Buscar

Sistema endócrino

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Tutoria 4 – Relato de caso: Síndrome de Sheehan – Sistema Endócrino
Hormônios são mensageiros químicos secretados para o sangue por células epiteliais especializadas.
· São responsáveis pelo controle do metabolismo, regulação do meio interno, reprodução, crescimento e desenvolvimento.
· Agem de 3 formas: 
· Controlando a taxa de reações enzimáticas
· Controlando o transporte de íons ou moléculas através de membrana celulares 
· Controlando a expressão gênica e a síntese proteica
Classes gerais de hormônios: 
1. Proteínas e polipeptídeos, incluindo hormônios secretados pela hipófise anterior e posterior, pelo pâncreas (insulina e glucagon), pela paratireoide (paratormônio) e por muitos outros.
2. Esteroides secretados pelo córtex adrenal (cortisol e aldosterona), pelos ovários (estrogênio e progesterona), testículos (testosterona) e pela placenta (estrogênio e progesterona). 
3. Derivados do aminoácido tirosina, secretados pela tireoide (tiroxina e tri-iodotironina) e medula adrenal (epinefrina e norepinefrina). Não existe hormônio conhecido com polissacarídeos ou ácidos nucleicos.
HORMÔNIOS POLIPEPTÍDICOS E PROTEICOS 
São Armazenados em Vesículas Secretoras Até Que Sejam Necessários.
 A maioria dos hormônios no corpo é de polipeptídeos e de proteínas. Esses hormônios variam em tamanho, de pequenos peptídeos, com não mais que três aminoácidos (hormônio liberador de tireotropina), a proteínas com quase 200 aminoácidos (hormônio do crescimento e prolactina). Em geral, os polipeptídeos com 100 ou mais aminoácidos são chamados de proteínas, e os com menos de 100 aminoácidos são denominados peptídeos. 
Os hormônios proteicos e peptídicos são sintetizados na extremidade rugosa do retículo endoplasmático das diferentes células endócrinas, da mesma maneira que a maioria das outras proteínas. Geralmente, são sintetizados primeiro, como proteínas maiores que não são biologicamente ativas (pré-pró-hormônios) e clivados para formar pró-hormônios menores, no retículo endoplasmático. Estes são então transferidos para o aparelho de Golgi, para acondicionamento em vesículas secretoras. Nesse processo, as enzimas nas vesículas clivam os pró-hormônios para produzir os hormônios menores biologicamente ativos e fragmentos inativos. As vesículas são armazenadas no citoplasma e muitas ficam ligadas à membrana celular até que o produto da sua secreção seja necessário. A secreção dos hormônios (bem como os fragmentos inativos) ocorre quando as vesículas secretoras se fundem com a membrana celular e o conteúdo granular é expelido para o líquido intersticial ou diretamente na corrente sanguínea, por exocitose. 
Em muitos casos, o estímulo para a exocitose é o aumento da concentração citosólica de cálcio, causado por despolarização da membrana plasmática. Em outros casos, a estimulação de receptor endócrino na superfície celular causa aumento do monofosfato cíclico de adenosina (AMPc) e, subsequentemente, ativação de proteinocinases que iniciam a secreção do hormônio. Os hormônios peptídicos são hidrossolúveis, o que permite que entrem facilmente no sistema circulatório, para serem transportados para seus tecidos-alvo.
HORMÔNIOS ESTEROIDES 
Em Geral São Sintetizados a Partir do Colesterol e não São Armazenados. 
A estrutura química dos hormônios esteroides é semelhante à do colesterol e, na maioria dos casos, eles são sintetizados a partir do próprio colesterol. São lipossolúveis e consistem em três anéis ciclo-hexila e um anel ciclopentila, combinados em única estrutura. 
Embora em geral exista muito pouco armazenamento de hormônio em células endócrinas produtoras de esteroides, grandes depósitos de ésteres de colesterol, em vacúolos do citoplasma, podem ser rapidamente mobilizados para a síntese de esteroides após o estímulo. Grande parte do colesterol nas células produtoras de esteroides vem do plasma, mas também ocorre síntese de novo colesterol, nas células produtoras de esteroides. Como os esteroides são muito lipossolúveis, uma vez sintetizados, eles simplesmente se difundem através da membrana celular e entram no líquido intersticial e, depois, no sangue.
