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COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS NO MUNDO MODERNO Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autoria: Rodolpho Ribeiro Silva Souza Gecelene Cíntia Lopes Carlos Fabiano Fistarol Valdecir Knuth Nader Ghoddosi Norberto Siegel CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Dr. Malcon Tafner Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Prof.ª Hiandra Bárbara Götzinger Prof.ª Izilene Conceição Amaro Ewald Prof.ª Jociane Stolf Revisão de Conteúdo: Profa. Gecelene Cíntia Lopes Revisão Gramatical: Profa. Iara de Oliveira Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2010 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 331.259.2 S5714c Siegel, Norberto. Competências Profissionais no Mundo Moderno/ Norberto Siegel [e] Carlos Fabiano Fistarol (Orgs.). Centro Universitário Leonardo da Vinci – Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2010 141 p.: il Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7830-331-0 1. Profissões 2. Treinamento: Competências Profissionais I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título Rodolpho Ribeiro Silva Souza Gecelene Cíntia Lopes Carlos Fabiano Fistarol Graduado em Ciências Sociais pela Fundação Educacional Campograndense (1975) e em Administração de Empresas - Faculdades Zona Leste de São Paulo (1984). Mestrado em Gestão de Recursos Humanos – Universidade de Mogi das Cruzes. Professor dos cursos de graduação e pós-graduação do Centro Universitário Leonardo da Vinci. Tem experiência na área de Sociologia; Administração de Empresas, com ênfase em Gestão de Pessoas, da Produção, de Suprimentos e de Processo da Qualidade, atuando, principalmente, nos seguintes temas: educação profissional, desenvolvimento de competências, processos, melhorias, produtividade, qualidade e cadeia de suprimentos. Mestre em Psicologia pela UFSC, escritora, consultora corporativa, professora de graduação e pós- graduação nas áreas de comunicação, psicologia e recursos humanos. Palestrante motivacional, pós-graduada em novas mídias, rádio e televisão. Autora dos livros: “A estrela é Você”; “Você, sem limites”; “Fala para que eu te veja”, “Você nasceu para brilhar” e “Transforme seu medo em poder”. É conhecida por aplicar nos seus treinamentos uma metodologia objetiva, dinâmica e eficaz. Graduado em Ciências Contábeis e pós-graduado em nível de Mestrado em Gestão Moderna de Negócios e Controladoria, cursando pós-graduação em nível de especialização em Gestão de Pessoas. Atuou por 14 anos em Bancos Comerciais, dos quais 12 anos na função de gerência, professor universitário há mais de 10 anos, coordenador de cursos de administração e atualmente exerce as funções de diretor da UNIASSELVI Sociedade de pós-graduação Ltda, empresa pertencente ao Grupo UNIASSELVI; Diretor da empresa TI Soluções Empresariais Ltda, empresa desenvolvedora de sistemas e consultoria empresarial; Sócio Administrador da Metalúrgica Prática Ltda; Sócio Quotista da empresa Sincros Consultoria Ltda; Sócio Administrador da empresa Fistarol Consultoria em Gestão Ltda. Valdecir Knuth Nader Ghoddosi Norberto Siegel Possui Mestrado em Ciências Contábeis pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (2005), área de concentração em Controladoria; Especialização em Contabilidade Gerencial pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (1996) e Graduação em Ciências Contábeis pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (1994). Atualmente, desenvolve atividades acadêmicas como professor titular do Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSELVI) e da Faculdade Metropolitana de Blumenau (FAMEBLU). Tem atuação em cursos de graduação (desde 1996) e pós-graduação (desde 2001) na área de Contabilidade com ênfase em Contabilidade Geral, Controladoria, Auditoria (Controles Internos e Sarbanes Oxley) e Custos (principalmente nos seguintes temas: Gestão de Custos e de Resultados, Resultado Econômico, Sistemas de Custeio, Método de Custeio e Orçamentos). É autor de Cadernos de Estudos nas áreas de: Orçamento Empresarial, Custos Industriais e Engenharia Econômica. Tem carreira desenvolvida em empresas na área Contábil e Financeira. Formado em Ciências da Computação pela Universidade Regional de Blumenau (FURB) e Mestre em Ciências de Computação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atua na área de tecnologia há mais de 20 anos e trabalha em empresas criando soluções tecnológicas. Atualmente é docente em curso de graduação e pós-graduação e coordenador de cursos de Sistemas de Informações da UNIASSELVI Indaial. Publicou: Sistemas de Informações: Estudos e casos; Redes de computadores: caderno de estudos. Possui graduação em Filosofia pela Fundação Educacional de Brusque (1990), graduação em Teologia pelo Instituto Teológico de Santa Catarina (1994), especialização em Filosofia e Teoria do Conhecimento e Filosofia da Ciência pela Fundação Educacional de Brusque (2001) e mestrado em Educação pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (2005). Atualmente, é professor titular no Centro Universitário Leonardo da Vinci e no Instituto Catarinense de Pós-Graduação (ICPG). Tem experiência na área de Filosofia e Educação, com ênfase em Ética. Na EAD, publicou: Fundamentos da Educação: Temas Transversais e Ética, Filosofia Geral e da Educação e Fundamentos Epistemológicos da Geografia. Faz parte da Equipe Multidisciplinar da UNIASSELVI-PÓS. Sumário APRESENTAÇÃO ......................................................................7 CAPÍTULO 1 A Liderança e as Relações Humanas ....................................9 CAPÍTULO 2 Comunicação: o Coração do Profissional do Mundo Moderno ..............................................................37 CAPÍTULO 3 Planejamento, Organização, Direção e Controle da Carreira Profissional ...................................55 CAPÍTULO 4 Empreendedorismo ...............................................................77 CAPÍTULO 5 Domínio das Tecnologias....................................................105 CAPÍTULO 6 Ética Profissional ...............................................................123 APRESENTAÇÃO Caro(a) pós-graduando(a): Caro(a) pós-graduando(a), bem-vindo(a) a disciplina de Competências Profissionais no Mundo Moderno. Este material foi elaborado com o objetivo de proporcionar a você uma reflexão sobre as competências profissionais que estão presentes no mercado de trabalho da atualidade. Constantemente, independente da profissão ou área de formação, deparamo- nos com situações inusitadas e inesperadas que exigem de nós uma atuação interdisciplinar e com habilidades para se trabalhar em equipe e compartilhar conhecimentos. Entretanto, o trabalho em equipe, bem como a troca de conhecimentos nem sempre são tarefas fáceis e exigem de nós o desenvolvimento de certas competências. Pensando nisso, dividimos este caderno de estudos em 6 capítulos em que serão abordados temas como: ética, comunicação, liderança, capacidade de planejamento e organização, tecnologia, entre outros, que servirão de base para a sua atuação e aprimoramento profissional. O capítulo 1 aborda o tema liderança e as relações humanas, bem como a importância do líder e sua postura gestora junto a sua equipe para o sucesso das organizações. O capítulo 2 trata da comunicação, considerada por muitos o coração do profissional no mundo moderno. Dessa forma, veremos as várias formas de melhorar a nossa comunicaçãocom as pessoas com as quais mantemos relacionamentos nos mais diversos contextos do nosso cotidiano. Já o capítulo 3 discute a importância da organização, de saber planejar nossas ações, bem como de nos preparamos profissionalmente para o mercado de trabalho. O capítulo 4 trata dos aspectos ligados ao empreendedorismo, pois, diante das rápidas mudanças que ocorrem na sociedade, é de suma importância que não sejamos somente meros profissionais, e sim tenhamos a capacidade empreendedora, abertos ao desenvolvimento e aprimoramento de novas ideias. O capítulo 5 aborda as tecnologias que estão presentes em nosso cotidiano. Além disso, destaca o surgimento das novas tecnologias que fazem com que aprimoremos nossos conhecimentos para que possamos aplicá-las com efetividade e eficácia no desenvolvimento de nossas atividades. Por último, o capitulo 6 trata da ética profissional, atualmente muito discutida no ambiente organizacional. Com o objetivo de aprimorar o comportamento ético das pessoas, muitas empresas já estão implementando “Códigos de Éticas” que têm por finalidade apresentar os princípios, direitos, responsabilidades e deveres pertinentes à conduta ética frente à organização e aos demais profissionais. Bem, espero que esta leitura contribua para seu aprimoramento profissional, sucesso a todos e bons estudos!!! Profa. Carla Eunice Gomes Corrêa CAPÍTULO 1 A Liderança e as Relações Humanas Rodolpho Ribeiro Silva Souza A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Identificar o papel do líder na efetividade da equipe de trabalho. � Identificar as qualidades necessárias para o exercício da liderança. � Desenvolver maneiras de educar por meio de orientações previamente desenvolvidas. � Desenvolver o comprometimento de seus liderados por meio de gestão empreendedora. 