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CASO CLÍNICO 1 - Raiva

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CASO CLÍNICO 1 - Raiva
1) Descreva como ocorre a transmissão da doença.
A transmissão da doença ocorre, basicamente, através do contato da saliva de algum
animal infectado com o vírus da raiva com alguma abrasão ou ferida da pele, em grande
parte dos casos,ocasionadas por mordida do animal em questão. Animais domésticos,
como cães e gatos, ou até mesmo gambás, guaxinins e morcegos podem transmitir o vírus,
com especial atenção para os cães, que são a fonte de mais de 99% das mortes por raiva
em humanos. Todavia, apesar de extremamente rara, a transmissão entre humanos pode
acontecer e já foi relatada no contexto de transplante de órgãos, com atenção especial ao
transplante de córnea.
2) Quais são as apresentações clínicas iniciais?
Após sofrer irritação da garganta, cefaleia, febre e desconforto no local da mordida, o
paciente fica agitado, confuso, letárgico, tem espasmos musculares e convulsões. O
envolvimento dos músculos da deglutição, quando se tenta fazer o paciente beber água,
explica o nome antigo da raiva, hidrofobia, pois os sintomas são às vezes precipitados pela
simples visão da água. Uma vez desenvolvida a raiva, ela é fatal, ocorrendo a morte após
parada cardíaca ou respiratória. A paralisia costuma ser a característica principal da
doença.
3) Como ocorre a evolução da doença em um paciente?
Basicamente, o vírus se replica no local da mordedura, ascende aos axônios para o SNC,
onde se dissemina, e então desce aos nervos periféricos para a pele e glândulas salivares.
Em maiores detalhes, o período de incubação no ser humano, em geral, é de 4 a 13
semanas, embora, às vezes, possa chegar a 6 meses, possivelmente devido a uma demora
do vírus em atingir os nervos periféricos. O vírus migra pelos nervos periféricos, e, em geral,
quanto mais longe a mordida está do SNC, mais longo o período de incubação. Por
exemplo, uma mordida no pé leva a um período de incubação mais longo do que uma
mordida na face. Enquanto o vírus migra pelos axônios dos neurônios motores ou
sensoriais, não há anticorpo ou resposta imune celular detectável, possivelmente porque o
antígeno continua sequestrado nas células musculares infectadas. Por isso, a imunização
passiva com o uso de imunoglobulinas específicas para a raiva pode ser dada durante o
período de incubação. Uma vez no cérebro, o vírus dissemina-se de célula a célula até que
uma grande proporção de neurônios esteja infectada, mas há pouco efeito citopático,
mesmo quando visto por microscopia eletrônica, e quase nenhum infiltrado celular. Os
sintomas marcantes desta doença devem-se amplamente à disfunção, e não à lesão visível
das células infectadas. A mudança de comportamento dos animais infectados decorre da
invasão viral do sistema límbico.
4) Como é feita a profilaxia pré e pós exposição ao vírus da Raiva?
A profilaxia pré-exposição inclui, por exemplo, a imunização de animais domésticos para o
vírus da raiva e a vigilância constante nas fronteiras e regulamentos rígidos de quarentena
para impedir a introdução de animais infectados, além da educação em saúde acerca da
prevenção do vírus. Por outro lado, a profilaxia pós-exposição consiste, basicamente, na
lavagem da ferida (com álcool iodado e debridamento) e no fornecimento de imunoglobulina
humana antirrábica (HRIG), infiltrada intramuscularmente em volta da ferida, para garantir
imunização passiva imediata. Além disso, há um ciclo de vacina inativada produzida em
células diploides humanas, que pode ser utilizada tanto na profilaxia pré-exposição,
indicada para casos de pessoas expostas a um risco frequente de contaminação, como
veterinários ou pessoas que trabalham em laboratório com o vírus, como também pode ser
utilizada na pós-exposição, em casos em que já se deu o contato com o vírus.
No caso da pré-exposição, o esquema de vacinação consiste em 3 doses da vacina, em
que a segunda dose deve ser administrada 7 dias após a primeira dose, e a última 3
semanas depois. Além disso, é necessário fazer um reforço a cada 6 meses para pessoas
que manuseiam o vírus rábico vivo, e a cada 12 meses para pessoas em contínuo risco de
exposição. Para pessoas não expostas ao risco, o reforço é feito 12 meses meses após a
primeira dose, e depois a cada 3 anos.
No tratamento pós-exposição, a posologia depende da imunização da pessoa, assim, para
as que estejam totalmente imunizadas, a posologia é a seguinte: 1) Vacinação com menos
de 1 ano: administrar 1 injeção após a mordida; 2) Vacinação com mais de 1 ano e menos
de 3 anos: administrar 3 injeções, 1 imediatamente após a mordida, outra ao 3º dia e ao 7º
dia; 3) Vacinação com mais de 3 anos ou incompleta: administrar 5 doses da vacina, 1
imediatamente após a mordida, e as seguintes ao 3º, 7º,14º e 30º dias; 4) Em pessoas não
imunizadas devem ser administradas 5 doses da vacina, uma no dia da mordida, e as
seguintes ao 3º, 7º,14º e 30º dias.
Por fim, cabe destacar que não há tratamento específico, embora haja um relato famoso
com uso do protocolo de Milwaukee, um coma induzido quimicamente para redução da
atividade cerebral, bem como a utilização das drogas antivirais ribavirina e amantadina em
uma menina de 15 anos de idade com raiva, que sobreviveu.
Referências
1) Mims, Microbiologia Médica
2) Salomão, Infectologia - Bases Clínicas e Tratamento
3) https://www.tuasaude.com/vacina-antirrabica-humana/
https://www.tuasaude.com/vacina-antirrabica-humana/

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