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3) CASOS CLÍNICOS: SÍFILIS Farmacologia e Exames Laboratoriais 8º termo - 2021.2 Aula 03 INTRODUÇÃO A sífilis é uma doença sistêmica, que se não for tratada adequadamente pode evoluir com cronificação. Agente Etiológico: Treponema pallidum ● Bacilo gram-negativo, espiralado e fino ● É de difícil cultivo ● Sua grande característica é que ele pode sobreviver por até 10h em superfícies úmidas. Transmissão: é considerada uma IST, mas também pode ser transmitida da mãe para o feto (transmissão vertical) determinando a sífilis congênita. Estágios da Doença: ● Sífilis Primária ● Sífilis Secundária ● Sífilis Latente ● Sífilis Terciária SÍFILIS PRIMÁRIA É aquela na qual os sinais e sintomas se apresentam de 10 até 90 dias após o contágio. Cancro Duro: é a lesão característica da sífilis primária. ● Lesão indolor rica em treponema ● Aparece no local em que ocorre a penetração da bactéria SÍFILIS SECUNDÁRIA É aquela na qual os sinais e sintomas aparecem entre 6 semanas e 6 meses após o contato. É uma fase rica em anticorpos. Roséolas Sifilíticas: são erupções cutâneas características da sífilis secundária. ● Aparece principalmente na palma das mãos e planta dos pés ● É acompanhada de infartamento ganglionar e febre SÍFILIS LATENTE É a sífilis assintomática, pode ser classificada em recente ou tardia. ● Recente: é diagnosticada em um período inferior a 02 anos desde o contágio. ● Tardia: é diagnosticada após 02 anos de infecção SÍFILIS TERCIÁRIA Pode ocorrer a partir do 2º ano de infecção a até 40 anos após. É caracterizada por um processo inflamatório com lesão tecidual. ● Lesões cutâneas ● Lesões de SNC ● Alterações cardiovasculares ● Comprometimento ósseo SÍFILIS CONGÊNITA Importante questão na saúde pública. Pode levar à partos prematuros/pré-termos, abortos, morte ou também a alterações sistêmicas no RN, por exemplo surdez, cegueira e deficiência mental. DIAGNÓSTICO Opções: ● Exame Direto: pesquisa do agente etiológico em campo escuro (raspado do cancro duro) ● Sorologia: ○ VDRL: usa antígenos não treponêmicos - o agente utilizado tem alta semelhança antigênica com o treponema, mas não é o treponema (ex: cardiolipina e lecitina). ○ FTA-Abs e Teste Rápido: usam antígenos treponêmicos. Solicitar: para fechar o diagnóstico, é protocolo, que seja feito tanto o teste treponêmico quanto o não treponêmico. CASO CLÍNICO 01 Primigesta com 10 semanas de gestação compareceu a consulta do pré-natal trazendo seus resultados de exames laboratoriais: ➢ Reação Sorológica Não Treponêmica para Sífilis (VDRL): Resultado: REAGENTE 1:1 Valor Referencial: Não Reagente O médico questiona história de possível contato recente com parceiro suspeito, também questionou doença adquirida há mais de 1 ano, com ou sem tratamento e paciente negou todas as questões sendo assim, solicitou novo exame laboratorial: ➢ Reação Sorológica Treponêmica para Sífilis (FTA-Abs) Resultado: NÃO REAGENTE Valor Referencial: Não Reagente. COLOCAÇÕES ● A taxa de transmissão vertical da sífilis chega a até 80% intra-útero, ou seja, a transmissão é muito alta e ocorre em qualquer fase gestacional. ● Diante de um teste reagente, é sempre importante questionar sobre o parceiro sexual e sobre história anterior de sífilis. ○ A grande maioria dos casos de sífilis diagnosticados durante a gestação são casos latentes. ○ O VDRL reagente pode ser uma cicatriz sorológica, ou seja, a paciente teve a doença, fez o tratamento adequado e teve a queda do título, que vai aparecer no VDRL em baixa proporção, reafirmando que há história prévia tratada. ■ O VDRL é dado em titulação → número de diluições necessárias para detectar a reação antígeno-anticorpo. ● Se o teste não treponêmico (VDRL) reagente é uma cicatriz sorológica, o FTA-Abs e o teste rápido também virão