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Anemia Aplásica

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Maria Paula M. Mattei – Tutorial 7 UC 16 
1 
 
Anemia Aplásica 
O que é 
Pancitopoenia* resultante de insuficiência medular. 
*Diminuição no hemograma das 3 linhagens celulares (eritrócitos, 
leucócitos e plaquetas) 
Pode ser primária (congênita ou adquirida) e secundária. 
 
- Qualquer vírus pode ser causa de anemia aplásica (principais são HIV, 
Epstein-Barr e Parvovírus) 
- Dipirona (muito rara) 
Epidemiologia 
Pode surgir em qualquer idade, mas há picos ao 10-25 anos e após 
os 60 anos. 
→ Principalmente em pessoas idosas ou que foram submetidas a 
tratamento oncológico 
Pode ocorrer após exposição a agentes mielotóxicos, quimioterapia 
antineoplásica e transplante de medula autólogo. 
Fisiopatologia 
A medula óssea é hipocelular → síndrome de falência medular 
Acredita-se que seja originada nos precursores hemotopoéticos 
pluripotenciais. 
 Diminuição do seu número, falha nas células remanescentes ou 
reação imunológica. 
O prognóstico depende do grau da insuficiência medular 
(principalmente a taxa de hemoglobina), da porcentagem de blastos 
no mielograma e das alterações citogenéticas. 
- Anemia acentuada precisa de mais transfusão e, 
consequentemente, sobrecarga de ferro (potencializa o stress 
oxidativo). 
- A % de blastos no mielograma é uma medida do estado de lesão do 
clone anormal e a reação imunológica por ele desencadeada → 
prenuncia a progressão ou a transformação leucêmica. 
Classificação 
Anemia Aplásica Congênita do Tipo Fanconi 
Síndrome autossômica recessiva 
Retardo de crescimento + defeitos congênitos do esqueleto 
(microcefalia, ausência do rádio ou de polegares), do trato renal (rim 
pélvico ou em ferradura) e da pele (áreas de hiper e 
hipopigmentação) 
Polidactilia 
Síndrome de Schwachman-Diamond 
Síndrome congênita diagnosticada antes dos 4 anos 
Causa insuficiência pancreática exócrina, baixa estatura e 
neutropenia e pode evoluir para anemia aplásica, mielodisplásica e 
leucemia. 
Síndrome de Blackfan-Diamond 
Autossômica dominante com penetrância variável (pode ser 
dominante e ter pouco sintomas) 
Diagnosticada antes dos 4 anos (se depois, pouco provável que seja 
a síndrome) 
Palidez e dispneia sem organomegalias porque não há hemólise, 
baixa estatura, alterações crânio-faciais (sequência de Pierre-Robin) 
Não há envolvimento das outros linhagens hematopoéticas além da 
série vermelha (não faz anemia aplásica). 
Disceratose Congênita 
Mutação ligada ao sexo 
Rara 
Atrofia das unhas e da pele, anemia aplásica e alto risco de 
desenvolvimento de câncer. 
→ Nas anemias aplásicas primárias, a idade comum de 
aparecimento de anemia é dos 3 aos 14 anos. 
→ 10% dos pacientes desenvolvem leucemia mieloide aguda 
→ O tratamento é feito com androgênios 
→ A remissão raramente dura mais de 2 anos 
Anemia Aplásica Adquirida 
Tipo mais comum de anemia aplásica 
Na maioria dos casos, o tecido hematopoético é alvo do sist. imune 
(linfócitos T CD8 clonais) 
Anemia Aplásica Secundária 
Pode ser causa por lesão direta à medula por radiação ou fármacos 
citotóxicos 
Antimetabólitos (metotrexato) e inibidores mitóticos 
(daunorrubicina) causam apenas aplasia temporária 
Agente alquilantes (bussulfano) causam aplasia crônica 
Cloranfenicol tem alta incidência de toxicidade à medula, por isso é 
reservado apenas às infecções que ponham a vida em risco e para a 
qual ele seja o ATB de escolha (febre tifoide) 
Maria Paula M. Mattei – Tutorial 7 UC 16 
2 
 
