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1 Núcleo de Estudos e Pesquisa Ana Carolina Puga – NEPUGA – Pós Graduação em Biomedicina Estética EMANUELLE SIQUEIRA LEAL ÁCIDO HIALURÔNICO NA ESTÉTICA: REVISÃO DA LITERATURA Monografia apresentada ao NEPUGA para obtenção do título de especialista em Biomedicina Estética Londrina 2018 2 NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISA ANA CAROLINA PUGA – NEPUGA – PÓS GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA ESTÉTICA EMANUELLE SIQUEIRA LEAL ÁCIDO HIALURÔNICO NA ESTÉTICA: REVISÃO DA LITERATURA Monografia apresentada ao NEPUGA para obtenção do título de especialista em Biomedicina Estética Londrina 2018 3 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais, Edison e Ana. Aos meus irmãos Gabriela e Edison e ao meu parceiro Daniel. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus, por me permitir chegar até aqui. A minha família pela força, incentivo e motivação. E aos professores por passar todo conhecimento possível para minha formação. 5 SUMÁRIO DEDICATÓRIA AGRADECIMENTOS RESUMO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 7 2. OBJETIVO ........................................................................................... 8 3. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................ 9 3.1. Surgimento ................................................................................... 11 3.2. Áreas Usadas ............................................................................... 12 3.3. Efeitos Adversos .......................................................................... 13 3.3.1. Hialuronidase ............................................................................ 17 4. NORMAS E LEIS PARA BIOMÉDICOS ............................................. 18 5. METODOLOGIA ................................................................................. 20 CONCLUSÃO ......................................................................................... 21 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................... 22 6 RESUMO O envelhecimento facial é decorrência de vários que contribuem de uma forma importante para as alterações na pele ligadas ao envelhecimento, como o desaparecimento de elasticidade, manchas castanhas, rugas, entre outras. A perda de volume que causa da perda e do reposicionamento da gordura facial, desta forma como o remodelamento ósseo, agora é considerada componente essencial no envelhecimento facial. Com tais alterações, as convexidades típicas de um aspecto jovem, tem propensão a se transformarem achatadas e côncavas. Para abordar o rejuvenescimento facial moderno, os preenchedores subdérmicos são de primordial importância. O objetivo desta revisão da literatura é buscar integração do que já foi feito em diferentes estudos, encontrando mais segurança sobre a pertinência da metodologia que estamos empregando. Na metodologia, foram selecionados artigos publicados no período de tempo entre 1989 e 2012, nos quais foram avaliados os seguintes aspectos: Surgimento do ácido hialurônico; áreas usadas; efeitos adversos; hialuronidase; normas e leis para biomédicos. Concluiu-se que a aplicação injetável com ácido hialurônico tem sido um dos procedimentos mais realizados e em crescente demanda nos consultórios estéticos atualmente, e o reconhecimento precoce de alguma complicação é muito importante, assim como seu tratamento agressivo e rápido, é fundamental para evitar sequelas a longo prazo e aumentar a segurança na realização do procedimento. 7 1. INTRODUÇÃO Quando jovem, a nossa pele é elástica e lisa. Possui muito ácido hialurônico, que é um elemento do nosso organismo que preenche as áreas entre as células. Com o passar dos anos da o ácido hialurônico diminui, o que ajuda no aparecimento de rugas pois diminui também a elasticidade e hidratação da pele. (RASPALDO, 2008) O envelhecimento facial é resultado de diversos fatores externos e internos que interagem entre si. A exposição solar ou fotoenvelhecimento colabora de forma importante para as alterações na pele ligadas ao envelhecimento, como as rugas, a diminuição da elasticidade, manchas como as melanoses solares, efélides, dentre outras. Outro ponto que contribui para o aspecto do desgaste facial é o movimento da contração muscular ao longo da vida, que geram as rugas dinâmicas. (RASPALDO, 2008) A perda de volume que advém do reposicionamento da gordura facial e da diminuição, assim como o movimento natural dos ossos conforme a idade, agora são