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Patologi� II 25/08/2021 Hipotireoidismo O hipotiroidismo é amplamente reconhecido por seus efeitos sobre os diferentes sistemas orgânicos, levando ao hipometabolismo. No entanto, o hipotiroidismo subclínico, sua apresentação mais prevalente, tem sido recentemente relacionado ao risco cardiovascular e também com complicações materno fetais em gestantes. O hipotiroidismo se refere a uma diminuição da produção do hormônio da tireoide, o que provoca um aumento nos níveis de TSH. = aumento de TSH e diminuição de T3 e T4 são sinais bioquímicos de hipotireoidismo Se o TSH sérico estiver dentro do intervalo normal, é muito difícil de sustentar o diagnóstico de hipotiroidismo. Mesmo com T3 e T4 baixos não dá para diagnosticar, pois o organismo está funcionando normalmente, como por exemplo um período de jejum prolongado em que não pode ter o metabolismo aumentado. Nem todos terão a mesma sintomatologia. A associação de bradicardia com retardo no reflexo aquileu (pois é muito requisitado na função neural) e uma pele seca (pois ele é importante para a síntese proteica e a pele é um tecido com alta taxa de renovação) e descamativa apresenta uma taxa de probabilidade positiva. -> pode ser característico de sintomas de hipotireoidismo Reflexo de aquileu: quando você faz um estímulo no tendão de aquiles, ele faz um repuxo que leva uma informação para a medula que potencializa essa contração (o pé abaixa) No hipotireoidismo acontece pela explicação de que o T3 e T4 é importante para a função neural. Causa 1: A causa mais frequente do hipotiroidismo é a Tireoidite de Hashimoto, doença autoimune. A tireoide é atacada pelo sistema imunológico perdendo a função. Causa 2: A secreção diminuída de hormônios tireoidianos também pode ser o resultado de estimulação reduzida da glândula tireóide, devido à diminuição do hormônio liberador de tirotrofina ou da diminuição da ação de TSH. Pode acontecer que a hipófise não está liberando TSH suficiente. É uma causa rara! A hipófise que é deficiente, ela não estimula a produção de T3 e T4, diferente das causas normais que a falta de T3 e T4 faz com que a hipófise produza mais TSH. Causa 3: O hipotiroidismo também pode ser causado pela ação reduzida dos hormônios tireoidianos nos órgãos alvo, como nos casos raros de resistência aos hormônios tireoidianos. Não há interação entre hormônios e receptor. Causa 4: Também pode ser resultante do tratamento do hipertireoidismo com cirurgia, radiação com 131-I ou após o uso de medicamentos antitireoidianos. A pessoa após esses procedimentos para hipertireoidismo pode desenvolver hipotireoidismo pela falta de produção de T3 e T4. Causa 5: A deficiência de iodo é causa de hipotiroidismo primário. Bócio (tireoide trabalhando mais do que deveria, pois ela produz um colóide a base da proteína que deveria ser iodada, mas o indivíduo não ingere iodo suficiente então ele não produz T3 e T4) endêmico. RESOLUÇÃO DA RDC Nº 23, DE 24 DE ABRIL DE 2013 Dispõe sobre o teor de iodo no sal destinado ao consumo humano e dá outras providências. Os produtores de sal devem adicionar iodo no sal para reduzir o bócio endêmico. Nos anos de 1950, constatou-se que excesso de iodo pode induzir hipotiroidismo. E foi chamado de efeito Wol� Chaiko�. Quando há um excesso de estímulo, o organismo fica dessensibilizado e produz menos produto (mais iodo em excesso, menos produção de T3 e T4) Esse fenômeno autorregulatório impede a expressão de grandes quantidades de T3/T4. Causa 6: Em regiões onde a deficiência de iodo não é endêmica, o hipotireoidismo congênito é mais frequentemente causado pela glândula tireoide ausente ou ectópica hipotireoidismo primário. É uma causa importante, pois a criança nasce com hipotireoidismo pela falta da tireóide ou com a tireoide formada em outro local com deficiência de formação. HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO A incidência do hipotiroidismo congênito é de 1:4.000 nascidos vivos. No recém nascido, o HC costuma ser assintomático ou cursa com manifestações inespecíficas e de instalação lenta (conforme a criança vai gastando o estoque de T3 e T4 vindo da mãe, ela vai mostrando sintomas), o que torna o diagnóstico clínico difícil. No Brasil, a incidência relatada é de aproximadamente 01 caso positivo para cada 2.500 nascidos vivos. Disormonogênese: a tireoide está lá, mas produz um hormônio não funcional As manifestações clínicas do hipotireoidismo congênito são: hipotonia muscular, dificuldades respiratórias, cianose, icterícia prolongada, constipação, bradicardia, anemia, sonolência excessiva, livedo reticularis, choro rouco, hérnia umbilical, alargamento de fontanelas, mixedema, sopro cardíaco, macroglossia, dificuldade na alimentação com deficiente crescimento pôndero-estatural, atraso na dentição, retardo na maturação óssea, pele seca e