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1 5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC PEDIATRIA JULIANA OLIVEIRA DOENÇA FALCIFORME CASO CLÍNICO 4 Tem-se uma criança de 11 anos, que tem uma queixa de dor abdominal há um dia. Essa criança foi internada e já havia feito em casa o uso de dipirona, ibuprofeno e tylex, de modo que a dor foi mantida, intensidade 7/10, tinha náuseas e anorexia como sintomas associados, anemia basal de 7 por ser portador de AF. 4 internações ou por crise de dor ou por quadro infeccioso e uso recorrente de medicamentos. Passado de várias transfusões sem conseguir precisar a quantidade. Mãe portadora de traço falcêmico. Ao exame físico do abdome o paciente apresenta dor no hipocôndrio direito. CONCEITO Doença falciforme é um conjunto de doenças que engloba a própria anemia falciforme além das hemoglobinopatias S-Beta talassemia, HbSC, HbSD. A anemia falciforme é uma doença autossômica recessiva que vai ocorrer em decorrência da produção anômala de hemoglobina S, e a sua homozigose (HbSS) vai determinar a anemia falciforme, que é a doença. A presença da forma heterozigota, ou seja, hemácias normais e hemácias falcizadas denominam o traço falcêmico, no entanto, o traço falciforme não é doença, seja ele o C, D ou S. O que é doença é a homozigose dessas hemoglobinopatias. FISIOPATOLOGIA É uma doença hemolítica hereditária autossômica recessiva, ou seja, só se manifesta em homozigose. A hemoglobina S provoca a distorção dos eritrócitos, que adotam a conformação de foice. A hemácia normal é circular, já a hemácia falcizada é em forma de meia lua e a sua membrana é mais rígida. O que isso vai causar? ▪ Alterações do fluxo de eletrólitos dentro da célula (Efluxo maior de K+ e aumento do cálcio intracelular). ▪ Enrijecimento da membrana e de toda a hemácia, o que diminui a sua sobrevida, tendo um tempo médio de vida em torno de 45 dias. ▪ Lesões microvasculares. ▪ Adesão das hemácias ao endotélio → fenômenos inflamatórios (granulócitos e plaquetas). ▪ Estado pró-inflamatório com depleção de óxido nítrico, ocasionando vasoconstrição, ativação da inflamação e coagulação (Fator de von Willebrand). 1. Adesão de eritrócitos, granulócitos, monócitos e plaquetas ao endotélio vascular. 2. Fenômenos inflamatórios crônicos. 3. Produção de intermediários inflamatórios, como citocinas e alterações no metabolismo do óxido nítrico → favorecendo complicações da AF. EPIDEMIOLOGIA ▪ 4% da população brasileira têm o traço falciforme. ▪ 25 mil a 50 mil pessoas têm a doença em estado homozigótico ou heterozigose. ▪ Nasceu anualmente 2.500 crianças portadoras de AF. ▪ 6 a 12% dos afrodescendentes. ▪ A taxa de mortalidade girava em torno de 20%, mas com o advento da triagem neonatal + acompanhamento especializado, pois, desde 2001 foi obrigatório, além do teste do pezinho, em que tem a pesquisa para anemia falciforme, vincular essa criança a algum centro especializado → melhorou a morbidade e reduziu a mortalidade. DIAGNÓSTICO É feito após a triagem, logo, o teste do pezinho é um exame de triagem, não é um exame confirmatório. ▪ Eletroforese de hemoglobina associado à dosagem de Hb fetal. → quantifica a porcentagem de cada tipo presente e é o exame confirmatório. ▪ A presença da hemoglobina fetal altera a porcentagem, logo, é necessário realizar uma reavaliação laboratorial após o sexto mês de vida, pois, é certeza de que a hemoglobina fetal não será mais encontrada e a proporção será mais adequada. - Se houver menos que 50% das hemácias falcizadas → traço falciforme. - Se houver mais de 50% das hemácias falcizadas → anemia falciforme. Atenção! Se o paciente foi submetido a transfusão sanguínea, esse exame precisa ser repetido 3 meses após a transfusão, que é o tempo médio de vida das hemácias que não são do indivíduo. O que vai vir no teste do pezinho? Eu posso ter a presença de hemácia fetal e hemácia normal, ou seja, o padrão FA não tem doença falciforme e qualquer outro padrão está associado com alguma hemoglobinopatia, mas não necessariamente uma doença, porquê traço falcêmico (FAS, FAC, FAD) NÃO é uma doença. 