HORMÔNIOS AMINADOS
São Derivados da Tirosina. 
Os dois grupos de hormônios derivados da tirosina, os hormônios da tireoide e da medula adrenal, são formados pela ação de enzimas nos compartimentos citoplasmáticos das células glandulares. Os hormônios da tiroide são sintetizados e armazenados na glândula tireoide e incorporados a macromoléculas da proteína tireoglobulina, que é armazenada em grandes folículos, na tireoide. A secreção hormonal ocorre quando as aminas são clivadas da tireoglobulina e os hormônios livres são então liberados na corrente sanguínea. Depois de entrar no sangue, a maior parte dos hormônios da tireoide se combina com proteínas plasmáticas, em especial a globulina de ligação à tiroxina, que lentamente libera os hormônios para os tecidos-alvo. 
A epinefrina e a norepinefrina são formadas na medula adrenal, que normalmente secreta cerca de quatro vezes mais epinefrina do que norepinefrina. As catecolaminas ocupam as vesículas pré-formadas que são armazenadas até serem secretadas. De modo semelhante aos hormônios proteicos, armazenados em grânulos secretores, as catecolaminas também são liberadas das células da medula adrenal por exocitose. Uma vez que as catecolaminas entrem na circulação, elas podem existir no plasma, na forma livre ou em conjugação com outras substâncias.
Glicocorticoides suprarrenais
As glândulas suprarrenais localizam-se acima dos rins como pequenos chapéus. Cada glândula suprarrenal, assim como a hipófise, é constituída de dois tecidos embriologicamente distintos que se juntam durante o desenvolvimento. Esse órgão complexo secreta múltiplos hormônios, tanto neuro-hormônios quanto hormônios clássicos. A medula da glândula suprarrenal ocupa um pouco mais de um quarto da massa interna e é composta por um gânglio simpático modificado que secreta catecolaminas (principalmente adrenalina) para mediar respostas rápidas em situações de luta ou fuga. O córtex da glândula suprarrenal forma os três-quartos exteriores da glândula e secreta uma variedade de hormônios esteroides.
Hormônios esteroides
O córtex da glândula suprarrenal secreta três tipos principais de hormônios esteroides: aldosterona (às vezes denominada mineralocorticoide, devido ao seu efeito nos minerais sódio e potássio), glicocorticoides e hormônios sexuais. Histologicamente, o córtex da glândula suprarrenal é dividido em três camadas, ou zonas. A camada externa, zona glomerulosa, secreta somente aldosterona. A camada mais interna, zona reticulada, secreta principalmente androgênios, os hormônios sexuais dominantes nos homens. A camada intermediária, zona fasciculada, secreta principalmente glicocorticoides, assim denominados devido à sua habilidade em aumentar as concentrações plasmáticas de glicose. O cortisol é o principal glicocorticoide secretado pelo córtex da glândula suprarrenal. 
A síntese de todos os hormônios esteroides inicia com o colesterol, que é modificado por diversas enzimas para formar aldosterona, glicocorticoides ou hormônios sexuais (androgênios ou ainda estrogênios ou progesterona, os hormônios sexuais dominantes nas mulheres). As vias são as mesmas no córtex da glândula suprarrenal, nas gônadas e na placenta; o que difere de tecido para tecido é a distribuição das enzimas que catalisam as diferentes reações. Por exemplo, a enzima que sintetiza a aldosterona é encontrada em apenas uma das três zonas do córtex da glândula suprarrenal.
