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DISCIPLINA CURRICULAR UCM

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Universidade Católica de Moçambique 
Instituto de Educação à Distância 
 
 
 
 
1º grupo, Turma “C” 
Tema: Vícios de dependência dos jovens da cidade Nampula 
 
 
 
 
 
Nome: Carlota Eusébio Simão 
Código: 708200104 
 
 
 
 
 
Curso: Biologia 
Disciplina Curricular- HIV/SIDA 
Ano de Frequência: 2º ano. 
 
 
 
 
 
Nampula, Julho, 2021 
 
1 
 
Folha de Feedback 
 
 
 
Nome do estudante: Carlota Eusébio Simão 
 
Ano de frequência: 2º Ano 
Especialização: Biologia 
 
Turma: C 
Trabalho de: Disciplina Curricular Código da Estudante: 708200104 
 
Dirigido a docente: Olga Lino Marine Número de páginas: 14 
Confirmado pelo responsável do CED Data de entrega: 
Aspectos a considerar na correção: 
 
Cotação Cotação 
INTRODUÇÃO: exposição e delimitação do assunto em 
análise. 
 
2,0v 
Desenvolvimento: 
Fundamentação teórica (definição de conceitos e termos 
e apresentação dos pontos de vista dos autores). 
Interligação entre teoria e prática (argumentos/ contra 
argumentos e exemplificação) 
5,0v 10v 
5,0 
Clareza expositiva 2,0v 
Citações bibliográficas (directas e indirectas) 2,0v 
Conclusão 2,0v 
Referências bibliográficas (normas APA) 2,0v 
Cotação Total 20,0v 
Assinatura do docente: 
Assinatura do assistente pedagógico: 
 
2 
 
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor 
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3 
 
Índice 
1.0 Introdução .................................................................................................................................. 4 
1.1.Objectivos Geral ........................................................................................................................ 4 
1.1.1 Objectivos Específicos ........................................................................................................... 4 
1.2.Metodologia de trabalho ............................................................................................................ 4 
2.0. Vícios de dependência na vida dos jovens da cidade de Nampula ........................................... 5 
2.1. Dependência de drogas lícitas .................................................................................................. 5 
2.2. Vicio de dependência emocional e tecnológica ........................................................................ 6 
2.3. Vício de dependência em Pornografia ...................................................................................... 6 
2.3.1. Causas do vicio de Dependência da Pornografia .................................................................. 7 
2.3.2. Consequências do vício em Conteúdo Pornográfico ............................................................. 8 
2.4.Vicio de dependência em jogos ................................................................................................. 8 
2.4.1.Factores de risco na adição ao jogo ...................................................................................... 10 
2.4.1.1.Factores individuais e contextuais ..................................................................................... 10 
2.4.1.2.Fatores estruturais .............................................................................................................. 11 
3.0. Conclusão ............................................................................................................................... 12 
4. Referências Bibliográficas ......................................................................................................... 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1.0 Introdução 
Este trabalho abordará conteúdos inerentes à disciplina Curricular e nela destacamos os seguintes 
aspectos Vícios de dependência dos jovens da cidade de Nampula. 
O vício de dependência pode ser visto por meio de uma etiologia multifatorial e multidimensional, 
pelo fato de o portador (jovens) apresentar tanto um distúrbio mental como comportamental. Além 
disso, possui como pano de fundo a biologia, especialmente características genéticas e a 
vulnerabilidade mental. Contudo, tais dependências não possuem denominações oficiais e ainda 
não são classificadas como psicopatologias, suspeitando-se, por poucos pesquisadores, ser então 
uma consequência de outros transtornos psiquiátricos. Porém, há uma pressão por parte de 
profissionais da área da saúde para o reconhecimento desses fenômenos como transtornos 
psiquiátricos. 
 
Objectivos Geral 
 Compreender os vícios de dependência dos jovens da cidade de Nampula 
1.1.1 Objectivos Específicos 
 Explicar os principais tipos de vícios de dependência dos jovens da cidade de Nampula; 
 Descrever cada tipa de vício de dependência dos jovens da cidade de Nampula; 
Metodologia de trabalho 
Para a efectivação deste trabalho foi usado métodos bibliográficos que consistiu na consulta de 
bibliografias ligadas a disciplina curricular e INTERNET. Não obstante, também foram usados os 
métodos de indução e dedução, que consiste em partir do particular ao geral e vice-versa. 
 
