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Vias de administração e Farmacocinética

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Farmacocinética 
 
*A farmacocinética estuda o que o organismo faz 
com o fármaco e todo o percurso traçado: 
⇾ Absorção: ocorre desde o local de 
administração, permitindo a entrada do fármaco 
no plasma. 
⇾ Distribuição: o fármaco pode sair da circulação 
sanguínea e se distribuir. 
⇾ Biotransformação: é o metabolismo do fármaco 
no fígado ou outro tecido. 
⇾ Eliminação: é a excreção do fármaco, pela urina, 
bile ou fezes. 
: 
*Vias enterais: são as vias que passam pelo trato 
gastrointestinal. 
⇾ Via oral (VO): é a via mais segura, comum, 
conveniente e econômica. É facilmente 
autoadministrada pelo paciente e, em casos de 
dosagem excessiva ou alergia, pode ser 
revertida com antídotos. 
Desvantagens: a sua absorção pode ser limitada 
pela hidrossolubilidade reduzida, pela baixa 
permeabilidade, ocorrência de vômitos por 
irritação da mucosa. A principal desvantagem é 
a destruição por enzimas digestivas e o baixo 
pH do estômago, inativando alguns fármacos. 
Essas limitações podem ser contornadas da 
seguinte forma: 
• Preparações revestidas (entéricas): o 
fármaco é revestido por um envoltório 
químico que o protege do ácido gástrico, 
liberando-o apenas no intestino, local em que 
o revestimento é dissolvido em pH menos 
ácido. O revestimento pode ser feito com 
celulose e é importante para a 
administração de fármacos que irritam a 
mucosa do estômago ou que são instáveis 
em meio ácido 
• Preparações de liberação prolongada: são 
medicamentos que permitem a absorção 
mais lenta (dependente da taxa de 
dissolução nos líquidos do trato 
gastrointestinal) e uniforme do fármaco ao 
longo de um maior período, 
preferencialmente 8 horas ou mais. 
Apresenta a vantagem de reduzir a 
frequência de administração (como de 
Fármaco: é o princípio ativo, responsável pelo 
efeito farmacológico. 
Medicamento: é a junção do fármaco com outras 
moléculas que não são o princípio ativo, como 
excipientes. 
Remédio: termo popular, é qualquer dispositivo 
para remediar/aliviar uma condição. 
Droga: é um termo mais relacionado com as 
drogas ilícitas. 
*O cirurgião-dentista pode prescrever analgésicos, 
anti-inflamatórios, antipiréticos e antibióticos, além 
de qualquer medicamento com objetivo 
odontológico. 
Potência do fármaco: é a quantidade relativa de 
fármaco necessária para produzir uma resposta. 
Eficácia: está relacionada com a resposta máxima. 
⇾ CE50: concentração que causa resposta em 
50% da população 
⇾ DE50: dose eficaz em 50% da população 
Formas farmacêuticas: 
⇾ Comprimido 
⇾ Cápsulas 
⇾ Suspensão 
⇾ Solução 
⇾ Formas específicas: aerossol, para diluição e 
para infusão. 
Divisão: 
⇾ Sólidas: cápsula, drágea, comprimido, cápsula 
gelatinosa. 
⇾ Líquidas: imiscíveis, miscíveis, colutório 
(enxaguante bucal). 
⇾ Gasosas 
⇾ Semissólidas 
antidepressivos e antiepiléticos), facilitando a 
adesão do paciente, e de reduzir o pico de 
concentração máxima, pois mantém as 
concentrações na faixa terapêutica por mais 
tempo, o que é útil para fármacos com 
meia-vida curta. 
Desvantagem: variabilidade na concentração 
sistêmica por dumping de dose, em que de 
forma acidental ou inesperada a dose é 
liberada incorretamente, podendo acontecer 
até de uma vez só. 
*OBS: janela terapêutica é o intervalo de 
concentração plasmática mínima e máxima 
de um fármaco. 
 
