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Sara Luiza Costa Silva – III Período - M1 AULA 01 Introdução à Neuroanatomia Embriologia do Sistema Nervoso • Dos três folhetos embrionários, é o ectoderma aquele que está em contato com o meio externo e é deste folheto que se origina o sistema nervoso. • A partir da terceira semana tem o aparecimento do primeiro indicio de SN; • O primeiro indício de formação do sistema nervoso consiste em um espessamento do ectoderma, situado acima da notocorda, formando a chamada placa neural (por volta do 20° dia de gestação). OBS.: Posteriormente, a Notocorda degenera e forma o núcleo pulposo vertebral • A Placa neural começa a se espessar e no seu centro forma uma espécie de sulco chamada de sulco neural (primeiro indicio de SN no ser humano) • O Sulco se aprofunda e suas bordas se aproximam formando a goteira neural até que as extremidades se encontram formando o Tubo Neural • No ponto em que o ectoderma encontra os lábios da goteira neural, desenvolvem-se células que formam de cada lado uma lâmina longitudinal denominada crista neural (situada dorsolateralmente ao tubo neural). ✓ O tubo neural dá origem a elementos do sistema nervoso central ✓ A crista dá origem a elementos do sistema nervoso periférico, além de elementos não pertencentes ao sistema nervoso. Sara Luiza Costa Silva – III Período - M1 Desde o início de sua formação, o calibre do tubo neural não é uniforme. O Tubo Neural apresenta porções sendo elas: • Porção cranial – dilatada - (arquencéfalo ou encéfalo primitivo): - Desenvolvimento de 3 vesículas (ou dilatações) encefálicas primordiais que darão origem ao encéfalo o Prósencéfalo (amadurece e forma: telencéfalo e diencéfalo que juntos formam o cérebro), o Mesencéfalo (amadurece) o Romboencéfalo (amadurece e forma: metencéfalo que evolui para ponte e cerebelo / mielencéfalo que origina o bulbo) • Porção Caudal - calibre uniforme - (medula primitiva e desenvolve para medula espinhal futuramente) OBS.: As vesículas telencefálicas laterais crescem muito para formar os hemisférios cerebrais e escondem quase completamente a parte mediana e o diencéfalo. Cavidades do tubo neural A luz da medula primitiva forma, no adulto, o canal central da medula, ou canal do epêndima, que no homem é muito estreito e parcialmente obliterado. • A cavidade dilatada do rombencéfalo forma o IV ventrículo; • As cavidades do diencéfalo e da parte mediana do telencéfalo formam o III ventrículo. • A luz do mesencéfalo permanece estreita e constitui o aqueduto cerebral que une o III ao IV ventrículo. • A luz das vesículas telencefálicas laterais forma, de cada lado, os ventrículos laterais, unidos ao III ventrículo pelos dois forames interventriculares Todas estas cavidades são revestidas por um epitélio cuboidal denominado epêndima e, com exceção do canal central da medula, contêm o denominado líquido cérebro-espinhal, cefalorraquidiano ou líquor. Sara Luiza Costa Silva – III Período - M1 • A Crista neural dará origem aos nervos, gânglios e terminações nervosas SNP Divisão do Sistema Nervoso • Sistema nervoso central é aquele que se localiza dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e canal vertebral); • Sistema nervoso periférico é aquele que se encontra fora deste esqueleto. OBS.: Esta distinção, embora geralmente utilizada, não é perfeitamente exata, pois como é óbvio, os nervos e raízes nervosas, para fazer conexão com o sistema nervoso central, penetram no crânio e no canal vertebral. Além disso, alguns gânglios localizam-se dentro do esqueleto axial. • Encéfalo é a parte do sistema nervoso central situada dentro do crânio; a medula se localiza dentro do canal vertebral. Encéfalo e medula constituem o sistema nervoso central. No encéfalo temos cérebro, cerebelo e tronco encefálico. • A ponte separa o bulbo do mesencéfalo. Dorsalmente à ponte e ao bulbo, localiza-se o cerebelo. • Nervos são cordões esbranquiçados que unem o sistema nervoso central aos órgãos periféricos. Se a união se faz com o encéfalo, os nervos são cranianos; se com a medula, espinhais. • Gânglios são dilatações constituídas sobretudo de corpos de neurônios. Do ponto de vista funcional, existem gânglios sensitivos e gânglios motores viscerais (do sistema nervoso autónomo). Sara Luiza