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artigo importância da avaliação psicopedagógica

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16
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO
FAVENI
 
O TRABALHO COM PROJETOS EM MATEMÁTICA E FÍSICA: uma aprendizagem significativa
 
 
 
 
 
 
ANDREZA VALÉRIA FERNANDES
 
 
 
Cristina, 2020
A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
 Andreza Valéria Fernandes[footnoteRef:1] [1: andrezafer224@gmail.com] 
RESUMO - Este trabalho descreve a avaliação psicopedagógica e seu papel de atuação no ensino. Tal abordagem se justifica devido a relevância que essa avaliação tem para estabelecer um diagnóstico preciso em relação às necessidades de aprendizagem e desenvolvimento da criança. O objetivo desta pesquisa é compreender como a avaliação psicopedagógica pode ser determinante para superar eventuais dificuldades no processo de ensino e aprendizagem. Este intento será conseguido a partir de uma revisão bibliográfica tendo como base referências teóricas publicadas em artigos científicos, documentos e livros. O desenvolvimento do trabalho será pautado em algumas das ideias aqui propostas e este resumo explana de forma sintética sobre algumas das questões que se pretende tratar ao longo do mesmo. Conhecer o processo e as etapas envolvendo a avaliação psicopedagógica pode ser determinante para o sucesso e a promoção de uma aprendizagem O estudo busca esclarecer que a avaliação psicopedagógica investiga o processo de aprendizagem do aluno e a origem da dificuldade e/ou distúrbio apresentado. Nesta avaliação, o psicopedagogo analisa o sujeito em suas várias dimensões para ajudá-lo a reencontrar seu caminho e superar as dificuldades que impeçam um desenvolvimento harmônico e que estejam se constituindo num bloqueio da comunicação dele com o meio que o cerca. Diagnosticar um possível distúrbio de aprendizagem é uma tarefa difícil e para fazê-lo de modo preciso e eficiente há que se ter a participação de uma equipe multidisciplinar utilizando diferentes instrumentos de avaliação. Esta avaliação multidisciplinar envolve áreas como neurologia, psicopedagogia, psicologia e fonoaudiologia. Torna-se essencial ressaltar que o diagnóstico psicopedagógico dá suporte para a intervenção e para encaminhamentos aos profissionais necessários. Busca-se dessa forma, encontrar elementos facilitadores do processo de ensino e aprendizagem contribuindo para uma formação e uma educação adequada que atenda às necessidades dos alunos. Conclui-se que a avaliação psicopedagógico além de um valioso instrumento crítico para a realização da intervenção pedagógica é também uma forma de se traçar um panorama do trabalho e dos obstáculos a serem superados com um aluno de modo a resgatá-lo ao aprendizado, constituindo assim uma forma de compreender o processo de aprendizagem e assim superar os desafios encontrados na vida escolar,
Palavras-chave: Avaliação psicopedagógica. Aprendizagem. Importância.
1 INTRODUÇÃO
	A psicopedagogia constitui uma área do conhecimento humano que trata com as questões e problemas envolvendo a aprendizagem tanto em padrões normais quanto patológicos, levando-se em conta o papel influenciador da família, da escola assim como da sociedade no desenvolvimento da criança.
	Trata-se de uma ciência que cuida de estudar o processo de aprendizagem humana, abrangendo aspectos como suas características, a maneira de aprender e de que forma a aprendizagem pode sofrer variações em termos evolutivos, resultando em alterações ou distorções na aprendizagem, buscando reconhece-las para posteriormente realizar o tratamento e a prevenção das mesmas.
	A missão fundamental da psicopedagogia implica no estudo do processo de aprendizagem, diagnóstico e tratamento de seus obstáculos. O psicopedagogo atua analisando uma determinada situação que o aluno está vivenciando, diagnosticando os sintomas e eventuais causas.
