jurídicos concretos e individualizados, em que se justifica a elasticidade do prazo recursal à Fazenda Pública, que atua, nessas circunstâncias, no interesse coletivo em contraposição ao interesse individual (CUNHA, Leonardo Carneiro da. A Fazenda Pública em Juízo, 13ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2016, p. 29). Nessa quadra litigiosa, vigora o interesse secundário da Administração Pública, centrado no resguardo do erário, o que exige, no cumprimento dessa finalidade, o deferimento de vantagens com fulcro no princípio da igualdade aristotélica, “justificadas pelo excessivo volume de trabalho, pelas dificuldades estruturais da Advocacia Pública e pela burocracia inerente à sua atividade, que dificulta o acesso aos fatos, elementos e dados da causa que reforça a desigualdade da Fazenda Pública e os particulares, justificando a existência de prerrogativas processuais em favor do Poder Público”, leciona CUNHA (Id. 2016, p. 33). Por sua vez, nos processos objetivos, não há conflito de interesses entre as partes nem se encontram particulares nos polos, o que, por si só, já revela a prescindibilidade do gozo do prazo dobrado pautado na isonomia. Embora haja interesse público, na presente questão reverbera o interesse de grau primário, descrito primorosamente pelo eminente Ministro BARROSO como “a razão de ser do Estado e sintetiza-se nos fins que cabe a ele promover: justiça, segurança e bem-estar social. Estes são os interesses de toda a sociedade”, ao passo que o “interesse público secundário é o da pessoa jurídica de direito público que seja parte em uma determinada relação jurídica quer se trate da União, do Estado- membro, do Município ou das suas autarquias. Em ampla medida, pode ser identificado como o interesse do erário, que é o de maximizar a 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0E1F-B3C4-EA21-C5B5 e senha 04F6-CB07-A786-A1AC Supremo Tribunal Federal ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR recorribilidade na via extraordinária não tem o condão de convolar a natureza objetiva do processo de controle abstrato de constitucionalidade deflagrado na origem em demanda subjetivada, na qual se remete a contextos jurídicos concretos e individualizados, em que se justifica a elasticidade do prazo recursal à Fazenda Pública, que atua, nessas circunstâncias, no interesse coletivo em contraposição ao interesse individual (CUNHA, Leonardo Carneiro da. A Fazenda Pública em Juízo, 13ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2016, p. 29). Nessa quadra litigiosa, vigora o interesse secundário da Administração Pública, centrado no resguardo do erário, o que exige, no cumprimento dessa finalidade, o deferimento de vantagens com fulcro no princípio da igualdade aristotélica, “justificadas pelo excessivo volume de trabalho, pelas dificuldades estruturais da Advocacia Pública e pela burocracia inerente à sua atividade, que dificulta o acesso aos fatos, elementos e dados da causa que reforça a desigualdade da Fazenda Pública e os particulares, justificando a existência de prerrogativas processuais em favor do Poder Público”, leciona CUNHA (Id. 2016, p. 33). Por sua vez, nos processos objetivos, não há conflito de interesses entre as partes nem se encontram particulares nos polos, o que, por si só, já revela a prescindibilidade do gozo do prazo dobrado pautado na isonomia. Embora haja interesse público, na presente questão reverbera o interesse de grau primário, descrito primorosamente pelo eminente Ministro BARROSO como “a razão de ser do Estado e sintetiza-se nos fins que cabe a ele promover: justiça, segurança e bem-estar social. Estes são os interesses de toda a sociedade”, ao passo que o “interesse público secundário é o da pessoa jurídica de direito público que seja parte em uma determinada relação jurídica quer se trate da União, do Estado- membro, do Município ou das suas autarquias. Em ampla medida, pode ser identificado como o interesse do erário, que é o de maximizar a 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0E1F-B3C4-EA21-C5B5 e senha 04F6-CB07-A786-A1AC Inteiro Teor do Acórdão - Página 12 de 42 Voto - MIN. ALEXANDRE DE MORAES ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR arrecadação e minimizar as despesas.” (ACO 2178 – TA, DJe de 13/11/2013). Essa dicotomia entre os processos demanda, deste Tribunal, vigília constante, a fim de “evitar tentativas de aplicação contra naturam das regras do processo civil a situações em que elas não podem ser aplicadas (...)”, nos termos do magistério de VITALINO CANAS, a quem se reportou o eminente Ministro CELSO DE MELLO no ARE 915.768 (DJe de 1º/8/2016), que assentou: “o Plenário do Supremo Tribunal Federal veio a assinalar, (...) que os prazos recursais , em sede de controle normativo abstrato, são singulares, não se lhes