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Farmacocinética: Processos e Barreiras

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FARMACOLOGIA Weslley Jonathan P4 
 
FARMACOCINÉTICA 
- Os processos da farmacocinética são: 
1. Absorção 
2. Distribuição 
3. Metabolização 
4. Eliminação 
- O fármaco inicialmente precisa passar por 
barreiras restritivas para alcançar seu local de 
ação e produzir uma resposta terapêutica 
- Após atravessar essas barreiras, o fármaco 
precisa ser absorvido e em seguida distribuído 
por meio do sistema circulatório e linfático 
- Após absorvidos precisam resistir ao 
metabolismo (FÍGADO) e a eliminação (RINS E 
FIGADO) 
- As características do fármaco responsáveis 
pelo transporte e disponibilidade dos fármacos 
nos locais de ação incluem: 
▪ Peso molecular 
▪ Conformação estrutural 
▪ Grau de ionização 
▪ Lipossolubilidade relativa dos seus 
compostos ionizados e não ionizados que 
se ligam às proteínas séricas e teciduais 
As barreiras físicas à passagem do fármaco 
podem ser constituídas por uma única camada de 
células (ex. intestino) ou várias camadas de 
células e suas proteínas extracelulares 
associadas (ex. pele) 
A MEMBRANA PLASMÁTICA é a principal barreira 
física que o fármaco enfrenta 
 
TRANSPORTE DO FÁRMACO PELA MEMBRANA 
- As moléculas do fármaco se movem por duas 
maneiras: 
1. Fluxo de massa – Corrente sanguínea, 
liquido linfático e cerebroespinal 
2. Difusão – Molécula a molécula, cobrindo 
pequenas distâncias 
A natureza química de um fármaco não importa 
para sua transferência por fluxo de massa. 
O sistema cardiovascular proporciona um 
sistema rápido de distribuição a longa distância. 
 
- A DIFUSÃO PASSIVA é o principal transporte 
transmembrana predominante na maioria dos 
fármacos 
- As fendas entre as células endoteliais estão 
preenchidas com matriz proteica frouxa que atua 
como um filtro, retendo moléculas grandes e 
possibilitando a passagem de moléculas menores 
- Em algumas regiões, especialmente na barreira 
hematencefálica do sistema nervoso central 
(SNC) e na placenta, existem junções oclusivas 
entre as células, e o endotélio está envolto por 
uma camada impermeável de células 
periendoteliais (pericitos) → Essas 
características evitam que moléculas 
potencialmente perigosas penetrem no cérebro 
ou no feto, e têm consequências importantes para 
a distribuição e a atividade dos fármacos. 
- As moléculas atravessam as membranas de 
quatro principais maneiras: 
1. Difusão através dos lipídios 
2. Combinando-se com um transportador de 
soluto ou outro transportador de 
membrana 
3. Difusão por meio de poros aquosos 
formados por glicoproteínas especiais que 
atravessam a membrana -Ex. 
Aquaporinas 
4. Pinocitose –Ex. Importante para 
macromoléculas como a insulina que 
atravessa a BHE por esse mecanismo 
 
Difusão passiva: 
▪ As moléculas do fármaco penetram por 
difusão seguindo um gradiente de 
concentração 
▪ Esse tipo de transporte é diretamente 
proporcional a fatores como: Amplitude do 
gradiente de concentração através da 
membrana + Coeficiente de partição 
hidrolipídica do fármaco + Área de 
membrana exposta ao fármaco 
▪ Quando um fármaco livre não é um 
eletrólito, a sua concentração nos dois 
lados da membrana é igual no estado de 
equilíbrio 
▪ No caso dos compostos iônicos, as 
concentrações no estado de equilíbrio 
dependem do equilíbrio eletroquímico do 
íon e das diferenças de pH através da 
membrana → Essas variáveis influenciam 
o estado de ionização da molécula em cada 
lado da membrana, podendo um dos lados 
reter o fármaco de forma mais eficaz 
 
Influência do pH nos fármacos ionizáveis: 
▪ Alguns fármacos são ÁCIDOS ou BASES 
FRACAS 
▪ Os fármacos podem estar presentes de 
duas formas: 
1. NÃO-IONIZADA – Lipossolúvel e 
difusível pela membrana 
2. IONIZADA – Relativamente 
insolúveis em lipídios e poucos 
difusíveis pela membrana 
o Os grupos ionizáveis mais comuns são: 
1. Ácidos carboxílicos 
FARMACOLOGIA Weslley Jonathan P4 
 
2. Grupos amino – primários, 
secundários, terciários 
3. Aminas quaternárias → 
conservam uma carga positiva 
permanente 
o A distribuição transmembrana de um 
eletrólito fraco é influenciada por SEU pKa 
e pelo GRADIENTE DE pH através da 
membrana 
 
O pKa é o pH no qual a metade do fármaco 
(ÁCIDO OU BASE FRACA) está em sua forma 
IONIZADA 
A razão entre as formas ionizadas e não 
ionizadas do fármaco em determinado pH pode 
ser calculada pela EQUAÇÃO DE HENDERSON-
HASSELBALCH: 
 
Formula: Relaciona o pH do meio ao redor do 
fármaco e a constante de dissociação ácida do 
fármaco (pKa) com a razão entre as formas 
PROTONADA (HAcido + BaseH+) e NÃO 
PROTONADA (Acido- OU Base) 
 
 
Dissociação de ácido: 
 
Dissociação da forma protonada de uma base: 
 
No estado de equilíbrio, um fármaco ácido 
acumula-se no lado mais BÁSICO da 
membrana, enquanto um fármaco básico se 
acumula no lado mais ÁCIDO da membrana 
Esse fenômeno é conhecido como RETENÇÃO 
IÔNICA/APRISIONAMENTO IÔNICO → é um 
processo importante na distribuição dos 
fármacos que podem produzir efeitos 
terapêuticos benéficos 
 
 
 
 
 
pH urinário e túbulos renais 
- Nos túbulos renais há uma grande variação de 
pH (podendo ser de 4,5 – 8) 
- No pH urinário ÁCIDO (pH baixo com grande 
quantidade de H+), os ácidos fracos (A-) e as 
bases fracas (B) estão predominantemente nas 
suas formas PROTONADAS: 
o Ácido: HA 
o Base: BH+ 
- No pH urinário BÁSICO (pH alto com baixa 
quantidade de H+), há uma predominância das 
suas formas DISSOCIADAS: 
o Ácido: A- 
o Base: B 
 