	A partir disso, promove o levantamento de hipóteses, analisando sintomas manifestados pelo indivíduo e para que esse processo tenha êxito, é necessário profundo conhecimento do indivíduo, relacionar aspectos familiares e afetivos, cognitivos e sociais compreendendo a modalidade de aprendizagem consigo mesmo e com seus semelhantes.
	Nesse caso, uma avaliação psicopedagógica implica num dos componentes fundamentais da intervenção psicopedagógica como será visto na futura pesquisa, fundamentando decisões direcionadas para a prevenção e possível solução de eventuais dificuldades apresentadas pelos alunos no processo de ensino e aprendizagem e dessa forma, aprimorando a qualidade do ensino e o conhecimento dos mesmos.
	Busca-se dessa forma, encontrar elementos facilitadores do processo de ensino e aprendizagem contribuindo para uma formação e uma educação adequada que atenda às necessidades dos alunos.
		O objetivo primordial deste trabalho é estudar a importância da avaliação psicopedagógica. Dentre os objetivos específicos, descrever os principais aspectos envolvendo a avaliação psicopedagógica; compreender como a avaliação psicopedagógica pode ser determinante para superar eventuais dificuldades no processo de ensino e aprendizagem; e refletir sobre a importância do diagnóstico na avaliação psicopedagógica.
		O tema proposto encontra sua importância a partir da necessidade de uma intervenção por parte dos profissionais de psicopedagogia nas situações de dificuldades de aprendizagem que são muito comuns nas escolas.
		O professor sozinho não consegue realizar essa avaliação e para que ela seja efetiva, é preciso que o profissional de educação e o psicopedagogo conheçam aspectos fundamentais da vida do aluno.
		A importância do tema incide ainda na necessidade de se trabalhar essas dificuldades promovendo-se uma eventual inclusão de alunos que se encontrem em situação de defasagem de aprendizado assegurando-lhes oportunidades iguais de participação no contexto social escolar.
		Conhecer o processo e as etapas envolvendo a avaliação psicopedagógica pode ser determinante para o sucesso e a promoção de uma aprendizagem verdadeiramente satisfatória.
		O profissional psicopedagogo tem a missão de promover a melhoria do ensino assim como professor através de um trabalho de avaliação diagnóstica para detectar situações contrárias a proposta educacional atual.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 O profissional Psicopedagogo e sua atuação
 
	O papel primordial que cumpre a psicopedagogia baseia-se na realização de um estudo e análise do processo de aprendizagem, diagnóstico assim como desenvolvimento de um trabalho para ajudar o aluno a superar seus desafios e obstáculos de aprendizagem.
	O psicopedagogo trabalha por meio de uma análise completa dos eventos que o aluno passa de modo a traçar um quadro sobre os problemas que ele enfrenta e assim diagnosticando os problemas e causas do mesmo. 
	Através da análise é possível ao psicopedagogo traçar um perfil de aprendizagem por meio do levantamento de hipóteses por meio da análise das manifestações que o indivíduo apresenta, mostrando-se como um ouvinte atento em relação as queixas do mesmo além das queixas da família e da escola. 
	Assim, para que se tenha um quadro geral da situação, é importante que o psicopedagogo conheça o indivíduo nos mais diversos aspectos sejam eles de ordem neurofisiológicas, afetivas, cognitivas e também social, assim como compreender de forma plena a modalidade de aprendizagem do aluno e o vínculo que o vínculo cria em relação ao que se pretende ser aprendido em relação a si mesmo e os demais.
	Por conta disso, o psicopedagogo busca, entender o indivíduo nas mais diversas dimensões para encontrar a melhor maneira de ajudá-lo a reorientar-se no caminho da aprendizagem, promovendo a superação de dificuldades que provocam impedimentos de todo tipo para um desenvolvimento harmonioso e que constituem bloqueios comunicativos partindo dele para com o contexto social onde ele se encontra.