2 5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC PEDIATRIA JULIANA OLIVEIRA COMPLICAÇÕES ➔ Crises álgicas: ▪ Avaliação imediata na presença de fatores de risco p.ex. febre, queda do estado geral, dor abdominal ou dor torácica, cefaleia, ou ainda que não tenha nenhum desses outros fatores, mas que não melhorou com o uso de analgésicos simples ou aumento da ingesta de líquidos é necessário avaliar esse paciente. ▪ Dor leve na ausência de fatores de risco → analgésico comum + hidratação, no entanto, caso tenha algum desses fatores de risco é necessário avaliar o exame físico desse paciente, mas o que analisar no exame físico? Sinais que possam sugerir estar diante de uma síndrome torácica aguda ou diante de algum comprometimento abdominal que coloque o pcte em risco, tosse, sibilância, dessaturação ou acometimento articular com sinais inflamatórios e derrame articular. ▪ Caso o exame físico NÃO apresente nada, é importante fazer uma investigação laboratorial, solicitando hemograma (é importante saber os valores basais) e contagem de reticulócitos, para entender o funcionamento da medula desse pcte. Como avaliar a dor desse paciente? O que fazer? ▪ É necessário monitorizar a dor desse paciente até que os sintomas desapareçam. 24/24h, uso de analgésicos e estimulando o aumento da ingesta de líquido. ▪ Prevenção de mudanças bruscas de temperatura. ▪ Aquecimento das articulações quando essas regiões estiverem acometidas. ➔ Crise vaso-oclusiva dolorosa: Consiste em um dano tissular isquêmico secundário à obstrução do fluxo sanguíneo pelas hemácias falciformes → hipóxia + acidose. ▪ Fatores predisponentes: - Frio → vasoconstrição. - Febre. - Desidratação. - Caso infeccioso. ▪ Tratamento: - Hidratar o paciente para que não haja uma piora devido a uma desidratação. - Eliminar os fatores precipitantes. - Repouso do membro. - Analgesia adequada. ➔ Febre: ▪ Normalmente é desencadeada pelas infecções, as quais possuem a maior taxa em relação a mortalidade. ▪ É importante lembrar que os pacientes podem ser esplenectomizados, e por isso seguem um protocolo específico de imunização que objetiva ampliar o espectro das vacinas. ▪ Protocolo de febre para crianças com menos de 5 anos → Analisando o exame físico desse paciente em busca de algum sinal de infecção. Os pacientes falcêmicos têm uma chance 400x maior de um quadro infeccioso grave. ▪ Investigação laboratorial com hemograma, contagem de reticulócitos, hemocultura, urocultura, RX do tórax e sorologias. Se diarreia coprocultura. ▪ Conduta: - Avaliação da cirurgia pediatra → reavaliação. - USG abdominal - Pcte menor de 1 ano ou que tenha sinais mínimos sugestivos de meningite ou toxemia, deve-se solicitar a punção lombar. Nos menores de 1 ano, pois,eles possuem a fontanela aberta, dificilmente fazendo sinais de meningite. - Deve-se internar todos os pctes que são menores de 3 anos e apresentaram temperatura > que 38,3ºC pelo risco elevado de sepse, é necessário internar esse paciente. É necessário também instalar uma antibioticoterapia venosa pensando em streptococcos, salmonella, etc, logo, o paciente irá iniciar o abt na sala de emergência, deve-se dar 3 5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC PEDIATRIA JULIANA OLIVEIRA preferência ao ceftriaxone (cefalosporina de 3ª geração – alto espectro) alta cobertura em relação as bactérias encapsuladas, cefuroxima quando diante de uma possibilidade de osteomielite, suspeita de síndrome torácica aguda (cefalosporina + eritromicina). Toda vez que o paciente tiver com febre deve-se manter o atb até que se tenha