 
⇾ Via sublingual (SL): a absorção ocorre pela 
mucosa oral sob a língua, com difusão na rede 
capilar e entrada direta na circulação sistêmica 
na veia cava pela drenagem venosa, evitando o 
metabolismo de 1ª passagem. A absorção é 
rápida, o fármaco precisa ser altamente 
lipossolúvel devido à composição da célula 
endotelial formada por camada lipídica e como a 
área de contato é pequena, o fármaco precisa 
ser potente para produzir o efeito terapêutico 
desejado. 
*O trinitrato de glicerina e buprenorfina (opioide) 
são muito bem utilizados na via sublingual. 
*OBS: alguns autores não consideram a SL 
como via enteral por ser absorvido diretamente 
para a circulação sistêmica. 
*Via retal: é a via preferível para fármacos que 
devem produzir efeito local ou sistêmico, 
principalmente se o paciente apresenta vômitos, 
está inconsciente, em estado epilético (em que 
pode ser administrado Diazepam por esta via) ou 
apresenta difícil acesso venoso. Outra vantagem é 
que apenas 50% passa pela circulação portal, 
sofrendo o metabolismo de 1ª passagem, o que 
minimiza a biotransformação do fármaco pelo 
fígado na circulação porta-hepática, além de evitar 
a interferência do fármaco com o ambiente do trato 
gastrointestinal. 
Desvantagem: a sua absorção é irregular e 
incompleta e muitos fármacos irritam a mucosa retal. 
*Via inalatória: a administração ocorre diretamente 
na mucosa oral. 
*Via injetável/parenteral: o fármaco é introduzido 
diretamente na circulação sistêmica (não há 
metabolismo de 1ª passagem), o que é uma 
vantagem em relação à via oral porque ele é 
liberado na sua forma ativa, apresentando maior 
biodisponibilidade, já que não há perdas, além de ter 
ação imediata, que é importante para situações de 
emergência, e pode ser administrado em pacientes 
inconscientes. 
Desvantagens: é preciso haver assepsia para evitar 
infecções, as injeções podem ser dolorosas, podem 
causar lesões teciduais e a automedicação é mais 
difícil. As três principais vias são: 
⇾ Intravenosa (IV): apresenta biodisponibilidade 
rápida e completa, com controle máximo da 
dose administrada. A precisão e rapidez da 
liberação do fármaco é importante para 
situações emergência. A concentração máxima 
alcançada nos tecidos irá depender também da 
velocidade da injeção. 
Desvantagens: as reações indesejáveis são 
irreversíveis, por isso, os pacientes devem ser 
monitorados cuidadosamente. 
*É importante ressaltar que JAMAIS os 
fármacos podem ser dissolvidos em veículos 
oleosos na via intravenosa, pois há risco de 
precipitação de componentes sanguíneos e de 
hemólise dos eritrócitos. 
⇾ Intramuscular (IM): os fármacos podem ser 
administrados em soluções aquosas para uma 
absorção rápida ou em soluções oleosas 
(preparação de depósito) para uma absorção 
mais lenta. 
⇾ Subcutânea (SC): a absorção ocorre por difusão 
simples e é mais lenta, com efeito constante e 
prolongado que a IV. As preparações podem ser 
de ações curtas 3-6, intermediarias 10-18 ou 
longas 18-24 e a absorção varia a depender do 
tipo de preparação, que envolve o tamanho da 
partícula, da formação de complexo proteico, da 
variação de pH e do acréscimo agente 
vasoconstritor. 
Desvantagem: não deve ser administrada com 
fármacos que causam irritação tecidual, pois é 
comum haver dor intensa e até necrose. 
É uma via em que é comum a administração de 
insulina e heparina. 
Obs: pró-fármacos são moléculas inativas que 
precisam passar pelo fígado (1ª passagem) para 
serem ativadas 
*Vias de superfícies epiteliais: 
⇾ Pele (subcutânea, transdérmica), mucosa nasal, 
córnea, vagina. 
Etapas da farmacocinética: 
*Cinética dos fármacos considerando diferentes vias 
de administração: 
 