Costa Silva – III Período - M1 • Na extremidade das fibras que constituem os nervos situam-se as terminações nervosas que, do ponto de vista funcional, são de dois tipos: sensitivas (ou aferentes) e motoras (ou eferentes) OBS.: O tronco encefálico é muito importante, pois as informações passam por ele do cérebro para o cerebelo e vice-versa. Divisão do sistema nervoso com base em critérios funcionais • Sistema nervoso da vida de relação: SOMÁTICO – é o que relaciona o organismo com o meio ambiente; apresenta um componente aferente, que conduz aos centros nervosos os impulsos originados em receptores periféricos, informando-os o que se passa no meio ambiente. Já o componente eferente leva aos músculos estriados esqueléticos o comando vindo dos centros nervosos resultando, assim, nos movimentos voluntários. • Sistema nervoso da vida vegetativa: VISCERAL – é o que se relaciona com a inervação e controle de estruturas viscerais. Distingue-se por uma parte aferente e outra eferente. O componente aferente conduz os impulsos originados em receptores de vísceras e áreas do SNC. Já o eferente leva os impulsos originados em certos ramos até as vísceras, glândulas e músculos (liso ou cardíaco). Esse Sara Luiza Costa Silva – III Período - M1 componente EFERENTE recebe o nome de Sistema Nervoso Autônomo e pode ser dividido em Simpático (Fibras pré-ganglionares são curtas; pós-ganglionares são longas) e Parassimpático. OBS.: Uma das diferenças fisiológicas entre simpático e o parassimpático é que este tem ações sempre localizadas a um órgão ou setor do organismo, enquanto as ações do simpático tendem a ser difusas, atingindo vários órgãos. Tecido Nervoso O tecido nervoso compreende basicamente dois tipos celulares: os neurônios e as células gliais ou neuróglia. Geral • Neurônio é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso que é especializada para a comunicação rápida. Tem a função básica de receber, processar e enviar informações. • Células Glias ou neuróglia: compreende as células que ocupam os espaços entre os neurônios e tem como função sustentação, revestimento ou isolamento, modulação da atividade neural e defesa. Obs.: Após a diferenciação, os neurônios dos vertebrados não se dividem, ou seja, após o nascimento não são produzidos novos neurônios. Aqueles que morrem como resultado de programação natural (perda neuronal fisiológica) ou por efeito de toxinas, doenças ou traumatismos jamais serão substituídos. Já a neuróglia mantém sua capacidade de mitose e de regeneração; se multiplica e ocupa espaços onde deveriam estar os neurônios nos casos de lesões ORGANIZAÇÃO GERAL DO SISTEMA NERVOSO Os neurônios sensitivos, cujos corpos estão nos gânglios sensitivos, conduzem à medula ou ao tronco encefálico impulsos nervosos originados em receptores situados na superfície (por exemplo, na pele) ou no interior (vísceras, músculos e tendões) Os prolongamentos centrais destes neurônios ligam-se diretamente (reflexo simples), ou por meio de neurônios de associação, aos neurônios motores(somáticos ou viscerais), os quais levam o impulso a músculos ou a glândulas, formando-se, assim, arcos reflexos mono ou polissinápticos. Sara Luiza Costa Silva – III Período - M1 Por este mecanismo, podemos rápida e involuntariamente retirar a mão quando tocamos em uma chapa quente. Neste caso, entretanto, é conveniente que o cérebro seja “informado” do ocorrido. Para isto, os neurônios sensitivos ligam-se a neurônios de associação situados na medula. Estes levam o impulso ao cérebro, onde o mesmo é interpretado, tomando- se consciente e manifestando-se como dor. A retirada reflexa da mão é automática e independe da sensação de dor. A coordenação destes movimentos é feita por várias áreas do sistema nervoso central, sendo o cerebelo um dos mais importantes. Ele recebe, por meio do sistema nervoso segmentar, informações sobre o grau de contração dos músculos e envia, através de vias descendentes complexas, impulsos capazes de coordenar a resposta motora que é também coordenada por algumas partes do cérebro Neurônios • São células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com outras células efetuadoras, usando basicamente uma linguagem elétrica (diferença de potencial de membrana). OBS: Transdução = transforma um