	Com relação ao profissional psicopedagogo, é importante destacar que cada um possui um estilo próprio de trabalho e também de realizar a intervenção psicopedagógica. Por inúmeros motivos, cada qual traça uma fora de atuação particulare segue um caminho onde ele pode transitar com mais confiança frente aos desafios que a prática psicopedagógica lhe impõe à dupla condição de ensinante/aprendente.
	Na opinião de Bossa (2000, p. 33), verifica-se que na realização de seu trabalho, o psicopedagogo realiza pesquisas em relação às condições de modo “que se produza a aprendizagem do conteúdo escolar, identificando quais são os obstáculos e os elementos que facilitam, quando se trata de uma abordagem preventiva”.
	Nesse aspecto, determinados elementos que se mostram facilitadores e também obstáculos são postos a uma condição para fatores diversos, de modo que cada situação se mostra única e singular. Logo, por causa dessas questões trata-se de um trabalho que exigirá do psicopedagogo uma atitude essencialmente investigativa e interventiva no que diz respeito às questões que estão provocando prejuízos ao aluno.
	A avaliação psicopedagógica constitui um dos principais elementos críticos da intervenção psicopedagógica, uma vez que ali são fundamentadas as decisões focadas na prevenção e solução de prováveis dificuldades que aluno eventualmente apresenta, de modo a se promover as melhores condições e oportunidades para seu aprendizado.
	Com relação a avaliação psicopedagógica é importante verificar que esta envolve questões como:
a) A identificação dos principais aspectos que são responsáveis pelas dificuldades da criança. Nesse caso, é preciso que seja esclarecido se configura um distúrbio de aprendizagem ou mesmo uma dificuldade cuja origem são outras questões de natureza emocional, cognitiva ou social. Tal fato implica no fato de que se coletam informações que dizem respeito à natureza da dificuldade que a criança apresenta, assim como a investigação da ocorrência de manifestações neuropsiquiátricas, condições familiares, ambiente escolar além de opções de estimulo que são proporcionadas pelo meio em que a criança vive e interage.
b) Por meio de uma pesquisa que realiza o levantamento de todo o repertório infantil com relação as inúmeras habilidades acadêmicas e cognitivas importantes envolvendo dificuldades de aprendizagem abrange questões como o conhecimento por parte do psicopedagogo em relação ao conteúdo acadêmica e da proposta pedagógica que a escola aplica, além do fato de qual clientela (crianças) o mesmo se submete; também a investigação de repertórios que se mostrem importantes para a aprendizagem, em relação a atenção, hábitos de estudos, resolução de problemas, desenvolvimento psicomotor, linguístico, etc.;
São questões envolvendo os hábitos de estudo, do aprimoramento das habilidades psicomotoras, linguísticas, etc.
		Nesse sentido, por meio da avaliação psicopedagógica realiza-se a análise de pré-requisitos e ainda condições que viabilizem tornando a aprendizagem algo mais palpável e concreto em relação aos conteúdos, buscando a identificação dos padrões de raciocínio que a criança faz uso além de uma abordagem intrínseca em relação as situações e tarefas acadêmicas, não negligenciando os déficits e as preferencias em relação as modalidades percentuais.
		Outro aspecto trabalhado no contexto da avaliação psicopedagógica, diz respeito a identificação de características emocionais da criança, verificação dos estímulos e esquemas de reforçamento aos quais obtém-se resposta e também a interação em relação as exigências escolares por assim dizer.
		Com base em todos esses requisitos, verifica-se que a avaliação psicopedagógica caracteriza-se por ser um processo essencialmente dinâmico, uma vez que em seu contexto é que são proferidas as tomadas de decisões em relação ou não da intervenção psicopedagógica.
		Trata-se da investigação do processo de aprendizagem da criança objetivando a compreensão do surgimento de uma eventual dificuldade ou distúrbio que ela venha a manifestar. Dentre outras questões inclui-se a entrevista inicial com os pais ou responsáveis pela criança, análise detalhada do material escolar, além é claro da adoção de variadas formas de atividades e aplicação de testes para avaliação do processo de desenvolvimento de determinadas áreas de competência e também de dificuldades que a criança venha a apresentar.