um foco definido, caso não tenha deve-se manter por 72h até receber o resultado das culturas e se ela vier negativa deve-se suspender o atb e dar alta ao paciente se ele estiver afebril, ou ainda, se o paciente tiver um foco definido pode-se dar alta ao paciente quando ele passar 72h afebril, podendo modificar para o atb oral e manda-lo para casa. ➔ Crise de sequestração esplênica: Consiste no aumento súbito do volume esplênico associado a uma queda dos níveis de Hb ( + de 2g/dL do valor basal) e reticulose. ▪ Quadro clínico: Quadro clínico compatível com choque hipovolêmico, visto que, há uma remoção de sangue do intravascular. Logo, o paciente vai ter astenia, descompensação hemodinâmica, aumento da frequência cardíaca e respiratória. Isso pode ocorrer em alguns minutos, horas ou dias. ▪ Tratamento: É necessário expandir o paciente, mas não pode ser feito com SF ou RL. Se o sangue está sendo tirado e puxado para o baço, é necessário colocar sangue para circular nesse paciente, pois, esse paciente precisa ser oxigenado. É preciso colocar um valor seguro de cerca de 9 a 10 g/dL e fazer a correção, avaliando o quão rápido esse baço está expandindo e pedir a avalição da cirurgia para dizer se tem conduta cirúrgica para esplenectomia de urgência ou não. Assim, da parte clínica há a prevenção do choque hipovolêmico e da parte cirúrgica há a determinação se haverá cirurgia ou não. ➔ Crises aplásticas: Consiste na parada de funcionamento da medula, ocasionando uma queda nos valore se série branca, série vermelha e plaqueta → anemia, leucopenia e plaquetopenia. Para o paciente falcêmico, esse quadro tende a ocorrer após processos infecciosos, principalmente se for muito intenso, podendo ter relação com a parvovirose B19. Crise aplástica x Sequestro esplênico: No sequestro esplênico tem-se um estímulo a produção de hemácias, de modo que se tem um aumento da produção de reticulóticos. → reticulocitose. Na crise aplástica tem-se uma ausência de atividade medular, logo, há reticulocitopenia. ▪ Tratamento: - Sintomático. - Correção da anemia quando houver repercussão clínica como taquicardia, taquipneia, queda de saturação, baixa de perfusão, redução do sensório → transfusão sanguínea. - Diante de sangramentos faz-se a transfusão de plaquetas. - Observação até melhora. O quadro tende a durar de 7 a 10 dias. ➔ Síndrome torácica aguda: É um acometimento respiratório em um paciente falcêmico p.ex. febre associada a taquipneia, dispneia, tosse, dor torácica, dessaturação. É comum que esses pacientes falcêmicos tenham cicatriz pulmonar, logo, sempre que houver infiltrado pulmonar novo à radiografia pode-se considerar como um sinal de síndrome torácica aguda. Quando não houver RX prévio, utiliza-se como sintoma agudo e como critério. ▪ Tratamento: É necessária hospitalização, visto que há risco de um comprometimento grave. Exames complementares → hemograma, contagem de reticulócitos, cultura, tipagem sanguínea, rx de tórax. - Deve-se avaliar a gasometria (satO2 < 96% ou se já é um pcte que já tem um comprometimento pulmonar e tiver uma queda > 25% do valor basal). - Sorologia para micoplasma - Avaliar necessidade de USG e TC de tórax, cintilografia de tórax, a depender do que está disponível no serviço. Como tratar esse paciente? ▪ Oxigenoterapia: O paciente precisa manter a saturação de O2 > 92%. ▪ Analgesia: Analgesia intensa para controlar a dor, no entanto, é necessário ter cuidado para não desencadear depressão respiratória. ▪ Antibioticoterapia venosa: - Pensando em bactérias encapsuladas. - Cefalosporina de 2ª ou 3ª geração + eritromicina (por conta do micoplasma). ▪ Broncodilatadores são utilizados em pacientes que estão sibilando. ▪ Tratamento de suporte com: - Fisioterapia respiratória. - Monitorização contínua e qualquer suporte adicional que esse paciente precise. ➔ Vasculopatia