 
 
 
 
FARMACOLOGIA Weslley Jonathan P4 
 
Consequências importantes da partição do pH: 
• O aprisionamento da base livre de alguns 
fármacos antimaláricos (ex. cloroquina) 
no ambiente ácido do vacúolo alimentar do 
parasito da malária contribui para a 
interrupção da via de digestão da 
hemoglobina que é a base do seu efeito 
tóxico sobre o parasito 
• A acidificação da urina acelera a 
eliminação de bases fracas e retarda a de 
ácidos fracos → A alcalinização da urina 
tem o efeito oposto: reduz a eliminação de 
bases fracas e aumenta a de ácidos fracos 
• O aumento do pH do plasma (ex. pela 
administração de bicarbonato de sódio) 
faz com que ácidos fracos sejam extraídos 
do SNC para o plasma. 
O oposto é verdadeiro, ou seja, a redução do 
pH do plasma (ex. pela administração de um 
inibidor da anidrase carbônica, como a 
acetazolamida) faz com que ácidos fracos 
sejam concentrados no SNC, potencialmente 
aumentando sua neurotoxicidade. 
Esse conhecimento tem consequências 
práticas na escolha do método de 
alcalinização da urina para o tratamento de 
uma superdosagem de ácido acetilsalicílico: o 
bicarbonato e a acetazolamida aumentam o 
pH urinário e, portanto, facilitam a eliminação 
dos salicilatos. 
Por outro lado, o bicarbonato reduz a 
distribuição de salicilatos no SNC, enquanto a 
acetazolamida a aumenta. 
 
Por isso, uma URINA ALCALINA facilita a 
excreção dos ácidos FRACOS (A-), enquanto a 
URINA ÁCIDA facilita a excreção das bases 
FRACAS (BH+) 
 
Na urina alcalina, os ácidos ficam na sua forma 
DISSOCIADAS que por sua vez possuem carga 
(H+), por isso não atravessam a membrana do 
túbulo de volta para o sangue porque a membrana 
barra (já que se trata de um íon) 
Na urina alcalina, a forma predominante é a 
protonada que no caso da base é a forma que 
possui carga (BH+), então a membrana barrará e 
por isso não será reabsorvido 
*lembrar que quando uma substância não é 
reabsorvida de volta para o sangue ela segue 
pelos túbulos para formar a urina* 
 
O aumentodo pH urinário (administrando-se bi-
carbonato de sódio) estimula a excreção urinária 
dos ácidos fracos, como ácido acetilsalicílico (pKa 
~ 3,5) e urato (pKa ~ 5,8). 
Outra consequência útil do fato de um fármaco 
estar ionizado em pH fisiológico é ilustrada pela 
escassez relativa de efeitos sedativos dos 
antagonistas dos receptores H1 de histamina de 
segunda geração (p. ex., loratadina): os anti-
histamínicos de segunda geração são moléculas 
ionizadas (menos lipofílicas, mais hidrofílicas), 
que não atravessam a BHE facilmente, em 
comparação com os fármacos de primeira 
geração como difenidramina, que hoje é usada 
como indutor do sono. 
 
TRANSPORTE DE MEMBRANA MEDIADO POR 
CARREADORES 
 
 
Difusão facilitada: 
▪ É um mecanismo de transporte mediado 
por carreador, no qual a força motriz é o 
gradiente eletroquímico do soluto 
transportado 
▪ Esses carreadores facilitam o transporte 
do soluto para dentro ou para fora da 
membrana, dependendo da direção do 
gradiente eletroquímico 
▪ A proteína carreadora pode ser altamente 
seletiva para estrutura conformacional 
especifica de um soluto endógeno ou de 
um fármaco 
▪ Sem essas proteínas carreadoras, o 
transporte por difusão passiva através da 
membrana seria muito lenta – ex. 
Transportador de cátions orgânicos (OCT1 
FARMACOLOGIA Weslley Jonathan P4 
 
[SLC22A1]) → facilita o transporte de um 
soluto fisiológico TIAMINA e também de 
alguns fármacos como a METFORMINA 
 
Transporte ativo: 
▪ Caracteriza-se pelos seguintes 
elementos: 
1. Necessidade direta de energia 
2. Possibilidade de transportar 
solutos contra um gradiente 
eletroquímico 
3. Saturabilidade 
4. Seletividade 
5. Inibição competitiva por 
compostos cotransportados 
▪ A bomba de sódio e potássio é um dos 
tipos mais importantes do mecanismo de 
transporte ativo – ex. é um dos alvos 
terapêuticos da DIAGOXINA utilizada no 
tratamento de IC 
▪ A família ABC, um grupo de 
transportadores ativos primários, 
hidrolisa o ATP para exportar substâncias 
através das membranas 
 
Transportadores catiônicos e aniônicos 
orgânicos: 
▪ Existem dois principais SLC 
(transportadores que facilita o 
movimento a favor do gradiente de 
concentração – difusão facilitada): 1. 
OCT (Carrega cátions) x OAT 
(Carrega ânions) 
▪ São importantes principalmente em: 
BHE, TGI, Túbulo renal, Trato biliar e 
placenta 
Transportadores P-Glicoproteínas: 
▪ Pertencem a superfamília dos 
transportadores ABC 
▪ São responsáveis pela resistência a 
múltiplos fármacos em células 
cancerosas, muitos dos quais 
expressam uma bomba dependente 
de ATP com ampla especificidade, 
designados proteína 1 resistente a 
múltiplos fármacos (mdr1) 
▪ É expressa em animais, fungos e 
bactérias e pode ter evoluído como 
mecanismo de defesa contra 
toxinas. 
▪ As P-gp estão presentes nas 
membranas ciliadas dos túbulos 
renais, no canalículo biliar, nos 
processos basais de astrócitos nos 
microvasos cerebrais e no trato 
gastrintestinal 
▪ Podem estar localizados juntos com 
o SLC → isso faz com que ele possa 
bombear para fora, um fármaco 
concentrado pela a OAT, para fora da 
célula por meio da p-gp 
 
 
ABSORÇÃO E BIODISPONIBILDIDADE 
- Absorção é a transferência do fármaco de seu 
local de administração para o compartimento 
central (circulação sistêmica) 
- Nas preparações sólidas, a absorção depende 
da dissolução do comprimido/capsula que então 
libera o fármaco 
- O médico se interessa principalmente pela 
BIODISPONIBILIDADE do fármaco, exceto nos 
pacientes com síndromes de má absorção 
 