10 Competências Profissionais no Mundo Moderno 11 A Liderança e as Relações Humanas Capítulo 1 Contextualização Por vivermos um momento histórico ímpar, pelo fenômeno de aceleração do ritmo das mudanças, em que há uma imperiosa necessidade de Conhecimento Renovado, surge a exigência da Tecnologia Renovada como consequência das transformações e da necessária revisão dos modelos organizacionais. Para dar consistência e viabilidade aos processos de transformação e absorção de novas tecnologias, revigora-se a importância não só da capacidade de gestão, mas da Liderança Integrada. Liderança Integrada significa filosofia, políticas e estratégias comuns, ou seja, valores, orientações e planos de ação negociados, consensados. Constituem as verdades comuns sobre as quais se fundamenta a Estratégia das Organizações. O mundo em transformação acelerada implica uma organização em mudança acelerada. Portanto, consideramos como pressupostos fundamentais para definir o perfil do gestor/líder bem sucedido os seguintes itens: • O gestor é necessariamente um líder, pois ser gestor implica liderar pessoas e não gerir coisas; • Ser líder significa educar, passar valores, induzir a atitudes e orientar ações a objetivos comuns; • Ser gestor e líder envolve compromisso com a visão realizadora de futuro que qualifica a gestão como empreendedora, capaz de transformar anseios e oportunidades em ganhos reais. A partir dessas reflexões sobre o perfil do líder/gestor é que iremos apresentar as questões sobre o papel e as habilidades necessárias para o exercício da liderança e do trabalho em equipe. O assunto, objeto de estudo deste capítulo, é uma adaptação livre do Manual de Gestão de Recursos Humanos da Toyota Motor Company. As Pessoas e as Organizações De maneira geral, podemos definir organização como uma empresa pública ou privada, um órgão governamental ou não-governamental que tenha um objetivo em comum. 12 Competências Profissionais no Mundo Moderno Na história das organizações podemos identificar dois momentos bem distintos: • Antes: e, em grande parte, ainda hoje, vive-se a situação de ênfase à Organização, condicionadora dos estilos de liderança. O modelo organizacional característico é a Burocracia. • Hoje: a tendência marcante é de a Liderança preceder a concepção e a moldagem das estruturas organizacionais, definindo os objetivos de eficácia e de efetividade dos negócios e das instituições. Cada vez mais se reafirma, e com maior vigor, o conceito de que educação é autoeducação. Ninguém aprende por outrem; a aprendizagem é um fenômeno individual. O educador é a causa eficiente, o educador é a causa essencial. O sentido de educação continuada consiste em que tudo é ensino e toda hora se aprende. Daí a importância da “multimídia” e de que cada um desenvolva o “espírito de aprendiz”. Nesse sentido, é importante que se destaque como premissa para uma Nova Pedagogia: • Abertura ao novo, ao conhecimento renovado. • Estar com o espírito atento às oportunidades de aprendizagem (“ver com os olhos de primeira vez”). • Entender o trabalho como um momento de aprendizagem (seu, da equipe, da organização e da sociedade). Desenvolver o conceito de Gestor Educador, ou seja, todos educam e são educados o tempo todo. A dinâmica da vida implica uma relação de influência. O homem é um ser político – influencia e é influenciado o tempo todo. Para aprender é preciso aprender a aprender, ou seja, apreender o ciclo da aprendizagem: percepção/conhecimento/aplicação/ autoavaliação/reaprendizagem. Aprender a aprender é aprender a viver em grupo, com eficácia, ou seja, em desenvolvimento permanente. A influência exercida pelo grupo tende a induzir seus membros a partilharem das mesmas crenças, valores, atitudes e comportamentos. Em cada participante se reflete a cultura do grupo, com traços reveladores de receptividade, tais como: ideias novas ou conservadoras; espírito de solidariedade ou competição agressiva; aspirações Cada vez mais se reafirma, e com maior vigor, o conceito de que educação é autoeducação. Ninguém aprende por outrem; a aprendizagem é um fenômeno individual. Para aprender é preciso aprender a aprender, ou seja, apreender o ciclo da aprendizagem: percepção/ conhecimento/ aplicação/ autoavaliação/ reaprendizagem. 13 A Liderança e as Relações Humanas Capítulo 1 construtivas ou passividade e derrotismo; capacidade de compreensão ou preconceitos e radicalismo; disposição para aprender ou desmotivação e acomodação. Daí o significado da liderança ser o meio motivador. É imprescindível que se considere a natureza, a qualidade e o nível de pressão que a equipe exerce sobre os seus membros e trabalhar com a dinâmica do grupo (o grupo como um todo condicionante – cultura e clima – e como instrumento externo de mudança – pressões que exerce). Quanto mais integrado ao grupo mais se amplia a capacidade do participante em influenciar e ser influenciado. Mais que ensinar, é necessário que se vivencie situações de aprendizagem. Para facilitar a atuação das equipes de trabalho, além de estratégias organizacionais que incluam a valorização do trabalho em equipe, as condições do ambiente físico em que atuam, a existência de recursos materiais e tecnológicos e todos os demais aspectos, essenciais à gestão de pessoas no trabalho, faz-se necessária a presença de gestores que atuem como verdadeiros líderes. Ser líder é ter o compromisso essencial no processo de gestão, pois sua função é a de dirigir pessoas. Pergunta-se: Qual é o papel do líder no trabalho em equipe? Um líder desempenha um papel fundamental, tanto na construção quanto no desenvolvimento das equipes de trabalho. Lembrando, no entanto, que outros elementos devem estar presentes em uma equipe para que apresente um desempenho de excelência. Além da presença, o líder deve ter certas características e comportamentos. Cavalcanti e colaboradores (2005) identificaram dezenas de competências fundamentais aos líderes, assim comopapéis que um líder deve assumir para o desenvolvimento de sua equipe. Os papéis estão relacionados à gestão de pessoas, aos processos, às metas e às mudanças. O papel de mentor ou daquele que orienta uma equipe tem sido destacado como fundamental para a efetividade de uma equipe de trabalho. O líder deve identificar as necessidades de aprendizagem de sua equipe, recomendar treinamentos e outras ações educacionais que visem a suprir essas necessidades, orientar quanto à melhor maneira de realizar o trabalho, respeitando e valorizando as iniciativas da equipe. (CAVALCANTI et al., 2005). Quanto ao papel do líder como facilitador, cabe destacar a importância da gestão de conflitos, muito abordada na literatura sobre o tema. O líder deve identificar as necessidades de aprendizagem de sua equipe, recomendar treinamentos e outras ações educacionais que visem a suprir essas necessidades, orientar quanto à melhor maneira de realizar o trabalho, respeitando e valorizando as iniciativas da equipe. (CAVALCANTI et al., 2005). 14 Competências Profissionais no Mundo Moderno Você deve imaginar que quando existem pessoas reunidas o conflito pode estar presente, não é mesmo? Reflita sobre o assunto. Estilo do Gestor Participativo: todos se Sentem Responsáveis na Equipe O Gestor não precisa mandar quando todos estão conscientes de seu papel e de suas responsabilidades. Para tanto, é imprescindível que o gestor esteja identificado com sua equipe, saiba de suas aptidões, conhecimentos, experiências e aspirações. O Gestor faz parte de uma determinada organização, sendo o responsável pela gestão. Pode ser escolhido pelas suas funções na organização: a ele compete atuar por meio do planejamento, da liderança e do controle, a fim de atingir os objetivos propostos. Em síntese, podemos concluir que o gestor planeja, controla, decide sobre as ações necessárias ao desenvolvimento da empresa, em alguns casos, executando-as ele próprio. Em suma: conheça o potencial do grupo para incentivar seu desenvolvimento. Isto significa promover: • ótimos talentos; • ótimos desempenhos; • ótima produtividade. Fazer porque quer, não porque mandam, é a situação idealmente desejável, expressão de um profissional automotivado e em processo de autorrealização. Um grupo é maduro quando esse sentimento predomina entre seus membros, fazendo prevalecer a contribuição criativa e tornando a delegação um instrumento normal de gerência. Há, frequentemente, nas situações de trabalho, um contracenso: os gestores dependem da contribuição de sua equipe para atingir suas metas, mas desconhecem o real potencial de forças de cada participante. E pior: pensam É imprescindível que o gestor esteja identificado com sua equipe, saiba de suas aptidões, conhecimentos, experiências e aspirações. 