 
 
 
5 
 
2.0. Vícios de dependência na vida dos jovens da cidade de Nampula 
Para Abreu (2008) “Quando falamos em vicio, a primeira coisa que que vem a cabeça é álcool e 
as drogas. Porém, o que muita gente esquece é que o vicio não se limita somente a isso, mais a uma 
serie de factores que fazem desse problema algo muito mais profundo do que pensamos”. 
A palavra vicio tem origem do latim “vitium” e significa “falha ou defeito”. Para Organização 
Mundial da Saúde (OMS), o vicio é uma doença física e psicoemocional. 
Ainda Abreu (2008) diz. a adolescência se caracteriza como uma fase de profundas mudanças,que 
levam ao amadurecimento, e como um período em que os jovens são expostos a novas experiências, 
especialmente aquelas que envolvem o convívio social e a pressão resultante dele. Não à toa, os 
problemas vivenciados e o acesso facilitado a substâncias podem ser factores de risco para o 
desenvolvimento de diferentes tipos de vícios de dependência. 
Seja por falta de diálogo em casa, influência exercida por colegas, amigos, desejo de agradar o 
parceiro, a vontade de experimentar bebidas e outros tipos de drogas é intensificada nessa faixa 
etária dos jovens do mundo em geral, particularmente na cidade de Nampula. 
Portanto destacaremos os principais tipos de vícios de dependência dos jovens da cidade de 
Nampula: 
2.1. Dependência de drogas lícitas 
O álcool, devido a seu alto grau de aceitação social, é a droga cuja dependência é mais comum. A 
facilidade de acesso, a falta de rigor nas políticas públicas de controle à venda de bebidas a menores 
de idade e sua presença comum em ambientes familiares colaboram a favor dela. 
Segundo relatório World Health Statistics (2017), realizado pela Organização Mundial da Saúde, 
OMS, a população mundial consumiu, em 2016, 6,4 litros de álcool por pessoa com 15 anos ou 
mais. 
https://hospitalsantamonica.com.br/conheca-8-dos-principais-efeitos-do-alcool-no-organismo/
http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/255336/9789241565486-eng.pdf;jsessionid=DE10B0C4B2366A994BD9AF9A8BEA787A?sequence=1
 
6 
 
Sua utilização abusiva, decorrente da necessidade de aceitação, pressão social, problemas 
estruturais na família e em grupos de convívio ou por curiosidade e prazer, pode comprometer o 
desenvolvimento cerebral e desencadear comportamentos agressivos. 
A partir disso, o jovem começa a apresentar desempenho ruim nos estudos e a ter problemas em 
seus relacionamentos. Em alguns casos, o quadro pode, inclusive, contribuir para o 
desenvolvimento de transtornos como anorexia alcoólica. 
2.2. Vicio de dependência emocional e tecnológica 
Além daquelas relacionadas a substâncias, outros vícios de dependências comuns em jovens da 
cidade de Nampula, com a difusão da utilização de dispositivos móveis e a presença digital, são a 
emocional e a tecnológica. 
No primeiro caso, o adolescente, com baixa autoestima fixa na figura de outrem e assume posturas 
controladoras ou submissas, as quais fazem com que se anule em detrimento de alguém com quem 
se relaciona. 
Já a dependência tecnológica, podendo estar relacionada a jogos ou a redes sociais, decorre da falta 
de controle que o indivíduo tem sobre a utilização que faz dessas plataformas. Assim, desenvolve 
problemas psicológicos e pode apresentar, entre os sintomas, queda no rendimento escolar, 
conflitos com família e amigos, agressividade e isolamento social. 
2.3. Vício de dependência em Pornografia 
Segundo Tengler e Laissone (2016, pg. 102) definem pornografia como sendo “a representação, 
por quaisquer meios, de cenas ou objectos obscenos destinados a serem apresentados a um publico; 
é também expor praticas sexuais diversas, com o intuito de despertar no observador desejos e 
fantasia sexual. Mobilizam-se figuras do imaginário, atreveis de fotografias, imagens, desenhos, 
contos, filmes eróticos”. 
Para o pesquisador Simon-Louis Lajeunesse, não existem homens e mulheres que nunca tenham 
visto pornografia. Isso se dá por conta do fácil acesso que a internet nos oferece a esse tipo de 
conteúdo. 
 
7 
 
Entretanto, o consumo exagerado desse material é considerado um vício comportamental. O vício 
em pornografia é caracterizado pela busca constante e irresistível de consumir, cada vez mais, 
conteúdo pornográfico, a ponto de causar danos psicológicos, físicos e sociais. 
 