aplicando, em consequência, a norma excepcional inscrita no art. 188 do CPC/73.” (grifos originais). Diante de tais considerações, NEGO PROVIMENTO ao Agravo. É como voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0E1F-B3C4-EA21-C5B5 e senha 04F6-CB07-A786-A1AC Supremo Tribunal Federal ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR arrecadação e minimizar as despesas.” (ACO 2178 – TA, DJe de 13/11/2013). Essa dicotomia entre os processos demanda, deste Tribunal, vigília constante, a fim de “evitar tentativas de aplicação contra naturam das regras do processo civil a situações em que elas não podem ser aplicadas (...)”, nos termos do magistério de VITALINO CANAS, a quem se reportou o eminente Ministro CELSO DE MELLO no ARE 915.768 (DJe de 1º/8/2016), que assentou: “o Plenário do Supremo Tribunal Federal veio a assinalar, (...) que os prazos recursais , em sede de controle normativo abstrato, são singulares, não se lhes aplicando, em consequência, a norma excepcional inscrita no art. 188 do CPC/73.” (grifos originais). Diante de tais considerações, NEGO PROVIMENTO ao Agravo. É como voto. 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 0E1F-B3C4-EA21-C5B5 e senha 04F6-CB07-A786-A1AC Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 42 Antecipação ao Voto 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA ANTECIPAÇÃO AO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Senhor Presidente, eminentes Pares, eu irei juntar declaração de voto, por meio da qual examinei a matéria. Também aqui peço vênia a Vossa Excelência. Entendo que o tratamento isonômico, em matéria de controle concentrado, de uma parte, parece-me consentâneo com a orientação jurisprudencial de numerosos precedentes desta Corte. Por outro lado, é também uma decorrência de um eixo fundamental do texto constitucional, que é o princípio republicano. Estou citando, nesta dimensão da fiscalização abstrata, o precedente da lavra do eminente Ministro Celso de Mello, na ADI 2.130; e, portanto, pedindo vênia a Vossa Excelência, eu também estou votando pelo não provimento, acompanhando o Ministro Luís Roberto Barroso no feito que foi apregoado e que consta em lista, da relatoria de Sua Excelência. E, no outro, estou-me permitindo acompanhar a Relatora, não acompanhando a divergência. Agradeço a Vossa Excelência. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E633-9C97-E0C3-7CB7 e senha B9ED-0D22-CCDC-5C6C Supremo Tribunal Federal 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA ANTECIPAÇÃO AO VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN - Senhor Presidente, eminentes Pares, eu irei juntar declaração de voto, por meio da qual examinei a matéria. Também aqui peço vênia a Vossa Excelência. Entendo que o tratamento isonômico, em matéria de controle concentrado, de uma parte, parece-me consentâneo com a orientação jurisprudencial de numerosos precedentes desta Corte. Por outro lado, é também uma decorrência de um eixo fundamental do texto constitucional, que é o princípio republicano. Estou citando, nesta dimensão da fiscalização abstrata, o precedente da lavra do eminente Ministro Celso de Mello, na ADI 2.130; e, portanto, pedindo vênia a Vossa Excelência, eu também estou votando pelo não provimento, acompanhando o Ministro Luís Roberto Barroso no feito que foi apregoado e que consta em lista, da relatoria de Sua Excelência. E, no outro, estou-me permitindo acompanhar a Relatora, não acompanhando a divergência. Agradeço a Vossa Excelência. Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código E633-9C97-E0C3-7CB7 e senha B9ED-0D22-CCDC-5C6C Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 42 Voto - MIN. EDSON FACHIN 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN: Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão que negou seguimento a agravo regimental em medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade, por entender intempestivo o recurso. A discussão dos autos cinge-se a saber se o fato de tratar-se de uma ação direta de inconstitucionalidade, ajuizada pela Governadora do Estado de Roraima, afasta a aplicação da norma do Código de Processo Civil que estabelece o prazo em dobro para o ente federativo e demais entidades de direito público a ele vinculadas recorrer. Assim está posta, no atual Código de Processo Civil, a norma do artigo 183: “Art. 183 A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.” Não se trata de discussão inédita no Plenário deste Supremo Tribunal Federal. Há diversas decisões desta Corte, tanto em sua composição plenária, quanto na de suas duas turmas, as quais afirmam a tese de que não se reconhece a prerrogativa do prazo em dobro dos entes federativos e membros do Ministério Público, quando se tratar de processo objetivo, tendo em vista que nele não há propriamente o