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MÓDULO PERDA DE SANGUE – P3 | Luíza Moura e Vitória Neves ATEROSCLEROSE AVALIAÇÃO LABORATORIAL DOS PARÂMETROS LIPÍDICOS E DAS APOLIPOPROTEÍNAS A coleta de sangue deverá ser realizada após jejum de 12 horas para análise das concentrações de TG, como também para o cálculo do colesterol da LDL (LDL-C) pela fórmula de Friedewald. As determinações do colesterol total (CT), apo B, apo A-I e colesterol da HDL (HDL-C) podem ser analisadas em amostras coletadas sem jejum prévio. O jejum é também importante para avaliar a glicemia. A determinação do perfil lipídico deve ser feita em indivíduos com dieta habitual, estado metabólico e peso estáveis por pelo menos duas semanas antes da realização do exame. Além disso, deve evitar ingestão de álcool e atividade física vigorosa nas 72 e 24 horas que antecedem a coleta de sangue, respectivamente. VARIAÇÃO INTRAINDIVIDUAL Existe considerável variação intraindividual nos lipídios plasmáticos. Tem sido descrita variação de 5% a 10% para o CT e superior a 20% para os TGs, particularmente nos indivíduos que apresentam hipertrigliceridemia. Esta variação é de certa forma devida à variação analítica, mas também decorre de fatores ambientais como dieta, atividade física e variação sazonal, com níveis mais elevados de CT e HDL-C durante os meses de frio. ANÁLISE DOS LÍPIDES E LIPOPROTEÍNAS A maioria dos estudos que avaliaram o impacto do tratamento sobre o risco CV e estudos com fármacos se baseou na análise do CT e do LDL- C; → O benefício clínico da utilização de outras medidas (apo B, o colesterol não-HDL e várias relações), não foi ainda estabelecido na prática. Portanto as medidas tradicionais de risco CV, como CT e LDL-C, constituem no principal alvo terapêutico na prevenção da doença CV. Os valores referenciais do perfil lipídico são apresentados na Tabela I (ao final). COLESTEROL DA LIPOPROTEÍNA DE BAIXA DENSIDADE Na maioria dos estudos clínicos o LDL-C tem sido calculado pela fórmula de Friedewald: LDL-C = CT – (HDL-C + TG/5); → Onde TG/5 representa o colesterol ligado à VLDL ou VLDL-C. O valor calculado do LDL-C é baseado em uma série de pressupostos: → Erros metodológicos podem se acumular, pois a fórmula exige três análises separadas, ou seja, CT, TG e HDL-C; → Presume-se proporção constante de colesterol e triglicérides nas partículas de VLDL − com valores de TG > 400 mg/dl a fórmula não pode ser usada; → O uso da fórmula de Friedewald não é indicado quando o sangue é obtido sem jejum (recomendação III, evidência C) − nestas condições, o colesterol não-HDL pode ser determinado. Apesar dessas limitações, o LDL-C calculado pela fórmula de Friedewald é ainda amplamente utilizado na prática clínica. Os métodos diretos para determinação de LDL- C poderão ser usados quando o cálculo pela fórmula de Friedewald não for possível. MÓDULO PERDA DE SANGUE – P3 | Luíza Moura e Vitória Neves A fração colesterol não-HDL ou a determinação da apo B pode fornecer melhor estimativa da concentração de partículas aterogênicas, especialmente em pacientes de alto risco portadores de diabetes e/ou síndrome metabólica. COLESTEROL NÃO-HDL A fração colesterol não-HDL é usada como estimativa do número total de partículas aterogênicas no plasma (VLDL + IDL + LDL) e refere-se também a níveis de apo B. O colesterol não-HDL é calculado facilmente pela subtração do HDL-C do CT: Colesterol não-HDL = (CT) – (HDL-C) O colesterol não-HDL pode fornecer melhor estimativa do risco em comparação com o LDL- C, principalmente nos casos de hipertrigliceridemia associada ao diabetes, à síndrome metabólica ou à doença renal. COLESTEROL DA LIPOPROTEÍNA DE ALTA DENSIDADE Existem várias técnicas disponíveis e de alta qualidade, mas o método usado deve ser comparado com os métodos de referência disponíveis e controlados por