A grande semelhança estrutural entre os hormônios esteroides faz os sítios de ligação nos seus receptores também serem similares, levando a efeitos cruzados quando um esteroide se liga ao receptor de uma molécula similar. Por exemplo, os receptores de mineralocorticoides (MRs) para a aldosterona são encontrados no néfron distal. Os MRs também se ligam e respondem ao cortisol, que pode ser cem vezes mais concentrado no sangue que a aldosterona. Como evitar que o cortisol se ligue ao MR e influencie a excreçãode Na e de K? As células do túbulo renal que apresentam MRs possuem uma enzima (11-hidroxiesteroide desidrogenase) que converte o cortisol em uma forma menos ativa com menor especificidade ao MR. Pela inativação do cortisol, as células renais normalmente previnem os efeitos cruzados do cortisol.
Entretanto, a atividade cruzada e as similaridades estruturais dos esteroides possibilitam que, em muitas doenças, os pacientes possam experimentar sintomas relacionados a mais de um hormônio.
A SECREÇÃO DE CORTISOL É CONTROLADA PELO ACTH
A via de controle da secreção de cortisol é conhecida como eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal (HPA, do inglês, hypothalamic- -pituitary-adrenal). O eixo HPA inicia com o hormônio liberador de corticotrofinas (CRH, do inglês, corticotropin-releasing hormone), que é secretado no sistema porta hipotalâmico-hipofisário e transportado até a adeno-hipófise. O CRH estimula a secreção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH, do inglês, adrenocorticotropic hormone) (ou corticotrofina) da adeno-hipófise. O ACTH, por sua vez, atua no córtex da glândula suprarrenal para promover a síntese e a liberação de cortisol. O cortisol, então, atua como um sinal de retroalimentação negativa, inibindo a secreção de ACTH e de CRH. 
A secreção de cortisol é contínua e possui um forte ritmo diurno. O pico da secreção geralmente ocorre pela manhã e diminui durante a noite. A secreção de cortisol também aumenta com o estresse. 
O cortisol é um hormônio esteroide típico e é sintetizado conforme a demanda. Uma vez sintetizado, ele difunde-se das células suprarrenais para o plasma, onde grande parte desse hormônio é transportada por uma proteína de transporte, a globulina ligadora de corticosteroides (CBG, do inglês, corticosteroid-binding globulin, também conhecida como transcortina). O hormônio não ligado está livre para se difundir para dentro das células-alvo. 
Todas as células nucleadas do corpo possuem receptores glicocorticoides citoplasmáticos. O complexo hormônio-receptor entra no núcleo, liga-se ao DNA e altera a expressão gênica, a transcrição e a tradução. Em geral, uma resposta do tecido aos hormônios glicocorticoides não é evidente antes de 60 a 90 minutos. Contudo, o efeito da retroalimentação negativa do cortisol na secreção do ACTH ocorre em alguns minutos.
Todos os efeitos metabólicos do cortisol têm o objetivo de prevenir a hipoglicemia. Globalmente, o cortisol é catabólico. 
1. O cortisol promove gliconeogênese hepática. Uma parte da glicose produzida no fígado é liberada para o sangue, e o restante é estocado como glicogênio. Como resultado, o cortisol aumenta a concentração de glicose no sangue. 
2. O cortisol causa a degradação de proteínas do músculo esquelético para fornecer substrato à gliconeogênese. 
3. O cortisol aumenta a lipólise, disponibilizando ácidos graxos aos tecidos periféricos para a produção de energia. O glicerol pode ser usado para a gliconeogênese. 
4. O cortisol inibe o sistema imune por meio de múltiplas vias. Esse efeito é discutido em mais detalhes mais adiante. 
5. O cortisol causa equilíbrio negativo do cálcio. O cortisol diminui a absorção intestinal de Ca2 e aumenta a excreção renal de Ca2, resultando na perda de Ca2 pelo corpo. Além disso, o cortisol é catabólico no tecido ósseo, causando a degradação da matriz óssea calcificada. Como consequência, as pessoas que tomam cortisol para tratamento por longos períodos têm uma incidência mais alta de fratura dos ossos. 
6. O cortisol influencia a função cerebral. Estados de excesso de cortisol ou de deficiência causam alterações no humor, assim como alterações de memória e de aprendizagem. Alguns desses efeitos podem ser mediados por hormônios da via de liberação do cortisol, como o CRH. Discutiremos esse efeito do cortisol em mais detalhes mais adiante.