Biodisponibilidade: 
▪ Termo que descreve o percentual com que 
a dose de um fármaco administrado 
alcança seu local de ação ou um liquido 
biológico (circulação sistêmica) a partir do 
qual o fármaco tem acesso ao seu local de 
ação 
▪ Um fármaco administrado por via oral 
precisa ser absorvido pelo trato GI, mas 
sua absorção final é limitada pelas 
características: 
1. Preparação posológica 
2. Propriedades físico-quimicas do 
fármaco 
3. Ataque metabólico no intestino 
4. Transporte através do epitélio 
intestinal para circulação porta 
▪ Pela via oral, o fármaco absorvido passa 
pelo fígado onde ocorre o metabolismo e a 
excreção biliar antes que ele chegue à 
circulação sistêmica → Apenas uma parte 
da dose administrada consegue chegar à 
circulação sistêmica e ser distribuída para 
os locais de ação do fármaco 
▪ Se a capacidade metabólica ou excretora 
do fígado e do intestino for grande para o 
fármaco, haverá uma redução da 
biodisponibilidade → EFEITO DA PRIMEIRA 
PASSAGEM 
FARMACOLOGIA Weslley Jonathan P4 
 
▪ A redução da biodisponibilidade é uma 
função da estrutura anatômica na qual 
ocorre a absorção → no caso da via IV, 
toda a dose do fármaco entra na 
circulação sistêmica 
▪ A via de administração de um fármaco 
deve ser baseada em fatores anatômicos, 
fisiológicos e patológicos que afetam a 
biodisponibilidade 
▪ Os fatores que afetam a biodisponibilidade 
também se aplicam aos profármacos que 
são ativados pelo fígado → nesses casos, 
a biodisponibilidade resulta do 
metabolismo que produz a forma ativa do 
fármaco 
 
 
A biodisponibilidade é definida como: 
 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
Administração oral: 
▪ Método mais comum para administração, 
sendo o mais seguro, conveniente e 
econômico 
▪ Suas desvantagens envolvem: Absorção 
limitada de alguns fármacos devido suas 
características (hidrossolubilidade ou 
permeabilidade) + Vômitos pela irritação 
da mucosa GI + Destruição de alguns 
fármacos por enzimas digestivas ou pH 
gástrico baixo + Irregularidades na 
absorção ou propulsão na presença de 
alimentos ou outros fármacos + 
Necessidade de contar com a colaboração 
do paciente 
▪ Os fármacos também podem ser 
metabolizados por enzimas da microbiota, 
mucosa intestinal ou do fígado antes que 
possam alcançar a circulação sistêmica 
▪ No trato GI a absorção é limitada por 
fatores como: área disponível à absorção, 
fluxo sanguíneo na superfície absortiva, 
estado físico (solução, suspensão ou 
preparação solida) e hidrossolubilidade do 
fármaco e sua concentração no local de 
absorção 
▪ Para os fármacos administrados em forma 
sólida, a taxa de dissolução pode limitar 
sua absorção 
▪ A absorção do fármaco ocorre por 
DIFUSÃO PASSIVA, por isso a absorção é 
favorecida quando o fármaco está na sua 
forma NÃO IONIZADA MAIS LIPOFILICA 
 
A taxa absorção do fármaco é maior no 
intestino do que no estomago 
- De acordo com o conceito pH-partição, 
poderíamos prever que o fármaco que são 
ácidos fracos poderiam ser mais bem 
absorvidos pelo estomago (pH 1-2) do que pelos 
segmentos proximais do intestino (pH 3-4) e 
vice versa para bases fracas 
- Entretanto fatores como superfície gástrica 
pequena e uma camada de muco que cobre o 
epitélio gástrico dificultam sua absorção 
- As vilosidades dos segmentos proximais do 
intestino delgado oferecem uma superfície 
extremamente ampla → por isso a taxa de 
absorção de um fármaco pelo intestino é maior 
que o estomago, mesmo se o fármaco estiver 
predominantemente na sua forma ionizada no 
intestino e na forma não ionizada no estomago 
- Qualquer fator que acelere o ESVAZIAMENTO 
GÁSTRICO (decúbito lateral direito) aumenta a 
taxa de absorção do fármaco, enquanto 
qualquer fator que retarde o esvaziamento 
gástrico tem efeito contrário 
- A taxa de esvaziamento gástrico é afetado por 
fatores como: 
▪ Teor calórico dos alimentos 
▪ Volume 
▪ Osmolalidade 
▪ Temperatura 
▪ pH do liquido ingerido 
▪ Variações diurnas e entre os indivíduos 
▪ Estado metabólico (repouso ou 
atividade) 
▪ Temperatura ambiente 
- Nas mulheres,o esvaziamento gástrico é 
afetado pelos efeitos do estrogênio → em 
comparação com os homens, o esvaziamento é 
mais lento em mulheres na pré-menopausa e 
nas que fazem tratamento de reposição 
estrogênica 
- Os fármacos que são destruídos pelas 
secreções gástricas e pelo pH ácido ou os que 
irritam o estomago são administrados em 
preparações com revestimento entérico → isso 
impede a dissolução do fármaco no ácido 
estomacal 
- Esses revestimentos entéricos são uteis aos 
fármacos que podem causar irritação gástrica 
e para administração de fármacos como a 
mesalazina nos locais de ação no íleo e no 
cólon 
 
Preparações de liberação controlada: 
FARMACOLOGIA Weslley Jonathan P4 
 
▪ A taxa de absorção de um fármaco na 
forma de comprimido ou outra preparação 
solida depende principalmente da sua taxa 
de dissolução nos líquidos GI → isso 
constitui a base das preparações 
farmacêuticas de liberação controlada, 
liberação prolongada, liberação retardada 
e longa ação 
▪ Essas preparações são desenvolvidas 
para produzir absorção lenta e uniforme 
do fármaco ao longo de 8h ou mais 
▪ As principais vantagens desses tipos de 
preparações são: Redução da frequência 
de administração do fármaco; manutenção 
do efeito terapêutico ao longo da noite e 
redução da incidência/intensidade 
(eliminação do pico de concentração) e 
dos níveis sanguíneos não terapêuticos do 
fármaco (por atenuação dos desníveis de 
concentração) que ocorrem depois da 
administração das preparações de 
liberação imediata 
▪ As preparações de liberação controlada 
são mais apropriadas para os fármacos 
que tem o tempo de meia vida (T1/2) curta 
(menor que 4h) ou em determinados 
grupos de pacientes (ex. que são tratados 
com anticonvulsivantes ou antipsicóticos) 
 