reagentes. ○ O FTA-Abs e o TR são dados em “reagente” e “não reagente” ○ Se a gestante teve sífilis previamente, foi tratada adequadamente e tem cicatriz sorológica, tanto VDRL quanto FTA-Abs virão reagentes. NO CASO... No nosso caso clínico, a paciente tem VDRL reagente e nega tratamentos ou contaminações prévia → será que é um falso-positivo? será que esse resultado pode sofrer interferências? ● Sempre vamos solicitar um segundo teste, que pode ser tanto TR quanto FTA-Abs, ● O FTA-Abs é um teste de fluorescência, no qual é feita a absorção de anticorpos interferentes seguida de reação com anticorpos específicos → alta sensibilidade e especificidade para sífilis. Nossa paciente tem VDRL reagente e FTA-Abs não reagente, o que nos leva a pensar que o VDRL é, na verdade, um falso positivo. FALSOS POSITIVOS (VDRL) Normalmente os falsos positivos apresentam baixa titulação (1:1 ou 1:2), mas como a baixa titulação também pode ser decorrendo de uma cicatriz sorológica, a gente vai confirmar o VDRL por um segundo exame, que pode ser tanto o teste rápido quanto o FTA-Abs. ● Os falsos negativos podem ocorrer por diferentes situações devido a reações cruzadas: ○ Doenças reumatológicas e crônicas: lúpus e febre reumática, pelas altas concentrações de anticorpos. ○ Gravidez: durante a gestação a paciente tem uma dislipidemia fisiológica (aumenta a circulação de ácidos graxos e colesterol) e como o VDRL está associado a anticorpos não treponêmicos como a lecitina e cardiolipina, a reação pode acabar sendo alterada, resultando no falso positivo. *Obs: a positividade do FTA-Abs e do TR é anterior ao VDRL, porque são testes treponêmicos, então a gente não pode afirmar que o FTA-Abs deu não-reagente por falta de complexo antígeno-anticorpo. **Obs 2: fenômeno de pró-zona → o paciente apresenta um resultado não-reagente ou reagente baixo e o paciente tem muito anticorpo, mas é tanto anticorpo que não há reagente o suficiente para que a reação aconteça, o que leva a um falso-negativo. ➢ Para garantir que não é um fenômeno de pró-zona, a gente solicita o teste treponêmico. ➢ Os laboratórios também conseguem determinar se trata-se de um fenômeno de pró-zona, através das diluições maiores → diluição 1:8, se houver pró-zona o soro puro dá resultado não reagente e o titulado vai dar reagente, o que significa que o paciente tem muito anticorpo ***Obs 3: quanto maior a diluição/titulação, maior é a concentração de anticorpos. CONCLUSÃO ● Poderia ser uma cicatriz sorológica? Poderia, mas a gente descarta porque o resultado do FTA-Abs é não reagente. ● Poderia ser um fenômeno pró-zona? Poderia, mas a gente descarta porque nesse caso o FTA-Abs também viria reagente. ● Pode ser um falso positivo? Provavelmente seja, porque o FTA-Abs veio não reagente, ao contrário do esperado. ● Mas e se estiver no início da infecção e o paciente não tiver um título alto de anticorpos específicos? Também não é isso que está acontecendo, porque o TR e o FTA-Abs ficam reagentes primeiro que o VDRL, então a gente não pode falar que o FTA-Abs veio não reagente por falta de anticorpo. ● O ideal é que, além da dosagem do FTA-Abs, a gente solicite um novo VDRL. CASO CLÍNICO 02 Durante a consulta pré-natal em uma jovem de 19 anos, o médico observa presença de lesão única, circunscrita, com bordos elevados, indolor, rósea, em grande lábio esquerdo, sugestivo de cancro duro. Foi solicitado exame de sangue confirmatório pois o laboratório do hospital não possui microscopia de campo escuro para exame à fresco da lesão. O médico solicitou ao estudante de Medicina para preencher a solicitação. VDRL: Não Reagente Ao avaliar o resultado, o médico questiona porque não solicitou teste rápido e assim, ao solicitar, o resultado se apresentou REAGENTE. Dias depois, FTA-Abs REAGENTE também. COLOCAÇÕES ● Cancro duro → sífilis primária ● Na fase de sífilis primária o exame laboratorial que tem mais sensibilidade e mais especificidade é o exame direto, devido a grande quantidade de treponema na lesão ● O exame direto pode ser realizado por microscopia de campo escuro, onde vamos observar a motilidade do treponema, ou pela coloração de fontana-tribondeau. ● O exame de microscopia direta não pode ser realizado quando a lesãoé bucal, pois a boca tem uma grande variedade de outros microrganismos, o que pode interferir no resultado levando a um falso-positivo. NO CASO... ● Como o laboratório não possuía microscopia de campo escuro, o estudante solicitou o VDRL, mas já sabemos que esse é o último exame a positivar, geralmente entre o 21-30º dia após o contato. ● O primeiro teste que fica positivo é o sorológico (FTA-Abs e TR), em torno do 7º dia, então deve ser o primeiro a ser pedido. *Obs: o TR é um teste imunocromatográfico, o conceito é o mesmo do teste de gravidez. As linhas de precipitação se formam pela interação dos anticorpos com os anti-anticorpos presentes na fita do teste. CASO CLÍNICO 03 Ana, 26 anos, grávida de 23 semanas e apresenta resultado de VDRL realizado há uma semana atrás, com título de 1:32 e ausência de sinais clínicos de sífilis primária, secundária ou terciária. O médico não solicita nenhum exame confirmatório e recomenda tratamento adequado para ela e parceiro. Em torno de 30 semanas de gestação, solicita novo exame laboratorial: VDRL Reagente, título 1:16 e FTA-Abs Reagente. COLOCAÇÕES ● É protocolo que para diagnóstico de sífilis sejam solicitados 02 testes, um treponêmico e um VDRL. Porém, pela situação epidemiológica, um único teste positivo já é recomendação para tratamento imediato nas seguintes situações: ○ Gestantes ○ Vítimas de violência sexual ○ Pessoas com chance de perda de seguimento (não retornam ao serviço) ○ Pessoas com sinais e sintomas de sífilis primária ou secundária claros ● Para acompanhar a antibioticoterapia, é necessário solicitar o VDRL mensalmente, sendo que deve ocorrer a queda de pelo menos 2 titulações em 3 meses para que o tratamento seja considerado adequado ○ 1:32 → 1:16 → 1:8, ou seja, para que o tratamento fosse adequado, o título da paciente Ana deveria ter caído para 1:8 em três meses, o que não foi o caso. ○ Para saber, divide o título por 4. NO CASO… ● Como a paciente é gestante com um título de 1:32 que é razoavelmente alto, o médico já pode confirmar o diagnóstico da doença, mesmo sem a suspeita clínica e os outros testes, e iniciar o tratamento. ○ Como a paciente estava no posto de saúde, é possível realizar o TR para confirmação, mas mesmo assim não podemos dizer que o médico foi falho, porque pela epidemiologia, ela deve ser tratada. ● A paciente inicia com uma titulação de 1:32, em 03 meses de tratamento, com o tratamento adequado, a titulação deveria ser 1:8 ○ Paciente com título 1:2 e 1:4 deve ser tratada também, nesses casos o título pode permanecer inalterado/baixo mesmo com tratamento adequado, ai para ver a qualidade do tratamento, a gente precisa avaliar os registros sobre o tratamento. ● Ou seja, na 30ª semana, mesmo com o tratamento adequado, a gente não pode afirmar que a nossa paciente está tratada. *Obs: títulos altos (1:128) geralmente estão relacionados à sífilis secundária, estágio no qual há grande circulação de anticorpos. TRATAMENTO DA SÍFILIS NA GESTAÇÃO O tratamento é de acordo com o estágio da doença no momento do diagnóstico: *Obs: sífilis em fase indeterminada, deve ser tratada como sífilis tardia. Penicilinas: é um antimicrobiano do grupo dos beta-lactâmicos. ● Mecanismo de Ação: antimicrobiano bactericida, que atua por meio da ligação à proteína de ligação das penicilinas na parede celular das bactérias, inibindo a síntese de proteoglicanos, o que impede a ligação das cadeias