vistos como elementos importantes no envelhecimento facial, com essas alterações, as convexidades comuns de uma aparência jovem estão propensas a se tornarem mais côncavas e achatadas. (HOFFMANN, 2009) O modo que os procedimentos minimamente invasivos são empregados foi influenciado de acordo com o importante reconhecimento da perda de volume no envelhecimento facial, que resultou numa mudança do padrão no rejuvenescimento facial. (LANDAU, 2010) A renovação facial mudou da simples eliminação de rugas e estiramento cirúrgico para o foco em que se faz o aumento de volume, restaurando o contorno facial, e o relaxamento muscular. Neste caso, para abordar o rejuvenescimento facial atual, os preenchedores subdérmicos são instrumentos fundamentais. (LANDAU, 2010) 8 2. OBJETIVO O objetivo desta revisão da literatura é buscar integração do que já foi feito em diferentes estudos, encontrando mais segurança sobre a pertinência da metodologia que estamos empregando. 9 3. REVISÃO DA LITERATURA O ácido hialurônico é uma substância que existe no corpo dos animais, e se encontra em todos os órgãos do nosso corpo, em diferentes escalas, sendo que a pele possui 56 % do total. No nosso organismo, este elemento é encarregado pela forma dos olhos, volumerização da pele, e lubrificação das articulações, sendo naturalmente fabricado e degradado pelo organismo. (BAUMAN, MONTEIRO, 2005) Como método medicinal, pode ser obtido de animais ou a partir da fermentação de bactérias que tem grandes vantagens uma vez que possibilita a sua fabricação em escala industrial e, por ser isento de proteínas animais, não causa reações alérgicas, sendo então a forma mais utilizada. As reações que podem acontecer são uma vermelhidão no local, leve inchaço, sensibilidade ou sensação de coceira. No entanto, quando ocorrem, tendem a desaparecer em 24-48 horas e normalmente são pouco acentuadas. Ele se tornou uma alta evolução da indústria química e farmacêutica. Muitas empresas no Brasil trabalham com esta substância. O diagnóstico feito em cada paciente e a escolha da marca que comercializa deve sempre ser realizada de forma apropriada pelo profissional que irá fazer a técnica. (BAUMAN, MONTEIRO, 2005) O AH é encarregado por atrair e manter a agua a sua volta, gerando mais firmeza e textura homogênea à pele, mas, depois de 25 anos, a quantia dele no organismo começa a se acabar e os sinais de envelhecimento, como ressecamento e rugas começam a aparecer O gel preenchedor é injetável, recomendado para regiões da face, onde se formam as rugas mais profundas. O ácido hialurônico da pele é produzido especialmente por queratinócitos e fibroblastos. Na derme, o ácido hialurônico se apresenta principalmente relacionado com as fibras colágenas e elásticas, e microfibrilas de colágeno, quandoproduzido pelos queratinócitos, é encaminhado para o estrato córneo e é rodeado na estrutura e organização da matriz extracelular, além de simplificar no deslocamento de íons e nutrientes e a conservação da hidratação do tecido. A existência da água na derme vai para a epiderme por meio dos espaços fora das células, e a barreira extracelular rica em gordura impede 10 o extravasamento da água da camada granular, fazendo um acúmulo adequado de água, que garante uma excelente hidratação das camadas da epiderme. (TEZEL, 2008) O profissional deve sempre considerar os aspectos químicos, a compatibilidade biológica, o pouco risco de alergia, a segurança, o tempo de reabsorção, a pequena imunogenicidade, a forma de obtenção do produto e também analisar o valor final para aplicação no paciente. Boa parte dos ácidos vendidos possuem bem estas características, tornando o AH o melhor ácido para preenchimento cutâneo do mercado. (TEZEL, 2008) Este ácido é muito vendido em forma de gel injetável, sendo apontado como alto padrão quando se refere a estética para correção de rugas, para suprir a perda de volume facial e para perda de contorno. Ele pode ser aplicado em várias áreas, entre elas os sulcos nasogenianos (bigode chinês), os sulcos nasojugais (olheira), das rugas glabelares (rugas do nariz e entre as sobrancelhas) e também das rugas ao redor dos olhos (pés de galinha). (MONTEIRO, 2005) Quando o método de preenchimento cutâneo iniciou era utilizado apenas para tratamento de linhas, rugas e sulcos. Tinha grande melhora do rosto envelhecido com o preenchimento de rugas e sulcos, mas ainda não restaurava o volume facial e o contorno. Com o progresso da tecnologia, atualmente temos de produtos com capacidade de preencher perdas