Administração sublingual: 
▪ Possui uma superfície de absorção 
disponível pequena 
▪ A drenagem pela boca é feita pela veia 
cava superior, fazendo desse modo um 
BYPASS da circulação porta 
▪ Fármacos administrados por essa por via 
sublingual e absorvido nesse local é 
protegido do metabolismo rápido no 
intestino e na primeira passagem pelo 
fígado – ex. Nitroglicerina sublingual tem 
ação imediata, porque não é ionizada, tem 
alta lipossolubilidade e não está sujeita ao 
efeito da primeira passagem antes de 
chegar no coração e ao sistema arterial 
 
INJEÇÃO PARENTERAL (fora do TGI) 
- Essencial em alguns casos para administrar o 
fármaco em sua forma ativa – ex. Anticorpos 
monoclonais 
- A biodisponibilidade é mais rápida, ampla e 
previsível 
- A dose eficaz pode ser administrada com mais 
precisão em uma dose exata 
- É uma via apropriada à administração de uma 
dose de saturação antes de ser iniciado o 
tratamento de manutenção oral – ex. Digoxina 
- Necessários nos casos de emergência, onde o 
paciente se encontra inconsciente ou 
impossibilitado de reter alguma coisa por via oral 
- As desvantagens da administração parenteral 
incluem: 
▪ Assepsia deve ser assegurada, 
especialmente quando os fármacos são 
continuamente administrados – ex. 
Infusão intravenosa ou intratecal 
▪ Injeção causa dor 
▪ Em alguns casos é difícil para os pacientes 
aplicar as injeções em si próprio (quando 
a autoadministração é necessária) 
 
Vias de administração parenteral: 
▪ As principais vias são: Intramuscular, 
subcutânea e intravenosa 
▪ A absorção a partir dos tecidos 
subcutâneos e intramusculares ocorre 
por DIFUSÃO SIMPLES, seguindo o 
gradiente existente entre o deposito do 
fármaco e o plasma 
▪ A taxa de absorção é limitada pelas áreas 
das membranas capilares absortivas e 
pela solubilidade da substancia no liquido 
intersticial 
▪ Canais aquosos relativamente amplos 
estão presentes na membrana endotelial, 
permitindo uma difusão indiscriminada 
das moléculas, independentemente da sua 
lipossolubilidade 
▪ Moléculas maiores, como PROTEÍNAS, 
entram na circulação por meio dos canais 
linfáticos 
▪ Fármacos administrados na circulação 
sistêmica por qualquer via, exceto a 
INTRA-ARTERIAL, estão sujeitos à 
eliminação potencial na primeira 
passagem pelos pulmões → os pulmões 
atuam também como filtros para 
partículas que possam ser administradas 
por via venosa, e também são uma via de 
eliminação de substancias voláteis 
 
Via intravenosa: 
▪ Os fatores que limitam a absorção podem 
ser anulados pela INJEÇÃO INTRAVENOSA 
dos fármacos em solução aquosa 
▪ Nesse tipo de via a BIODISPONIBILIDADE 
É TOTAL (F = 1,0) e a distribuição é rápida 
▪ Permite a liberação do fármaco de 
maneira controlada e assegurada com 
precisão e rapidez, o que não é possível 
em qualquer outra via 
▪ Soluções irritantes podem ser 
administradas por essa via porque, 
FARMACOLOGIA Weslley Jonathan P4 
 
quando o fármaco é injetado lentamente o 
sague circulante causa diluição acentuada 
▪ Os pacientes podem ter reações 
indesejáveis pelo fato de o fármaco atingir 
rapidamente altas concentrações no 
plasma e nos tecidos 
▪ Existem situações em que o fármaco deve 
ser administrado por INJEÇÃO EM 
BOULOS (ex. ativador do plasminogênio 
tecidual) e outras de uma forma mais lenta 
ou prolongada (ex. antibiótico) 
▪ A injeção IV do fármaco exige 
determinação cuidadosa da dose e 
monitoração da reação do paciente 
▪ Depois que o fármaco é injetado, 
geralmente não tem como retira-lo 
▪ As injeções IV repetidas dependem da 
possibilidade de manter uma veia 
desobstruída 
▪ Não devem ser administrados por IV 
fármacos que: Administrados em veículo 
oleosos, os que causam precipitação dos 
elementos sanguíneos ou hemólise das 
hemácias e as combinações de fármacos 
que formam precipitados 
 
Subcutânea: 
▪ Essa via só pode ser realizada com 
fármacos que não causam irritação → 
pode provocar dor intensa, necrose e 
descamação dos tecidos 
▪ Possui uma taxa de absorção constante e 
lenta para produzir um efeito prolongado 
▪ É possível variar intencionalmente o 
período durante o qual o fármaco é 
absortivo – ex. com a injeção de insulina 
usando variações do tamanho das 
partículas, complexos proteicos e 
variações do pH → O acréscimo de um 
agente vasoconstritor em uma solução do 
fármaco a ser injetado por via subcutânea 
também retarda a absorção. 
▪ A absorção dos fármacos implantados sob 
a pele na forma de uma esfera solida 
ocorre lentamente ao longo de semanas 
ou meses → alguns hormônios (ex. 
anticoncepcionais) são administrados de 
maneira eficaz através dessa forma 
 
 
Intramuscular: 
▪ A absorção do fármaco depende da taxa de 
fluxo sanguíneo no local da injeção e pode 
ser relativamente rápida 
▪ A absorção pode até certo ponto ser 
modulada por aquecimento local, 
massagem ou exercício 
▪ A taxa de absorção nos músculos deltoide 
e vasto lateral é mais rápida que quando 
aplicada no glúteo maior → a taxa de 
absorção no glúteo maior é ainda mais 
lenta nas mulheres, devido a distribuição 
da gordura subcutânea (e ela é pouco 
irrigada) 
▪ Quando o fármaco é injetado em solução 
oleosa ou suspenso em vários outros 
veículos de deposito (depot), a absorção 
resultante depois da injeção 
intramuscular é constante 
 