envolvimento de interesse subjetivo público a ser resguardado. Nesse sentido, confiram-se os seguintes precedentes: EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PRAZOS RECURSAIS. As Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1921-BA4B-AA9F-1561 e senha CC65-3644-9699-20A5 Supremo Tribunal Federal 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA VOTO O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN: Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão que negou seguimento a agravo regimental em medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade, por entender intempestivo o recurso. A discussão dos autos cinge-se a saber se o fato de tratar-se de uma ação direta de inconstitucionalidade, ajuizada pela Governadora do Estado de Roraima, afasta a aplicação da norma do Código de Processo Civil que estabelece o prazoem dobro para o ente federativo e demais entidades de direito público a ele vinculadas recorrer. Assim está posta, no atual Código de Processo Civil, a norma do artigo 183: “Art. 183 A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.” Não se trata de discussão inédita no Plenário deste Supremo Tribunal Federal. Há diversas decisões desta Corte, tanto em sua composição plenária, quanto na de suas duas turmas, as quais afirmam a tese de que não se reconhece a prerrogativa do prazo em dobro dos entes federativos e membros do Ministério Público, quando se tratar de processo objetivo, tendo em vista que nele não há propriamente o envolvimento de interesse subjetivo público a ser resguardado. Nesse sentido, confiram-se os seguintes precedentes: EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PRAZOS RECURSAIS. As Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1921-BA4B-AA9F-1561 e senha CC65-3644-9699-20A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 15 de 42 Voto - MIN. EDSON FACHIN ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR normas gerais disciplinadoras dos feitos de índole subjetiva, de ordinário, não se aplicam às ações da espécie, de natureza objetiva, nas quais, ademais, não se cuida de interesse jurídico da Fazenda Pública. Assim, nas ações da espécie não cabem prazos recursais em dobro (art. 188 do CPC), privilégio de que não goza nenhuma das partes nelas envolvidas, a saber: o requerente; o órgão requerido, responsável pela edição do ato normativo impugnado; o Advogado-Geral da União; e o Procurador-Geral da República. Agravo regimental não conhecido. (ADI 1.797, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 22.11.2000) E M E N T A: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE AJUIZADA POR GOVERNADOR DE ESTADO - DECISÃO QUE NÃO A ADMITE, POR INCABÍVEL - RECURSO DE AGRAVO INTERPOSTO PELO PRÓPRIO ESTADO-MEMBRO - ILEGITIMIDADE RECURSAL DESSA PESSOA POLÍTICA - INAPLICABILIDADE, AO PROCESSO DE CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO, DO ART. 188 DO CPC - RECURSO DE AGRAVO NÃO CONHECIDO. O ESTADO-MEMBRO NÃO POSSUI LEGITIMIDADE PARA RECORRER EM SEDE DE CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO. (…) NÃO HÁ PRAZO RECURSAL EM DOBRO NO PROCESSO DE CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE. - Não se aplica, ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade, a norma inscrita no art. 188 do CPC, cuja incidência restringe-se, unicamente, ao domínio dos processos subjetivos, que se caracterizam pelo fato de admitirem, em seu âmbito, a discussão de situações concretas e individuais. Precedente. Inexiste, desse modo, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o prazo recursal ser computado em dobro, ainda que a parte recorrente disponha dessa prerrogativa especial nos processos de índole subjetiva. (ADI 2.130/SC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 14.12.2001) 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1921-BA4B-AA9F-1561 e senha CC65-3644-9699-20A5 Supremo Tribunal Federal ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR normas gerais disciplinadoras dos feitos de índole subjetiva, de ordinário, não se aplicam às ações da espécie, de natureza objetiva, nas quais, ademais, não se cuida de interesse jurídico da Fazenda Pública. Assim, nas ações da espécie não cabem prazos recursais em dobro (art. 188 do CPC), privilégio de que não goza nenhuma das partes nelas envolvidas, a saber: o requerente; o órgão requerido, responsável pela edição do ato normativo impugnado; o Advogado-Geral da União; e o Procurador-Geral da República. Agravo regimental não conhecido. (ADI 1.797, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 22.11.2000) E M E N T A: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE AJUIZADA POR GOVERNADOR DE ESTADO - DECISÃO QUE NÃO A ADMITE, POR INCABÍVEL - RECURSO DE AGRAVO INTERPOSTO PELO PRÓPRIO ESTADO-MEMBRO - ILEGITIMIDADE RECURSAL DESSA PESSOA