grandes de volume. Com isso, adicionamos o benefício do tratamento de rugas, linhas e sulcos ao do restabelecimento volumétrico e dos contornos faciais, tornando possivel o rejuvenescimento “tridimensional” à face. (BAUMAN, MONTEIRO, 2005) Ao procurar um produto para preenchimento facial, desejamos que ele seja não alergênico; aceito pelas autoridades sanitárias; não carcinogênico/não teratogênico; sem movimentação; inflamação mínima; sem alterações cutâneas visíveis (indetectável); reprodutível; durável; estável; bom custo/benefício; fácil de aplicar; fácil armazenamento e tempo mínimo de recuperação. (MONTEIRO, 2005) 11 3.1. SURGIMENTO No ano de 1934, o alemão Karl Meyer, farmacêutico, seu colega John Palmer e os médicos da Universidade de Columbia, isolaram no laboratório de oftalmologia da faculdade de quatro elementos que, até então, era desconhecido do corpo dos olhos das vacas. Eles perceberam que esta substância continha duas macromoléculas de açúcar, e que um deles era ácido úrico. Logo em seguida, eles decidiram dar o nome de ácido hialurônico das palavras hyaloid (vítreo) e ácido úrico. A substância, era extremamente viscosa, o que tornou-se suspeito Meyer seria capaz de ter uma certa utilidade terapêutica. No entanto a sua extração a partir dos olhos das vacas não era comercialmente possível. Em 1942, o ácido hialurônico foi adotado comercialmente pela primeira vez, quando o cientista Endre Balazs Meyer usava técnicas para sintetizar o ácido das cristas dos galos, que atualmente continua a ser uma forma de hialurônico mais rentável. (GLOGAU, BLITZER, 2008) 12 3.2. ÁREAS USADAS Existem alguns modelos artificiais de AH que são usadas em medicina de recuperação e medicina estética. O uso em reabilitação está centralizado no tratamento da artrose. Em estética, o objetivo é preencher rugas ou sulcos. As áreas da face que podem ser preenchidas com ácido hialurônico são: lábios, bigode chinês, olheiras e rugas glabelares. A aplicação pode ser feita com anestesia tópica, com pomada ou por bloqueio regional com lidocaína. A forma de injetar o produto pode ser por retroinjeção ou pontilhado. Para reduzir o inchaço pode ser feitas compressas frias. O resultado surge em duas semanas, quando o inchaço já deve ter desaparecido. (PESSA, 2007) 13 3.3. EFEITOS ADVERSOS Os casos são muito raros mas existe o risco de o organismo rejeitar o ácido hialurônico, porém, uma vez que essa substância já é conhecida pelo organismo. A pele pode ficar vermelha no local da aplicação, mas voltará ao normal em no máximo dois dias, áreas endurecidas, por no máximo duas semanas e hematomas. (HOFFMANN, 2009) O paciente que não se sentir satisfeito com o resultado pode ter em vista que o procedimento é feito com aplicações graduais, permitindo também retoque ao longo do tempo. (HOFFMANN, 2009) Há também casos em que os preparativos não são devidamente feitos e, mesmo sendo um composto natural encontrado no corpo humano, dor e vermelhidão são os colaterais mais comuns notados até hoje, seguido por inchaço, pressão e coceira. É recomendado parar o uso de vitamina E e aspirina, quando estiver sob o tratamento com AH, porque as interações entre essas substâncias podem causar hematomas e sangramento. Pacientes com câncer ou artrite reumatóide são aconselhados a evitar os produtos com ácido hialurônico, porque esses produtos podem piorar os sintomas. Geralmente, quando tomado com orientação e supervisão de um especialista, o AH é conhecido por ser muito seguro, com quase nenhuma reação adversa que tenha sido relatada. (TAMURA, 2010) As complicações com uso de preenchedores à base de ácido hialurônico podem ser resultado de inaptidão, técnica errada ou característico ao próprio produto. Os efeitos colaterais podem ser divididos em dois tipos: precoces e tardios. (REQUENA, ZIMMERMANN, 2011) Efeitos colaterais precoces: Vermelhidão e inchaço normalmente são imediatos e identificados na maioria dos casos. Aparecem por causa da inflamação local e pela propriedade hidrofílica do produto. Podem se agravar caso ocorra múltiplas injeções, material denso e técnica incorreta da aplicação. Deve- 14 se manter a cabeça elevada e colocar gelo durante intervalo de cinco a dez minutos. Desaparece em horas ou no máximo um ou dois dias. (REQUENA, ZIMMERMANN, 2011) O edema pode ser evitado ou suavizado pelo uso de anestésicos com epinefrina, compressas frias e menor quantidades de picadas na pele; (REQUENA, ZIMMERMANN, 2011) Equimose/Hematoma: acontece quando é perfurado pequenos vasos no lugar da