cerebral: Não se tem uma etiologia bem esclarecida, no entanto, a mesma adesão e processo inflamatório que se tem nos vasos periféricos tem-se no parênquima cerebral associado 4 5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC PEDIATRIA JULIANA OLIVEIRA a esse estado de hipercoagulabilidade tem-se uma maior chance de ocasionar uma lesão vascular. A microcirculação pode ser acometida por uma oclusão ou estenose, já que se tem processo inflamatório, fazendo uma hiperplasia da camada íntima dos vasos, causando estenose em algumas regiões. Quais as doenças que é possível ter? ▪ AVC: Tem-se o mesmo quadro clínico de um idoso que apresente um AVC, por exemplo, hemiparesia, afasia, disartria, deficiência de campo visual, crise convulsiva e coma. A maioria dos casos é de AVC isquêmico, assim como nos pacientes idosos, sem AF. Para prevenir é necessário que esse paciente, antes dos 18 anos faça uma ressonância com doppler transcraniano, a fim de avaliar a perfusão cerebral, áreas de estenose, áreas de risco, se tem necessidade de transfusão periódica ou não. Esse paciente, uma vez que teve um AVC, tem risco de 30 – 75% de recorrência nos 3 primeiros anos do evento inicial, principalmente se não for tratado com a transfusão periódica para manter o paciente com a concentração de hemoglobina S abaixo de 30%. O tratamento consiste em trombolizar ou fazer a embolização, tirando o que está fazendo a obstrução para que o fluxo retorne. Indicar transfusão sanguínea periódica para que haja uma redução das hemoglobinas falcizadas em relação as normais. Deve-se internar esse paciente em UTI e fazer a avaliação laboratorial como hemograma, contagem de reticulócitos, eletroforese de hemoglobina, tipagem sanguínea, coagulograma com função renal, hepática e eletrólitos. Esse paciente pode ter uma recuperação completa, dano intelectual ou sequelas neurológicas graves evoluindo para a morte. É importante lembrar que os pacientes menores de 2 anos que apresentem febre e crise convulsiva ou febre e cefaleia, pode-se estar diante de um quadro de AVC ou meningite. ▪ Infarto cerebral silencioso:Pode-se ter esse quadro por estenose ou por oclusão com pequenas áreas de morte cerebral. Os fatores de risco consistem em: - Sexo masculino - Hb basal baixa. - Hipertensão relativa - Convulsão - Qualquer outra evidência de doença cérebro vascular. Não tem tratamento habitual, o que pode-se fazer é reduzir a chance de um novo evento, diminuindo a quantidade de hemoglobina S e avaliar esse paciente continuamente a fim de saber se esse paciente não está evoluindo com algum déficit neurológico. Deve-se diminuir a viscosidade do sangue desse paciente aumentando a ingesta de líquido, avaliar para ver se tem algum outro risco de doença cérebro vascular e triagem com DTC de 2 a 16 anos para avaliar as áreas de infarto silencioso cerebral. ▪ Déficit cognitivo: É comum quando se tem pacientes AF com algum grau de comprometimento neurológico ver zonas de infarto. ▪ Cefaleias aguda e crônica: Pode-se ter cefaleias agudas, na qual a principal preocupação é estar diante de um sintoma inicial de um AVC (seja isquêmico, hemorrágico ou trombose) ou de muitas outras condições que surgiram de um quadro agudo p.ex. paciente com hipóxia → cefaleia, paciente mal perfundido → cefaleia, e pode-se ter como sequela de uma hipoxemia crônica ou de uma vasculopatia cerebral, oclusões, infartos, fazer o quadro de cefaleia crônica devido a essas zonas inativas. O tratamento consiste em analgésicos simples e hidratação vigorosa. ▪ Priapismo: Consiste em uma ereção dolorosa e prolongada que surgiu na ausência de um estímulo sexual, esse quadro persiste por mais de quatro horas. Pode-se ter esse quadro de baixo fluxo e de alto fluxo. Quando houver alto fluxo não há hipóxia ou lesão isquêmica, no entanto, quando há baixo fluxo, tem-se