cruzadas, deixando a parede celular fragilizada de tal forma que acaba se rompendo, levando à morte da bactéria. ● Efeitos Adversos: são muito bem toleradas, os efeitos mais relatados são os distúrbios gastrointestinais pela alteração da flora intestinal e as reações de hipersensibilidade. ● Classificação e Espectro de Ação: *Obs: a diferença no grupo das penicilinas G (naturais) é a via de administração, sendo a penicilina V administrada por via oral e as demais por via parenteral. As três são sensíveis ao mecanismo de resistência das beta-lactamases e possuem grande eficácia sobre os gram-positivos. Penicilina G Benzatina: ● É administrada por via IM. ● É uma formulação de depósito, então quando é administrada ela vai formar cristais de depósito no músculo, e vai ser liberada lenta e gradualmente, isso é importante porque mantém os níveis séricos de antimicrobiano por um período prolongado (em torno de 03 semanas) Recomendações: ● Respeitar o intervalo entre as doses: se entre as doses é passado um período maior do que 14 dias, o tratamento é considerado inadequado e deve ser reiniciado. ● Os parceiros devem ser tratados: se o parceiro não for tratado, a paciente continua sendo exposta à doença sempre que tem relação sexual. ● Em caso de hipersensibilidade à penicilina, fazer a dessensibilização: ○ Um número pequeno de pacientes são realmente hipersensíveis à penicilina ○ O que ocorre na verdade é que mais de 95% dos pacientes que relatam hipersensibilidade apresentam na verdade uma sensibilidade tardia decorrente da quebra do anel beta-lactâmico com produção de metabólitos (determinantes maiores) os quais levam à uma reação simples de hipersensibilidade, caracterizada por prurido e febre. ○ Cerca de somente 5% dos pacientes realmente apresentam reação de hipersensibilidade imediata, decorrente da liberação de metabólitos (determinantes menores) que ativam o sistema imunológico, levando a uma reação anafilática grave. ○ Sendo assim, diante de uma paciente que relate alergia, a gente precisa fazer uma investigação porque pode ser hipersensibilidade imediata ou não. ○ Em caso de hipersensibilidade imediata, a gente intervém com dessensibilização, que é feita em ambiente hospitalar, com doses crescentes de penicilina VO. *Obs: o tratamento da sífilis só é adequado se feito com penicilina benzatina, especificamente no caso das gestantes. Nos demais grupos de pacientes (não gestantes), existem drogas alternativas à penicilina, como a Doxiciclina e a Ceftriaxona, mas essas drogas não previnem a transmissão vertical, então não é uma opção para as gestantes. Tratamento Inadequado: ● Tratamento realizado com qualquer outro antimicrobiano ● Tratamento incompleto ou inadequado para a fase ● Período < 30 dias antes do parto (é insuficiente para impedir a transmissão vertical) ● Parceiro não tratado Tratamento Adequado: é dado pelo VDRL, que deve ser reduzido pelo menos 2 titulações em 3 meses para ser considerado adequado. Reação de Jarisch-Herxheimer: ● É uma reação que pode acontecer entre a 1ª e a 2ª dose da Penicilina ● É caracterizada por lesões cutâneas, prurido, febre, artralgia e mal-estar ● Decorre de uma reação do organismo à eliminação de grandes quantidades de proteínas e outras substâncias pelas espiroquetas que estão sendo lisadas. ● Não é reação à penicilina e sim ao agente bacteriano. ● É autolimitada, geralmente regride espontaneamente dentro de 12-24h ● Quando necessário, pode ser utilizado anti-histamínicos e anti-térmicos para alívio dos sintomas. CASO CLÍNICO 04 Alzira realiza no primeiro trimestre da gravidez os exames do pré-natal com VDRL não reagente, no entanto, ao repetir os exames ao final do 3° trimestre da gravidez, VDRL apresenta-se 1:8. O estudante de Medicina relata ao médico que pode ser um falso (+), mas, o preceptor