A classificação do vício em pornografia como uma patologia é muito controversa entre os 
psicólogos. Isso acontece, apenas, porque ela ainda não tem o diagnóstico descrito no Manual 
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V). 
Entretanto, um levantamento realizado em 2014, feito pelo Instituto Kinsey, nos Estados Unidos, 
apontou que 9% dos consumidores de pornografia afirmaram ter vontade de parar, mas não 
conseguiram. Apesar da porcentagem pequena, quando é mostrado o número de pessoas que 
consomem pornografia, o número é bem alto. 
Além disso, em uma pesquisa feita em 2000, pelos pesquisadores norte-americanos David L. 
Delmonico, Ron Burg e Al Cooper, 17% das pessoas que acessam conteúdos pornográficos na 
internet têm traços de compulsão sexual. 
E o mais alarmante, Simon Lajeunesse diz que, na busca por pessoas que não tenham consumido 
pornografia, para servirem como grupo controle em alguns estudos, esses não apareceram. Noutras 
palavras, não há quem não tenha consumido pornografia na internet. 
 
2.3.1. Causas do vicio de Dependência da Pornografia 
Primeiramente, é preciso entender como funciona o vício e como ele afeta o cérebro. 
Quando uma pessoa é viciada em algo, seu cérebro libera dopamina, o hormônio do prazer, ao 
nutrir esse vício. Esse neurotransmissor dá a sensação de liberdade, prazer e satisfação. 
Entretanto, em qualquer tipo de vício, quanto mais o consumo da “droga” é repetido, mais estímulo 
a pessoa precisa para que o prazer se mantenha. Isso pode acarretar uma busca por um aumento da 
frequência de consumo, variação de estímulos para que isso traga a mesma sensação oferecida em 
momento anterior. 
Desse modo, tudo que ocorre no corpo de uma pessoa viciada em álcool ou drogas ilícitas acontece 
também com a pessoa viciada em pornografia. Além disso, nós, humanos, guardamos um traço 
evolutivo que nos torna sensíveis e alvos fáceis da indústria pornô. 
 
https://www.yourbrainonporn.com/relevant-research-and-articles-about-the-studies/porn-use-sex-addiction-studies/should-compulsive-sexual-behavior-be-considered-an-addiction-2016/
https://www.yourbrainonporn.com/relevant-research-and-articles-about-the-studies/porn-use-sex-addiction-studies/should-compulsive-sexual-behavior-be-considered-an-addiction-2016/
https://www.psychiatry.org/psychiatrists/practice/dsm
https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/10720160008400205
 
8 
 
2.3.2. Consequências do vício em Conteúdo Pornográfico 
Como qualquer outra compulsão, o vício em pornografia traz consequências físicas, mentais e 
sociais para o ser humano. 
Existem diversos estudos que apontam que o vício em pornografia pode desencadear: 
 A perda de memória; 
 TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade); 
 TOC (Transtorno Obsessivo e Compulsivo); 
 Fobias sociais. 
Outrossim, as consequências físicas podem ser das mais variadas. Desde dores e perda de 
sensibilidade nos órgãos reprodutores até disfunções sexuais, comprovadas por diversas 
pesquisas. Estudos também verificaram que homens que passam muito tempo consumindo 
pornografia na internet parecem ter menos matéria cinzenta em algumas partes do cérebro, além 
de sofrerem redução da actividade cerebral. 
Na questão social (Nampula), a pessoa, com esse tipo de compulsão, tende a se afastar do parceiro 
e a perder o interesse sexual nele. Ainda, muitas vezes a pessoa pode desenvolver uma ansiedade 
social grave, prejudicando o convívio social com amigos, familiares e colegas. 
Outra consequência apontada em estudos é a depressão. Devido à baixa recepção de dopamina, 
após longos períodos de consumo de pornografia, a pessoa muitas vezes se vê em situações em que 
não sente vontade de fazer nada. 
Ainda, de acordo com os pesquisadores norte-americanos Shawn Corne, John Briere e Lillian 
M. As mulheres que foram expostas precocemente a conteúdos pornográficos tendem a aceitar 
alguns mitos do estupro e ter fantasias sexuais que envolvem estupro. 
Por fim, muitas vezes as pessoas que são viciadas em pornografia tendem a se sujeitar a 
relacionamentos abusivos ou até a desenvolver psicopatias sexuais. 
 