Intra-arterial: 
▪ Alguns fármacos são injetados 
diretamente em uma artéria para localizar 
seus efeitos em um tecido ou órgão 
especifico – ex. tratamento de tumor 
hepático e câncer de cabeça e pescoço 
▪ A albumina série humana marcada com 
tecnécio é administrada por essa via 
▪ A administração acidental dessa via pode 
causar complicações graves e exigir 
tratamento cuidadoso 
 
 
Intratecal: 
▪ A BHE e a barreira hematoliquórica 
impedem ou retardam a entrada dos 
fármacos no SNC e isso reflete as 
atividades da GLICOPROTEÍNA P (MDR1)e 
de outros transportadores que exportam 
XENOBIÓTICOS do SNC 
▪ Quando se deseja obter efeitos locais 
rápidos dos fármacos nas meninges ou no 
eixo cerebroespinal (ex. anestesia espinal) 
FARMACOLOGIA Weslley Jonathan P4 
 
os fármacos são injetados no espaço 
subaracnóideo 
▪ Tumores encefálicos ou infecções graves 
do SNC podem ser tratados por meio do 
uso de dispositivos especiais de 
reservatório de longa permanência 
 
ABSORÇÃO PULMONAR 
- Podem ser administrados por essa via os 
fármacos gasoso voláteis que podem ser inalados 
e absorvidos pelo epitélio pulmonar e das 
mucosas do trato respiratório 
- A superfície pulmonar é grande e por isso o 
acesso a circulação é rápida 
- As soluções com fármacos podem ser 
atomizadas, e as gotículas minúsculas em 
suspensão no ar (aerossol) inaladas pelo paciente 
- As vantagens da administração do fármaco por 
essas vias incluem: 
▪ Absorção praticamente instantânea do 
fármaco para corrente sanguínea 
▪ Evita a perda da primeira passagem 
▪ Aplicação do fármaco no local desejado → 
no caso dos pacientes com doença 
pulmonar – ex. Inalação de óxido nítrico 
para hipertensão pulmonar dos lactentes 
prematuros e a termo e nos adultos 
 
APLICAÇÃO TÓPICA 
Mucosa: 
▪ Alguns fármacos são aplicados nas 
mucosas da conjuntiva, nasofaringe, 
orofaringe, vagina, colo, uretra e bexiga 
principalmente em decorrência de seus 
efeitos locais. 
▪ Em geral, a absorção desses locais é 
excelente e pode ser vantajosa na 
imunoterapia → a vacinação das mucosas 
usando vacinas apropriadas constitui a 
base da produção de imunidade protetora 
nos compartimentos imunes da mucosa e 
da circulação sistêmica 
 
 
 
 
Olhos: 
▪ Os fármacos oftálmicos de aplicação 
tópica são utilizados devido seus efeitos 
locais 
▪ O uso de lentes de contato impregnadas 
com fármacos e de implantes oculares 
permite que os fármacos sejam aplicados 
onde eles precisam estar para que ocorra 
liberação direta 
 
Pele – Absorção transdérmica: 
▪ A absorção desses tipos de fármacos que 
penetram a pele intacta depende da área 
de superfície de aplicação e da sua 
lipossolubilidade 
▪ A absorção sistêmica do fármaco é mais 
rápido quando há abrasões, queimaduras 
ou pele desnuda 
▪ Os efeitos tóxicos são causados por 
substancias altamente lipossolúveis 
através da pele – ex. Inseticida 
lipossolúvel em solvente orgânico 
▪ A absorção do fármaco é ampliada pela 
suspensão do fármaco em um veiculo 
oleoso e pela fricção dessa preparação na 
pele 
▪ A hidratação da pele com um curativo 
oclusivo pode ser usada para aumentar a 
absorção 
▪ Exemplos de adesivos transdérmicos de 
liberação controlada: 
1. Nicotina = Tabagismo 
2. Escopolamina = Cinetose 
3. Nitroglicerina = Angina de peito 
4. Testosterona e estrogênio = 
Reposição hormonal 
5. Estrogênio e progesterona = 
Anticoncepcionais 
6. Fentalina = Analgesia 
 
ADMINISTRAÇÃO RETAL 
- Cerca e 50% dos fármacos absorvidos pelo reto 
não passam pelo fígado, evitando o metabolismo 
da primeira passagem 
- A absorção retal também pode ser irregular e 
incompleta e causar irritação da mucosa 
- A administração retal pode ser recomendável no 
tratamento dos pacientes em cuidado paliativos 
como na administração de opioides 
 
 
BIOEQUIVALÊNCIA 
- Produtos farmacológicos são considerados 
equivalentes farmacêuticos quando tem os 
mesmos ingredientes ativos e são idênticos em 
FARMACOLOGIA Weslley Jonathan P4 
 
potência ou concentração, apresentação e via de 
administração 
- Dois produtos farmacêuticos são considerados 
bioequivalentes quando as porcentagens e 
amplitudes de biodisponibilidade do ingrediente 
ativo dos dois produtos não são 
significativamente diferentes sob condições 
experimentais adequadas 
 
DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS 
- Após sua absorção ou administração sistêmica 
na corrente sanguínea, o fármaco é distribuído 
aos líquidos intersticiais e intracelular em função: 
▪ Propriedades físico-químicas 
▪ Taxa de liberação do fármaco a cada um 
dos órgãos e compartimentos 
▪ Capacidades de interação diferentes de 
cada região com o fármaco 
- Os fatores que afetam a taxa de liberação e a 
quantidade de fármaco que é distribuído são: 
▪ Débito cardíaco 
▪ Fluxo sanguíneo regional 
▪ Permeabilidade capilar 
▪ Volume do tecido 
 
 
- Inicialmente a maior parte do fármaco vai para 
os órgãos mais bem perfundidos: 
▪ Fígado 
▪ Rins 
▪ Encéfalo 
▪ Outros órgãos 
- Em seguida ocorre a liberação do fármaco para 
os músculos, pele, gordura e a maioria dos órgãos 
internos 
▪ Essa segunda fase de distribuição é mais 
lenta, podendo demorar de minutos a 
horas antes que a concentração do 
fármaco esteja em equilíbrio com o seu 
nível sanguíneo 
▪ É a fase que envolve uma fração muito 
maior de massa corporal (ex. músculos) 
que a fase inicial → representa a maior 
parte da distribuição extravascular 
Com exceção do encéfalo e de alguns outros 
órgãos, a difusão do fármaco para o liquido 
intersticial ocorre rapidamente devido a natureza 
altamente permeável da membrana endotelial 
dos capilares 
A distribuição tecidual é determinada pela 
partição do fármaco entre o sangue x tecidos 
específicos 
 