aplicação ou por compressão e quebra secundária dos vasos. Deve-se fazer compressão local imediata. Se houver ruptura de vasos mais profundos, ocorre maior risco de sangramento volumoso. É recomendado fazer a aplicação em local bem iluminado para evitar a perfuração dos vasos. Os preenchedores que possuem lidocaína promovem vasodilatação e podem aumentar o risco do sangramento. (PARK, CHANG, 2011) Tendem a melhorar, geralmente, no intervalo de cinco a dez dias. Não interferindo no resultado final. Em casos de muito sangramento pode ser preciso fazer a cauterização do vaso; (PARK, CHANG, 2011) Necrose: problema raro, ocasionado por compressão local ou injeção acidental intra-arterial. Casos relatados ocorreram na área das artérias angular, região nasolabial e na glabela. (PARK, CHANG, 2011) O paciente relata dor logo após realização do procedimento, e algumas horas depois a pele dele se torna pálida por causa da isquemia, ficando posteriormente com a cor cinza-azulada. Em dois ou três dias ocorre ulceração e necrose local. Não existe assentimento quanto ao melhor tratamento nesses casos, mas, cuidados locais de higiene são muito importantes e sempre realizar massagem locam para dissolver o êmbolo, compressas mornas e pasta de nitroglicerina a 2%; (PARK, CHANG, 2011) Infecção: possivelmente resultante de contaminação do produto ou técnica errada de assepsia do paciente. Pode ser de origem bacterianaou viral. Existe relato de um caso a respeito de reativação de herpes simples, 15 porém não é normativo realizar profilaxia para herpes nesse procedimento. Existe também um relato de infecção por Mycobacterium chelonae depois da aplicação com ácido hialurônico, mas não foi capaz de saber se o local da aplicação que estava contaminado ou o produto. (REQUENA, ZIMMERMANN, 2011) Nódulos: normalmente observados a curto e médio prazos, manifesta- se como pápulas esbranquiçadas ou normocrômicas, ou nódulos. Na maioria das vezes ocorrem por má técnica de aplicação ou pela injeção muito superficial do ácido hialurônico. (BOWMAN, NARINS, 2005) Efeitos colaterais tardios: Granulomas: retratados em porcentagem que varia de 0,01 a 1% dos casos, ocorrem entre seis e 24 meses após aplicação dos preenchedores. (KANG, PARK, JUNG, 2011) Todos os casos relatados comprovaram, por exame anatomopatológico, a formação de um corpo estranho (granuloma). (KANG, PARK, JUNG, 2011) Acredita-se que essas reações aconteçam pela existência de impurezas na técnica de fermentação bacteriana da produção do ácido hialurônico e não resultantes de hipersensibilidade ao próprio produto. (POPE, POTTS, 1989) O tratamento é discutível, e pode ser realizada aplicação de hialuronidase (com mililitros que podem variar de 50U/mL10 a 150U/mL17 ou injeção de corticoide (triancinolona com concentração de 5mg/mL); (POPE, POTTS, 1989) Reações alérgicas: descrito em 0,1% dos casos, entre três e sete dias depois da aplicação do produto, prazo, porém, que pode se estender até o período de um a seis meses. Clinicamente, ocorre vermelhidão e inchaço no trajeto de aplicação do preenchedor. (OKADA, TAGAMI, 2008) O melhor tratamento prescrito é com corticoide oral ou injeção de corticoide; (OKADA, TAGAMI, 2008); 16 Cicatriz hipertrófica: existência de cicatriz elevada nos locais de puntura da pele. O paciente, no caso, tinha precedente de queloide. O tratamento foi efetuado com corticoide oclusivo. (OKADA, 2008) 17 3.3.1. HIALURONIDASE Caso ocorra alguma complicação é feito o usa da hialuronidase que uma é enzima que existe naturalmente na derme e age por despolimerização do AH, um mucopolissacarídeo viscoso, componente muito importante da matriz extracelular e incumbido por manter a aderência celular, atuando como cimento. Por isso, a hialuronidase minimiza a viscosidade intercelular e expande temporariamente a permeabilidade e sucção dos tecidos. São três indicações aprovadas pelo instituto U.S. Food and Drug Administration para o utilização médica da hialuronidase: como adjuvante para aumentar a absorção e difusão de outras drogas que são injetáveis, na prática clínica normalmente usada no bloqueio anestésico atrás dos bulbos nas cirurgias oftálmicas; para hipodermóclise, que é a aplicação de fluidos e fármacos subcutâneo, via alternativa nos casos de desidratação leve a moderada que normalmente acontece com pacientes idosos que recebem cuidados domiciliares; e com o intuito de aumentar a absorção de agentes radiopacos na urografia subcutânea, principalmente em crianças e jovens adultos, quando a aplicação