Pode aparecer depois de hepatites virais 
Quadro Clínico 
Pode ser insidiosa ou aguda 
Sintomas resultantes de anemia, neutropenia ou trombocitopenia 
 Equimoses fáceis 
 Sangramento gengival 
 Epistaxe 
 Menorragia 
 Infecções (principalmente de boca e garganta) são comuns 
e infecções generalizadas colocam a vida em risco 
 Linfonodos, fígado e baço NÃO estão aumentados 
 Deformidades ósseas → presentes na forma congênita 
Tríade: astenia, hemorragia e neutropenia 
Achados Laboratoriais: 
Hemograma: 
*Deve ter no mínimo 2 desses ao mesmo tempo: 
- Anemia (Hb < 10) → normocrômica, normocítica ou macrocítica 
com reticulócitos extremamente baixo em relação à anemia 
- Neutropenia < 1,5 x 103 
- Trombocitopenia < 50 x 103 
Casos graves → neutropenia, plaquetopenia, reticulopenia e baixa 
celularidade óssea da medula 
Não há células anormais no sangue periférico 
Medula óssea com hipoplasia, com perda de tecido hematopoético 
substituído por gordura. 
Diagnóstico 
Deve ser diferenciada de outras causas de pancitopenia: 
 
Citometria em fluxo testando os eritrócitos para CD55 e CD59 
diferencia da hemoglobinúria paroxística noturna 
Definitivo com hemograma + mielograma 
Tratamento 
Recomendado fazê-lo em centro especializado. 
Geral: 
Remover causa desencadeante imediatamente 
Tratamento inicial é de suporte → transfusões de sangue, 
concentrado de plaquetas e prevenção de infecções 
*Todos os derivados de sangue devem ser depletados de leucócitos 
para diminuir o risco de aloimunização e irradiados para evitar 
enxerto de linfócitos vivos do doador. 
*Ácido antitranexâmico par reduzir o sangramento em pacientes 
com trombocitopenia grave prolongada 
→ Fazer 2 hemogramas a cada semanas para acompanhar as séries 
Específico: 
Deve ser estabelecido conforme a gravidade da doença, idade do 
paciente e disponibilidade de potenciais doadores de células-
tronco. 
Os casos graves têm alta mortalidade nos primeiros 6 – 12 meses se 
não responderem ao tratamento. 
Os casos menos graves por ter evolução transitória aguda ou um 
curso crônico com recidivas, algumas vezes graves e fatais. 
Raramente a doença pode se transformar em mielodisplasia, 
leucemia aguda ou PNH 
Medicamentos: 
 Globulina antitimocítica (ATG) 
 Ciclosporina 
 Alentuzumabe 
 Eltrombopag 
 Androgênios 
Transplante de células-tronco (TCT) → oferece uma chance 
de cura permanente 
Neutropenia Febril 
O que é 
Declínio de neutrófilos no sangue periférico, com ampla etiologia 
(infecciosa, induzida por drogas, congênita, autoimune, por 
malignidades e nutricionais). 
É uma complicação e emergência clínica comum em pacientes 
oncológicos, principalmente naqueles com doenças hematológicas 
(ex.: leucemia aguda) por causa do tratamento quimioterápico. 
Pela quimioterapia ter uma ação citotóxica direta, esta suprime a 
medula óssea diminuindo a produção de neutrófilos e, também 
reduz a atividade dos neutrófilos circulantes. Assim, o risco de 
infecção é potencializado. 
Quando a contagem de neutrófilos (segmentados + blastos) está 
abaixo de 500 cél/µL ou menor que 1000 células com previsão de 
queda (quimioterapia qualquer, Hb 10, leucócitos de 3000 → olhar 
neutrófilos!, plaquetas 120k) para < 500 células nas próximas 48h. 
 Segmentados + bastonetes = 900, mas com previsão de queda = 
internar e ATB (se não for possível internar, dar ATB VO e enviar para 
outra cidade com internamento 
Epidemiologia 
A maioria dos pacientes com neoplasias poderão desenvolver um 
episódio de febre neutropênica ao longo do tratamento 
quimioterápico. 
 Portadores de neoplasias hematológicas têm 80% de chance de 
apresentar NF 
Maria Paula M. Mattei – Tutorial 7 UC 16 
3 
 