		No transcorrer da avaliação, é possível que sejam realizadas inúmeras tarefas e exercícios matemáticos, provas avaliativas em relação ao nível de pensamento e também de outras diversas funções cognitivas, leitura, escrita, desenhos e jogos.
		Segundo a experiência psicopedagógica, verifica-se a princípio que é notável já na consulta inicial que a principal queixa que os pais manifestam é com relação a razão do encaminhamento para uma avaliação, que em diversas ocasiões pode não apenas apontar o “sintoma”, mas também vem abrangendo as evidencias que apontam o caminho a seguir para que tenha início a investigação. Segundo se infere nas palavras de Fernandez, 
		A versão que os pais transmitem sobre a problemática e principalmente a forma de descrever o sintoma, dão-nos importantes chaves para nos aproximarmos do significado que a dificuldade de aprender tem na família (FERNANDEZ, 1991, p. 144).
		Ainda na opinião de Coll e Martin (2006, p. 56), denota-se que “avaliar as aprendizagens de um aluno equivale a especificar até que ponto ele desenvolveu determinadas capacidades”. Essas mesmas capacidades experimentam a contemplação nos objetivos gerais da etapa avaliativa.
		Para que se consiga a atribuição de sentido em relação aos novos conhecimentos pelo aluno, é preciso que ocorra uma identificação prévia também dos conhecimentos prévios que o aluno apresenta, cuida-se da finalidade que se tem por orientação da avaliação de competências curriculares.
		Com relação aos instrumentos avaliativos, é possível mencionar a escrita livre e dirigida, objetivando a avaliação de aspectos como a grafia, ortografia e também a produção textual (que abrange forma e conteúdo); leitura (que implica na decodificação e compreensão); também as provas de avaliação ao nível de pensamento e outros aspectos importantes no âmbito cognitivo; cálculos, jogos simbólicos e jogos com regras; desenho e análise do grafismo.
		É por meio da avaliação psicopedagógica que se obtém informações tão importantes sobre as demandas e necessidades pessoais das crianças, da mesma forma que sua realidade cotidiana na escola, na família e no contexto social onde ela vive, justificando-se ou não a necessidade de se realizar a introdução de transformações importantes com relação a oferta educacional.
		Após a realização da avaliação, uma vez coletada as informações necessárias para se diagnosticar o problema, é importante que haja a intervenção por parte do psicopedagogo de modo a procurar a melhor solução possível para sanar os problemas de aprendizagem nos seus devidos lugares, pelo fato de que por meio da avaliação, tem-se a intenção de reorganizar a vida escolar e familiar da criança e, apenas nesse objetivo ela deverá ser realizada, uma vez que se mostra desnecessário o pedido de realização de uma avaliação psicopedagógica uma vez que esta encontrar-se-á descomprometida com aluno e também com a aprendizagem do mesmo. 
		Segundo Vasconcelos (2002, p. 83), verifica-se que “de fato, se pensarmos em termos bem objetivos, a avaliação nada mais é do que localizar necessidades e se comprometer com sua superação”.
2.2 O diagnóstico do distúrbio de aprendizagem
	Segundo Rubinstein (1987, p. 22), denota-se que investigação trata-se de uma palavra que cuida de definir a psicopedagogia. O profissional que atua nesta área do conhecimento humano tem que investigar, procurar cada “canto” do indivíduo, realizando a análise de tal forma que se compreenda seu jeito de se expressar, gestos, a entonação de voz entre tantas outras características pessoais.
	O psicopedagogo deve ter a visão em relação não apenas a esses aspectos demonstrados pela criança, mas também ter consciência e saber reconhecer que ela pode apresentar algum tipo de problema que em um primeiro momento não se mostre tão evidente e que de alguma forma possa dificultar a sua aprendizagem e assim terplenas condições de conduzi-la para o profissional adequado às suas necessidades tais como psicólogos, fonoaudiólogos, neurologistas, etc., isso implica em conhecer e saber realizar a investigação de múltiplos aspectos que fazem com que esta criança não consiga aprender.