Hormônios da tireoide 
A glândula tireoide é uma glândula em formato de borboleta que repousa sobre a traqueia, na base da garganta, logo abaixo da laringe. Ele é uma das maiores glândulas endócrinas do corpo humano, pesando de 15 a 20 g. A glândula tireoide possui dois diferentes tipos celulares: células C (do inglês, clear), que secretam um hormônio regulador de cálcio, chamado de calcitonina, e as células foliculares, que secretam os hormônios da tireoide.
Os hormônios da tireoide, assim como os glicocorticoides, têm efeitos de longo prazo no metabolismo. Diferentemente dos glicocorticoides, entretanto, os hormônios da tireoide não são essenciais à vida: os adultos podem sobreviver, embora não de maneira confortável, sem os hormônios da tireoide ou sem a glândula tireoide. Os hormônios da tireoide são essenciais para o crescimento e o desenvolvimento normais em crianças, e bebês que nasceram com deficiência na tireoide terão o desenvolvimento atrasado, a não ser que essa deficiência seja tratada imediatamente. 
Os hormônios da tireoide são aminas derivadas do aminoácido tirosina, e eles são incomuns porque contêm o elemento iodo. Atualmente, os hormônios da tireoide são o único uso conhecido do iodo no corpo, embora outros poucos tecidos também concentrem esse mineral. 
A síntese dos hormônios da tireoide ocorre nos folículos tireoideanos (também chamados de ácinos), estruturas esféricas cujas paredes são compostas por uma camada única de células epiteliais. O centro oco de cada folículo é preenchido com uma mistura pegajosa de glicoproteínas, denominada coloide. O coloide mantém um suprimento de 2 a 3 meses de hormônios da tireoide. As células foliculares que cercam o coloide sintetizam uma glicoproteína, chamada de tireoglobulina, e enzimas para a síntese dos hormônios da tireoide (1). Essas proteínas são empacotadas em vesículas e secretadas no centro do folículo. As células foliculares também concentram ativamente o iodo da dieta, I-, usando o simporte sódio-iodo (NIS, do inglês, sodium-iodide symporter) (2). O transporte de I- para o coloide é mediado por um transportador de ânions, chamado de pendrina (SLC26A4). Conforme o I- entra no coloide, a enzima tireoide peroxidase remove um elétron do iodo e adiciona o iodo à tirosina na molécula de tireoglobulina (3). A adição de um iodo à tirosina cria a monoiodotirosina (MIT). A adição de um segundo iodo cria a di-iodotirosina (DIT). MIT e DIT, então, sofrem uma reação de acoplamento. Uma MIT e uma DIT combinam-se para formar o hormônio da tireoide tri-iodotironina, ou T3 (observe a mudança de tirosina para tironina no nome). Duas DIT unem-se para formar a tetraiodotironina (T4, também conhecida como tiroxina). Neste ponto, os hormônios ainda estão ligados à tireoglobulina. 
Quando a síntese hormonal está completa, o complexo tireoglobulina-T3/T4 é recapturado pelas células foliculares em vesículas (4). As enzimas intracelulares liberam os hormônios T3 e T4 da proteína tireoglobulina (5). Por muitos anos, os cientistas acreditavam que a natureza lipofílica do T3 e do T4 permitia que os hormônios de difundissem para fora das células foliculares e então para o plasma, mas evidências atuais indicam que os hormônios da tireoide se movem através das membranas por proteínas carreadoras (6). O transportador da glândula tireoide que exporta T3 e T4 ainda não foi completamente identificado, mas parece ser uma isoforma do transportador monocarboxilato (MCT8, do inglês, monocarboxylate transporter). 
T3 e T4 possuem solubilidade limitada no plasma por serem moléculas lipofílicas. Consequentemente, os hormônios da tireoide ligam-se a proteínas do plasma, como a globulina ligadora de tiroxina (TBG). Grande parte dos hormônios da tireoide no plasma estão na forma de T4. 