determina o tratamento adequado. NO CASO… ● Foi uma boa conduta iniciar o tratamento? → Sim! A gestante pode ter adquirido sífilis durante a gravidez. . ● Nesse caso é importante observar o título 1:8 e a idade gestacional (final do terceiro trimestre) → a paciente vai ter o parto antes dos 03 meses de queda de titulação, nesse caso o RN vai ser considerado suspeito, porque não temos certeza da eficácia do tratamento. *Obs: paciente gestante deve ser avaliada quanto à sífilis em três momentos: 1º trimestre, 3º trimestre e no momento do parto, preferencialmente pelo TR e VDRL CASO CLÍNICO 05 Jenivalda, 20 anos, casada há 5 anos, 14ª semana gestacional, veio à consulta muito satisfeita mas, no entanto, seus primeiros exames indicaram VDRL 1:32 e aceitou recebertratamento, porém, seu marido se recusou a receber pois nada sentia. João nasceu com 36 semanas e 4 dias, 1900 g, 46 cm, e precisou de atendimento imediato pois se encontrava hipotônico, em apneia. O líquor realizado após o nascimento apresentou contagem de 40 células/mm³ e proteínas de 160 mg/dL, VDRL reagente. A recusa do parceiro em receber o tratamento por ser assintomático é comum, muitas vezes não existe o diagnóstico porque a lesão da sífilis primária é indolor e regride espontaneamente. Nesse caso temos uma mulher contaminada, que se trata, mas o parceiro não aceita o tratamento, o que determina o tratamento inadequado da gestante, por recontaminação, o que aumenta o risco de transmissão vertical. TRANSMISSÃO VERTICAL Aumenta o risco de prematuridade, aborto e alterações neurológicas. ● João está hipotônico e apneico, provavelmente com APGAR baixo, o que é provavelmente determinado por complicações da sífilis, transmitida pela mãe → neurossífilis. ● Para tirar a interferência da circulação dos anticorpos maternos, é preferível que o VDRL seja feito pelo líquor. EXAME LIQUÓRICO DO RN Os valores de referência do exame de LCR no RN é diferente: ● Contagem de Leucócitos: ○ No adulto: VR = 5 cel/mm³ ○ No RN: VR = 10 cel/mm³ ● Dosagem de proteínas: ○ No adulto: VR = 40 mg/dL ○ No RN: VR = 100 mg/dL Esse VR mais alto tanto para os leucócitos quanto para as proteínas no RN é decorrente do fato de o RN não ter a barreira hematoencefálica completamente formada. No caso: o bebe João tem leucócitos = 40 cel/mm³, esse aumento de leucócitos no líquor nós chamamos de pleocitose. Além disso, o bebe possui também aumento das proteínas, isso porque está ocorrendo uma reação inflamatória e imunológica importante, como há infecção, há também grande quantidade de anticorpos, que são estruturas proteicas. *Obs: no LCR o padrão citológico dos leucócitos é predominantemente linfocitário. DIAGNÓSTICO DE SÍFILIS NO RN ● Se o serviço oferecer a microscopia de campo escuro, pode ser feita coleta da mucosa nasal do RN e pesquisa de espiroquetas, isso logo no momento do pós-parto. ● O VDRL do cordão umbilical pode ser considerado para diagnóstico desde que a titulação venha 2 títulos a mais do que o VDRL materno ○ Ex: o VDRL da mãe antes do parto deu 1:16 e o do RN veio 1:64. ● O FTA-Abs é para pesquisa de anticorpos IgM e IgG no RN, pode ser utilizado para diagnóstico, mas é um exame muito mais caro, então não é tão disponibilizado. ● É protocolo para RNs com suspeita de neurossífilis, fazer um hemograma, um RX e coleta do LCR - hemograma: linfocitose relativa e absoluta. ● O VDRL reagente do líquor é o que define o diagnóstico mesmo em recém-nascidos assintomáticos. TRATAMENTO DO NEONATO Sintomático: penicilina G cristalina 50.000 UI/kg, EV, 10 dias - 12/12h nos primeiros 7 dias e 8/8h nos demais dias. Assintomático: penicilina G benzatina 50.000 UI/Kg, IM, dose única. *Obs: teste treponêmico reagente após 18 meses do nascimento, é considerado sífilis congênita.
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