2.4. Vicio de dependência em jogos 
O jogo é uma actividade que se temvindo a generalizar, tornando-se uma forma de diversão e lazer 
cada vez mais acessível, sobretudo devido ao crescimento e desenvolvimento das plataformas de 
jogo online. Apesar de para muitos jovens da cidade de Nampula o jogo ser uma forma de lazer 
inofensiva, os problemas de dependência do jogo também têm vindo a aumentar. Estou referindo 
http://noticias.terra.com.br/mundo/estados-unidos/pornografia-demais-pode-ser-prejudicial-ao-cerebro-masculino,998d94ee88946410VgnCLD200000b0bf46d0RCRD.html
 
9 
 
aos jogos de sorte e azar que são jogos mais praticados por jovens da cidade de Nampula, nos quais 
é realizada uma aposta sobre um objecto valioso (geralmente dinheiro) com a perspetiva incerta de 
uma recompensa maior. 
A adição ao jogo é uma adição comportamental, ou seja, é uma adição na qual não existe o uso de 
uma substância (e.g. álcool, drogas), todavia existe uma compulsão para a realização de 
determinados comportamentos. No entanto, as investigações têm mostrado cada vez mais que 
existem muitas semelhanças entre os problemas relativos ao jogo e as perturbações de dependência 
de substâncias (inclusivamente a nível neurobiológico) e, como tal, passaram a ser considerados 
uma perturbação aditiva. 
Tal como em qualquer adição, é considerada uma perturbação crónica que leva a pessoa a repetir 
compulsiva e involuntariamente um determinado comportamento. Como tal, o comportamento 
de jogar não é algo que a pessoa consiga controlar voluntariamente, causando sofrimento 
psicológico a longo prazo. A adição é mantida devido a padrões de pensamentos, emoções e 
comportamentos e ao facto de o jogo ser recompensante num momento imediato, apesar das 
consequências negativas que gera a longo prazo (por exemplo, dificuldades financeiras, conflitos 
familiares). 
É importante compreender que a adição ao jogo é tão grave como qualquer outra perturbação deste 
tipo. Apesar de não haver uma degradação tão grave da saúde física, como no caso da adição a 
substâncias químicas, esta perturbação tem um impacto severo na saúde mental, assim como no 
funcionamento da pessoa a vários níveis (familiar, social, profissional). 
Pelo contrário, a adição ao jogo tem a agravante de ser quase “invisível”, especialmente com a 
generalização do jogo online. Deste modo, sendo muito fácil de esconder e, consequentemente, de 
negar as suas consequências e evitar o julgamento social, a adição ao jogo surge, muitas vezes, 
como uma fuga à realidade e às dificuldades com que a pessoa se depara no seu quotidiano. 
 
10 
 
2.4.1. Factores de risco na adição ao jogo1 
O comportamento de jogo existe num continuum, que vai do uso recreativo até à adição, sendo que 
nem todos os indivíduos que jogam desenvolvem uma patologia. Assim, tal como acontece noutros 
comportamentos aditivos, a dependência do jogo depende de fatores biológicos, psicológicos e 
sociais, assim como das características do próprio jogo. A interação entre estes múltiplos fatores 
irá criar um risco maior ou menor para o desenvolvimento de uma adição ao jogo. 
De seguida, apresentaremos os principais factores de risco para a adição ao jogo, podendo estes 
ser fatores individuais e contextuais (relativos à pessoa e ao seu ambiente) e estruturais (relativos 
às características inerentes do jogo). 
 2.4.1.1. Factores individuais e contextuais 
 Predisposição genética: a existência de historial de jogo patológico na família, ou outro 
tipo de perturbações aditivas, está relacionado com uma maior probabilidade de vir a 
desenvolver este tipo de perturbação. 
 Idade: sendo que os adolescentes e jovens adultos estão particularmente vulneráveis a 
desenvolver problemas de jogo. Vários factores contribuem para esta vulnerabilidade, 
nomeadamente a maturidade, responsabilidade e a função de controlo dos impulsos não 
estarem ainda completamente desenvolvidas. Também os idosos e reformados apresentam 
maior risco de desenvolverem uma adição ao jogo, muitas vezes pela necessidade de 
experienciar sensações fortes, problemas de saúde, de luto ou de perda de estatuto social, 
assim como perda de capacidades cognitivas, depressão e ansiedade. 
 Género: a adição ao jogo em Nampula é muito mais comum no sexo masculino do que no 
feminino. Geralmente as mulheres iniciam-se no jogo em fases mais tardias da vida, porém 
com uma tendência a desenvolver uma adição mais rapidamente do que os homens. Estudos 
mostram também que as mulheres tendem a jogar pelo alheamento da realidade, enquanto 
os homens jogam mais em busca de excitação e sensações fortes. 
 