A maior causa de letalidade nos pacientes com câncer é a infecção. 
As infecções causadoras de neutropenia febril são de etiologia 
bacteriana pelo mecanismo de translocação através do trato 
gastrointestinal para a corrente sanguínea, contudo, outros 
patógenos também podem ser responsáveis pelo quadro, como 
fungos, micobactérias atípicas e vírus. 
Quadro Clínico 
Podem apresentar um bom estado geral 
Febre pode ser a única queixa relatada pela família 
Apenas 45% das crianças possuem outros sinais e sintomas 
(dispneia, hipotermia) 
Ao exame físico, a pele, fâneros, região perianal, sítios cirúrgicos 
devem ser analisados para tentar identificar focos infeciosos → 
sinais flogísticos tornam-se evidentes apenas após a recuperação da 
contagemde neutrófilos do paciente 
Diagnóstico 
Quando a temperatura oral isolada > 38,3°C ou > 38ºC mantida por 
mais de 1h 
OU 
1 medida única axilar > 37,8ºC → pode ser o único sinal devido a 
diminuição da resposta inflamatória pela depleção dos neutrófilos 
→ Se o paciente neutropênico estiver sem indícios de febre e com 
sinais clínicos de infecção (rubor, calor, aumento de volume, 
diarreia, dor abdominal e mucosite), já pode ser diagnosticado como 
neutropenia febril. 
 Dor abdominal pode ser colite, e essa doença em neutropênico é 
muito grave 
→ A febre é considerada um sinal de infecção, mesmo sem outros 
sinais ou sintomas. 
O tipo histológico da neoplasia, a data da última sessão da 
quimioterapia, quimioterápico utilizado no tratamento, 
comorbilidades, uso de antibióticos e/ou antifúngicos, bem como 
transfusão sanguínea recente devem ser indagados durante a 
anamnese. 
Exames complementares: 
 Cultura de sangue periférico e central para bactérias e 
fungos 
 Urocultura 
 Cultura de qualquer outro sítio suspeito 
 Hemograma completo 
 Urinálise 
 Creatinina, ureia, sódio, potássio 
 TGO, bilirrubinas 
 TP, TTPA 
 Lactato 
 Proteína C reativa 
 Tipagem sanguínea 
 Radiografia de tórax 
Tratamento 
→ Toda neutropenia febril deve ser considerada uma infecção grave 
e ser tratada como tal. 
Assim que diagnosticada, iniciar esquema empírico de antibiótico. 
 Objetivo de evitar o óbito nas primeiras 48-72h até que os 
resultados das culturas estejam disponíveis. 
Cefepime 2g 8/8h + 
 
Fluconazol 400 mg/dia se suspeita de infecção fúngica 
Aciclovir 10mg/kg 8/8h se suspeita de lesões herpéticas 
Hemocomponentes e 
Hemoderivados 
O que são 
São preparados a partir de sangue colhido de doação de sangue 
total. 
Hemocomponentes: hemácias, plaquetas e plasma 
 Risco de transmissão de agentes infecciosos 
Hemoderivados: soluções de albumina, imunoglobulinas e 
concentrados e fatores da coagulação. 
→ A terapêutica transfusional está baseada na reposição de um tipo 
de hemocomponente ou hemoderivado que está em quantidades 
inadequadas no paciente. 
→ Prescrever hemocomponentes ou hemoderivados proporciona 
reposição mais específica do componente necessário e desgasta 
menos os estoques de sangue, hemocomponentes e 
hemoderivados. 
Pedir hemograma depois de 6 horas após a transfusão 
Condições que fazem CIVD (decorre de hipofibrinogenemia) fazer 
criopecipitado 
Indicações e Aplicações Comuns 
Para restaurar ou manter: 
 Capacidade de transporte de O2 
 Volume sanguíneo 
 Hemostasia 
As condições clínicas do paciente, e não somente resultados 
laboratoriais, são fatores importantes na determinação das 
necessidades transfusionais: 
 Idade do paciente 
 Velocidade de instalação da anemia 
 História natural da anemia 
 Volume intravascular 
 Presença de cofatores fisiológicos que afetam a função 
cardiopulmonar e a circulação 
→ As transfusões de rotina devem ocorrer preferencialmente no 
período diurno e somente as transfusões de urgência e emergência, 
devidamente justificadas, devem ser solicitadas, preparadas e 
transfundidas no período noturno. 
Maria Paula M. Mattei – Tutorial 7 UC 16 
4 
 