1. Absorção: 
*É a transferência do fármaco do seu local de 
administração para o compartimento central, o 
plasma sanguíneo. 
*A biodisponibilidade afeta a absorção, pois varia de 
acordo com a via. 
*A velocidade e eficiência de absorção depende do 
ambiente em que o fármaco é absorvido, das suas 
características químicas e da via de administração, 
visto que interfere na sua biodisponibilidade. 
*A via endovenosa sempre apresenta maior 
absorção e biodisponibilidade. 
*Fatores limitantes de velocidade de absorção 
ligados ao fármaco: 
⇾ Forma farmacêutica; 
⇾ Lipossolubilidade: é a principal característica que 
influencia na absorção; 
⇾ Peso molecular: quanto menor for a molécula, 
maior será a sua facilidade de absorção; 
⇾ Grau de ionização; 
⇾ Concentração; 
⇾ Via de administração; 
⇾ Dissolução. 
*Fatores limitantes da velocidade de absorção 
ligados ao organismo:⇾ Fluxo sanguíneo na região de absorção: alguns 
órgãos recebem maior fluxo sanguíneo que 
outros, favorecendo a absorção. 
*Pacientes com insuficiência circulatória (choque) 
apresentam absorção reduzida por terem 
menor perfusão tecidual. 
⇾ Difusão através do tecido. 
*A biodisponibilidade (f) é a fração do fármaco 
que atinge a circulação sistêmica. Caso passe pelo 
metabolismo porta-hepático, há perdas. 
*Quando um medicamento é administrado por via 
oral a sua biodisponibilidade é sempre menor que 
100% devido às perdas do metabolismo de 1ª 
passagem, do pH ácido, de degradação 
enzimática, etc. Já pela via endovenosa é sempre 
100%, pois o fármaco já está sendo administrado 
diretamente no sangue. 
*Tendo a biodisponibilidade em vista, a morfina é 
muito lipossolúvel, por isso é colocada uma maior 
quantidade de fármaco no comprimido via oral, 
visando as perdas. 
*Na maioria das vias, a biodisponibilidade é menor 
ou igual a 100%. 
*Para aumentar a disponibilidade e evitar o 
metabolismo de 1ª passagem, pode-se administrar 
o fármaco também pelas vias sublingual e 
intravenosa. 
 
⇾ Área disponível para absorção: quanto maior ela 
for, maior será a velocidade de absorção. O 
intestino sempre terá maior área de absorção 
que o estomago; 
⇾ Tempo de contato com a superfície de 
absorção; 
⇾ Enfermidades: em caso de diarreia ou vômitos, 
a absorção será reduzida, por exemplo. 
*Na via intramuscular, os fármacos podem ter uma 
absorção rápida quando em solução aquosa e essa 
absorção depende da taxa de fluxo sanguíneo no 
local da injeção. Dessa forma, o aquecimento 
(vasodilatação), massagem e exercício favorecem a 
absorção. 
*Quando é preciso uma absorção mais lenta na via 
intramuscular é possível fazer a administração em 
solução oleosa, o que é desejável para alguns 
antibióticos. 
*Cálculo da biodisponibilidade: 
*Fármacos com mesma biodisponibilidade, mas com 
velocidades de absorção diferentes: 
 
⇾ A área sob a curva (Area Under the Curve) 
do tempo de concentração no sangue é 
proporcional à extensão da biodisponibilidade 
de um fármaco. 
*A barreira epitelial (epitélio vascular) a ser 
atravessada é variável de acordo com o tecido: 
⇾ Lacuna entre as células: a matriz frouxa retem 
as moléculas grandes e deixa passar as 
pequenas. 
⇾ SNC e placenta: existem zônulas de oclusão 
entre as células, fazendo com que as 
moléculas precisem atravessar a membrana; 
⇾ O fígado e baço permite a passagem livre de 
moléculas, pois seu endotélio é descontínuo. 
: 
 