intravenosa não pode ser efetuada. Seu uso na dermatologia para dissolver o ácido hialuronico é off-label e apesar de crescente ainda é pouco discutido. (TAMURA, 2010) As hialuronidases são obtidas a partir de testículos bovinos e ovinos, mas existe uma nova formulação com base numa enzima recombinante humana que já vem sendo comercialmente distribuída nos EUA. (TAMURA, 2010) Contudo, na prática, as reações adversos depois do uso da hialuronidase são muito raros, passageiros e mais relatados no sítio de aplicação. (TAMURA, 2010) 18 4. NORMAS E LEIS PARA BIOMÉDICOS De acordo com Cecchi e Machado (2012) ATO RESOLUÇÃO Nº. 214, DE 10 DE ABRIL DE 2012. Dispõe sobre atos do profissional biomédico e, insere-se no uso de substâncias em procedimentos estéticos. O CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA – CFBM, no uso de suas atribuições que lhe confere o inciso II do artigo 10, Lei nº. 6.684/79, e o inciso III e XVIII do artigo 12, do Decreto nº. 88.439/83, CONSIDERANDO, a necessidade de normatizar a atividade do profissional biomédico quanto ao uso de substâncias em estética, visto o reconhecimento desta especialidade na área de saúde; CONSIDERANDO, a necessidade do uso de substância para a execução de procedimentos em estética, pelo qual o Biomédico possuí legitimidade; CONSIDERANDO, a efetiva necessidade de dar a devida interpretação jurídica à Lei nº. 6.684/79 e Decreto nº. 88.439/83, mantendo-se atualizada sua regulamentação, bem como os termos inseridos na Resolução nº. 197, de 21 de fevereiro de 2011, resolve: Art. 1º - As substâncias necessárias aos procedimentos realizados por profissionais biomédicos devidamente habilitados na área de estética, deverão seguir estritamente as normas descritas pelo fabricante em conformidade com a sua especialidade, e em obediência as normas estabelecidas pela sociedade científica. Art. 2º - Em função da habilitação o profissional biomédico, é o responsável técnico para compra e utilização das substâncias em consonância com a sua capacitação profissional. Art. 3º - O profissional biomédico, legalmente habilitado em estética poderá fazer uso de substancias em conformidade com a tabela inserida no texto abaixo. TABELA DE SUBSTÂNCIAS DOS PROCEDIMENTOS REALIZADOS POR BIOMÉDICOS: Nutrientes (coenzima Q10, vitaminas, etc.), Biológicos (Toxina Botulínica) Fitoterápicos (lipossomas de girassóis, etc.). AYSLIM (ext. de manga). Acido glicólico Acido alfa lipolico Acido hialuronico Aminofilina, Benzopirona Bicabornato de sódio 8,4% Biotina, Blufemedil, Cafeína. Castanha da Índia Centella asiática Chá verde (Green Tea). Cloreto de magnésio Colágeno, Complexo B Condoitina sulfato Dente de leão Desoxicolato de sódio, DMAE DMSO 19 (dimetillaminoetanol) D pantenol, Elastina GAG (glicosaminaglicanos) Gincko Bliloba, L Glutamina Inositol, Ioimbina, L-Carnitina L- Fenilalanina Finaterida (própria para intradermoterapia capilar) Glicina glutation, Hialuronidase L –Taurina, L -Triptofano L-Ornitina, Mesocaina (lidocaína) Minoxidil (vaso dilatador) Procaina (anestésico) Rutina (enzima fitoterápica) Solução fisiológica, Sinetrol Silício Orgânico, Tiratricol Vitamina C. 20 5. METODOLOGIA As buscas foram realizadas em apenas uma base de dados bibliográficos: o Google Acadêmico. Foram selecionados artigos publicados no período de tempo entre 1989 e 2012, nos quais foram avaliados os seguintes desfechos: Surgimento do ácido hialurônico; áreas usadas; efeitos adversos; hialuronidase; normas e leis para biomédicos. Foram selecionados artigos escritos em português ou inglês. 21 CONCLUSÃO A utilização de preenchedores de ácido hialurônico é um procedimento cada vez mais frequente na prática médica, trazendo bons resultados estéticos quando bem indicados. A aplicação injetável com ácido hialurônico tem sido um dos procedimentos mais realizados e a procura nos consultórios atualmente vem sendo cada vez maior. O AH é um produto que vem se tornando cada vez mais seguro e suas adversidades atualmente são relacionadas especialmente à técnica de aplicação e indevida higienização da pele. É importante o reconhecimento precoce de alguma complicação, para evitar sequelas a longo prazo e aumentar a segurança na realização do procedimento. Portanto, é de fundamental importância seu tratamento rápido e agressivo. 22 BIBLIOGRAFIA 1. Raspaldo H. Volumizing effect of a new hyaluronic acid sub-dermal facial filler: a retrospectiveanalysis based on 102 cases. J Cosmet Laser Ther. 2008 10:134-142. 2. 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