→ Toda transfusão deve ocorrer em local adequado, com suporte de 
emergência, e deve haver um médico prontamente disponível em 
caso de reações adversas, preferencialmente o prescritor. 
Concentrado de Hemácias (CH) 
Objetivo: restabelecer a capacidade de transporte de oxigênio e a 
massa eritrocitária 
 sua indicação está relacionada com o comprometimento da 
oferta de oxigênio aos tecidos, causada pelos níveis reduzidos de 
hemoglobina. 
* Em situações de anemia, o organismo lança mão de mecanismos 
compensatórios, tais como a elevação do débito cardíaco e a 
diminuição da afinidade da hemoglobina (Hb) pelo O2, o que muitas 
vezes consegue reduzir o nível de hipóxia tecidual. 
Pode correr por no máximo 120 min 
Considerar transfusão se: 
 Anemia aguda: aliviar sintomas relacionados com a perda 
de sangue, quando a infusão de cristaloides falhou em 
corrigir a redução do volume intravascular 
 Anemia crônica: epara aliviar sintomas relacionados com 
a diminuição do volume de hemácias, quando outras 
terapias (reposição de ferro, eritropoetina, reposição de 
B12) foram insuficientes 
 Hemorragias agudas com perda sanguínea superior a 
10ml/kg em 1h 
 Anemia com Hb < 7 g/dL 
→ Não há justificativa para manutenção dos níveis de hemoglobinas 
acima de 9,0g/dl em pacientes oncológicos submetidos a 
procedimentos quimioterápicos. A indicação de transfusão deve ser 
a presença de sinais de descompensação clínica. 
NÃO fazer transfusão de CH: 
 Para promover aumento de sensação de bem-estar 
 Promover cicatrização de feridas 
 Profilaticamente (na ausência de sintomas) 
 Para expansão de volume vascular quando a capacidade 
de transporte de O2 estiver adequada 
→ Ocorre aumento de 1g/dL de Hb (3% do hematócrito) por unidade 
de CH transfundido. Se não houver hemólise, esses valores declinam 
em quantidade similar por semana. 
 A infusão de 1 unidade de CH promoverá dose semanal de 
hemácias 
 CH LAVADAS: 
- Reduz de 60 – 80% dos leucócitos e mais de 95% do plasma e 
imunoglobulinas 
- Indicada para: 
 - Hemoglobinúria paroxística noturna 
- Paciente com reações alérgicas graves relacionadas a 
proteínas plasmáticas 
CH POBRE EM LEUCÓCITOS 
- Redução de cerca de 80% dos leucócitos contaminantes 
- Reduz a ocorrência de RFNH e reações alérgicas 
- Pacientes com antecedentes de reação febril não 
hemolítica (RFNH) e reações alérgicas 
CH DESLEUCOCITADO (FILTRADA) 
- Reduz o risco de aloimunização contra antígenos leucocitários (HLA 
e HNA) associado à transfusão 
- Reduz a ocorrência de alo imunização contra antígenos 
plaquetários (HPA), porém de maneira menos eficaz. 
- Profilaxia da sensibilização contra antígenos leucocitários 
como: anemia aplástica grave, pacientes renais crônicos 
candidatos a transplante de rim cadáver, portadores de 
anemia crônica em regime de transfusão regular (anemia 
aplástica, doença falciforme, talassêmicos, portadores de 
síndrome mielodisplásica, etc.), candidatos a transplante 
de medula óssea 
CH IRRADIADO 
- Finalidade de inativar células imunocompetentes viáveis 
contaminantes dos CHs, fazendo deste modo profilaxia da doença 
transplante versus-hospedeiro associada à transfusão (GVHD-TA). 
 - Imunodeficiências congênitas do tipo celular 
- Transfusões de RN prematuros (< 28 semanas e/ou < 
1200g) 
- Pacientes oncológicos de leucemias 
CH FENOTIPADAS 
- Utilização de CH tipados para antígenos de outros sistemas além 
do ABO para pacientes sensibilizados ou profilaticamente 
- Objetivo é evitar que os pacientes transfundidos cronicamente 
sejam aloimunizados contra antígenos eritrocitários. 
 - Talassemia 
 - Anemia falciforme 
 - Anemia hemolítica autoimune 
 - Anemia aplásica sob regime de transfusão regular 
 - Pacientes já aloimunizados 
Plaquetas 
Em toda transfusão de plaquetas deve-se levar em conta os 
benefícios e os riscos de estimulação antigênica contra antígenos do 
sistema HLA e HPA que leva a refratariedade a transfusões 
subsequentes. 
Usada em pacientes com trombocitopenia ou distúrbio de função 
plaquetária + sangramento ativo ou naqueles que têm risco elevado 
de sangramento. 
O efeito hemostático somente é alcançado quando as plaquetas 
transfundidas são viáveis e permanecem na circulação do receptor 
em número suficiente para manter uma adequada contagem 
plaquetária. 
Pode correr por no máximo 60 min 
2 tipos de plaquetas para transfusão: 
- Concentrado palquetário em pool: derivado de sangue total 
chamado de concentrado de plaquetas 
- Plaquetas derivadas de doação única por citaférese: chamado 
de plaquetas por aférise 
Podem ser transfundidas desconsiderando a tipagem ABO, mas 
importante compatibilidade ao sistema Rh em mulheres de idade 
fértil.Hemácias passageiras presentes nas plaquetas podem levar à 
aloimunização contra antígenos eritrocitários 
Anticorpos contra aloantígenos das plaquetas doadas são a 
principal causa de refratariedade às transfusões de plaquetas em 
pacientes com trombocitopenia. 
Maria Paula M. Mattei – Tutorial 7 UC 16 
5 
 