	Verifica-se a partir desta afirmação que a realização do diagnóstico de um distúrbio de aprendizagem não é tarefa das mais simples e para conseguir realiza-la de forma adequada, precisa e correta, é necessária a colaboração de toda uma equipe interdisciplinar usando de variados métodos e instrumentos avaliativos.
	Nesse sentido, afirma Fernandez (1991, p. 55) que “o diagnóstico, para o terapeuta, deve ter a mesma função que a rede para um equilibrista”. Logo, é apenas ele, que será a base que irá assegurar o apoio psicopedagogo para que se possa realizar o encaminhamento que se mostra mais adequado e necessário.
	Trata-se de um processo que dá oportunidade para que o profissional investigue, tenha condições de realizar o levantamento de hipóteses ainda que essas sejam provisórias e que posteriormente irão ou não ser confirmadas no decorrer de um processo fazendo uso de todos os conhecimentos práticos e teóricos disponíveis.
	Trata-se de uma investigação que tem sua continuidade por todo o trabalho de realização do diagnóstico por meio de intervenções e da denominada “escuta psicopedagógica...” para que “ se possa decifrar os processos que dão sentido ao observado e norteiam a intervenção”, conforme se opina em Bossa (2000, p. 24). 
	Em outras palavras, diagnosticar implica numa constatação de que a criança apresenta algum tipo de dificuldade de aprendizagem, questão esta que frequentemente só pode ser reconhecida a partir do momento que ela se encontra no ensino formal. Entretanto, a partir do momento que se constata tal manifestação, passa a ser obrigação da equipe realizar a investigação para apurar qual o motivo e, para isso, é necessário fazer uso de todos os instrumentos de diagnósticos que estejam a disposição para tal finalidade.
	O diagnóstico psicopedagógico enseja uma serie de oportunidades e alternativas para a realização da intervenção e a partir disso, começa-se um processo de superação de dificuldades.
	O objetivo maior do diagnóstico implica num obstáculo importante para que aconteça o processo de aprendizagem sendo este um processo node se submete a uma analise a situação do aluno que apresenta dificuldade no contexto escolar e familiar; trata-se de uma exploração problemática do aluno diante do que ele consegue produzir em termos acadêmicos.
	Na realização do diagnóstico psicopedagógico, aspectos como o discurso, a postura além da atitude do paciente e também dos outros atores envolvidos nesse processo dão as pistas que contribuem para se reconhecer as questões que deverão ser desvendadas.
	É por meio do desenvolvimento do olhar e da escuta psicopedagógica que são os aspectos trabalhados e incorporados pelo psicopedagogo que podem ser lançadas as hipóteses iniciais com relação à criança.
	Trata-se de um olhar e também de uma escuta que superam informações concretas que vão sendo relatadas e que se procura em outras questões, nas entrelinhas, a emoção, a elaboração de um discurso que ocorre de forma inconsciente que o paciente traz consigo.
	Tem-se como objetivo primordial a realização do diagnóstico para que se consiga um entendimento global em relação ao modo de aprender e também dos desvios que estão acontecendo no contexto desse processo que direciona para um prognóstico e também encaminhamento para o problema de aprendizagem.
	Dessa forma, realiza-se a ordenação das informações que são obtidas sobre os mais variados aspectos que envolvem o processo de aprendizagem de forma singular. Abrange ainda questões de interdisciplinaridade em três áreas de atuação que são a neurologia, psicopedagogia e a psicologia, de modo a ensejar a eliminação dos aspectos que não se mostram muito importantes além de promover a identificação do motivo concreto e real do problema que a criança tem.
	É exatamente nesse instante que o psicopedagogo promoverá a interação com o paciente (aluno), com seus familiares e também com a escola, além as partes que estão envolvidas e interagindo na dinâmica do processo de ensino-aprendizagem.