15 A Liderança e as Relações Humanas Capítulo 1 que conhecem e jamais se detiveram em avaliar o desenvolvimento dos talentos existentes em seu grupo. Não basta preencher periodicamente “questionários avaliativos”, nem “medir metas alcançadas”, nem programar cursos formais. O conhecimento nasce da convivência, da dinâmica relacional, da observação crítica da análise de forças e fraquezas e da negociação dos objetivos de desenvolvimento, ou seja, do acordo com a mútua responsabilização por resultados crescentemente superiores. O gestor, ao identificar-se com sua equipe, em objetivos, técnicas e sentimentos, exerce seu papel de líder. Atividade de Estudos: Antes de continuarmos os estudos deste capítulo, propomos um exercício de análise sobre o tema Liderança. Procure responder as questões de acordo com o seu conhecimento sobre o assunto, sendo o mais honesto possível em suas respostas, depois procure discutir, caso seja possível, com seu grupo de estudos, verificando como cada um respondeu e entendeu até aqui esse assunto. Como líder responda as perguntas que seguem: 1) Você sabe o que importa e o que não importa em seu negócio, empreendimento ou trabalho? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Você coleta o máximo de informações sobre a organização, seu pessoal, concorrentes, mercados ou clientes para entender o contexto no qual está liderando as pessoas? Quais são as fontes de informação que você usa? (dados de clientes, relatórios de consultorias, benchmarking, pesquisas internas, processo de recrutamento, estudos de mercado, etc.) ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 16 Competências Profissionais no Mundo Moderno 3) Você sabe quais são os pontos fortes e fracos de sua organização? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 4) Você sabe o que tem sido bem sucedido e o que não tem dado certo? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 5) Você dá as pessoas uma visão clara, simples, tangível, realista e mensurável do que está tentando alcançar? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 6) Você envolve os outros para ajudá-lo a entender o contexto de trabalho e discutir os meios potenciais de ação? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 7) Você discute com o seu pessoal onde eles se encaixam nos objetivos globais do que vocês querem realizar? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 8) Você informa e discute o início, meio e fim dos projetos, seus propósitos e escopo? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 17 A Liderança e as Relações Humanas Capítulo 1 9) Você utiliza os meios verbais e não-verbais para comunicar-se de forma assertiva e com alto impacto? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 10) Você procura o feedback de sua equipe no que diz respeito ao seu comportamento como líder? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Estilo do Gestor Autocrático: Centralização do Poder A atitude do Gestor Autocrático se caracteriza pela centralização do poder, pela relação “mandar x obedecer”e o responsável pela dependência e passividade da equipe. Quando alguém se posiciona como “dono da verdade”, detendo todas as informações e assumindo todas as decisões, a equipe se torna desmotivada e costuma responder com a acomodação. Caro(a) pós-graduando(a), imagine só!! Numa organização ou instituição de ensino em que o gestor não ouve e nem apóia os esforços da equipe, os funcionários não irão assumir riscos e responsabilidades. Torna-se comum esse tipo de racionalização para evitar comprometimentos. Assim, a dominação produz subordinados passivos. A gestão autocrata, dominadora, anula o interesse dos subordinados em cooperar, promove antagonismos, tão mais prejudiciais quanto menos revelados, por insegurança e medo. A gestão autocrata, dominadora, anula o interesse dos subordinados em cooperar, promove antagonismos, tão mais prejudiciais quanto menos revelados, por insegurança e medo. 18 Competências Profissionais no Mundo Moderno O conflito no trabalho não administrado é a principal causa de improdutividade grupal. O gestor dominador leva o grupo aos “solavancos”, à base do “empurrão”, exigindo-lhes vigilância constante quanto a procedimentos e prazos, pois ambos tendem a ser relaxados com a ausência de supervisão direta. A dominação impede o crescimento e gera a revolta. O ambiente carregado pela frustração se torna apático e monótono, só se obtendo resultados com base na coação e no controle permanente. PENSE: O estilo autocrático é comumente reprovado em tese e praticado na atividade gestora com desastrosos efeitos sobre o moral da equipe e a produtividade. REFLITA: Veja se você não está sendo autocrata e examine melhor sua liderança. FAÇA: Um inventário de seu comportamento gerencial, registrando os prós e os contras, para reforçar uns e combater os outros. PROCURE: Pesquisar honestamente as opiniões de seus subordinados, colegas e superiores a respeito de suas atitudes. SINTETIZANDO: Os estilos de liderança/gestão vistos são: Gestor Autocrata e Gestor Participativo, diferença no estilo, diferentes resultados. O gestor autocrata manda e, a rigor, só exige obediência. O resultado é, comumente, a inércia ou o ativismo burocrático, formalístico e estéril. Em grupos imaturos, quando a pressão pode levar a resultados provisórios, tão logo relaxe a imposição, a produtividade decresce. O gestor/líder, todavia, partindo da crença no colaborador, estimula suas forças positivas, incentivando-o ao crescimento. Não se trata de tentar “vender” uma orientação, que não deixa de ser uma forma sutil de imposição, mas educá-lo para a contribuição, envolvê- lo em processos não convencionais, despertá-lo para a percepção e vantagens das mudanças produtivas, para a iniciativa e ação responsáveis. Percebemos que a efetividade da equipe está relacionada ao desempenho do grupo e à satisfação dos membros. SINTETIZANDO: Os estilos de liderança/ gestão vistos são: Gestor Autocrata e Gestor Participativo, diferença no estilo, diferentes resultados. Percebemos que a efetividade da equipe está relacionada ao desempenho do grupo e à satisfação dos membros. 19 A Liderança e as Relações Humanas Capítulo 1 Outros aspectos são descritos como relacionados à efetividade da equipe. O número de integrantes é um deles. Robbins (1999), por exemplo, destaca que um grupo não deve ter um número excessivo de componentes, dada a dificuldade de estabelecimento de uma interação construtiva e do desenvolvimento de coesão, comprometimento e responsabilidade mútua, essenciais ao desempenho de excelência. Sugere que uma equipe não deve ter mais de doze membros. Casado (2002) relaciona o tamanho da equipe aos seus objetivos, mas destaca que o excesso de componentes pode constituir um dificultador do processo de comunicação entre seus integrantes. As habilidades dos membros da equipe também são aspectos relacionados à efetividade. A equipe deve contar com pessoas que tenham habilidades diversas, tais como, técnicas de solução de problemas e interpessoais. Esses são alguns aspectos relacionados às equipes que apresentam desempenho de excelência. A diretriz essencial de eficácia em gestão: a principal responsabilidade do gestor é ser um educador. É ser líder. Pense objetivamente nisso. Delegação = Equipe Participativa, Responsável e Criativa A delegação é o instrumento essencial da liderança para tornar uma equipe participante, responsável e criativa. Quando o gestor/líder não delega ninguém se sente responsável. A consequência imediata é a perda da iniciativa e da qualidade. Aprende-se a delegar, delegando. Comece já! Não se deixe iludir pelo falso dilema: - não tenho a quem delegar. Isso explica, apenas, a incompetência do gestor em liderar equipes, em transmitir conhecimentos e em desenvolver habilidades. Conhecendo sua equipe, as forças e as fraquezas de seu pessoal, o gestor pode estabelecer um programa racional de formação ou de desenvolvimento para a delegação. À medida que cada um vai se desenvolvendo, amplia-se o âmbito das responsabilidades com autoridade. Com a delegação há um acordo gestor/subordinado em relação ao risco. Se há transferência de autoridade, com o estabelecimento da co-responsabilidade, está implícita a aceitação do erro como função pedagógica. A diretriz essencial de eficácia em gestão: a principal responsabilidade do gestor é ser um educador. É ser líder. Pense objetivamente nisso. 