 
Indicações: 
 Profilática: prevenção de sangramento em pacientes com 
doenças hematológicas malignas (leucemias) com 
insuficiência medular 
 Terapêutica: Trombocitopenia com sangramento ativo, 
condições trombocitopáticas associadas à doença de von 
Willebrand, defeitos plaquetários congênitos e adquiridos 
 
Plasma 
Plasma Fresco Congelado (PFC): obtido de doação voluntária, 
congelados e submetidos a triagem rotineira para doadores de 
sangue para investigação de doenças transmissíveis. 
Plasma Fresco Congelado de Doador Retestado (PFC-DR): plasma 
fica em quarentena até o doador retornar para ser retestado para as 
doenças transmissíveis por transfusão pelo menos 16 semanas após 
a doação. Se o doador for – na nova retestagem o produto é liberado 
para uso. 
 Minimiza o risco para HIV, HCV e HBV 
Indicações: 
 Útil na correção de deficiências múltiplas de fatores da 
coagulação, ou quando não houver concentrado de fator 
disponível. 
 Necessidade de reversão rápida da anticoagulação pela 
warfarina 
 Tratamento de pacientes com púrpura trombocitopênica 
trombótica 
Fator VIII Concentrado 
Hemofilia A e doença de Von Willebrand 
A presença de anticorpo inibidor do fator VIII deve ser suspeitada 
quando ocorrer resposta inadequada a doses apropriadas no 
tratamento de um sangramento. 
Fator IX Concentrado 
Hemofilia B 
Albumina 
A administração de albumina em situações clínicas continua 
controversa. 
Expansão de volume: A infusão de 25 g de albumina a 25% aumenta 
o volume plasmático, em média, em 400 mL, em medidas feitas duas 
horas após a infusão. 
Queimaduras 
Hipoalbuminemia 
Paracentese 
Síndrome nefrótica 
Reações Transfusionais Agudas 
Ocorrem até 24h após a transfusão 
Sempre levar a bolsa para hemocentro (banco de sangue) para 
retestagem 
Citrato e EDTA (anticoagulantes da bolsa) rouba cálcio do paciente 
Reação Febril Não Hemolítica 
Aumento de 1ºC ou mais na temperatura durante a transfusão ou até 
1 hora após o término. 
Não coloca em risco de vida o paciente, no entanto a avaliação 
clínica precoce é importante para excluir outras causas de febre. 
Quadro Clínico: 
Febre que pode ser acompanhada de frio e calafrios 
Sintomas secundários são cefaleia, náusea e vômitos. 
Geralmente é autolimitada (2-3 horas), sem a necessidade de 
antitérmicos 
Diagnóstico diferencial: 
- Reação hemolítica aguda 
- Contaminação bacteriana 
- TRALI 
Manejo Inicial: 
Interromper imediatamente a transfusão 
Antitérmico (dipirona ou paracetamol) 
Meperidina 25-50 mg para tremores *cuidar com depressão 
respiratória) → geralmente não faz 
Descartar reação hemolítica e contaminação bacteriana no sangue 
doado. 
Reação Transfusional Hemolítica 
Aloimune 
Quadro Clínico: 
Ocorre durante a transfusão ou em até 24 horas após seu término. 
Maria Paula M. Mattei – Tutorial 7 UC 16 
6 
 
Os casos mais graves geralmente resultam da transfusão de glóbulos 
vermelhos incompatíveis no sistema ABO. 
A interação de anticorpos de classes IgM e IgG (principalmente IgG1 
e IgG3) com um antígeno presente na membrana do eritrócito pode 
desencadear uma sequência de respostas neuroendócrinas, 
ativação do complemento efeitos sobre a coagulação sanguínea e 