	É importante dar o devido destaque ao fato de que o diagnóstico é de suma importância com relação ao tratamento uma vez que ele deverá ser feito com todas as cautelas necessárias, sempre observando aspectos como o comportamento e eventuais transformações que possam vir a acontecer com a criança.
	O diagnóstico psicopedagógico pode ser compreendido como um instante transitório, uma chave de entrada para a intervenção, e por isso deve observar determinados princípios, a exemplo da análise do contexto e leitura do sintoma; além de explanações que justifiquem as causas que de certo modo coexistem temporalmente em relação aos sintomas apresentados; além destes, obstáculo de ordem de conhecimento, de interação do funcionamento e também de natureza estrutural, além das origens dos sintomas e causas históricas.
	O diagnóstico é bastante interativo uma vez que se trata de uma avaliação do aluno envolvendo os mais variados níveis de desenvolvimento, também em relação as capacidades e as oportunidades de aprendizagem futura. Assim, durante muitos anos constitui uma tarefa que cabe somente aos especialistas, que realizam a análise de certas informações extraídas dos alunos que são fruto de pesquisas com a família, a escola etc. muitas vezes, até mesmo por conta dos aspectos técnicos, criava-se um abismo entre o profissional psicopedagogo e a família da criança – às vezes pelo excesso de tecnicismo no diagnóstico.
	Nos dias de hoje, a proposta vigente implica no diagnóstico proferido a partir da realização do trabalho realizado conjuntamente onde as pessoas que se encontram nesse contexto em que deve ter a participação sistemática do aluno e não uma atuação de coadjuvantes em relação a esse processo.
	Não se trata de uma pesquisa baseada nas principais manifestações que acontecem no cotidiano escolar, trata-se de uma investigação que acontece de forma mais detalhada onde é possível constatar os principais motivos que influenciam o desenvolvimento da criança, onde é possível encontrar sugestões de atividades que se mostrem mais condizentes para um processo corretivo e/ou compensação de dificuldades, levando-se em conta as peculiaridades de cada aluno em particular.
	É importante dizer que o diagnóstico não deve tratar apenas da questão das deficiências, mas deve deixar claro também que as potencialidades do aluno. Não se trata simplesmente de falar o que ele (a criança) tem, mas o que pode ser e de qual forma poderá ser aprimorado e desenvolvido.
	A partir do momento que se realiza a instrumentalização do diagnóstico, é fundamental que se esteja atento para os sinais e expressões do sintoma no âmbito familiar e também escolar não enxergando tão somente um recorte, enquanto deficiência do indivíduo. 
	Que o psicopedagogo, por meio do diagnóstico realizado possa-se acreditar que é possível se transformar, aprimorar e sair da estagnação. Finalmente, que ele será o norteador do processo de intervenção psicopedagógica.
2.3 Os recursos que podem ser utilizados no diagnóstico e na intervenção psicopedagógica
Para se ter um conhecimento sobre os inúmeros recursos que podem ser usados no diagnóstico e também na intervenção psicopedagógica, basta verificar o que preleciona o Código de Ética da Psicopedagogia em seu capítulo I, na parte que trata dos princípios a saber, 
Artigo 1º afirma que o psicopedagogo pode utilizar procedimentos próprios da Psicopedagogia, procedimentos próprios de sua área de atuação. 
Nesse sentido, destaca-se em Rubinstein (1996, p. 33) sobre tais recursos que o profissional de psicopedagogia pode utilizar dentre os mais variados recursos, a entrevista familiar; realizar a investigação sobre os motivos da consulta; procurar compreender e conhecer mais detalhadamente a história de vida da criança, atravésda anamnese; entrevistar diretamente o aluno; entrar em contato direto com pais e profissionais da escola onde ela estuda e procurar manter os pais informados em relação a situação da criança assim como o tipo de intervenção que está sendo feita, além é claro, se for necessário, fazer o encaminhamento para outros profissionais.