estímulo em outro, nesse caso transformar qualquer sinal em elétrico. Estímulos neuronais: Leitura, jogos de memória, palavras cruzadas, exercícios físicos, pois ativam novas sinapses.. • A maior parte dos neurônios possui três regiões responsáveis por funções especializadas: corpo celular, dendritos (do grego déndron = árvore) e axônio (do grego áxon = eixo). • A informação captada por um neurônio geralmente é conduzida dos dendritos até o corpo celular e daí se propaga até o axônio, que irá estabelecer contato com outras células. Corpo celular ✓ Contém o núcleo e o citoplasma (pericário) ✓ É o centro metabólico do neurônio, responsável pela síntese de todas as proteínas neuronais e pela maioria dos processos de degradação e Sara Luiza Costa Silva – III Período - M1 renovação de constituintes celulares, inclusive de membranas. ✓ A forma e o tamanho do corpo celular são extremamente variáveis, conforme o tipo de neurônio. ✓ O corpo celular é também, junto com os dendritos, local de recepção de estímulos através de contatos sinápticos. Dendritos ✓ Geralmente são curtos e ramificam-se profusamente, a maneira de galhos de árvore, em ângulos agudos, originando dendritos de menor diâmetro. ✓ São os processos ou projeções que transmitem impulsos para os corpos celulares dos neurônios ou para os axônios. ✓ Em geral os dendritos são não mielinizados. ✓ Um neurônio pode apresentar milhares de dendritos. ✓ Portanto, os dendritos são especializados em receber estímulos, traduzindo-os em alterações do potencial de repouso da membrana que se propagam em direção ao corpo do neurônio e deste em direção ao cone de implantação do axônio. Axônios ✓ A grande maioria dos neurônios possui um axônio, prolongamento longo e fino que se origina do corpo celular ou de um dendrito principal. ✓ O axônio apresenta comprimento muito variável, podendo ser de alguns milímetros como mais de um metro. ✓ São os processos que transmitem impulsos que deixam os corpos celulares dos neurônios, ou dos dendritos. ✓ A porção terminal do axônio sofre várias ramificações para formar de centenas a milhares de terminais axônicos, no interior dos quais são armazenados os neurotransmissores químicos. ✓ Através da porção terminal dos axônios, é possível estabelecer conexões com outros neurônios e com células efetuadoras, músculos e glândulas. ✓ Portanto, o axônio é especializado em gerar e conduzir o potencial de ação. Tipos de Neurônios Existem três tipos de neurônio: Sensitivo; Motor; Interneurônio. OBS.: Os neurônios sensitivos e motores são encontrados tanto no SNC quanto no SNP. Sara Luiza Costa Silva – III Período - M1 • O neurônio sensitivo conduz a informação da periferia em direção ao SNC, sendo também chamado neurônio aferente. • O neurônio motor conduz informação do SNC em direção à periferia, sendo conhecido como neurônio eferente. • Os interneurônios, ou neurônios de associação, podem ter axônios curtos ou longos. o Axônio curto participam de reflexos e circuitos locais da medula, o Axônio longo farão a conexão entre diferentes segmentos da medula. Dessa forma percebe-se três funções básicas do sistema nervoso: ✓ Função Sensitiva: os nervos sensitivos captam informações do meio interno e externo do corpo e as conduzem ao SNC; ✓ Função Integradora: a informação sensitiva trazida ao SNC é processada ou interpretada; ✓ Função Motora: os nervos motores conduzem a informação do SNC em direção aos músculos e às glândulas do corpo, levando as informações do SNC. Número de prolongamentos Os neurônios podem ser classificados em: pseudo-unipolares, bipolares, multipolares, sendo estes os mais frequentes. • A maioria dos neurônios possui vários dendritos e um axônio, por isso são chamados multipolares. • Nos neurônios bipolares, dois prolongamentos deixam o corpo celular, um dendrito e um axônio. • Nos neurônios pseudo-unipolares, cujos corpos celulares se localizam nos gânglios sensitivos, apenas um prolongamento deixa o corpo celular, logo dividindo-se, à maneira de um T. ➢ Interessante Neurônios pós-Gânglionares tem seus corpos localizados em gânglios fora do sistema nervoso central (SNC) Neuróglia • Presente no sistema nervoso central e periférico. • Podem ser chamadas de: células da glia ou gliócitos. • São as células mais frequentes do tecido