liberação de citocinas que resultam nas manifestações clínicas. 
 Febre 
 Náusea + vômitos 
 Dor 
 Dispneia 
 Taquicardia 
 Hipotensão 
 Sangramento 
 Hemoglobinúria 
 Insuficiência renal (tardio) 
Manejo Inicial: 
Interromper imediatamente a transfusão e manter o acesso venoso 
A identidade do paciente e a da unidade ou unidades de hemácias 
devem ser reconfirmadas. 
→ É importante enfatizar que a gravidade tem relação direta com a 
quantidade de hemácias incompatíveis que foram transfundidas. 
Assim, o rápido reconhecimento da reação, a interrupção da 
transfusão e a prevenção de transfusões de hemácias incompatíveis 
adicionais são os primeiros passos essenciais do tratamento. 
Sepse Bacteriana 
Quadro Clínico: 
Na maioria dos casos os sintomas acontecem durante a transfusão 
do hemocomponente ou logo após seu término. 
 Febre 
 Calafrios 
 Hipotensão 
 Choque 
 Náusea e vômito 
As complicações clínicas devido à contaminação bacteriana são 
significantes, frequentemente resultando em choque, insuficiência 
renal, coagulação intravascular e morte. 
Manejo Inicial: 
Iniciado antes da identificação do organismo 
Interromper a transfusão e enviar a unidade e equipos para análise. 
Material para cultura do paciente deve ser coletado de uma região 
diferente daquela em que foi feita a punção para a transfusão. 
Terapia inicial com antibióticos deveria incluir a cobertura de amplo 
espectro com um β-lactamato e um aminoglicosídeo até que a 
bacterioscopia ou as culturas indiquem um organismo causativo. 
Hemotransfusão Maciça | Sobrecarga 
Circulatória 
Reação transfusional comum e evitável. 
Quadro Clínico: 
Se apresenta como insuficiência cardíaca congestiva durante ou 
logo após transfusão. 
Aumenta a pressão venosa central 
Mais acometidos são pacientes idosos 
 Dispneia 
 Ortopneia 
 Taquicardia 
 Elevação da PA 
 Turgência jugular 
 Taquicardia 
 Cefaleia 
 Edema de pulmão 
Manejo Inicial: 
Suspender transfusão e manter o acesso venoso 
Limitar a infusão de líquidos 
Administrar O2 e furosemida 
Colocar paciente em decúbito elevado 
Injúria Pulmonar Aguda Relacionada à 
Transfusão (TRALI) 
Quadro Clínico: 
 Dispneia 
 Cianose 
 Febre 
 Taquicardia 
 Hipotensão 
Que ocorrem durante ou dentro de 4/6h de terminada a transfusão. 
RX de tórax revela presença de edema pulmonar bilateral 
Gasometria revela hipoxemia (satO2<90% e PaO2/FIO2 <, 300 mmHg) 
Por definição, não existe sinais de insuficiência cardíaca, como 
mostrado pela normalidade da pressão dos capilares pulmonares, 
concomitante com o quadro de TRALI. 
Manejo Inicial: 
Transfusão interrompida 
Avaliar laboratorialmente as bolsas de sangue usadas 
Manutenção do equilíbrio hemodinâmico do paciente 
O suporte ventilatório, que varia da oxigenação nasal até a 
intubação orotraqueal com ventilação mecânica, é requerido pela 
quase totalidade dos pacientes e deve ser instituído o mais 
precocemente possível. 
Reação Alérgica ao Plasma 
Quadro Clínico: 
 Prurido 
 Urticária 
 Eritema 
 Rubor cutâneo 
 Dispneia 
Manejo Inicial: 
Interromper transfusão, mas manter o acesso venoso 
Anti-histamínico (difenidramina 50 – 100mg EV) para casos leves 
Maria Paula M. Mattei – Tutorial 7 UC 16 
7 
 