Em relação a Bossa (2000, p. 33), destaca-se dentre diversos outros recursos, mencionando-se as Provas de Inteligência; Testes Projetivos; Avaliação perceptomotora (Teste de Bender) entre outros.
Dentre outros, é possível perfeitamente utilizar jogos que também são recursos eficientes, levando-se em conta o sujeito por meio deles podendo se manifestar livre de mecanismos defensivos os desejos que se encontram no inconsciente dele. Mais ainda, em relação ao enfoque psicopedagógico, os jogos têm um papel representativo de situações-problemas que podem ser resolvidos eficientemente uma vez que tem relação com regras, apresentam desafios significativos e ensejam a oportunidade de observação da maneira como a criança reage em relação a eles, já que neste contexto encontram-se envolvidas regras, desafios e uma estrutura de pensamento que deve ser atuante diante de eventuais dificuldades que se apresentem.
2.4 As Etapas do Diagnóstico
	Verifica-se que o diagnóstico psicopedagógico é formado por diversas etapas que se diferenciam segundo o objetivo proposto na investigação. Com isso, tem-se a anamnese realizada somente com os pais ou ainda com a família inteira de modo a compreender como acontecem as relações familiares e que tipo de relação estas cuidam de ligar-se ao modelo de aprendizagem da criança; por meio da avaliação da produção escolar e também dos vínculos que a criança cria objetivando a aprendizagem escolar; a avaliação do desempenho em testes de inteligência ou testes visio-motores.
Verifica-se dessa forma a existência de variados modelos de sequência diagnóstica, onde é possível destacar o modelo concebido por Weiss (1992). Neste modelo, constrói-se as etapas e características da seguinte forma: 1) Entrevista Familiar Exploratória Situacional (E.F.E.S.); 2) Entrevista de anamnese; 3) Sessões lúdicas centradas na aprendizagem (para crianças); 4) Provas e Testes (quando necessário); 5) Síntese diagnóstica – Prognóstico; 6) Entrevista de Devolução e Encaminhamento.
É importante destacar que tais etapas podem ser transformadas e adequadas em relação a sequência e forma de aplicação segundo a prática psicopedagógica adotada.
2.5 Entrevista familiar exploratória situacional
	Tem por objetivo a compreensão de queixas no âmbito escolar e familiar, procurando captar as relações e expectativas que são produzidas no contexto familiar focadas no aprendizado escolar da criança e também de sua família; além das expectativas sobre o psicopedagogo, a aceitação e o engajamento do paciente.
Tem por objetivo primordial o entendimento das queixas n âmbito das dimensões da escola e da família, assim como a captação das relações e expectativas familiares. É possível estar reunidos tanto pais quanto a própria criança na entrevista.
2.6 A entrevista de anamnese.
	Trata-se de uma entrevista que se caracteriza por ter um foco mais específico, levando-se em conta um dos aspectos fundamentais para um bom diagnóstico, objetivando captar informações importantes com relação ao contexto histórico da criança na família, promovendo a ligação entre passado e presente com projeções futuras, ensejando a percepção da inserção na família assim como a influência das gerações neste núcleo de convivência.
2.7 Sessões lúdicas centradas na aprendizagem (para crianças)
	É importante para o entendimento dos processos cognitivos, afetivos e sociais, além da relação com o modelo de aprendizagem da criança. Nesse sentido, a atividade lúdica implica no fornecimento de informações em relação aos esquemas do sujeito. Dessa forma, Winicott (1975, p. 80) manifesta seu pensamento em relação entre brincar e autodescoberta onde “é no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu”.
Trata-se de um modelo de sessão onde são observados aspectos como a conduta da criança em sua totalidade, focado sempre nas questões pedagógicas, intrinsecamente relacionados com o funcionamento cognitivo e as emoções que tem conotação de conteúdo e ação. Nesse sentido, verifica-se em Pain (1992, p. 33), que “podemos avaliar através do desenho, a capacidade do pensamento para construir uma organização coerente e harmoniosa e elaborar a emoção”.