nervoso. Sara Luiza Costa Silva – III Período - M1 No SNC, existem quatro tipos de neuróglia: astróglia, oligodendróglia, micróglia e epêndima. Resumindo: ✓ Astrócitos: Maior quantidade, mais ramificações, Armazena Glicogênio; ✓ Oligodendrócitos: Apresentam menos prolongamentos e sua função principal é a produção da bainha de mielina no SNC. ✓ Os Microglioócitos: Fagocitam células mortas, podem se transformar em oligodendrócitos ou astrócitos de acordo com a demanda ✓ Células ependimárias: Produzem o Liquido Cefalorraquidiano ou Líquor; O plexo corióide, encontrado nos ventrículos citados anteriormente, produz o líquor; é nele que se encontram maior parte das células ependimárias: Os astrócitos e oligodendrócitos são coletivamente denominados como macróglia, e os microgliócitos como micróglia. A macróglia e a micróglia colocam-se entre os neurônios e possuem massa citoplasmática distribuída sobretudo em prolongamentos que, à microscopia óptica, são visualizados apenas com técnicas especiais. ASTRÓCITOS • Forma de estrela, apresentam muitos prolongamentos, fato que originou seu nome; • Dividem-se em dois: protoplasmático (subst. cinzenta) e fibrosos (subst. branca); • Tem função de sustentação e isolamento de neurônios (isolam as sinapses); • Maior sítio de armazenamento de glicogênio no sistema nervoso, podendo liberar glicose para os neurônios; • Contribuem para a recaptação de neurotransmissores, em especial o glutamato, cujo excesso, causado por disparos axonais repetitivos, é tóxico para os neurônios • Ocupam áreas lesadas no sistema nervoso; (participam do processo de cicatrização no SNC, ajudando a produzir o tecido cicatricial.) • Tem função fagocíticas ao nível das sinapses • Contribuem para a transmissão da informação, influindo na concentração de íons no espaço extracelular; • São importantes para a função neuronal uma vez que participam doSara Luiza Costa Silva – III Período - M1 controle dos níveis de potássio extraneuronal, captando esse íon e, assim, ajudando na manutenção de sua baixa concentração extracelular. • Fazem parte da chamada barreira hematencefálica, que impede a passagem de muitas substâncias do sangue para o sistema nervoso. Essa barreira evita que muitas toxinas danifiquem os neurônios, mas também impede a passagem de vários medicamentos veiculados por via sanguínea OLIGODENDRÓCITOS • Menores que os astrócitos, poucos prolongamentos; • Dividem-se em dois: satélites ou perineuronal (junto ao pericário e dendritos) e fascicular (junto a fibra nervosa); • Os oligodendrócitos fasciculares - produzem bainha de mielina no SNC. • Deve-se notar que no SNP não existem oligodendrócitos, e por isso a mielinização das fibras dos nervos é realizada pelos neurolemócitos (ou células de Schwann). MICROGLIÓCITOS • Células pequenas e alongadas, poucos prolongamentos que partem de suas extremidades; • Encontrados tanto na subst. branca e cinzenta; • Têm função fagocitária, removem detritos e microrganismos no interior do SNC, dentro do qual participam também das respostas imunológicas. • Alguns autores dizem que eles podem se diferenciar em astrócitos ou oligodendrócitos; CÉLULAS EPENDIMÁRIAS • Células cuboidais ou prismáticas, forram as paredes dos ventrículos cerebrais, aqueduto cerebral e canal central da medula espinhal; • Nos ventrículos cerebrais, um tipo de célula ependimária modificada recobre tufos de tecido conjuntivo, rico em capilares sanguíneos que se projetam da pia-máter, constituindo os plexos corióideos, responsáveis pela formação do líquido cérebro-espinhal. NEURÓGLIA DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO • CÉLULAS SATÉLITES OU ANFÍCITOS (Recobrem os Percários dos neurônios); • CÉLULAS DE SCHWANN (Derivadas da crista neural, recobrem os axônios formam a bainha de mielina do SNP); Sara Luiza Costa Silva – III Período - M1 Nódulo de RANVIER ✓ Nódulo de RANVIER possibilita e induz o estímulo saltatório que acelera a velocidade desse estímulo; CURIOSIDADE: Esclerose múltipla: perda da bainha de mielina: dificuldade de movimento; diminuição da bainha pelas células de schwann e essas bainhas serão destruídas. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Neuroanatomia Funcional – Machado - 3° edição
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