LIGAÇÃO A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS 
- Alguns fármacos circulação na corrente 
sanguínea ligados a proteínas plasmáticas: 
o Albumina – Principal carreador de 
fármacos ácidos 
o Glicoproteína ácida α1 – Principal 
carreador de fármacos básicos 
o Outras proteínas plasmáticas – Ocorre em 
fração muito menor 
- A ligação dos fármacos com essas proteínas 
carreadoras são ligações reversíveis 
- Os fármacos também podem se ligar a proteínas 
que funcionam como carreadores de hormônios 
específicos como: 
▪ Ligação do estrogênio ou da progesterona 
à globulina de ligação dos hormônios 
sexuais 
▪ Ligação do hormônio tireóideo à globulina 
de ligação da tiroxina 
- A fração total de fármaco presente no plasma 
ligado às proteínas é determinada por: 
▪ Concentração do fármaco 
▪ Afinidade dos locais de ligação do fármaco 
▪ Concentração dos locais de ligação 
disponível 
Na maioria dos fármacos, a variação terapêutica 
de concentração plasmática é limitada, assim a 
amplitude de ligação e fração livre são 
relativamente constantes 
 
Fatores que afetam a ligação às proteínas: 
▪ O grau de ligação do fármaco às proteínas 
plasmáticas pode ser afetado por fatores 
relacionados a doenças – ex. 
Hipoalbuminemia 
▪ As doenças que ativam a reação de fase 
aguda (ex. câncer, infarto do miocárdio, 
artrite e doença de Crohn) aumentam os 
níveis de glicoproteína ácida α1, ampliando 
a ligação dos fármacos básicos 
▪ Alterações da ligação às proteínas 
causadas por estados patológicos e 
interação entre fármacos são relevantes 
principalmente para fármacos de 
depuração alta e índice terapêutico exíguo 
que são administrados por via IV – ex. 
Lidocaína 
▪ Quando ocorrem alterações da ligação às 
proteínas plasmáticas o fármaco livre se 
equilibra rapidamente em todo o corpo, 
enquanto a fração livre plasmática sofre 
uma alteração transitória na sua 
concentração → Apenas produzem efeitos 
significativos aqueles fármacos que 
apresentam uma relação instantânea 
FARMACOLOGIA Weslley Jonathan P4 
 
entre concentração plasmática livre e o 
efeito – ex. Antiarrítmicos 
▪ As concentrações plasmáticas do fármaco 
livre apresentam alterações significativas 
apenas quando a dose é administrada ou 
há depuração da fração livre em 
consequência do metabolismoou 
transporte ativo 
▪ A competição pelos locais de ligação às 
proteínas plasmáticas pode provocar 
elevação da concentração de outro 
fármaco que se liga com menos avidez 
 
- A ligação dos fármacos às proteínas 
plasmáticas limita sua concentração nos tecidos 
e em seus locais de ação → Apenas a fração livre 
está em equilíbrio nos dois lados da membrana 
- Após atingir o equilíbrio da distribuição, a 
concentração do fármaco ativo (LIVRE) no liquido 
intracelular é igual a concentração plasmática, 
exceto quando há transporte mediado por 
carreadores 
- A ligação dos fármacos a proteínas plasmáticas 
também limita sua filtração glomerular e também 
reduz seu transporte e metabolismo 
 
LIGAÇÃO AOS TECIDOS 
- Alguns fármacos podem se acumular em alguns 
tecidos, em concentrações mais altas do que no 
LEC e no sangue 
- A ligação tecidual dos fármacos ocorre com os 
componentes celulares como: 
▪ Proteínas 
▪ Fosfolipídeos 
▪ Proteínas nuclaeares 
- Essas são ligações são reversíveis e funciona 
como um reservatório do fármaco → isso 
prolonga a ação do fármaco nesse mesmo tecido 
ou em locais distantes, depois do transporte pela 
circulação sanguínea 
- O acumulo do fármaco nos tecidos também pode 
ser responsável por causar efeitos tóxicos locais 
– ex. Efeitos tóxicos renais e ototoxicidade 
associada aos antibióticos aminoglicosídeos 
 
SNC, BHE E LCS: 
▪ A penetração do fármaco no encéfalo 
depende do TRANSPORTE 
TRANSCELULAR e não do paracelular → 
essa característica se dá pela constituição 
da BARREIRA HEMATOENCEFALICA: 
Células endoteliais com junções 
compactas continuas + Prolongamentos 
das células gliais pericapilares 
▪ No plexo corióideo há uma barreira 
semelhante entre o sangue e o LCS 
(liquido cerebroespinal) que é formada por 
células epiteliais de junções compactas 
▪ A absorção do fármaco pelo encéfalo vai 
depender da solubilidade lipídica das 
formas não ionizadas e livre de um 
fármaco → quanto mais lipofílico, maior 
chance de atravessar BHE 
▪ A função do BHE é bem preservada, exceto 
na inflamação das meninges e do encéfalo 
que causa aumento da permeabilidade 
local 
▪ A insulina cruza a BHE por pinocitose e 
não por difusão 
 
Ossos 
▪ Os antibióticos do gruo da TETRACICLINA 
e os metais pesados podem se acumular 
nos ossos por adsorção à superfície dos 
cristais e por incorporação final a sua 
estrutura cristalina 
▪ O osso pode funcionar como reservatório 
para liberação lenta de compostos tóxicos 
como chumbo e radio → seus efeitos 
persistem por muito tempo após o termino 
da exposição 
▪ A destruição local da medula óssea pode 
levar redução do fluxo sanguíneo e 
prolongar o efeito de reservatório, 
causando maior destruição direta aos 
ossos, devido o isolamento do agente 
toxico da circulação → é criado um circulo 
vicioso no qual quanto maior a exposição 
ao agente toxico, menor sua taxa de 
eliminação 
▪ A adsorção do fármaco à superfície do 
cristal ósseo e sua incorporação a 
estrutura cristalina são vantagens 
terapêuticas para pacientes com 
osteoporose 
 