POLÍTICA - INAPLICABILIDADE, AO PROCESSO DE CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO, DO ART. 188 DO CPC - RECURSO DE AGRAVO NÃO CONHECIDO. O ESTADO-MEMBRO NÃO POSSUI LEGITIMIDADE PARA RECORRER EM SEDE DE CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO. (…) NÃO HÁ PRAZO RECURSAL EM DOBRO NO PROCESSO DE CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE. - Não se aplica, ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade, a norma inscrita no art. 188 do CPC, cuja incidência restringe-se, unicamente, ao domínio dos processos subjetivos, que se caracterizam pelo fato de admitirem, em seu âmbito, a discussão de situações concretas e individuais. Precedente. Inexiste, desse modo, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o prazo recursal ser computado em dobro, ainda que a parte recorrente disponha dessa prerrogativa especial nos processos de índole subjetiva. (ADI 2.130/SC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 14.12.2001) 2 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1921-BA4B-AA9F-1561 e senha CC65-3644-9699-20A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 42 Voto - MIN. EDSON FACHIN ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PRAZO RECURSAL EM DOBRO: INAPLICABILIDADE. MUNICÍPIO: CONTAGEM DO PRAZO A PARTIR DA PUBLICAÇÃO NO ÓRGÃO OFICIAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (ARE 873.738, Rel. Min. Carmen Lúcia, DJe 03.08.2015) EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. CARIMBO COM A DATA DE PROTOCOLO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO ILEGÍVEL. ENTIDADE PÚBLICA. PRAZO PARA RECORRER. CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. O carimbo do protocolo no recurso extraordinário deve ser claro o suficiente para permitir a verificação da data de interposição. 2. Não se aplica o privilégio do art. 188 do Código de Processo Civil nos processos de controle concentrado de constitucionalidade. (AI 633.998/RS- AgR, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 23/10/09) EMENTA: RECURSO. Embargos de declaração. Caráter infringente. Embargos recebidos como agravo. Controle abstrato de constitucionalidade de lei local em face de Constituição estadual. Processo de cunho objetivo. Prazo recursal em dobro. Inaplicabilidade. Recurso extraordinário não conhecido. Agravo regimental improvido. Precedentes. São singulares os prazos recursais das ações de controle abstrato de constitucionalidade, em razão de seu reconhecido caráter objetivo. (RE 579.760/RS-ED, Segunda Turma, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJe de 20/11/09) EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1921-BA4B-AA9F-1561 e senha CC65-3644-9699-20A5 Supremo Tribunal Federal ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PRAZO RECURSAL EM DOBRO: INAPLICABILIDADE. MUNICÍPIO: CONTAGEM DO PRAZO A PARTIR DA PUBLICAÇÃO NO ÓRGÃO OFICIAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (ARE 873.738, Rel. Min. Carmen Lúcia, DJe 03.08.2015) EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. CARIMBO COM A DATA DE PROTOCOLO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO ILEGÍVEL. ENTIDADE PÚBLICA. PRAZO PARA RECORRER. CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. O carimbo do protocolo no recurso extraordinário deve ser claro o suficiente para permitir a verificação da data de interposição. 2. Não se aplica o privilégio do art. 188 do Código de Processo Civil nos processos de controle concentrado de constitucionalidade. (AI 633.998/RS- AgR, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 23/10/09) EMENTA: RECURSO. Embargos de declaração. Caráter infringente. Embargos recebidos como agravo. Controle abstrato de constitucionalidade de lei local em face de Constituição estadual. Processo de cunho objetivo. Prazo recursal em dobro. Inaplicabilidade. Recurso extraordinário não conhecido. Agravo regimental improvido. Precedentes. São singulares os prazos recursais das ações de controle abstrato de constitucionalidade, em razão de seu reconhecido caráter objetivo. (RE 579.760/RS-ED, Segunda Turma, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJe de 20/11/09) EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE 3 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1921-BA4B-AA9F-1561 e senha CC65-3644-9699-20A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 42 Voto - MIN. EDSON FACHIN ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTEMPESTIVO. INAPLIBILIDADE DO PRAZO RECURSAL EM DOBRO NO ÂMBITO DO CONTROLE ABSTRATO DE NORMAS. PRECEDENTES. AGRAVO IMPROVIDO. I – O Supremo Tribunal Federal fixou o entendimento de que o prazo recursal em dobro, previsto no art. 188 do CPC, não se aplica aos processos de controle abstrato de normas, mesmo para efeito de interposição de recurso extraordinário dirigido a esta Corte. II - Agravo regimental improvido.