1 https://www.saudebemestar.pt/pt/blog/psicologia/dependencia-dos-jogos/ 
https://www.saudebemestar.pt/pt/blog/psicologia/depressao/
https://www.saudebemestar.pt/pt/blog/psicologia/ansiedade/
https://www.saudebemestar.pt/pt/blog/psicologia/dependencia-dos-jogos/
 
11 
 
 Nível socioeconómico: baixo nível académico, baixo rendimento económico e desemprego 
estão associados com problemas de jogo. Assim, em momentos de crise económica o risco 
de desenvolvimento de problemas de jogo é maior, uma vez que os jogos a dinheiro podem 
ser vistos como uma solução aparentemente viável e rápida para as dificuldades vividas. 
 Contexto social: sendo que o jogo tende a iniciar-se num contexto social e recreativo, mas 
à medida q ue a dependência se instala tende a ser mais solitário. Além disso, estudos 
mostram que jogar acompanhado pode conduzir o jogador a realizar apostas mais elevadas 
e arriscadas. 
 2.4.1.2. Factores estruturais 
 Acessibilidade e comodidade: quanto mais acessível for o jogo, maior o risco de 
desenvolver uma adição. Isto aplica-se sobretudo no caso do jogo online, que pode ser 
acedido comodamente em qualquer lugar desde que se tenha acesso à internet. 
 Diversidade: quanto mais diversos forem os jogos disponíveis (por exemplo, apostas 
desportivas ou jogo de estratégia), maior atratividade terá o jogo. Como tal, mais facilmente 
se desenvolverão comportamentos de risco. 
 Modo de pagamento: quando o pagamento é feito a dinheiro, a consciência do dinheiro 
gasto é menor e, portanto, maior a probabilidade de envolvimento em comportamentos de 
jogo arriscados. 
 Interação entre jogo e jogador: quando existe uma dinâmica interativa entre jogo e 
jogador, no qual este último vai aprendendo e adaptando-se, a ilusão de controlo, a perceção 
de perícia e o envolvimento pessoal aumentam. 
 Velocidade do jogo: sendo que quanto menor é o tempo entre a realização da aposta e o 
resultado, maior o risco de que o jogador volte a repetir a aposta e, ao longo do tempo, de 
desenvolver uma adição. Por exemplo, a "Raspadinha" e jogos de Casino ou online, pela 
sua velocidade, possuem um risco maior que os jogos com resultado tardio como o 
"Totoloto", "totobola". 
 
12 
 
3.0. Conclusão 
Diversos aspectos dificultam o tratamento para dependentes de jogos eletrônicos. Em primeiro 
plano há a consideração de se estar ou não diante de um transtorno psiquiátrico específico ou se é 
uma sintomatologia referente a outras psicopatologias. Secundariamente, a falta de diagnóstico e 
as diversas escalas existentes, que variam metodologicamente em cada região, dificultam uma 
sistematização para referência em futuras pesquisas. 
A terapia cognitivo-comportamental, além de apresentar resultados satisfatórios para diversos 
transtornos, passa a ser considerada uma possível linha terapêutica para o tratamento de 
dependentes de jogos eletrônicos. Contudo, ainda há uma escassez de pesquisas nas abordagens 
terapêuticas para esse tipo de transtorno e, dificultando ainda mais o acesso a essas informações, 
ainda se toma como prioridade estudar a dependência de internet em vez da dependência de jogos 
eletrônicos. 
Conclui-se que esse é um campo de amplo horizonte a ser destrinchado e que diversos estudos são 
necessários para que seja criado um tratamento validado para esse transtornopsiquiátrico 
contemporâneo. Sugere-se, por fim, a realização de pesquisas voltadas aos jogos eletrônicos e a 
possibilidade de estarmos diante de uma demanda que utilize cada vez mais essa tecnologia de 
forma patológica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
4. Referências Bibliográficas 
Abreu C. N. (2008). Dependência de internet e de jogos eletrônicos: uma revisão. Rev Bras 
Psiquiatr. Pg. 156-67. 
 
El-Guebaly N, Mudry T. (2010). Problematic internet use and the diagnostic journey. World 
Psychiatry., pg 93-4. 
 
Simon-Louis Lajeunesse (2016). Disponível no site: 
https://www.saudebemestar.pt/pt/blog/psicologia/dependencia-dos-jogos/ Capturado 04/ 07/ 2021. 
 
Tengler. H & Laissone, E (2016). Disciplina Curricular: Habilidades de Vida, Saúde Sexual e 
Reprodutiva, Género e HIV & SIDA .Modulo único, UCM. Beira, Moçambique. 
 
 
https://www.saudebemestar.pt/pt/blog/psicologia/dependencia-dos-jogos/

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