sem elasticidade, atraso de desenvolvimento neuropsicomotor e retardo mental. O diagnóstico do Hipotireoidismo Congênito tem de ser feito no período neonatal. A partir da segunda semana de vida a deficiência de hormônios tireoidianos poderá causar alguma lesão neurológica levando ao retardo mental grave. “Teste do pezinho” A dosagem de TSH por imunofluorimetria, em amostra de sangue coletada em papel filtro, é a rotina recomendada para a triagem neonatal do HC. A criança deve fazer o teste depois de um tempo que saí do hospital para não ocorrer um falso negativo. Avalia se ela está apta a viver sem o estoque de T3 e T4 materno. Causa 7: O hipotireoidismo subclínico (HSC) tem sido definido bioquimicamente pela presença de níveis séricos elevados do hormônio estimulador da tireóide (TSH) em face de concentrações séricas normais dos hormônios tireoidianos. É mais comum em mulheres. Estudos controversos apontam uma correlação entre HSC, depressão e outras desordens psíquicas. Não quer dizer que todo indivíduo depressivo será hipotereoideo e vice-versa, mas há uma correlação entre esses fatores. O nível plasmático de serotonina mantém correlação direta com as concentrações de T3, mostrando-se aumentado no hipertireoidismo. Os níveis de serotonina estão diminuídos quando ocorre uma taxa baixa de T3 e vice-versa. No SNC pode ter um déficit da enzima que converte T4 e T3, aparentemente a serotonina auxilia na formação dessa enzima. Estudos dizem que pode ocorrer da pessoa tomar inibidores da recaptação de serotonina e controlar a produção de T3 e quando tomar medicamentos para hipotireoidismo, a pessoa poderá reduzir o quadro depressivo aumentando a serotonina, porém isso não vai acontecer em todos os casos. Também pode correlacionar as emoções com a hipófise. Embora a maioria dos deprimidos tenha níveis circulantes de T3, T4 e TSH normais, existem evidências de atividade alterada do eixo HHT em alguns casos de depressão. A depressão é um fenômeno complexo, não derivado dos distúrbios tireoidianos. A prevalência de sintomas depressivos no hipotireoidismo é de aproximadamente 50% e no hipertireoidismo alcança até 28% dos casos. A depressão clínica ocorre em mais de 40% das pessoas portadoras de hipotireoidismo. Hipertireoidismo O hipertireoidismo é caracterizado pelo aumento da síntese e liberação dos hormônios tireoidianos pela glândula tireóide. A tireotoxicose refere-se à síndrome clínica decorrente do excesso de hormônios tireoidianos circulantes, secundário ao hipertireoidismo ou não. O diagnóstico clínico do hipertireoidismo, geralmente, não oferece dificuldade e a confirmação diagnóstica deverá ser feita com as dosagens das concentrações séricas de TSH e hormônios tireoidianos. Sudorese: metabolismo acelerado, temperatura mais alta e sudorese intensa para reduzir a temperatura, consequentemente ocorre a intolerância ao calor Mesmo que seja comum a perda de peso e aumento do apeite, pode ocorrer o ganho de peso e a anorexia. O bócio ocorre pela maior produção de colóide pela maior produção de hormônios. Exoftalmia: edema da região do globo ocular fazendo com que os olhos fiquem voltados para fora. Isso é muito comum entre os hipertireoideos. A doença de Graves (é umadoença autoimune) é a principal causa de hipertireoidismo. É uma doença autoimune de etiologia não esclarecida, certamente multifatorial e com evidente predisposição genética. A autoimunidade mediada pelos linfócitos B e T na DG é dirigida a 4 antígenos da tireoide: tireoglobulina (Tg), peroxidasetiroideu (TPO), cotransportador de sódio-iodo e receptor de tireotropina (TSH). O receptor de TSH é o principal antígeno da DG; a sua ativação é responsável pelo hipertireoidismo nesta doença. Cria uma condição em que esse receptor fique hiper estimulado, fazendo com que a tireoide trabalhe mais do que deveria. O diagnóstico clínico bioquímico é o padrão-ouro para diagnosticar hipertireoidismo. Pode ocorrer também tumores na tireoide (nódulos produtores de T3 e T4 em excesso) e ao aplicar iodo radioativo para identificá-los ai o médico resolve se será o uso de medicamentos ou de cirurgia. Hiperprolactinemia A prolactina é um hormônio produzido pelas células lactotróficas da hipófise anterior e tem como principal função a indução e a manutenção da lactação. É o único hormônio que o hipotálamo produz constantemente o hormônio inbitório. É regulada pelo hipotálamo, que exerce influência inibitória por meio da liberação da dopamina, cuja ação se faz predominantemente nos receptores D2 dos lactotrofos. REVER DO COMEÇO DA HIPERPROLACTINEMIA ATÉ AQUI! A hiperprolactinemia, uma alteração frequente, responsável por amenorreia (falta da menstruação) secundária em 20% a 25% dos casos. As causas dessa anormalidade podem ser classificadas em fisiológicas, farmacológicas e patológicas. As causas fisiológicas mais importantes são gravidez