(AI 788.453/SC, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 18/3/10) E M E N T A: RECURSO EXTRAORDINÁRIO - ACÓRDÃO QUE CONFIRMA INDEFERIMENTO DE MEDIDA CAUTELAR - ATO DECISÓRIO QUE NÃO SE REVESTE DE DEFINITIVIDADE - MERA ANÁLISE DOS PRESSUPOSTOS DO "FUMUS BONI JURIS" E DO "PERICULUM IN MORA" - INVIABILIDADE DO APELO EXTREMO - RECURSO IMPROVIDO. - Não cabe recurso extraordinário contra decisões que concedem ou que denegam medidas cautelares ou provimentos liminares, pelo fato de que tais atos decisórios - precisamente porque fundados em mera verificação não conclusiva da ocorrência do "periculum in mora" e da relevância jurídica da pretensão deduzida pela parte interessada - não veiculam qualquer juízo definitivo de constitucionalidade, deixando de ajustar-se, em conseqüência, às hipóteses consubstanciadas no art. 102, III, da Constituição da República. Precedentes. (RE 375.525, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 3/11/09) A questão posta nos autos implica análise do âmbito de proteção do princípio republicano. As prerrogativas legalmente reconhecidas aos entes federativos, bem como suas respectivas autarquias e fundações de direito público, pela legislação infraconstitucional impõem interpretação rigidamente circunscrita às razões pelas quais foram concebidas e de modo que não sejam tomadas como privilégios especiais ou símbolos de 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1921-BA4B-AA9F-1561 e senha CC65-3644-9699-20A5 Supremo Tribunal Federal ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTEMPESTIVO. INAPLIBILIDADE DO PRAZO RECURSAL EM DOBRO NO ÂMBITO DO CONTROLE ABSTRATO DE NORMAS. PRECEDENTES. AGRAVO IMPROVIDO. I – O Supremo Tribunal Federal fixou o entendimento de que o prazo recursal em dobro, previsto no art. 188 do CPC, não se aplica aos processos de controle abstrato de normas, mesmo para efeito de interposição de recurso extraordinário dirigido a esta Corte. II - Agravo regimental improvido.(AI 788.453/SC, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 18/3/10) E M E N T A: RECURSO EXTRAORDINÁRIO - ACÓRDÃO QUE CONFIRMA INDEFERIMENTO DE MEDIDA CAUTELAR - ATO DECISÓRIO QUE NÃO SE REVESTE DE DEFINITIVIDADE - MERA ANÁLISE DOS PRESSUPOSTOS DO "FUMUS BONI JURIS" E DO "PERICULUM IN MORA" - INVIABILIDADE DO APELO EXTREMO - RECURSO IMPROVIDO. - Não cabe recurso extraordinário contra decisões que concedem ou que denegam medidas cautelares ou provimentos liminares, pelo fato de que tais atos decisórios - precisamente porque fundados em mera verificação não conclusiva da ocorrência do "periculum in mora" e da relevância jurídica da pretensão deduzida pela parte interessada - não veiculam qualquer juízo definitivo de constitucionalidade, deixando de ajustar-se, em conseqüência, às hipóteses consubstanciadas no art. 102, III, da Constituição da República. Precedentes. (RE 375.525, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 3/11/09) A questão posta nos autos implica análise do âmbito de proteção do princípio republicano. As prerrogativas legalmente reconhecidas aos entes federativos, bem como suas respectivas autarquias e fundações de direito público, pela legislação infraconstitucional impõem interpretação rigidamente circunscrita às razões pelas quais foram concebidas e de modo que não sejam tomadas como privilégios especiais ou símbolos de 4 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1921-BA4B-AA9F-1561 e senha CC65-3644-9699-20A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 18 de 42 Voto - MIN. EDSON FACHIN ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR distinção entre instituições, agrupadas em classes ou categorias distintas. Trata-se o princípio republicano de um dos pilares fundamentais da Constituição, pois porta uma decisão estruturante do Estado constituído. Princípio constitucional assim também considerado pelo art. 34, VII, “a”, da CRFB, a ele se confere a função primordial de interpretação do Texto Constitucional. O princípio republicano encontra, na proibição de tratamentos discriminatórios e na vedação da instituição de privilégios odiosos, uma de suas mais importantes emanações. Cuida-se, portanto, de princípio normativo vinculante e informador do caminho hermenêutico a ser percorrido pelo intérprete na aplicação das normas constitucionais. A natureza jurídica do processo de controle abstrato de constitucionalidade impõe considerar, isonomicamente, as prerrogativas de todos os atores potencialmente legitimados para o debate. O Ministério Público e os entes federativos elencados no rol do artigo 103, I a IX, da CRFB, quando atuam como legitimados, nos processos de controle abstrato de constitucionalidade, devem fazê-lo nas mesmas condições e com iguais oportunidades que o fazem