Nos tecidos-alvo, os transportadores de captação para os hormônios da tireoide variam de tecido para tecido. Eles incluem os transportadores de monocarboxilato MCT8 e MCT10, assim como um membro da família de transportadores de ânions orgânicos (família OAT, do inglês, organic anion transporter). 
Por anos pensou-se que o T4 era o hormônio ativo, porém, hoje, sabemos que o T3 é de 3 a 5 vezes biologicamente mais ativo, e que o T3 é o hormônioativo nas células-alvo. As células-alvo produzem cerca de 85% do T3 ativo por meio de enzimas, chamadas de deiodinases, que removem um iodo do T4. A ativação do hormônio no tecido-alvo acrescenta outro nível de controle, pois os tecidos-alvo individualmente podem controlar a sua exposição ao hormônio ativo, regulando sua síntese enzimática tecidual. 
Os receptores dos hormônios da tireoide, com múltiplas isoformas, estão no núcleo das células-alvo. A ligação do hormônio inicia a transcrição, a tradução e a síntese de novas proteínas.
O TSH controla a glândula tireoide
O controle da secreção dos hormônios da tireoide segue o padrão hipotalâmico-hipofisário-glândula endócrina periférica típico. O hormônio liberador de tireotrofinas (TRH, do inglês, thyrotropin-releasing hormone) do hipotálamo, controla a secreção do hormônio da adeno-hipófise, tireotrofina, também conhecida como hormônio estimulador da tireoide (TSH, do inglês, thyroid-stimulating hormone). O TSH, por sua vez, atua na glândula tireoide para promover a síntese hormonal. Os hormônios da tireoide geralmente atuam como um sinal de retroalimentação negativa para evitar a hipersecreção. 
A ação principal dos hormônios da tireoide nos adultos é prover substrato para o metabolismo oxidativo. Os hormônios da tireoide são termogênicos e aumentam o consumo de oxigênio na maioria dos tecidos. O mecanismo exato não está claro, mas é parcialmente relacionado às mudanças no transporte de íons através das membranas mitocondrial e celular. Os hormônios da tireoide também interagem com outros hormônios para modular o metabolismo das proteínas, dos carboidratos e dos lipídeos. 
Nas crianças, os hormônios da tireoide são necessários para a expressão plena do hormônio do crescimento, ou seja, eles são essenciais para o crescimento e o desenvolvimento normais, principalmente do sistema nervoso. Nos primeiros anos após o nascimento, a mielina e a formação de sinapses requerem T3 e T4. Estudos citológicos sugerem que os hormônios da tireoide regulam a montagem dos microtúbulos, uma parte essencial do crescimento neuronal. Os hormônios da tireoide também são necessários para o crescimento ósseo adequado.
As ações dos hormônios da tireoide são, em grande parte, observáveis nas pessoas que secretam muito ou pouco hormônio. Os efeitos fisiológicos que são sutis em pessoas que apresentam secreção hormonal normal se tornam exagerados nos pacientes com disfunções endócrinas. Pacientes com excesso ou deficiência dos hormônios da tireoide podem apresentar diminuição da tolerância ao calor ou ao frio e distúrbios de humor, além de outros sintomas.
Hormônio prolactina
Ainda que o estrogênio e a progesterona estimulem o desenvolvimento mamário, eles inibem a secreção do leite. A produção de leite é estimulada pela prolactina liberada pela adeno- -hipófise. A prolactina é um hormônio incomum da hipófise, uma vez que sua secreção é primariamente controlada pelo hormônio inibidor da prolactina (PIH) secretado pelo hipotálamo. A maioria das evidências sugere que a PIH é, na verdade, a dopamina, um neuro-hormônio relacionado à adrenalina e à noradrenalina. 