Epinefrina para casos mais graves 
Intubação orotraqueal se edema de laringe 
O2 se sinais de dispneia 
Se reações cutâneas leves, reiniciar transfusão após o tratamento 
Reação Anafilática ao Plasma 
Quadro Clínico: 
Sinais de uma reação alérgica típica, seguida da instalação rápida de 
um quadro grave caracterizado por uma instabilidade 
cardiovascular, que inclui hipotensão, taquicardia, perda de 
consciência, arritmia cardíaca, choque e morte. 
Manejo Inicial: 
Interromper imediatamente a transfusão e manter o acesso venoso 
com solução salina 
IOT 
Epinefrina 
Difenidramina EV 
 
 
Reações Transfusionais Tardias 
Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro 
Quadro Clínico: 
Grave, potencialmente fatal mediada por enxerto de linfócitos 
alogênicos T viáveis 
10-12 dias após a trasnfusão 
O acometimento pulmonar, frequentemente resulta em doença 
grave, crônica, com alta morbimortalidade. 
Pancitopenia, febre, hepatite, dermatite 
Agudo = até 100 dias após a transfusão (forma clássica) 
Crônico = após 100 dias 
Manejo Inicial: 
Prevenção pela infusão de CH irradiadas 
Corticoides sistêmicose manutenção dos imunossupressores 
habitualmente usados nos transplantes (sirolimo, tacrolimo, 
ciclosporina). 
REFERÊNCIAS: 
https://www.hcrp.usp.br/revistaqualidade/uploads/Artigos/170/17
0.pdf 
https://downloads.editoracientifica.org/articles/210404158.pdf 
https://www.hemocentro.unicamp.br/arquivos/2018/09/Manual-
de-Orienta%C3%A7%C3%B5es-em-Hemoterapia-2018.pdf 
 
https://www.hcrp.usp.br/revistaqualidade/uploads/Artigos/170/170.pdf
https://www.hcrp.usp.br/revistaqualidade/uploads/Artigos/170/170.pdf
https://downloads.editoracientifica.org/articles/210404158.pdf
https://www.hemocentro.unicamp.br/arquivos/2018/09/Manual-de-Orienta%C3%A7%C3%B5es-em-Hemoterapia-2018.pdf
https://www.hemocentro.unicamp.br/arquivos/2018/09/Manual-de-Orienta%C3%A7%C3%B5es-em-Hemoterapia-2018.pdf

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