lesão isquêmica e por isso a necessidade rápida de correção desse quadro. Classifica-se como menor quando se tem a ocorrência do priapismo com duração menor que 3hrs, e maior quando se tem essa ocorrência por mais de 2hrs. No entanto, se houver a recorrência de priapismo, mesmo que por menos de 4hrs, é classificado como priapismo recorrente. É necessário saber se houve trauma, infecção próxima, quadro de neoplasia, uso de medicamentos, exposição à algum procedimento que houve alguma iatrogenia ou idiopática. O tratamento: - Se for menor: Analgesia simples, estímulo a caminhada e estímulo a diurese. - Se for duração até 4hrs mas persiste: Hidratação e analgesia venosa com uso de ansiolítico para ver se há relaxamento e em casos de má perfusão instala-se a oxigenoterapia. 5 5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC PEDIATRIA JULIANA OLIVEIRA - Duração superior a 4hrs: Internamento e avaliação com urologista, analisando as medidas anestésico cirúrgicas. Punção dos corpos cavernosos promovendo o esvaziamento cirúrgico. Analisa-se a necessidade de transfusão de concentrado de hemácias ou transfusão de troca (dependendo do nível de hemoglobina). Quais as indicações para transfusão sanguínea? ▪ Anemia em que se tenha descompensação hemodinâmica p.ex. pcte sintomaticamente aguda. ▪ AVC. ▪ Insuficiência de múltiplos órgãos ▪ Infecção grave que desencadeie a anemia. ▪ Cirurgia oftalmológica. Quais as indicações formais para transfusão sanguínea cronicamente? ▪ AVC ▪ Ressonância com doppler transcraniano de alto risco. ▪ Paciente portador de insuficiência renal crônica ▪ Paciente com crise de dor + doença pulmonar grave + uso de medicamentos sem resposta. (uso profilático) Quais as controversas para transfusão sanguínea? ▪ Episódios frequentes de crise álgica, síndrome torácica aguda, prevenção da hipertensão pulmonar ou priapismo. Qual o volume de sangue adequado para a transfusão sanguínea? ▪ 10 a 15 mL/kg do concentrado de hemácias filtradas e fenotipadas. (RG e nº da hemácia dele registrado no hemocentro. ▪ Evitar hiperviscosidade logo a minha meta nunca será acima de 10g/dL, mas sim abaixo. ▪ Solicitar sempre hemoglobina pré e pós transfusional. IMUNIZAÇÃO ➔ Como é a orientação para os pacientes falcêmicos? Em alguns casos tem-se a necessidade de esplenectomia ou esse paciente foi submetido a uma asplenia funcional devido a vários microinfartos até que o baço atrofiou. É um paciente que muito provavelmente vai realizar algumas transfusões sanguíneas, sendo assim, pensando principalmente em hepatite B, é necessário vacinar esses pacientes. É muito importante antecipar o calendário vacinal devido ao risco de uma crise esplênica, a fim de que esse paciente consiga receber o máximo possível de vacinas, ainda que de maneira mais lenta. A imunização com o uso da penicilina profilática diminuiu a incidência de morte em pacientes menores que 5 anos, porquê devido a vacinação eu crio anticorpos nesse paciente, oferecendo a ele uma proteção rápida e em associação ofereço um antibiótico como se tivesse um risco maior de fazer as infecções principalmente pelas bactérias encapsuladas. Existem dois tipos de penicilinas que podem ser utilizadas para a profilaxia seja oral ou intramuscular. A dose oral é utilizada diariamente, sem que seja a dose de tratamento, é uma dose menor. O valor é dividido de: - 3 meses a 2 anos (200.000 UI) de manhã e de noite. - 2 anos a 5 anos (400.000 UI) de manhã e de noite. Caso a mãe esteja com conduta terapêutica incorreta, deve-se utilizar a benzetacil: - 2 meses aos 2 anos (300.000 UI a cada 28 dias). - Nos pré escolares de 2 a 5 anos (600.000 UI a cada 28 dias). Atenção! Caso o paciente seja alérgico utiliza-se a eritromicina e não a penicilina benzatina. COVID 19 E DOENÇAS HEMATOLÓGICAS
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