Durante as fases finais da gestação, a secreção do PIH diminui, e a prolactina chega a níveis dez ou mais vezes maiores do que os encontrados em uma mulher não grávida. Antes do parto, quando os níveis de estrogênio e de progesterona também estão altos, as glândulas mamárias produzem somente pequenas quantidades de uma secreção fina e com baixa quantidade de gordura, denominada colostro. Após o parto, quando os níveis de estrogênio e de progesterona diminuem, as glândulas produzem quantidades maiores de leite que contêm 4% de gordura e quantidades substanciais de cálcio. As proteínas no colostro e no leite incluem imunoglobulinas maternas secretadas nos ductos e absorvidas pelo epitélio intestinal do bebê. Esse processo transfere parte da imunidade da mãe para o bebê durante as suas primeiras semanas de vida. 
A sucção, o estímulo mecânico do bebê sugando o mamilo da mãe, também inibe a produção de PIH. Na ausência do PIH, a secreção da prolactina aumenta, resultando na produção de leite. A gestação não é necessária para a lactação, e algumas mulheres que adotam crianças conseguem amamentar com sucesso. 
A ejeção do leite a partir das glândulas mamárias é conhecida como reflexo de ejeção do leite e necessita da presença da ocitocina liberada pela neuro-hipófise. A ocitocina inicia a contração do músculo liso no útero e nas mamas. No período pós-parto, as contrações induzidas pela ocitocina ajudam o útero a voltar ao seu tamanho anterior à gestação. 
Na mama produtora de leite (lactante), a ocitocina causa a contração das células mioepiteliais que circundam os alvéolos e nas paredes dos ductos. A contração cria uma alta pressão nos ductos, que enviam o leite em jatos para a boca do bebê. Embora a liberação de prolactina necessite do estímulo mecânico da sucção, a liberação de ocitocina pode ser estimulada por vários estímulos cerebrais, incluindo pensar na criança. Muitas mães que estão amamentando têm liberação inapropriada de leite desencadeada pelo choro de alguma outra criança. 
A prolactina é relacionada ao hormônio do crescimento e tem um papel em outros processos reprodutivos e não reprodutivos. Todos os homens e todas as mulheres não lactantes possuem uma secreção tônica de prolactina, que apresenta um ciclo diurno, tendo seu pico durante o sono. A prolactina também está envolvida na fertilidade tanto em homens quanto em mulheres, mas esta função ainda está sendo investigada.
Hormônios FSH e LH
O controle hormonal da reprodução em ambos os sexos segue o padrão básico hipotálamo-hipófise anterior (adeno-hipófise) - glândula periférica. O hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH, do inglês, gonadotropin- -releasing hormone) liberado pelo hipotálamo controla a secreção de duas gonadotrofinas da adeno-hipófise: hormônio folículo -estimulante (FSH, do inglês, follicle-stimulating hormone) e hormônio luteinizante (LH, do inglês, luteinizing hormone). Por sua vez, FSH e LH atuam nas gônadas. O FSH, junto com os hormônios esteroides gonadais, é necessário para iniciar e manter a gametogênese. O LH atua principalmente sobre células endócrinas, estimulando a produção dos hormônios esteroides gonadais. 
Apesar de o principal controle da função gonadal se originar no encéfalo, as gônadas também influenciam a sua própria função. Ovários e testículos secretam hormônios peptídicos que exercem retroalimentação diretamente sobre a hipófise. As inibinas inibem a secreção do FSH, e os peptídeos relacionados, chamados de ativinas, estimulam a secreção do FSH. As ativinas também promovem a espermatogênese, a maturação do ovócito e o desenvolvimento do sistema nervoso do embrião. Estes peptídeos gonadais são produzidos também por tecidos não gonadais, sendo que suas outras funções ainda estão sendo investigadas. 
O AMH, apresentado na discussão sobre a diferenciação sexual durante o desenvolvimento, também é sintetizado por células dos ovários e dos testículos após o nascimento. Inibinas, ativinas e AMH são parte de uma superfamília de fatores relacionados à diferenciação e ao crescimento, conhecidos como fatores de transformação do crescimento β. 
Vias de retroalimentação 
As alças de retroalimentação do sistema reprodutivo também são muito complexas. As vias de retroalimentação dos hormônios tróficos seguem os padrões gerais da retroalimentação negativa. Os hormônios gonadais atuam sobre a secreção de GnRH, de FSH e de LH em uma retroalimentação de alça longa. 