todos os demais legitimados. Em seu voto na ADI 2.130, o Ministro Celso de Mello registra: É preciso ter em perspectiva que, em sede de fiscalização abstrata, o exercício jurisdicional do poder de controle destinado a preservara supremacia da Constituição põe em evidência a dimensão essencialmente política em que se projeta a atividade institucional do Supremo Tribunal Federal, pois, no processo de indagação constitucional, reside a magna prerrogativa outorgada a esta Corte de definir os limites das competências estatais, de determinar o alcance dos direitos e garantias fundamentais e de decidir, em ultima análise, sobre a 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1921-BA4B-AA9F-1561 e senha CC65-3644-9699-20A5 Supremo Tribunal Federal ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR distinção entre instituições, agrupadas em classes ou categorias distintas. Trata-se o princípio republicano de um dos pilares fundamentais da Constituição, pois porta uma decisão estruturante do Estado constituído. Princípio constitucional assim também considerado pelo art. 34, VII, “a”, da CRFB, a ele se confere a função primordial de interpretação do Texto Constitucional. O princípio republicano encontra, na proibição de tratamentos discriminatórios e na vedação da instituição de privilégios odiosos, uma de suas mais importantes emanações. Cuida-se, portanto, de princípio normativo vinculante e informador do caminho hermenêutico a ser percorrido pelo intérprete na aplicação das normas constitucionais. A natureza jurídica do processo de controle abstrato de constitucionalidade impõe considerar, isonomicamente, as prerrogativas de todos os atores potencialmente legitimados para o debate. O Ministério Público e os entes federativos elencados no rol do artigo 103, I a IX, da CRFB, quando atuam como legitimados, nos processos de controle abstrato de constitucionalidade, devem fazê-lo nas mesmas condições e com iguais oportunidades que o fazem todos os demais legitimados. Em seu voto na ADI 2.130, o Ministro Celso de Mello registra: É preciso ter em perspectiva que, em sede de fiscalização abstrata, o exercício jurisdicional do poder de controle destinado a preservar a supremacia da Constituição põe em evidência a dimensão essencialmente política em que se projeta a atividade institucional do Supremo Tribunal Federal, pois, no processo de indagação constitucional, reside a magna prerrogativa outorgada a esta Corte de definir os limites das competências estatais, de determinar o alcance dos direitos e garantias fundamentais e de decidir, em ultima análise, sobre a 5 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1921-BA4B-AA9F-1561 e senha CC65-3644-9699-20A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 19 de 42 Voto - MIN. EDSON FACHIN ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR própria substância do poder.” (ADI 2.130/SC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 14.12.2001) A jurisprudência desta Suprema Corte, consolidada desde os anos 2000, tem prestigiado, portanto, compreensão republicana de que, nos processos de controle abstrato, e em virtude de sua natureza política, todos os legitimados encontram-se em situação isonômica quanto ao interesse público perseguido, de modo que não se aplicam as prerrogativas próprias da legislação infraconstitucional direcionadas aos processos de índole subjetiva. Assim sendo, entendo deva ser mantida esta compreensão porque, de onde vejo a questão posta para o debate, não há razões suficientemente robustas para justificar uma virada jurisprudencial nesta temática. Ante o exposto, nego provimento ao agravo, por entender que a decisão agravada estava correta ao afirmar a intempestividade do agravo interno interposto. É como voto. 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1921-BA4B-AA9F-1561 e senha CC65-3644-9699-20A5 Supremo Tribunal Federal ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR própria substância do poder.” (ADI 2.130/SC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 14.12.2001) A jurisprudência desta Suprema Corte, consolidada desde os anos 2000, tem prestigiado, portanto, compreensão republicana de que, nos processos de controle abstrato, e em virtude de sua natureza política, todos os legitimados encontram-se em situação isonômica quanto ao interesse público perseguido, de modo que não se aplicam as prerrogativas próprias da legislação infraconstitucional direcionadas aos processos de índole subjetiva. Assim sendo, entendo deva ser mantida esta compreensão porque, de onde vejo a questão posta para o debate, não há razões suficientemente robustas para justificar uma virada jurisprudencial nesta temática. Ante o exposto, nego provimento ao agravo, por entender que a decisão agravada estava correta ao afirmar a intempestividade do