*Transporte paracelular: ocorre quando há espaços 
entre as células, permitindo a passagem dos 
fármacos, como ocorre no fígado. 
*Difusão simples: a maioria dos fármacos atravessam 
a membrana por difusão, por serem lipossolúveis, e 
a favor de um gradiente de concentração. 
*Difusão facilitada: ocorre principalmente em 
fármacos polares e utiliza um transportador para 
facilitar a passagem a favor do gradiente e sem 
gasto de energia. Tem participação de 
transportadores carreadores solúveis de cátions e 
ânions (OCT e OAT). 
*Transporte ativo: ocorre com gasto de ATP, pelas 
bombas ativas de ATP. 
*Pinocitose/fagocitose. 
F = f x (1 - ER) 
F: biodisponibilidade | 
f: absorção 
ER: quantidade inativada pelo fígado 
 
*Fármacos que utilizam transporte mediado por 
transportadores (presentes no túbulo renal, trato 
biliar, TGI e barreiras HME e placentárias.) podem 
sofre saturação e inibição competitiva. 
*Além disso, podem sofrer resistência por 
repulsão pelas glicoproteínas P, presentes em 
todos os tecidos. 
: 
*A maioria dos fármacos são ácidos fracos ou bases 
fracas, na forma ionizada ou não. 
*A forma não ionizada é mais lipossolúvel e 
consegue se difundir pela membrana celular com 
facilidade. 
*Já a forma ionizada apresenta mais dificuldade em 
ultrapassar a membrana lipídica, dependendo da 
permeabilidade da membrana. 
*A distribuição pela membrana de um ácido ou base 
fraco é influenciado pelo seu pKa. (pH em que 
metade do fármaco está na sua forma ionizada) e 
pelo pH. 
*A relação entre as formas ionizadas e não ionizadas 
do fármaco em determinado pH é dado pela 
equação de Henderson-Hasselbalch: 
 
*Influência do pH na distribuição de um ácido fraco 
entre o plasma e o suco gástrico separados por 
uma barreira lipídica: 
 
*Ácidos fracos no estômago são mais facilmente 
absorvidos. 
*Ácidos e bases fortes tem maior dificuldade de 
absorção que ácidos e bases fracos, pois não 
conseguem variar entre as formas ionizadas e não 
ionizadas. 
*A absorção também depende de variações 
genéticas, pois variações genéticas de cátions 
orgânicos 1 (OCT1) estão associados a diferentes 
respostas à metformina (diabetes), por exemplo. 
2. Distribuição:............................................................................................................................. ....................................................... 
*É o fenômeno em que um fármaco, após sua 
absorção, é distribuído para os líquidos intersticiais e 
intracelulares. 
*Apenas o fármaco livre consegue atravessar aas 
fenestras do endotélio vascular. 
*A distribuição depende da permeabilidade através 
das barreiras teciduais, da ligação no interior dos 
compartimentos, da partição do pH e partição 
gordura: água e da ligação relativa do fármaco às 
proteínas plasmáticas e macromoléculas teciduais. 
*Alguns fármacos apenas circulam na corrente 
sanguínea se ligados a proteínas plasmáticas. A 
principal carreadora de fármacos ácidos fracos é a 
albumina e a de bases fracas, a glicoproteína ácida 
alfa 1 e a beta-globulina. 
*Geralmente, ocorre ligações instantâneas e 
reversíveis. 
*Os fármacos precisam estar na sua forma livre para 
atravessarem as fenestras do endotélio vascular e 
alguns deles possuem alta afinidade pelas proteínas 
plasmáticas, aumentando a sua meia vida. 
*Já outros fármacos (tiopental, cloroquina, 
tetraciclinas - tem afinidade por ossos e dentes) 
circulam na corrente sanguínea ligados a 
componentes celulares (proteínas, fosfolipídios) que 
têm afinidade a macromoléculas teciduais, como o 
tecido ósseo e o adiposo. Agem como reservatórios 
que prolongam a ação de um fármaco. 
*Podem ocorrer alterações na distribuição do 
fármaco quando o paciente apresenta alguma 
doença. A administração de tienamicina no plasma 
de pessoas com meningite, permite a passagem do 
fármaco no líquido cefalorraquidiano, ultrapassando a 
barreira hematoencefálica 
: 
*Monocompartimentais: quando o fármaco é 
administrado, ele considera o corpo como um único 
compartimento e que ele será rapidamente e 
homogeneamente distribuído em todo o corpo. 
*Bicompartimental: considera o corpo como dois 
compartimentos. A distribuição não é instantânea: é 
rápida nos órgãos muito irrigados (compartimento 
central: fígado, rins e cérebro) e lenta nos órgãos 
pouco irrigados (compartimento periféricos: 
músculos, vísceras, pele, tecido adiposo). A 
concentração do fármaco atinge o equilíbrio entre 
3 ou 4 meias-vidas. 
: 
*É o parâmetro que expressa o quão bem o 
fármaco se distribui no corpo. Consiste no volume 
de líquido necessário para conter a quantidade total 
do fármaco (dose) no corpo na mesma 
concentração presente no plasma. 
 