Quando os níveis circulantes dos esteroides gonadais estão baixos, a adeno-hipófise secreta FSH e LH. Conforme a secreção de esteroides aumenta, a retroalimentações negativa geralmente inibe a liberação das gonadotrofinas. Os androgênios sempre mantêm uma retroalimentação negativa sobre a liberação de gonadotrofinas: quando os níveis de androgênios aumentam, a secreção de FSH e de LH diminui. 
Entretanto, em um mecanismo incomum, altas concentrações de estrogênios podemexercer retroalimentação negativa ou positiva. Baixos níveis de estrogênio não exercem retroalimentação. Concentrações moderadas de estrogênio possuem efeito de retroalimentação negativa. Contudo, se os níveis de estrogênio sobem rapidamente até um nível limiar e permanecem altos por pelo menos 36 horas, a retroalimentação muda de negativa para positiva, e a secreção de gonadotrofinas (particularmente LH) é estimulada. O efeito paradoxal do estrogênio sobre a liberação das gonadotrofinas tem um papel importante no ciclo reprodutivo feminino, como aprenderemos neste capítulo. Os cientistas ainda não compreenderam completamente o mecanismo subjacente a esta mudança de retroalimentação negativa para positiva, mas as evidências indicam que o estrogênio influencia a liberação de GnRH pelos neurônios hipotalâmicos.
Valores normais dos hormônios 
Cortisol
Valores de referência: 
· Matutino (entre 7 e 9h): de 5,3 a22,5 mcg/dl
· Vespertino (entre 15 e 17h): de 3,4 A 16,8 mcg/dL
ACTH
Valor de referência: até 46 pg/mL
Hormônios da tireoide 
TSH: 0,3 a 4,0 mU/L
T3 total: 80 a 180 ng/dl
T3 livre: 2,5 a 4pg/ml
T4 total: 4,5 a 12,6 mg/dl
T4 livre: 0,9 a 1,8 ng/dl 
FSH 
· Fase folicular: até 12,0 UI/L
· Fase lútea: até 12,0 UI/L
· Pico ovulatório: 12,0 a 25,0 UI/L
· Menopausa: acima de 30,0 UI/L
LH
Valores de referência 
Pré-púberes: inferior ou igual a 0,30 mUl/ml
Adultos:
· Mulher:
· FASE FOLICULAR: DE 1,90 A 12,50 mUI/mL
· FASE OVULATÓRIA: DE 8,70 A 76,30 mUI/mL
· FASE LUTEÍNICA: DE 0,50 A 16,90 mUI/mL
· PÓS MENOPAUSA: DE 7,90 A 53,80 mUI/mL
· Homem: de 1,50 a 9,30 mUI/mL
Prolactina
· Homens: 2.1 a 19.0 ng/ml
· Mulheres: 2.83 a 30.0
· Gestantes: 5.3 a 215.0
· Menopausa: 1.8 a 24.0
Eixo hipotálamo-adeno-hipófise
Os hormônios da adeno-hipófise controlam tantas funções vitais que frequentemente a glândula hipófise é chamada de glândula mestra do organismo. Em geral, podemos dizer que os hormônios da adeno-hipófise controlam o metabolismo, o crescimento e a reprodução, todos processos muito complexos. 
Um hormônio da adeno-hipófise, a prolactina (PRL), controla a produção de leite (lactação) nas mamas femininas. O hormônio do crescimento (GH, growth hormone; também chamado de somatotrofina) afeta o metabolismo de diversos tecidos, além de estimular a produção hormonal pelo fígado. A prolactina e o hormônio de crescimento são os únicos dois hormônios da adeno-hipófise que possuem hormônios hipotalâmicos inibidores. 
Os outros quatro hormônios da adeno-hipófise possuem outra glândula endócrina como seu alvo primário. O hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), conhecidos coletivamente como gonadotrofinas, foram originalmente assim denominados em razão de seus efeitos sobre os ovários, mas ambos atuam também sobre os testículos. O hormônio estimulante da tireoide (TSH) (ou tireotrofina) controla a síntese e a secreção hormonal da glândula tireoide. O hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) (ou adrenocorticotrofina) atua em certas células do córtex da glândula suprarrenal para controlar a síntese e a liberação do hormônio esteroide cortisol.