agravo interno interposto. É como voto. 6 Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 1921-BA4B-AA9F-1561 e senha CC65-3644-9699-20A5 Inteiro Teor do Acórdão - Página 20 de 42 Voto - MIN. ROSA WEBER 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Senhor Presidente, eminentes pares, a questão se circunscreve à aplicabilidade da prerrogativa prevista no art. 188 do CPC/1973 (atual art. 183 do CPC/2015). Entendo, com a devida vênia dos que pensam de modo diverso, que essa prerrogativa não é aplicável quando se trata de recurso interposto em ação direta de inconstitucionalidade. A propósito, enfatizo que a jurisprudência desta Suprema Corte consolidou-se no sentido da inaplicabilidade das normas disciplinadoras dos feitos de natureza subjetiva às ações diretas de inconstitucionalidade, que têm caráter objetivo: “EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PRAZOS RECURSAIS. As normas gerais disciplinadoras dos feitos de índole subjetiva, de ordinário, não se aplicam às ações da espécie, de natureza objetiva, nas quais, ademais, não se cuida de interesse jurídico da Fazenda Pública. Assim, nas ações da espécie não cabem prazos recursais em dobro (art. 188 do CPC), privilégio de que não goza nenhuma das partes nelas envolvidas, a saber: o requerente; o órgão requerido, responsável pela edição do ato normativo impugnado; o Advogado-Geral da União; e o Procurador-Geral da República. Agravo regimental não conhecido.” (ADI 1797 AgR, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Tribunal Pleno, julgado em 22/11/2000, DJ 23-02-2001 PP-00083 EMENT VOL-02020-01 PP-00080) “EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE AJUIZADA POR GOVERNADOR DE ESTADO - DECISÃO QUE NÃO A ADMITE, POR INCABÍVEL - RECURSO DE AGRAVO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 68B5-5058-98E7-3AAF e senha 416D-2657-0EF2-39B9 Supremo Tribunal Federal 06/02/2019 PLENÁRIO AG.REG. NO AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.814 RORAIMA VOTO A Senhora Ministra Rosa Weber: Senhor Presidente, eminentes pares, a questão se circunscreve à aplicabilidade da prerrogativa prevista no art. 188 do CPC/1973 (atual art. 183 do CPC/2015). Entendo, com a devida vênia dos que pensam de modo diverso, que essa prerrogativa não é aplicável quando se trata de recurso interposto em ação direta de inconstitucionalidade. A propósito,enfatizo que a jurisprudência desta Suprema Corte consolidou-se no sentido da inaplicabilidade das normas disciplinadoras dos feitos de natureza subjetiva às ações diretas de inconstitucionalidade, que têm caráter objetivo: “EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PRAZOS RECURSAIS. As normas gerais disciplinadoras dos feitos de índole subjetiva, de ordinário, não se aplicam às ações da espécie, de natureza objetiva, nas quais, ademais, não se cuida de interesse jurídico da Fazenda Pública. Assim, nas ações da espécie não cabem prazos recursais em dobro (art. 188 do CPC), privilégio de que não goza nenhuma das partes nelas envolvidas, a saber: o requerente; o órgão requerido, responsável pela edição do ato normativo impugnado; o Advogado-Geral da União; e o Procurador-Geral da República. Agravo regimental não conhecido.” (ADI 1797 AgR, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Tribunal Pleno, julgado em 22/11/2000, DJ 23-02-2001 PP-00083 EMENT VOL-02020-01 PP-00080) “EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE AJUIZADA POR GOVERNADOR DE ESTADO - DECISÃO QUE NÃO A ADMITE, POR INCABÍVEL - RECURSO DE AGRAVO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 68B5-5058-98E7-3AAF e senha 416D-2657-0EF2-39B9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 21 de 42 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR INTERPOSTO PELO PRÓPRIO ESTADO-MEMBRO - ILEGITIMIDADE RECURSAL DESSA PESSOA POLÍTICA - INAPLICABILIDADE, AO PROCESSO DE CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO, DO ART. 188 DO CPC - RECURSO DE AGRAVO NÃO CONHECIDO. O ESTADO-MEMBRO NÃO POSSUI LEGITIMIDADE PARA RECORRER EM SEDE DE CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO. (...) NÃO HÁ PRAZO RECURSAL EM DOBRO NO PROCESSO DE CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE. - Não se aplica, ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade, a norma inscrita no art. 188 do CPC, cuja incidência restringe-se, unicamente, ao domínio dos processos subjetivos, que se caracterizam pelo fato de admitirem, em seu âmbito, a discussão de situações concretas e individuais. Precedente. Inexiste, desse modo, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o prazo recursal ser computado em dobro, ainda que a parte recorrente disponha dessa prerrogativa especial nos processos de índole subjetiva.” (ADI 2130 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 03/10/2001, DJ 