20 Competências Profissionais no Mundo Moderno Afinal, só os paranóicos se consideram perfeitos. Só não erra quem não tenta. A regra prática é: - erre, mas procure errar cada vez menos. A persistência no erro é que deve ser preocupante. E, com o acompanhamento do gestor (não confundir com feitoração, manipulação ou paternalismo) o erro estará bastante minimizado. Vimos, então, que o gestor, ao centralizar atividade, colocando-se como executor de matéria transferível, marginaliza os subordinados e os torna dependentes, imaturos, desmotivados e inoperantes. O gestor, ao se situar num mesmo nível de atividades, compete com quem deveria liderar. O relacionamento entre os funcionários vai se desgastando, a omissão é estimulada e, no final, só prevalece o binômio mandar/obedecer. Iniciativa e criatividade não só são desestimuladas, mas recebidas como impertinência ou indisciplina. É por meio da delegação que o gestor realmente lidera, se engrandece e propicia o crescimento de indivíduos e equipes. Condição Essencial para Liderar: Conhecer os Subordinados É fundamental para a produtividade que o gestor conheça as potencialidades de sua equipe, os talentos a serem desenvolvidos, as limitações e deficiências. É evidente que o gestor, para poder desenvolver estilos adequados de liderança em relação a seus subordinados, precisa conhecê-los, diagnosticando cultura, habilidades e nível motivacional. Assim, o subordinado, cuja preocupação básica é “segurança”, estará voltado naturalmente para a estabilidade. Os desafios, por envolverem riscos, não serão recebidos com tranquilidade. Já o empregado, numa escala de maturidade mais avançada, em que predominam os sentimentos de autoestima e prestígio, não só está propenso a aceitar, como a buscar o desafio como forma de realização. Cada funcionário é um tipo de existência, exigindo tratamento específico para que do adequado relacionamento surjam os resultados esperados. Só não erra quem não tenta. A regra prática é: - erre, mas procure errar cada vez menos. O tratamento gerencial aos subordinados não pode ser massificado, sob pena de insucesso. Além de desrespeito à dignidade humana, significa improdutividade certa. 21 A Liderança e as Relações Humanas Capítulo 1 O tratamento gerencial aos subordinados não pode ser massificado, sob pena de insucesso. Além de desrespeito à dignidade humana, significa improdutividade certa. Relacionamento HumanoPressupõe Reciprocidade A regra cristã do “amor ao próximo” funciona em qualquer momento, em qualquer situação. Essa máxima se completa na célebre oração de São Francisco, ao realçar que quem mais tem, mais pode dar. A rigor, o gestor está numa posição superior, portanto, em melhores condições de oferecer. Ser líder é servir. Todos os seres humanos necessitam sentir-se apreciados, bem aceitos, prestigiados. Pense nisso. Sempre! Se é que você quer ser líder. As pessoas quando não se entendem no plano afetivo, dificilmente se encontrarão no plano racional. Haverá sempre motivos para justificar divergências, cuja origem não está em incompatibilidades técnicas, mas em dificuldades no relacionamento humano. Antipatias, preconceitos, mal-entendidos, julgamentos precipitados por desinformação e idiossincrasias vão enfraquecendo a necessária integração de um grupo, pois o gestor não estabeleceu um clima de abertura, compreensão e espontaneidade. Igualmente, o comportamento frio ou estereotipado, de falsa camaradagem, leva o pessoal a reagir com desconfiança. As pessoas não são exclusivamente técnicas, puros profissionais, necessitam de afetividade e de ambiente em que possam exprimir sentimentos e valores humanos. O congraçamento no trabalho, momentos de lazer, comemoração de aniversários, a preocupação sincera com um problema pessoal (sem cair em assistencialismos improdutivos), a amizade “sem intimidades” são práticas que ajudam as pessoas a se relacionarem e aos gestores obterem daí maior compreensão e simpatia para o exercício da liderança. As pessoas não são exclusivamente técnicas, puros profissionais, necessitam de afetividade e de ambiente em que possam exprimir sentimentos e valores humanos. 22 Competências Profissionais no Mundo Moderno Ninguém É Infalível: Admita Falhas, o Perfeccionista é o Antiadministrador Ao tratar da delegação, referimo-nos à função pedagógica do erro. Vale à pena insistir. Este é um preceito prático de grande importância na função de gestão. O erro é uma contingência natural do processo educativo e a relação chefe-subordinado é grandemente orientada por princípios educacionais. O que o gestor faz de mais expressivo no desempenho de sua atividade é de cunho marcantemente educativo. Ou o gestor é um educador ou não é gestor; é um simples “encarregado”. Assim, como o subordinado é passível de erro, o gestor também o é, embora muitos ajam desastrosamente como se fossem infalíveis. O gestor, ao admitir honestamente seus erros (a não ser que estes sejam habituais), engrandece-se junto aos subordinados. A distância social entre gestor e subordinados fica menor quando as limitações técnicas e humanas são compreendidas por meio de um esforço conjunto de superação de erros e fraquezas. PENSE: Como você se comporta em relação aos erros, seus e dos subordinados? Com compreensão ou exagerado rigor? A necessária integração do grupo é uma conquista, não uma imposição disciplinar! Errou muitas vezes? Ótimo, deve saber agora o que não deve ser feito, costumava afirmar o Presidente americano Roosevelt. Avaliar e Valorizar as Forças da Equipe Uma das questões fundamentais para que se obtenha competência e um ótimo desempenho é avaliar e valorizar as forças da equipe. A rigor, o que interessa não é a competência, mas o desempenho. Embora este seja, quase sempre, decorrente daquela, não é incomum ótimas competências se revelarem péssimos desempenhos. Errou muitas vezes? Ótimo, deve saber agora o que não deve ser feito. 23 A Liderança e as Relações Humanas Capítulo 1 POR QUE OCORRE? Reflita sobre isto! O desempenho depende intimamente da motivação. Por meio da avaliação do desempenho, os subordinados se posicionam em relação aos seus objetivos, sentem-se acompanhados e veem que seus esforços são considerados. Para o gestor, a avaliação é uma excelente oportunidade para o exercício de sua função educativa, analisando com os liderados suas forças e fraquezas e estudando os meios de reforçar as primeiras e minimizar as outras. Outrossim, só através de avaliações periódicas o gestor pode estabelecer um sistema racional de desenvolvimento humano e profissional no trabalho. O resultado é uma equipe motivada, forte e produtiva. Para que haja Objetividade o Gestor tem que ser Claro Mas, por que isso? Parece tão simples, mas grandes problemas surgem por falta de perguntas adequadas e consequentes respostas reveladoras. Ao delegar ou designar tarefas, apresentar sugestões ou formular qualquer pedido se exige clareza e objetividade como condição fundamental para que o subordinado cumpra adequadamente suas incumbências. Isso responde à sua necessidade de saber por que está realizando. Considera-se hoje o desafio como um dos principais motivadores ao trabalho, daí a ênfase que se empresta ao “enriquecimento da tarefa”. Ninguém se empenha com entusiasmo sem estar suficientemente informado sobre o significado real da atividade que exerce e o prestígio em exercê-la. Expor com clareza as razões de uma determinação, o porquê das decisões, os objetivos de uma tarefa são condições importantes não só para uma comunicação, como também para a motivação e o bom relacionamento gestor/subordinado/equipe. Para o gestor, a avaliação é uma excelente oportunidade para o exercício de sua função educativa, analisando com os liderados suas forças e fraquezas e estudando os meios de reforçar as primeiras e minimizar as outras. Expor com clareza as razões de uma determinação, o porquê das decisões, os objetivos de uma tarefa são condições importantes para a motivação e o bom relacionamento gestor/subordinado/ equipe. 