Controle por feedback 
O Feedback Negativo 
Impede a Hiperatividade dos Sistemas Hormonais. Embora as concentrações plasmáticas de muitos hormônios flutuem em resposta a vários estímulos que ocorrem durante todo o dia, todos os hormônios estudados até aqui parecem ser estritamente controlados. Na maioria dos casos, esse controle é exercido por mecanismos de feedback negativo que asseguram o nível apropriado de atividade hormonal no tecido-alvo. Depois que o estímulo causa liberação do hormônio, condições ou produtos decorrentes da ação do hormônio tendem a suprimir sua liberação adicional. Em outras palavras, o hormônio (ou um de seus produtos) exerce efeito de feedback negativo, para impedir a hipersecreção do hormônio ou a hiperatividade no tecido-alvo. 
A variável controlada não costuma ser a secreção do próprio hormônio, mas o grau de atividade no tecidoalvo. Portanto, somente quando a atividade no tecidoalvo se eleva até nível apropriado, os sinais de feedback para a glândula endócrina serão suficientemente potentes para lentificar a secreção do hormônio. A regulação dos hormônios por feedback pode ocorrer em todos os níveis, incluindo a transcrição gênica e as etapas de tradução envolvidas na síntese de hormônios e etapas envolvidas no processamento de hormônios ou na liberação dos hormônios armazenados.
Surtos de Secreção Hormonal Podem Ocorrer com Feedback Positivo. 
Em alguns casos, ocorre feedback positivo quando a ação biológica do hormônio causa sua secreção adicional. Exemplo é o surto de secreção de hormônio luteinizante (LH) que ocorre em decorrência do efeito estimulatório do estrogênio sobre a hipófise anterior, antes da ovulação. O LH secretado, então, atua sobre os ovários, estimulando a secreção adicional de estrogênio o que, por sua vez, causa mais secreção de LH. Finalmente, o LH atinge a concentração apropriada e é, então, exercido controle típico por feedback negativo da secreção do hormônio.
Fisiopatologia da Síndrome de Sheehan
A síndrome de Sheehan se caracteriza pelo hipopituitarismo pós-parto secundário à necrose hipofisária decorrente de hipotensão ou choque em virtude de hemorragia maciça durante ou logo após o parto. 
PATOGÊNESE	
A patogênese da síndrome de Sheehan ainda não está completamente esclarecida. Basicamente ocorre o infarto da glândula hipofisária, principalmente do lobo anterior em virtude de baixo fluxo sangüíneo, que pode ser secundário a vasoespasmo, trombose ou compressão vascular. Sabe-se que durante a gestação ocorre aumento progressivo da glândula hipofisária de 30% a 100% do seu peso, resultado da hiperplasia dos lactotrofos estimulados pelo estrogênio. O aumento da pituitária pode comprimir a artéria hipofisária superior, acarretando algum grau de isquemia. Por outro lado, o suprimento de sangue para a glândula hipofisária durante a gestação ainda não foi extensamente estudado, mas acredita-se que ele se mantenha inalterado em relação ao estado pré-gestacional. Não se sabe ao certo, mas supõe-se que o aumento no volume e a manutenção do fluxo de sangue fixo sejam determinantes para a glândula mais suscetível à necrose por causa da hipotensão ou do choque pós-parto. Contudo, a síndrome de Sheehan pode ser ocasionalmente vista em pacientes sem história de hemorragia. A trombose primária é uma probabilidade causada pela agregação ou pelo seqüestro de plaquetas ao longo de células endoteliais previamente lesadas.
ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS
Na descrição original, Sheehan referia que após o parto ocorria impossibilidade em amamentar, rápida involução da mama e o não-retorno aos ciclos menstruais regulares (1). O que vemos são sintomas compatíveis com diferentes graus de hipofunção hipofisária diagnosticados dias ou anos após o parto.

Continue navegando