Gordura: 
▪ O tecido adiposo pode funcionar como um 
reservatório estável, devido sua lenta 
irrigação sanguínea 
▪ Muitos fármacos podem ser armazenados 
por solubilização física na gordura neutra 
▪ Nos indivíduos obesos o teor de gordura 
pode chegar a 50% e nas pessoas magras 
podem chegar a 10% do peso corporal 
 
REDISTRIBUIÇÃO 
- É um processo que atua junto com a 
metabolização e eliminação para cessação do 
efeito farmacológico após a interrupção do uso 
- Essa redistribuição é importante para cessar o 
efeito do fármaco principalmente quando se trata 
FARMACOLOGIA Weslley Jonathan P4 
 
de compostos altamente solúveis que atua no 
encéfalo ou no sistema cardiovascular, sendo 
administrados por via IV ou inalados 
 
ex. Anestésico intravenoso tiopental: 
▪ É um fármaco lipossolúvel que atravessa 
facilmente a BHE 
▪ Esse fármaco atinge uma concentração 
encefálica máxima pouco após sua injeção 
intravenosa 
▪ As concentrações plasmáticas e 
encefálicas do tiopental diminuem a 
medida em que ele é redistribuído para 
outros tecidos, músculos e tecidos 
adiposos 
▪ A redistribuição é o mecanismo pelo qual 
a anestesia com o tiopental é interrompida 
→ sua depuração é muito lenta – Meia vida 
de eliminação de uma única dose é de 3-
8h 
▪ A concentração do fármaco no encéfalo 
mantém-se proporcional ao nível 
plasmático porque há pouca ligação do 
tiopental com componentes encefálicos → 
por isso, o inicio e a cessação dos efeitos 
anestésicos são relativamente rápidos e 
estão diretamente relacionados com a 
concentração do fármaco no encéfalo 
 
TRANSFERÊNCIA PLACENTÁRIA DOS FARMACOS 
- A transferência dos fármacos através da 
placenta é importante porque alguns causam 
anomalias no feto em desenvolvimento 
- A lipossolubilidade, a extensão da ligação 
plasmática e o grau de ionização dos ácidos e 
bases fracas são determinantes no processo de 
transferência do fármaco pela placenta 
- A placenta funciona como uma barreira seletiva 
para proteger o feto contra os efeitos deletérios 
→ membros da família de transportadores ABC 
limitam a entrada dos fármacos e outros 
xenobióticos na circulação fetal por meio do 
efluxo vetorial da placenta para a circulação 
materna 
- O plasma fetal (pH 7,0 – 7,2) é ligeiramente mais 
ácido que o plasma materno (pH 7,4) → por isso 
há o sequestro iônico dos fármacos básicos 
 
METABOLISMO DOS FÁRMACOS 
- Vários agentes terapêuticos lipofílicos não 
entram facilmente no ambiente aquoso da urina 
- O metabolismo dos fármacos e de outros 
compostos xenobióticos em metabolitos mais 
hidrofílicos é essencial para sua eliminação 
- Três aspectos são essenciais para o 
metabolismo do fármaco: 
1. Cinética de primeira ordem: Na maioria 
dos fármacos em suas faixas de 
concentrações terapêuticas, a quantidade 
de fármaco metabolizado por unidade de 
tempo é proporcional a sua concentração 
plasmática (Cp) e a fração do fármaco 
removido por metabolismo é constante 
(cinética de primeira ordem) 
2. Cinética de ordem zero: Para algumas 
substancias (ex. fármacos como etanol e 
fenitoina) a capacidade metabólica é 
saturada com concentrações alcanças e o 
metabolismo atinge ordem zero → isso 
significa que a quantidade de fármaco 
metabolizada por unidade de tempo se 
torna invariável/constante 
3. Enzimas biotransformadoras induzíveis: 
Os principais sistemas que metabolizam 
os fármacos são induzíveis, sendo 
enzimas de espectro amplo com algumas 
variações genéticas → fármacos que 
atuam como substratos em comum para 
uma enzima metabolizante pode interferir 
no metabolismo de outros, ou ainda um 
fármaco pode induzir ou aumentar o 
próprio metabolismo ou de outros 
fármacos 
- De maneira geral as reações metabólicas dos 
fármacos produzem metabolitos inativos mais 
polares (prontamente excretados do corpo) ou 
produzem metabolitos com atividade potente ou 
propriedades toxicas 
- Alguns dos sistemas que transformam 
fármacos em metabolitos inativos também geram 
metabolitos biologicamente ativos dos compostos 
endógenos (ex. biossíntese dos esteroides) 
- A biotransformação dos fármacos ocorre 
principalmente no fígado e envolve as reações: 
o Fase 1: Oxidação, redução ou reação 
hidrolítica e atividades das CYP 
o Fase 2: Conjugação do produto de fase 1 
com uma segunda molécula e algumas 
outras reações 
- Outros órgãos com capacidade metabólica para 
os fármacos são: Trato GI, rins e pulmões 
- As enzimas que metabolizam os fármacos, 
especialmente a CYP são induzíveis por alguns 
fármacos e inibidos por outros e substratos 
competitivos 
 
 
 
 
 
 
 
FARMACOLOGIAWeslley Jonathan P4 
 
REAÇÕES DE FASE 1 
- São reações catabólicas (OXIDAÇÃO, REDUÇÃO 
OU HIDRÓLISE) e seus produtos são 
quimicamente mais reativos → as vezes são até 
mais tóxicos ou carcinogênicos que o fármaco 
orginal 
- As reações de fase 1 normalmente introduz na 
molécula um grupo reativo com a HIDROXILA → 
Esse processo é chamado de FUNCIONALIZAÇÃO 
- Esse grupo reativo serve de “ponto de ataque” 
para o sistema de conjugação ligue um 
constituinte – ex. GLICURONÍDIO → por isso que 
as reações de fase 1 frequentemente precedem as 
reações de fase 2 
- Enzimas hepáticas CYP metabolizam os 
fármacos e estão inseridas no REL → Os 
fármacos devem atravessar a membrana 
plasmática dos hepatócitos para chegar até elas 
- As moléculas polares demoram mais tempo 
para atravessar a membrana que as lipossolúveis 
(exceto quando há mecanismos específicos de 
transporte) → por isso, o metabolismo 
intracelular é importante para fármacos 
lipossolúveis, enquanto fármacos polares são 
pelo menos parcialmente eliminados na forma 
inalterada na urina. 
 