programas internacionais de qualidade. TRIGLICÉRIDES A dosagem de TG é determinada por técnica enzimática, um método preciso e barato. Níveis elevados de TG se associam frequentemente a baixos níveis de HDL-C e altos níveis de partículas de LDL pequenas e densas. APOLIPOPROTEÍNAS Do ponto de vista técnico, há vantagens na determinação das apo B e da apo A-I. → São bons métodos imunoquímicos e de fácil análise em aparelho convencional; → O desempenho analítico é bom e tem a facilidade de o método não necessitar de jejum, não sendo sensível a níveis moderadamente elevados de triglicérides. APO B A apo B é a principal apoproteína das partículas aterogênicas constituídas pelas lipoproteínas VLDL, IDL e LDL. A concentração da apo B é uma boa estimativa do número dessas partículas no sangue. → Isto é particularmente importante na presença de LDLs pequenas e densas. A apo B ainda não foi avaliada até o momento como alvo de tratamento primário nos estudos com estatinas, mas diversas análises post-hoc desses estudos sugerem que ela pode ser não só um marcador de risco, mas também um alvo de tratamento melhor do que o LDL-C. As principais desvantagens da medida da apo B são: → Não está incluída nos algoritmos de cálculo de risco cardiovascular; e → Não tem alvo de tratamento predefinido. APO A A apo A-I é a principal apoproteína da HDL e fornece uma boa estimativa da concentração de HDL-C. → Cada partícula de HDL pode transportar várias moléculas de apo A-I. Concentrações plasmáticas de apo A-I < 120 mg/dl para homens; e < 140 mg/dl para mulheres; correspondem aproximadamente às que são consideradas baixas concentrações de HDL- C. As relações apo B/apo A-I, CT/HDL-C e colesterol não- -HDL/HDL-C fornecem informações semelhantes. A relação entre as apos B e A-I tem sido usada nos grandes estudos prospectivos como indicadora de risco. Essas relações entre lipoproteínas aterogênicas e antiaterogênicas podem ser úteis MÓDULO PERDA DE SANGUE – P3 | Luíza Moura e Vitória Neves para a estimativa do risco CV, mas não o são para o diagnóstico das dislipidemias ou como alvos de tratamento. LIPOPROTEÍNA (A) A Lp(a), conforme sugerido por vários estudos, é um marcador de risco adicional de doença arterial coronariana (DAC). O nível plasmático de Lp(a) é, em grande parte, determinado geneticamente. Existem vários métodos para determinação da Lp(a), mas ainda se faz necessária a sua padronização. Sua análise não é recomendada na rotina para avaliar risco CV na população, no entanto a sua determinação pode ser considerada em pessoas com alto risco para doença CV ou com forte história familiar de doença prematura aterotrombótica, como na HF. TAMANHO DAS PARTÍCULAS DE LIPOPROTEÍNAS As lipoproteínas constituem uma classe heterogênea de partículas e numerosas evidências sugerem que as diferentes subclasses de LDL e HDL apresentam diferentes riscos para aterosclerose. GENOTIPAGEM Diversos genes têm sido associados a doenças cardiovasculares. Neste momento o uso de genotipagem para estimativa de risco não é recomendado. → No entanto estudos sugerem que, no futuro, ela poderá ser utilizada para a identificação de indivíduos de alto risco. No diagnóstico de algumas hiperlipidemias geneticamente determinadas, a genotipagem da Apolipoproteína E (apo E) e/ou de genes associados à HF pode ser considerada. A apo E está presente em três isoformas (apo E2, E3 e E4), e a sua genotipagem é usada principalmente para o diagnóstico de disbetalipoproteinemia familiar (homozigoto para apo E2), sendo indicada para os casos de hiperlipidemia combinada grave. Tabela I: Valores referenciais do perfil lipídico para adultos maiores de 20 anos lkjkllkfvkdçllfçdlllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll llllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll
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