2.8 Provas e testes
	Finalmente, tanto as provas quanto os testes podem ser utilizados com a finalidade de especificar o nível pedagógico, a estrutura cognitiva e/ou emocional da criança. A utilização de provas e testes constitui um aspecto que não é indispensável na realização do diagnóstico psicopedagógico, implica em um recurso extra que pode ser utilizado quando houver necessidade.
	Tem-se os mais variados testes que são usados para a realização de diagnóstico tais como as provas de inteligência
	
CONCLUSÃO
Ao final desta pesquisa conclui-se que o surgimento da psicopedagogia se deu a partir da premente necessidade de se compreender o funcionamento do processo de aprendizagem, associado a um compromisso de mudança do contexto escolar ao passo que proporcionava através de atividades, também de análise e ações reflexivas, a superação de dificuldades que prejudicam tanto à leitura do mundo quanto o processo de ensino e aprendizagem.
A partir de uma intervenção psicopedagógica, teve-se a introdução da contribuição do enfoque pedagógico e toda sua potencialidade onde no contexto de aprendizagem a criança é vista essencialmente enquanto um processo pluricasual abrangente que se desdobra em diversos aspectos que forma sua estrutura básica que são: aspectos de natureza afetiva, cognitiva, motora, social, econômica e também política.
As razões do processo de aprendizagem assim como o surgimento das dificuldades de aprendizagem são encontradas tão somente no aluno e no professor considerando-se que como visto anteriormente, inúmeras variáveis podem estar contribuindo para esse problema.
Nesse caso, é fundamental que tanto o professor quanto o psicopedagogo mudem a sua maneira de compreender e de concepção em relação ao processo de ensino e aprendizagem. Não se trata basicamente de um processo linear e contínuo que se direciona para um único sentido, mas sim caracteristicamente multifacetado, permeado por sobressaltos, mudanças e transformações as vezes de forma brusca.
Assim, a crença de que a dificuldade de aprendizagem é culpa única e exclusiva da criança ou mesmo de sua família, ou ainda da própria escola, não passa de um julgamento ingênuo frente a complexidade e a dimensão que a aprendizagem tem. 
Por esse motivo, no realizar a avaliação psicopedagógica o profissional não pode proferir julgamentos precoces e frequentemente equivocados baseadas tão somente em concepções do que é certo ou errado, mas sim realizar um olhar focado no individuo, peculiar, avaliando sua história, atitudes ou mesmo a falta delas em um contexto social.
	 
REFERÊNCIAS
BOSSA, Nádia Aparecida. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 2. ed. Artes Médicas Sul, Porto Alegre, 2000. 
COLL, César; MARTÍN, Emília. O construtivismo na sala de aula. 6. Ed. Itapecerica: Editora Ática, São Paulo, 2006. 
______. MARCHESI, Álvaro; PALACIOS, Jesús. Desenvolvimento psicológico e educação: transtornos do desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2. ed. Artmed, Porto Alegre, 2007. 
FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada. 2. ed. Artes Médicas, Porto Alegre, 1991. 
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008. THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa - ação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1986.
PAÍN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. 4. ed. Artes Médicas, Porto Alegre, 1992. 
RUBINSTEIN,Edith. A psicopedagogia e a Associação Estadual de Psicopedagogia de São Paulo. In SCOZ, Beatriz Judith Lima (et al). Psicopedagogia: o caráter interdisciplinar na formação e atuação profissional. Artes Médicas, Porto Alegre, 1987. 
VASCONCELLOS, Celso. Avaliação da aprendizagem: construindo uma práxis. In: Temas em educação – 1º Livro da Jornadas de 2002. Futuro Eventos, São Paulo, 2013. 
WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. Artes Médicas, Porto Alegre, 1992. 
WINNICOTT, Donald Woods. O brincar e a realidade.: Imago Edit, Rio de janeiro, 1975.

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