*Baixo Vd: fármaco pouco distribuído. Tem alta 
concentração plasmática>atravessa com dificuldade 
as barreiras do tecido 
*Alto Vd: a concentração plasmática é sempre 
baixa, significando que ele é muito distribuído. 
*É um parâmetro fictício, pois para alguns fármacos, 
como a digoxina, que tem Vd alto, o volume 
necessário para obter a dose desejada é muito 
maior do que a quantidade real do corpo. É fictício 
porque isso significa apenas que o fármaco se 
distribui muito bem no corpo. 
3. Metabolismo: 
*É o processo em que os fármacos são convertidos 
em metabólitos por meio de alterações químicas, 
muitas vezes sob ação de enzimas. 
*O fígado é o principal órgão responsável pelo 
metabolismo, juntamentecom o TGI, mucosa nasal 
e pulmões. 
*O metabolismo hepático é dividido em duas fases 
e tem o objetivo de tornar o fármaco polar, ou seja, 
torná-lo mais hidrofílico, para facilitar sua eliminação, 
reduzir a sua atividade e suprimir a atividade 
biológica. 
: 
*Ocorre a conversão dos fármacos lipofílicos em 
moléculas mais polares. 
*Essa fase envolve a oxidação, hidroxilação, 
desalquilação, desaminação ou hidrólise. 
*O metabolismo de fase 1 pode aumentar, diminuir 
ou não ter efeito sobre a atividade farmacológica. 
*Reações que utilizam o sistema P450 (CYP: enzimas 
do citocromo): 
⇾ A principal enzima da fase 1 é o citocromo 
P450, que é muito importante para o 
metabolismo de diversos compostos 
endógenos, como os lipídeos., e substâncias 
exógenas. 
⇾ O citocromo P450 possui 74 famílias de 
genes, e suas enzimas codificadoras estão 
localizadas no REL (principalmente no fígado e 
no TGI). 
⇾ As famílias 1, 2 e 3 do citocromo P450 (nas 
isoformas CYP1, 2 e 3) codificam enzimas que 
participam da maioria das biotransformações 
de fármacos em humanos. 
⇾ A CYP3A4, encontrada principalmente na 
mucosa intestinal, é a enzima mais expressa e 
responsável pelo metabolismo de mais de 
50% dos fármacos. 
⇾ Medicamentos que dependem da mesma 
enzima para ser metabolizados não podem 
ser administrados juntos, para não haver 
competição ou inibição. 
⇾ As suas enzimas apresentam grande 
variabilidade genética entre indivíduos e 
grupos raciais, o que altera a eficácia de 
fármacos e o risco de efeitos colaterais. Por 
isso, pessoas que apresentam determinados 
polimorfismos genéticos não respondem a 
fármacos específicos. 
⇾ As enzimas dependentes de CYP450 muitas 
vezes sofrem interações farmacocinéticas. 
Alguns fármacos aumentam a síntese de uma 
ou mais isoenzimas CYP, aumentando a 
metabolização de fármacos, o que reduz a sua 
concentração plasmática e, consequen-
temente, o seu efeito terapêutico. 
*Reações que não utilizam o sistema P450: são elas 
a oxidação de aminas, a desidrogenação do álcool, 
as esterases e a hidrólise. 
: 
*Nessa fase ocorrem reações de conjugação. 
*Caso o metabolito da fase 1 já seja polar o 
suficiente, ele é excretado diretamente pelos rins. 
Porém, se isso não ocorrer, é preciso passar pela 
reação de fase 2. 
*O metabólito proveniente da fase 1 passa por uma 
reação de conjugação com um substrato endógeno 
pequeno e ionizável (como os sulfatos, aminoácidos, 
ácido glucorônico, glicina ou ácido glutâmico), 
produzindo um composto polar, mais hidrossolúvel 
e inativo terapeuticamente. 
*Enzimas: glutationa S transferase, N-
acetiltransferase, sulfototransferase 
: 
*Fisiológicos: idade, espécie, estado nutricional, 
genética (polimorfismos - ver gráfico). 
 