24 Competências Profissionais no Mundo Moderno Valorizar Ideias é um Recurso de Gestão para Obter Contribuições e a Confiança da Equipe Quantas vezes, impensadamente, inibimos, com nossas atitudes autocráticas, o espírito de participação de nossos subordinados, agindo: com ironia; com preconceito; com negligência. Esquecemo-nos de que as pessoas, muitas vezes, são capazes de dar a vida por suas ideias, embora fracas, do que ideias fortes dos outros. É uma tendência natural as pessoas se apegarem ao que lhes pertence. O sentimento de propriedade impele a que os sugestores de uma ideia lutem por ela com tanto empenho quanto seja seu nível motivacional. Assim, uma orientação prática, quando existirem duas ideias, será a de optar pela de quem irá executá-la, mesmo que teoricamente a escolha não seja a melhor. A desvantagem, todavia, será compensada em termos de dedicação e entusiasmo, o que não sucederia na hipótese de ocorrer imposição. Fazer com que os liderados apresentem ideias e dar oportunidades para que todos participem com contribuições para a melhoria é o que significa, em termos práticos, motivação para o trabalho. Qualidade no trabalho e qualidade do trabalho. Saber Dizer “Não” é uma Habilidade Imprescindível ao Gestor Justifique-se, ao rejeitar ideias, para não bloquear colaborações criativas. Pense na criatividade como potencial oculto de sua equipe. O gestor obtém cooperação quando “abre o circuito” a novas ideias e trata as sugestões dos seus subordinados com a atenção que merecem. Afinal, quem sugere demonstra espírito renovador, manifestação de interesse em servir, de não se acomodar, de tentar ver as coisas melhores e de colaborar para tanto. Muitas sugestões, aparentemente inexequíveis e, até mesmo, consideradas estapafúrdias e ridículas, só o são, muitas vezes, por falta de flexibilidade na avaliação ou por deficiência na exposição de ideias. As pessoas, muitas vezes, são capazes de dar a vida por suas ideias. 25 A Liderança e as Relações Humanas Capítulo 1 A experiência mostra, através da história e a toda hora, que ideias “malucas” deram origem a grandes inventos e descobertas. Na rotina diária do trabalho, quantas sugestões modestasjá foram convertidas em práticas eficazes e grandiosas? Todavia, o gestor, ao rejeitar de pronto uma ideia ou simplesmente arquivá- la, sem comentários ou com observações enganosas e formais, está bloqueando o maior potencial oculto da equipe, ou seja, sua criatividade. Há uma tendência em etiquetar as pessoas (digitadora, recepcionista, caixa, etc.) estereotipando-as, rotinizando-as, robotizando-as, sem que se considerem suas aptidões, capacidades e perspectivas. Bem trabalhadas, suas atividades se enriquecem e se tornam desafiadoras, transformando-as de servidores rotineiros em funcionários versáteis e eficazes. Tudo depende das atitudes de uma gestão participativa, que encoraja a liberação do potencial da equipe. Frequentemente, o gestor vê-se na contingência de dizer “não”. Terá que fazê-lo, mas não necessariamente de forma castradora. Honestidade e franqueza, com educação, com argumentos convincentes, fazem parte da liderança. PROCURE: Descobrir habilidades que você até então ignorava em seus liderados. Certamente terá surpresas muito agradáveis e, ao ter que contrariar interesses, não mate a motivação do subordinado. Saber “trabalhar frustrações” é uma habilidade que se exercita à base da confiança mútua. Resulta de uma convivência enriquecedora líder-liderado, no dia a dia de trabalho. Criatividade Desenvolver a criatividade significa que as normas não podem ser entendidas como “camisas-de-força”. O bom senso deve prevalecer sempre. Você acha que está criando clima propício à criatividade em seu ambiente de trabalho? A organização burocrática tende à excessiva normatização e a procedimentos rígidos, desestimulando a ação criativa. Sem um ambiente tranquilo, relaxante, participativo, responsável, confiante não há espírito de iniciativa e criatividade, que estarão embotados pelas atividades rotinizadas. Honestidade e franqueza, com educação, com argumentos convincentes, fazem parte da liderança. 26 Competências Profissionais no Mundo Moderno Estamos enfatizando esse aspecto, pois a burocratização é, hoje, o maior empecilho à modernidade. E desburocratizar é mais uma questão de atitude de gestão do que reestruturações formais. O gestor deve impor-se pela aceitação, não pela autoridade. Deve pedir sugestões para enriquecer seu conhecimento e reforçar suas decisões, preocupando-se em valorizar, por menor que sejam, as colaborações recebidas. A experiência não pode ser aprisionada: quem lida com fatos, em princípio, deverá ter mais condições para analisar e perceber transformações e opinar. Se não desenvolveu esta capacidade é porque não estava conscientizado ou se deixou vencer pelo espírito rotineiro, que é a maior enfermidade do trabalho. A rotina inibe a percepção, mata a criatividade. A contribuição criativa é a característica básica que distingue gestores eficazes de gestores meramente eficientes, ou seja, aqueles que, formal e simplesmente cumprem suas metas. Os gestores eficazes respondem essencialmente por métodos renovados e objetivos crescentes. Liderar é Mudança Numa época de grandes transformações, o gestor deve saber aceitar e desenvolver mudanças. Desenvolver, portanto, sua habilidade em perceber as modificações e tendências no ambiente externo e suas repercussões organizacionais. Você já pensou que toda mudança, por mais simples que seja, para não gerar resistência, deve ser precedida de envolvimento e participação dos interessados? Você põe em prática esse preceito? A mudança se tornou o fator determinante das decisões empresariais, pois as transformações se caracterizam atualmente por sua generalização, profundidade, irreversibilidade e rapidez. Mudança significa sobrevivência: quem não é adaptável não sobrevive, pois se torna rapidamente superado. Mudanças inovativas correspondem à expansão e desta depende basicamente o desenvolvimento humano. A todo o momento os gestores se deparam com a necessidade de promover modificações nos serviços e enfrentam problemas de resistência por parte dos subordinados. O gestor deve impor-se pela aceitação, não pela autoridade. A contribuição criativa é a característica básica que distingue gestores eficazes de gestores meramente eficientes. Numa época de grandes transformações, o gestor deve saber aceitar e desenvolver mudanças. 27 A Liderança e as Relações Humanas Capítulo 1 As pessoas, todavia, reagem não à mudança, mas às suas consequências (temem ser prejudicadas), o que implicará sempre reação quando os benefícios das transformações não estiverem claros. Esta resistência nasce da dúvida, das incertezas, sendo a mudança, então, interpretada como ameaça. Habitualmente não é uma reação de natureza cognitiva, porém emocional (sensação de perda). Daí afirmar-se que a causa fundamental de agravamento das resistências reside no introdutor (a gestão) e não necessariamente nos envolvidos (a equipe). Para encaminhar com eficácia processos de mudança, é essencial que os gestores e os subordinados saibam o “porquê” das mudanças, quando há necessidade destas e que estratégias adotar para promovê-las. Saiba Ouvir Saiba ouvir: falamos muito mais do que ouvimos, no entanto, a natureza nos deu dois ouvidos e uma só boca. Saber ouvir exige quase sempre um esforço reeducativo, pois somos muito mais condicionados a falar e só ouvir o que julgamos ser de nosso interesse. Esse fenômeno é denominado ignorância seletiva. Embora exija tempo, a opção de não ouvir poderá vir a significar irremediáveis perdas, não só em termos de desinformação, como de desinteresse e animosidade por parte dos interlocutores. Pesquisa realizada nos EUA demonstra que um indivíduo no trabalho: • escuta durante 45 % do tempo; • fala durante 30% do tempo; • lê durante 16% do tempo; • escreve durante 9% do tempo. Mas, segundo a pesquisa, apesar de empregar 45% do seu tempo em atividades de escuta, o indivíduo, na verdade, somente dedica 25% de sua capacidade ao ato de ouvir, isto é, enquanto escuta um interlocutor, a pessoa continua elaborando seus próprios pensamentos e tende, assim, a aliviar-se do teor da conversação. 28 Competências Profissionais no Mundo Moderno A formação de vendedores, por exemplo, e, por extensão, a de todos os que lidam com o público, cuja ênfase foi sempre a fluência verbal, reforçando a capacidade argumentativa dos formandos, em detrimento de sua disposição em ouvir, vem sendo contestada por especialistas. Tão importante quanto “saber falar” é “saber ouvir” para “saber falar”. Com mais razão, ainda, um dirigente que não sabe ouvir, cuja preocupação é “fazer-se ouvir”, estabelece uma situação de constrangimento tal que qualquer colaboração se torna impossível. A reunião se transforma em um monólogo, o interesse se esvai, a participação se reduz a apenas permanência estática, por pura obediência, “pois não há outro jeito...” No colégio, os alunos apelam para o recurso da indisciplina; na organização, recorrem às faltas, à irritação ou à indiferença. Reflita bem Antes de Responder: Você Sabe Ouvir? Assim: encorajar os subordinados a falarem é um meio seguro de conhecê- los, de satisfazer suas necessidades de afeição e de proporcionar-lhes condições para liberarem frustrações e mágoas recolhidas. Isso, associado à observação e ao controle de qualidade do trabalho executado, proporcionará ao gestor o perfil de seus liderados, com as indicações de como tratá-los adequadamente e quais as diretrizes para programar seu desenvolvimento. Ao Criticar, Critique em Particular e Elogie em Público É muito comum criticar-se pessoas quando a avaliação deve estar centrada em fatos, no desempenho, sem o que haverá sempre muita emoção e pouca razão. O fato e suas consequências é o que mais importa. Ao ter que elogiar ou censurar alguém, a conduta recomendável pela boa administração, em regra geral, é dar publicidade aos aspectos positivos e tratamento reservado aos negativos.No colégio, os alunos apelam para o recurso da indisciplina; na organização, recorrem às faltas, à irritação ou à indiferença. Ao ter que elogiar ou censurar alguém dar publicidade aos aspectos positivos e tratamento reservado aos negativos. 