Reação de hidrólise: 
▪ Ocorre no plasma e em muitos tecidos 
▪ Tanto as ligações éster como as ligações 
amida (estas menos facilmente) são 
suscetíveis à hidrólise. 
▪ A redução é muito menos comum na fase 
1 que a oxidação, mas a varfarina é 
inativada por intermédio da redução de 
uma cetona em um grupo hidroxila pelo 
CYP2A6. 
 
 
Profármacos: 
▪ São compostos farmacologicamente 
inativos que são convertidos em suas 
formas ativas quando metabolizados 
▪ Essa abordagem pode aumentar a 
quantidade de fármaco ativo que alcança 
seu local de ação 
▪ Os profármacos inativos são convertidos 
em metabolitos biologicamente ativos pela 
hidrolise de uma ligação éster ou amida 
▪ ex. Enalapril é um fármaco inibidor da eca 
(usado para tratar hipertensão) que é 
relativamente inativo e se torna ativo após 
ser convertido por ação de uma esterase 
em enalaprilato diácido 
 
REAÇÕES DE FASE 2 
- São reações sintéticas (ANABÓLICAS) e incluem 
conjugação (ligação de um grupo substituinte) que 
geram produtos INATIVOS → O sulfato ativo 
metabólito do minoxidil é um ativador do canal de 
potássio utilizado no tratamento da hipertensão 
grave 
- As reações de fase 2 ocorrem principalmente no 
fígado 
- Se a molécula de um fármaco ou um produto da 
fase 1 tiver uma “alavanca” adequada (ex. 
hidroxila, tiol ou amino) torna-se suscetível a 
conjugação 
- Os grupos químicos inseridos podem ser: 
▪ Glicuronil 
▪ Sulfato 
▪ Metilo 
▪ Acetil 
 
EXCREÇÃO DOS FÁRMACOS 
- Os fármacos são eliminados do corpo em sua 
forma inalterada ou como metabolitos 
- Exceto os pulmões, os órgãos excretores 
eliminam de forma mais eficaz os compostos 
polares que as substancias altamente 
lipossolúveis 
FARMACOLOGIA Weslley Jonathan P4 
 
- A excreção renal do fármaco é um dos principais 
mecanismos de eliminação dos fármacos 
administrados 
- As substâncias excretadas nas fazes são 
geralmente: 
▪ Fármacos ingeridos pela via oral que não 
foram absorvidos 
▪ Metabólitos dos fármacos excretados na 
bile ou secretados diretamente no trato GI 
e que não foram reabsorvidos 
- A eliminação pelo leite materno é importante 
pois podem afetar o lactente amamentado → 
possuem pouca capacidade desenvolvida de 
metabolizar xenobióticos 
 
Excreção renal: 
▪ A excreção de fármacos e metabolitos na 
urina consiste em três processos: 
Filtração glomerular, Secreção tubular 
ativa e Reabsorção tubular passiva 
▪ A quantidade de fármaco que chega ao 
lúmen tubular por filtração depende da 
TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR e da 
extensão de ligação plasmática dos 
fármacos → apenas a fração livre é 
filtrada 
▪ No túbulo renal proximal mais fármacos 
são levados para o liquido tubular por 
secreção tubular ativa 
▪ O fármaco no lúmen tubular pode ser 
reabsorvido de volta para circulação 
sistêmica 
▪ No túbulo renal distal ocorre reabsorção 
passiva final das formas NÃO IONIZADAS 
das bases e dos ácidos fracos 
▪ As células tubulares são menos 
permeáveis por isso a reabsorção passiva 
da forma IONIZADA DAS BASES E DOS 
ÁCIDOS FRACOS dependem do seu pH: 
• Urina alcalina – Aumenta a 
excreção dos ácidos fracos (pois 
estão e sua forma ionizada) → Os 
fármacos básicos são melhor 
reabsorvidos 
• Urina ácida – Diminui a excreção/ 
aumenta a reabsorção dos ácidos 
fracos (pois os ácidos estão na sua 
forma não ionizada) → Os 
fármacos básicos são mais 
facilmente eliminados 
▪ No tratamento de intoxicação por 
fármacos, a excreção deles pode ser 
acelerada pela alcalinização ou 
acidificação da urina 
▪ Nos recém-nascidos, a função renal é 
incipiente, em comparação com a massa 
corporal, mas se desenvolve rapidamente 
nos primeiros meses depois do 
nascimento. 
▪ Na vida adulta, há um declínio lento da 
função renal (cerca de 1% ao ano), de 
forma que os pacientes idosos podem ter 
graus significativos de disfunção renal e 
frequentemente é necessário efetuar 
ajustes posológicos. 
 
Excreção biliar e fecal: 
▪ Transportadores presentes na membrana 
canalicular dos hepatócitos secretam 
ativamente fármacos e metabolitos na bile 
▪ Os fármacos e metabolitos na bile são 
excretados no trato GI durante o processo 
digestivo 
▪ No trato GI podem ser eliminados nas 
fezes ou reabsorvidos pelo intestino → os 
metabolitos conjugados podem necessitar 
de hidrólise enzimática pela microbiota 
▪ A recirculação êntero-hepática quando 
extensa pode prolongar a permanência do 
fármaco (ou de uma toxina) e seus efeitos, 
antes da eliminação por outras vias 
▪ Para interromper o ciclo êntero-hepático, 
podem ser administradas substâncias por 
via oral de forma a ligarem-se aos 
metabólitos excretados na bile 
▪ Quando não reabsorvidos são excretados 
nas fezes 
 
Leite materno: 
▪ A excreção do fármaco por suor, saliva e 
lagrimas é quantitativamente desprezível 
→ a excreção pelo cabelo e pele são uteis 
para investigação forense 
▪ O leite materno é mais ácido que o plasma 
e por isso compostos básicos podem ficar 
ligeiramente concentrados → a 
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concentração dos compostos ácidos no 
leito materno é menor que a do plasma 
▪ Compostos não ionizados (ex. etanol e 
ureia) podem entrar no leite materno e 
alcançar a mesma concentração do 
plasma independentemente do pH do leite 
▪ O leite materno também pode conter 
metais pesados originados da exposição 
ambiental 
▪ A administração de fármacos às mulheres 
que estão amamentando impõe o cuidado 
geral de que o lactente amamentado ficará 
exposto até certo ponto a esses 
compostos ou a seus metabólitos.

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