*Estados patológicos: cirrose, hepatite, insuficiência 
cardíaca, alcoolismo. 
*Farmacológicas: inibição e indução enzimática 
4. Eliminação: 
*A principal via de eliminação é a renal, mas também 
pode ocorrer pela bile, pulmões (gases anestésicos), 
fezes (em pacientes com insuficiência renal) e 
secreções (leite, suor, saliva). 
: 
1. Filtração glomerular: ocorre a passagem de 
fármacos do sangue, pelas artérias renais, para a 
urina, pelo plexo capilar glomerular. 
2. Secreção tubular ativa (túbulo proximal): ocorre a 
secreção de fármacos capilares peritubulares 
(eletrólitos fracos - ácidos e bases), como a penilicina 
(transporte ativo) 
3. Reabsorção passiva e ativa (túbulo distal): ocorre 
a reabsorção de fármacos lipossolúveis. Então, 
quanto mais apolar for o fármaco, mais difícil será 
sua eliminação. 
4. Excreção: eliminação da urina. Geralmente, ácidos 
fracos são mais eliminados em urina básica., 
enquanto que bases fracas têm a sua eliminação 
aumentada em urina ácida. 
: 
*É a taxa de eliminação do fármaco por unidade de 
tempo, em que a velocidade de eliminação varia de 
fármaco para fármaco. 
 
*Em que: 
⇾ D: significa o volume de plasma depurado da 
substância pela unidade de tempo (mL/min 
ou l/hora); 
⇾ [U]x: concentração urinária (mg/ml); 
⇾ V: fluxo de urina por minuto (mL/min); 
⇾ [P]x: concentração plasmática (mg/mL). 
: 
*Cinética de 1ª ordem: o 
fármaco decai de acordo 
com a sua meia vida, em 
que a cada meia-vida será 
eliminado 50% da 
concentração inicial do fármaco. O decaimento será 
exponencial e a eliminação, ou depuração, pode ser 
estimada pelo cálculo da área sob curva (AUC) após 
1 dose. 
*Cinética de ordem zero/saturação: a eliminação 
não depende da concentração, pois os 
transportadores estão saturados devido a doses 
muito grandes. Dessa forma, a eliminação é 
constante, não depende da 
concentração e não se 
aplica o conceito de meia-
vida. Isso ocorre para 
fenitoina, álcool e aspirina, 
por exemplo. 
 
___________________________________ 
REFERÊNCIAS: 
GOODMAN & GILMAN. As Bases 
Farmacológicas da Terapêutica. 12ª Ed. Rio de 
Janeiro; Editora Guanabara Koogan. 2012. 
WHALEN, K.; FINKEL, R.; PANAVELIL, T. A. 
Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2016.

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