14-12-2001 PP-00022 EMENT VOL-02053-03 PP-00485) “EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE AJUIZADA PERANTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUAL (CF, art. 125, § 2º) – RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS INTERPOSTOS, EM REFERIDO PROCESSO DE CONTROLE ABSTRATO, PELO ESTADO DO AMAZONAS, POR SUA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA E PELO PROCURADOR-GERAL DO ESTADO – DECISÃO DO RELATOR QUE NÃO CONHECEU DOS MENCIONADOS APELOS EXTREMOS, POR INTEMPESTIVOS – INAPLICABILIDADE, AO PROCESSO OBJETIVO DE CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE, DA NORMA EXCEPCIONAL INSCRITA NO ART. 188 DO CPC, MESMO PARA EFEITO DE 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 68B5-5058-98E7-3AAF e senha 416D-2657-0EF2-39B9 Supremo Tribunal Federal ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR INTERPOSTO PELO PRÓPRIO ESTADO-MEMBRO - ILEGITIMIDADE RECURSAL DESSA PESSOA POLÍTICA - INAPLICABILIDADE, AO PROCESSO DE CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO, DO ART. 188 DO CPC - RECURSO DE AGRAVO NÃO CONHECIDO. O ESTADO-MEMBRO NÃO POSSUI LEGITIMIDADE PARA RECORRER EM SEDE DE CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO. (...) NÃO HÁ PRAZO RECURSAL EM DOBRO NO PROCESSO DE CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE. - Não se aplica, ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade, a norma inscrita no art. 188 do CPC, cuja incidência restringe-se, unicamente, ao domínio dos processos subjetivos, que se caracterizam pelo fato de admitirem, em seu âmbito, a discussão de situações concretas e individuais. Precedente. Inexiste, desse modo, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o prazo recursal ser computado em dobro, ainda que a parte recorrente disponha dessa prerrogativa especial nos processos de índole subjetiva.” (ADI 2130 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 03/10/2001, DJ 14-12-2001 PP-00022 EMENT VOL-02053-03 PP-00485) “EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE AJUIZADA PERANTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUAL (CF, art. 125, § 2º) – RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS INTERPOSTOS, EM REFERIDO PROCESSO DE CONTROLE ABSTRATO, PELO ESTADO DO AMAZONAS, POR SUA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA E PELO PROCURADOR-GERAL DO ESTADO – DECISÃO DO RELATOR QUE NÃO CONHECEU DOS MENCIONADOS APELOS EXTREMOS, POR INTEMPESTIVOS – INAPLICABILIDADE, AO PROCESSO OBJETIVO DE CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE, DA NORMA EXCEPCIONAL INSCRITA NO ART. 188 DO CPC, MESMO PARA EFEITO DE 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 68B5-5058-98E7-3AAF e senha 416D-2657-0EF2-39B9 Inteiro Teor do Acórdão - Página 22 de 42 Voto - MIN. ROSA WEBER ADI 5814 MC-AGR-AGR / RR INTERPOSIÇÃO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO DIRIGIDO AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – A QUESTÃO DA LEGITIMIDADE ATIVA (E RECURSAL) DO PRÓPRIO ESTADO-MEMBRO E DE SEU PROCURADOR- GERAL, EM SEDE DE FISCALIZAÇÃO CONCENTRADA DE CONSTITUCIONALIDADE – RECURSOS DE AGRAVO IMPROVIDOS. NÃO HÁ PRAZO RECURSAL EM DOBRO NO PROCESSO DE CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE. - Não se aplica, ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade, a norma inscrita no art. 188 do CPC, cuja incidência restringe-se, unicamente, ao domínio dos processos subjetivos, que se caracterizam pelo fato de admitirem, em seu âmbito, a discussão de situações concretas e individuais. Precedentes. Inexiste, desse modo, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o prazo recursal ser computado em dobro, ainda que a parte recorrente disponha dessa prerrogativa especial nos processos de índole subjetiva. (...)” (RE 658375 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 25/03/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-077 DIVULG 23-04-2014 PUBLIC 24-04-2014) “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. CARIMBO COM A DATA DE PROTOCOLO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO ILEGÍVEL. ENTIDADE PÚBLICA. PRAZO PARA RECORRER. CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. O carimbo do protocolo no recurso extraordinário deve ser claro o suficiente para permitir a verificação da data de interposição. 2. Não se aplica o privilégio do art. 188 do Código de Processo Civil nos processos de controle concentrado de constitucionalidade.” (AI 633998 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 25/08/2009, DJe-200 DIVULG 22-10-2009 PUBLIC 23-10-2009 EMENT VOL-02379-11 PP-02362) 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 68B5-5058-98E7-3AAF e senha 416D-2657-0EF2-39B9 Supremo Tribunal Federal ADI 5814 MC-AGR-AGR
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