29 A Liderança e as Relações Humanas Capítulo 1 Embora este seja um princípio universalmente aceito, é comum ocorrer o inverso: critica-se em público e elogia-se em particular. Não há melhor receita de desmotivação. E muitas chefias ainda estranham por que seus subordinados se mostram ressentidos e ineficientes. A crítica é um procedimento educacional, visa a alertar sobre erros e se propõe a ajudar nas correções. O elogio sincero, merecido, reforça procedimentos positivos e recarrega as baterias motivacionais. Quando em público, e sem exageros que melindrem os introvertidos, poderá significar um poderoso estímulo ao sentimento de autoestima, necessidade de consideração e prestígio. Pode estar aí o segredo da produtividade. Assim, os fatos, as ideias, e não as pessoas, devem ser objeto de críticas equilibradas e racionais, precedidas de cuidadosa análise. Visa-se, sobretudo, aos processos, e não propriamente à análise das motivações. Se o comportamento é avaliável, as atitudes, por sua subjetividade, são de julgamento duvidoso (visões preconceituosas podem desvirtuar inteiramente as apreciações). Muitas injustiças se tornam irreparáveis por julgamentos precipitados. Muitos “funcionários – problema” nasceram daí. O gestor exerce sempre uma função de assessoria em relação ao seu superior. Seu conhecimento técnico e experiência, advindos do exercício da função, credenciam-no à prestação de ajuda e ao aconselhamento. Determinados problemas, com os quais lida diretamente, dão-lhe autoridade técnica para opinar e influir. Sua percepção pode ser bem mais precisa, em muitos casos, do que a de seu superior, principalmente se este se limita ao trabalho de gabinete, enquanto ele, por força de suas atribuições, relaciona-se intensamente com pessoas e fatos externos. A atitude para com o superior, quando orientada por intenções educativas, vai exercendo efeito positivo sobre seu comportamento. A ação poderá ser sutil e lenta, mas efetiva. É o que recomenda a teoria educacional e o que a experiência comprova na prática da empresa. A rigor, na vida comunitária, todos são educadores e educandos. Nesta concepção e através de estilo de liderança democrática é que se pode entender e realizar o ideal da renovação contínua na organização. 30 Competências Profissionais no Mundo Moderno Atividade de Estudos: Chegamos ao final deste capítulo, agora vamos verificar de forma simples, o que pudemos aprender. Leia o check-list que segue e responda as questões. Depois retorne ao texto e verifique se suas respostas condizem com o que você leu e aprendeu, se possível, busque discutir com seu grupo de estudo. COMO LÍDER, RESPONDA AS PERGUNTAS QUE SEGUEM: 1) Você influencia o comportamento de sua equipe no sentido de converter propósitos e objetivos em ações concretas? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Você consegue fazer com que o seu pessoal tome decisões ao invés de simplesmente comentá-las? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 3) Você cria um sentido de urgência e inquietação de forma a conseguir que o seu pessoal aja rapidamente? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 4) Você rapidamente enfrenta e busca solucionar possíveis obstáculos que impeçam a eficácia de seu pessoal? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 5) Você procura se certificar de que as tarefas e projetos foram devidamente concluídos antes de começar a tomar outras iniciativas? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 31 A Liderança e as Relações Humanas Capítulo 1 6) Você dá o espaço necessário à sua equipe para que os membros possam dar andamento aos projetos sem que você necessite estar microgerenciando seus métodos e controlando os seus esforços? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 7) Você desenvolve um clima onde as pessoas se sintam motivadas e tenham a oportunidade de desenvolver seus conhecimentos e habilidades? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ COMO LÍDER, RESPONDA AS PERGUNTAS QUE SEGUEM: 1) Você tem forte convicção pessoal? Você acredita em si, nas suas ideias, competências e conhecimentos? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Você tem suas próprias opiniões e as coloca claramente? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 3) Você está preparado para defender a sua posição em função do que acredita? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 4) Você é franco, sincero e rápido em informar à sua equipe de possíveis más notícias? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 32 Competências Profissionais no Mundo Moderno 5) Você permite a expressão dos sentimentos de frustração e desagrado dos membros de sua equipe? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 6) Você demonstra convicção através de suas palavras, ações e comportamentos? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 7) Você conquista a confiança das pessoas cumprindo o que promete? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 8) Você enfrenta os problemas quando surgem? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 9) Você verifica a situação e o contexto no qual está inserido (a realidade) para se assegurar de que a suas convicções e posições são as mais adequadas? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ COMO LÍDER, RESPONDA AS PERGUNTASQUE SEGUEM: 1) Você aumenta a ambição das pessoas, propondo novos desafios, metas e criando entusiasmo? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 33 A Liderança e as Relações Humanas Capítulo 1 2) Você propõe um avanço rápido – um salto - considerando opções ou possibilidades diferentes daquelas que são formalmente aceitas e utilizadas na organização? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 3) Você impede que o passado (tradições, historia, convenções) seja um obstáculo no direcionamento para o futuro? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 4) Você procura maneiras de energizar o seu pessoal para atrair a sua atenção e mantê-lo concentrado em seu propósito? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 5) Você pede ao seu pessoal para pensar em novas maneiras de atender os clientes de forma a obter vantagem competitiva sobre os concorrentes ou abrir novos mercados? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 6) Você desafia hábitos arraigados e rituais que minam a criatividade? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 7) Você encoraja o seu pessoal a experimentar, ser diferente e contraintuitivo, a se desafiar? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 34 Competências Profissionais no Mundo Moderno COMO LÍDER, RESPONDA AS PERGUNTAS QUE SEGUEM: 1) Você considera as novas ideias ou alternativas como oportunidades de mudanças positivas ou aprimoramentos? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 2) Você encoraja o seu pessoal a sugerir novas ideias, escutando atentamente e sem crítica ou pré-julgamentos? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 3) Você adota medidas para proteger as novas ideias ou mudanças de críticas ou ações prematuras ou destrutivas? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 4) Você reconhece rapidamente os erros ou enganos que você ou membros de sua equipe cometeram e faz as mudanças e correções necessárias? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 5) Você assume que o seu trabalho como líder é de ter a coragem de romper com as convenções quando necessário? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 6) Você deixa de lado determinadas políticas, processos e modos de trabalhar, mesmo que isto implique risco ao seu status quo organizacional? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 35 A Liderança e as Relações Humanas Capítulo 1 7) Você desativa rapidamente projetos ou iniciativas que são infrutíferos ou que não estão funcionando? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 8) Você sabe dimensionar e gerenciar os diferentes tipos de conflitos que surgem quando há riscos e mudanças envolvidas nos processos e procedimentos? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 9) Você toma a decisão na hora certa, sem transgredir a lei ou delongas? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Algumas Considerações Atualmente, a invetestigação sobre o desenvolvimento da liderança conta com mais de 20 mil estudos, pesquisas e publicações, demonstrando ser este um tema que preocupa pesquisadores, doutores, mestres, especialistas e acadêmicos. Hoje, a competência da liderança é considerada entre as mais importantes a serem desenvolvidas em todos os níveis da organização, pois para muitos gestores é a garantia do sucesso organizacional na obtenção da vantagem competitiva através da criação de uma cultura de inovação. Como vimos, a aquisição destas competências não se limita a realizar uma simples leitura e/ou alguns autoexercícios, mas implica uma atitude constante de autoconhecimento e aprimoramento. Observe a si e aos outros no desempenho de seus papéis e funções de liderança, mesmo que estas pessoas não estejam ocupando formalmente posições de líderes. Quais são as habilidades, qualidades e características que estas pessoas possuem e que tipo de resultados conseguem alcançar em nível pessoal e profissional? 36 Competências Profissionais no Mundo Moderno Devemos lembrar que não existe um “modelo de liderança” perfeito que poderá ser imitado. A eficácia da liderança dependerá do contexto no qual o líder está inserido, de seus propósitos gerais e pessoais, de sua habilidade em converter estas habilidades em ações concretas que possam agregar valor à equipe, à organização e à comunidade como um todo. Assim sendo, desenvolva o seu próprio Estilo e Modelo de Liderança, pois, certamente, este será o mais eficaz dentro de sua realidade. Referências CASADO, Tânia. O indivíduo e o grupo: a chave do desenvolvimento. In: FLEURY, Maria Teresa Leme (Coord.). As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. p. 235-246. CAVALCANTI, Vera Lucia et al. Liderança e motivação. Rio de Janeiro: FGV, 2005. ROBBINS, Stephen P. Compreendendo equipes de trabalho. In:______. Comportamento organizacional. 8 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. Cap. 8. CAPÍTULO 2 Comunicação: o Coração do Profissional do Mundo Moderno Gecelene Cíntia Lopes A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Apresentar os principais canais de comunicação permeados pelos avanços tecnológicos e demonstrar a sua relevância para profissionais de diferentes áreas. � Demonstrar como a comunicação inter e intrapessoal funciona na prática dos relacionamentos nasorganizações. � Discorrer sobre as principais atitudes que dificultam a comunicação nas organizações. � Apresentar os princípios que podem aperfeiçoar a comunicação consigo mesmo e com os outros. 38 Competências Profissionais no Mundo Moderno 39 Comunicação: o Coração do Profissional do Mundo Moderno Capítulo 2 Contextualização A comunicação adquiriu importância sem precedentes na vida cotidiana. Se não pela comunicação, de que outra forma um professor poderá comunicar-se com os seus alunos? De que outra forma pais e filhos construirão seus vínculos e valores? De que outra forma as relações sociais se estabelecem e se fortalecem? De que outras formas o líder inspira e conduz sua equipe aos resultados desejados? No mundo moderno, felizmente, há o reconhecimento da importância da essência e do planejamento da comunicação para qualquer atividade de educação, relacionamento, liderança e na execução de todos os projetos que envolvam pessoas e sistemas. Indo mais além: sem a força da comunicação, qualquer processo fica vazio, sem expressão. Portanto, neste capítulo, estudaremos como é possível melhorar a comunicação com as pessoas com as quais mantemos relacionamentos nos mais diversos contextos do nosso cotidiano: quer seja na sala de aula com os seus alunos, quer seja na empresa com a sua equipe, quer seja no ambiente familiar com as pessoas que mais lhe são caras. É fato que a realização de uma comunicação clara e objetiva e que cumpra o seu objetivo é sempre um desafio a ser superado e atingido, dependendo de muitos fatores para que cumpra a sua finalidade. Por isso, o estudo dessa ciência se torna cada vez mais importante e necessária para todo profissional que almeja o sucesso na sua profissão. Comunicação: Necessidade ou Privilégio? Conseguir o emprego desejado, alcançar a sonhada promoção, conquistar o respeito e admiração dos colegas, eis o desafio que depende de uma boa apresentação e de uma eficaz comunicação. Para isso, além da credibilidade e da naturalidade, a mensagem deve revestir-se de convicção e entusiasmo. A capacidade de transmitir ideias é uma habilidade que todos procuram desenvolver e aprimorar, pois desde o homem das cavernas até o mais recente “surfista” da internet as pessoas se comunicam para motivar, persuadir e influenciar uns aos outros. Vivemos em uma sociedade de bites sonoros, em que a comunicação é a moeda circulante de maior valor e requisito fundamental para o sucesso pessoal e profissional. Foi-se o tempo em que se podia chegar ao topo apenas por ser bom na profissão. Hoje, os conselhos de diretores, comitês executivos e os próprios clientes querem e exigem mais. 40 Competências Profissionais no Mundo Moderno É preciso, portanto, saber dar o seu recado e transmitir com clareza e objetividade as suas ideias. Daí a necessidade que as pessoas sentem em desenvolver aquela que é considerada a mais importante das habilidades: a comunicação. Aos que perseguem este objetivo e que em sua maioria desistem, dominados pelo medo e pavor na hora de se expressar, cabe alertar que existe um grande mito (portanto uma grande mentira!) de que o “bom comunicador já nasce feito!” Nada mais longe da verdade! A história nos revela que os maiores comunicadores não nasceram “feitos” e lutaram contra muitos obstáculos até se notabilizarem. Demóstenes, o maior comunicador da antiga e culta Grécia, é um exemplo significativo, pois além de ser gago, teve que lutar contra vários cacoetes até atingir o ápice. Atualmente, existem muitas ferramentas disponíveis para dominar o medo que, inclusive, é comum a todos nós. Pesquisa recente feita por um grupo de psicólogos envolvendo três mil pessoas, nos Estados Unidos, revelou que o maior medo do homem curiosamente é o de falar em público. Superou até os medos mais comuns, como de altura e da morte. Não é à toa que lá nos EUA, como aqui no Brasil, instituições e literaturas especializadas sobre o assunto vêm ganhando espaço, até porque o uso da palavra deixou de ser um privilégio de professores, religiosos, políticos, advogados, etc. (LOPES, 2005). Não são poucas as pessoas que nessa era da informação têm ido ao encontro desses recursos para satisfazer os seus reais desejos de ver ampliados os horizontes da sua vida pessoal e profissional. Por que Comunicação é Importante? O saber se comunicar, em todos os níveis, sob os mais diversos canais, deixou de ser um diferencial e se tornou absolutamente fundamental. A comunicação é uma das mais desejadas competências do profissional atual. Independentemente do cargo e do perfil que o profissional apresente é essencial que saiba comunicar- se e relacionar-se bem, em qualquer contexto. Alguns exemplos de contextos em que é fundamental comunicar bem: • ministrar aulas, palestras, conferências, debates; • motivar equipes; • liderar; • apresentar ideias, produtos, serviços, projetos, etc.; • reuniões de negócios; • contatar clientes; • vender; • entrevistar; • negociações, fazer palestras, network, etc. Pesquisa recente feita por um grupo de psicólogos envolvendo três mil pessoas, nos Estados Unidos, revelou que o maior medo do homem curiosamente é o de falar em público. 41 Comunicação: o Coração do Profissional do Mundo Moderno Capítulo 2 A boa notícia é que todas as pessoas podem (e devem) comunicar- se bem, inclusive aqueles que se julgam mais introspectivos e tímidos. Comunicação é como música – todo mundo pode aprender. É claro que alguns vão apresentar mais dificuldades do que outros, mas isso é esperado. Qualquer pessoa pode desenvolver habilidades de comunicação. (POLITO, 2010). Quem se comunica eficazmente vende, produz e rende mais. Durante esse capítulo vamos demonstrar por meio de evidências e ilustrações porque a comunicação é tão fundamental para um profissional de sucesso. A Comunicação nas Empresas É curioso e chega a ser alarmante o que se perde de energia no mundo, a cada dia, com erros de comunicação. Documentos mal escritos, explicações mal formuladas, argumentos vazios, recados mal transmitidos, solicitações mal entendidas e encaminhadas. Tudo isso provocando prejuízos econômicos, recusas de trabalhos, produtos estocados e sem qualquer serventia, esforços desperdiçados, conflitos de toda sorte, tanto pessoais como profissionais, processos judiciais e até guerras entre países, o que não é raro no cenário mundial. Comunicação e Influência Humana A eficácia da comunicação está associada a um tipo específico de inteligência, que é a interpessoal. A boa percepção em distinguir os vários aspectos da troca de informações entre as pessoas, aplicando na prática esses conhecimentos, é ter mais poder de convencimento e influência. Para estreitar os laços humanos só existe um caminho: a comunicação. Esta certeza, por mais simples que pareça, é a consequência natural de uma percepção essencial – a importância do outro. E se aplica não apenas a nossa rede pessoal de relacionamentos, mas significa uma prática-chave para o bom funcionamento das empresas. É fundamental aos executivos que buscam o constante aprimoramento em suas carreiras o entendimento da importância do processo de comunicação em suas relações interpessoais e organizacionais. Sem o reconhecimento da importância do planejamento da comunicação para qualquer atividade de liderança, por exemplo, as empresas perdem. Além disso, sem a força da comunicação, qualquer processo fica vazio, sem expressão e sem qualidade. Equipes chefiadas – e não lideradas – refletem falhas na comunicação, portanto líderes e liderados precisam estar alertas para fazer da comunicação a ferramenta mais importante, a grande parceira do sucesso nas organizações. Quem se comunica eficazmente vende, produz e rende mais. 42 Competências Profissionais no Mundo Moderno A essência da liderança não está no mundo ilusório ou místico da estratégia. É algo bem maiscomum e, por isso mesmo, amplamente ignorado por professores, consultores e, com certeza, pelos líderes. O que os líderes realmente fazem é comunicar o tempo todo. Seus celulares estão enviando mensagens de comando ou elaborando questionamentos; estão fazendo uma apresentação para o conselho de administração; escrevendo um bilhete de agradecimento para alguém que apresentou um resultado expressivo ou elaborando uma avaliação anual, ou seja, um líder se expressa de todas as formas possíveis. Líderes eficazes também são grandes ouvintes. Eles ouvem o que as pessoas têm a dizer e usam essa informação para transmitir suas decisões. Esses líderes não dão atenção apenas a seus assessores ou àqueles que falam mais alto. Os melhores líderes trabalham incessantemente para se manter em contato. A mais subestimada das práticas de comunicação é a de saber ouvir. Para alguns líderes, ouvir é simplesmente perda de tempo, é ser tolerante. Mas as pessoas são capazes de perceber quando o líder está apenas fingindo ouvir. É provável que a prática mais difícil para todos os líderes seja permanecer em contato com todos os seus stakeholders, tanto em âmbito interno quanto externo da empresa. É relativamente fácil para um executivo fazer isso em seus primeiros dias no cargo, contudo, com o passar do tempo, essa prática essencial cai no esquecimento. Stakeholders: é um termo muito utilizado em administração para referir-se às pessoas que estão ligadas direta ou indiretamente com as atividades das empresas (investidores; clientes; empregados; governos locais, estatais e nacional entre outros). Neste início de século (XXI), em que o único paradigma constante é a mudança, sobreviverão apenas aqueles que entenderem que o diferencial competitivo das empresas dessa nova era não está nos produtos, nas máquinas e demais recursos tangíveis, mas na inestimável riqueza abrigada pelos cérebros que buscam espaço para poderem manifestar-se, ou seja, “ser”. Temos na comunicação consciente, sóbria e humanizada, por sua vez, a ferramenta que nos possibilita alcançarmos melhores resultados com menos esforços e no menor período de tempo possível. (MUSSAK, 2007). Torna-se ainda mais evidente, ao submetermos nossa análise a várias lentes, que na comunicação se concentram os recursos para o êxito de todo empreendimento, resumidos na percepção-base das relações humanas. Isso porque a comunicação A essência da liderança não está no mundo ilusório ou místico da estratégia. É algo bem mais comum e, por isso mesmo, amplamente ignorado por professores, consultores e, com certeza, pelos líderes. 43 Comunicação: o Coração do Profissional do Mundo Moderno Capítulo 2 se estabelece a partir do que enxergo no outro e em mim, nas relações intra e interpessoal, na informação e no conhecimento que pretendo transmitir. Nesse sentido, toda personalidade está profunda e intrinsecamente ligada ao processo da comunicação interpessoal. É importante destacar que, não só na realidade organizacional, mas também no cotidiano familiar e social, temos frequentemente necessidade de usar táticas e estratégias de negociação, buscando atitudes assertivas para administrar as críticas que permeiam os relacionamentos. Assim sendo, entendemos que se não nos apressarmos para garantir à comunicação seu devido lugar, muitas da ideias que temos, muito do que podemos construir para um mundo melhor ficará perdido, uma vez que continuaremos falando para nós mesmos enquanto o outro permanecerá restrito a seus pensamentos, num silêncio perturbador, desperdiçando a riqueza de compartilhar. Curiosidade!!! Você sabia que, na verdade, pensamos em imagens e não em palavras? As imagens são simplesmente quadros mentais que se originam de pensamentos, representando ideias e experiências. Os seres humanos primitivos comunicavam suas ideias e experiências aos outros, durante milhares de anos, desenhando figuras na areia ou nas paredes de suas cavernas. Só recentemente os humanos criaram várias linguagens e alfabetos para simbolizar essas mensagens “pictóricas”. Sua mente ainda precisa adaptar-se a esse desenvolvimento relativamente recente. Uma imagem tem, sobre seu cérebro, um impacto muito maior do que palavras, refletindo o fato dos nervos que ligam o olho ao cérebro serem vinte e cinco vezes maiores que os nervos entre a orelha e o cérebro. É frequente você se lembrar do rosto de uma pessoa, mas não do seu nome. O velho ditado “Uma imagem vale por mil palavras” é verdadeiro. Não só na realidade organizacional, mas também no cotidiano familiar e social, temos frequentemente necessidade de usar táticas e estratégias de negociação, buscando atitudes assertivas para administrar as críticas que permeiam os relacionamentos. 44 Competências Profissionais no Mundo Moderno Atividade de Estudos: Percebemos, por meio do nosso estudo até agora, o quanto a comunicação eficaz é importante e necessária em todo o contexto de trabalho. Comente um pouco como acontece a comunicação no ambiente em que você trabalha. Considere: as pessoas se comunicam de forma aberta? Há erros significativos em função da falta de uma comunicação completa? Sua equipe de trabalho poderia alcançar maiores e melhores resultados caso a comunicação fosse mais eficaz? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ A Comunicação Intra e Inter Pessoal Todos nós produzimos duas formas de comunicação com as quais elaboramos a experiência de nossas vidas: a primeira, as comunicações internas, que são as coisas que nós imaginamos, dizemos e sentimos dentro de nós mesmos (comunicação intrapessoal); a segunda são as comunicações externas, expressas por palavras, tonalidades, expressões faciais, fisiologia corporal e ações físicas para nos comunicar com o mundo (comunicação interpessoal). Toda comunicação é uma ação, uma causa posta em movimento e todas as comunicações têm uma espécie de efeito em nós e nos outros. Comunicação é uma forma de poder. Aqueles que dominam seu uso efetivo podem mudar sua própria experiência no lugar em que vivem e as experiências do mundo sobre si mesmas. Todo comportamento e sentimento encontram suas raízes originais em alguma forma de comunicação. As pessoas que afetam os pensamentos, sentimentos e ações da maioria de nós são aquelas que sabem como usar esse instrumento eficaz e poderoso. (ROBBINS, 1999). As comunicações internas são as coisas que nós imaginamos, dizemos e sentimos dentro de nós mesmos. As comunicações externas, expressas por palavras, tonalidades, expressões faciais, fisiologia corporal e ações físicas para nos comunicar com o mundo. 45 Comunicação: o Coração do Profissional do Mundo Moderno Capítulo 2 Seu nível de domínio da comunicação no mundo exterior determinará seu nível de sucesso com os outros: pessoal, emocional, social e financeiramente. Mais importante ainda, o nível de sucesso que você experimenta internamente: felicidade, alegria, êxtase, amor ou qualquer outra coisa que deseja, é o resultado direto de como você se comunica consigo mesmo. Como você se sente não é resultado do que está acontecendo na sua vida, é a sua interpretação do que está acontecendo. (ROBBINS, 1999). A vida de pessoas de sucesso tem nos mostrado que a qualidade de nossas vidas não é determinada pelo que está nos acontecendo, mas pelo que fazemos com o que nos acontece. É você quem decide como se sentir ou agir, baseado nas maneiras que escolhe consciente ou inconscientemente para perceber a vida. Nada tem qualquer
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