e amamentação. Medicamentos anti dopaminérgicos podem causar hiperprolactinemia. Neurolépticos (fenotiazinas, butirofenonas, risperidona, sulpirida), antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, clomipramina), inibidores da monoaminooxidasa, algunos antihipertensivos (verapamil, reserpina, metildopa), medicamentos de ação gastrointestinal (domperidona, metoclopramida) etc. A hiperprolactinemia causada por medicamentos é frequentemente sintomática, originando galactorréia, distúrbios menstruais e disfunção sexual. Entre as causas patológicas, prolactinomas e adenomas da hipófise que expressam e secretam prolactina em diversos graus são as mais importantes. Em mulheres, mais de 90% dos prolactinomas são tumores intrasselares (dentro da caixa craniana, um espaço) pequenos (com menos de 10 mm de diâmetro - ) , que raramente aumentam de tamanho; porém, em homens e crianças, são macroadenomas (com 10 mm ou mais) em sua grande maioria. A denominação hiperprolactinemia idiopática (não se sabe o porquê está acontecendo) tem sido reservada para os pacientes sem uma causa óbvia para o distúrbio hormonal. Na maioria das vezes, trata-se, provavelmente, de microadenomas hipofisários muito pequenos que não foram visualizados por ressonância magnética. A hiperprolactinemia é encontrada em cerca de 40% dos pacientes com hipotiroidismo primário(4) e em 30% dos casos de síndrome dos ovários policísticos (SOP). É em função das situações que p hipotireoidismo primário ocorre uma hiper estimulação do hipotálamo para produzir o hormônio regulador e induziria também a produção de prolactina. Os sintomas da hiperprolactinemia resultam de três mecanismos principais: a) efeitos diretos do excesso de prolactina sobre seus tecidos-alvos (galactorréia - pequena secreção de leite mal formado em pessoas que fazem uso de medicamentos antidopaminérgicos, por exemplo); Sem mecanismo claro, estudos sugerem a possibilidade da influência direta da PRL sob a densidade mineral óssea (não se sabe o mecanismo exato, mas pode ocorrer a menor produção de osso). Em roedores, já se demonstrou um papel da PRL como fator autócrino e parácrino na promoção de câncer de mama e de próstata. A prolactina pode realizar uma ação no próprio tecido produtor. Em roedores ocorre, mas por enquanto na vida prática não ocorre. O risco de desenvolvimento de câncer de mama não é evidente em mulheres com hiperprolactinemia. b) manifestações resultantes do hipogonadismo causado pela hiperprolactinemia (oligoamenorréia - diminuir a produção de menstruação e frequência -, infertilidade). A hiperprolactinemia causa hipogonadismo hipogonadotrófico principalmente por inibir a secreção pulsátil do GnRH (induz a produção de LH e FSH que são responsáveis pela produção da menstruação em mulheres e na produção de testosterona e funcionalidade dos testículos em homens), além de inibir diretamente a esteroidogênese gonadal (produção de hormônios sexuais - estrogenio e progesterona nas mulheres e de testosterona nos homens) O hipotálamo atua na adeno-hipófise através do hormônio GnRH, responsável pela produção das gonadotropinas (hormônio folículo estimulante - FSH - e hormônio luteinizante - LH), que determinam a secreção ovariana e a produção dos óvulos nas mulheres. Assim como a espermatogênese e a maturação do testículo Homem adolescente ou mulher que tem prolactinoma tem o hipogonadismo. O hipogonadismo hipogonadotrófico pode causar irregularidade menstrual e amenorreia em mulheres, disfunção sexual, infertilidade e perda de massa mineral óssea em ambos os gêneros. A hiperprolactinemia reduz a libido por ação direta. Em estudos com homens hiperprolactinêmicos, com hipogonadismo e redução da libido, a melhora da libido foi observada após uso de AD, enquanto a reposição hormonal apenas com testosterona nem sempre foi eficaz, pois as vezes pode ser pela hiperprodução de prolactina. c) efeitos secundários a lesões estruturais provocadas pela doença causadora da hiperprolactinemia, efeito-massa decorrente de tumores (cefaleia, distúrbios da visão). Se o tumor começa a aumentar ele comprime outras estruturas provocando cefaléia e distúrbios de visão. Distúrbios da paratireoide O hiperparatiroidismo primário (distúrbio no próprio órgão) é uma entidade clínica caracterizada por um desequilíbrio no metabolismo do cálcio e fósforo, secundário (uma causa que induz outra coisa) a uma elevação da secreção da hormona paratiroideia. Hiperparatireoidismo é o resultado da hipersecreção persistente do paratormônio (PTH) podendo ser primário, secundário e terciário. O adenoma é a principal causa de hiperparatireoidismo primário, presente em cerca de 90% dos casos da forma primária A segunda causa para o hiperparatireoidismo é Hiperplasia Primária, seguida pelo Carcinoma Caracteriza-se por proliferação predominante das células principais formando nódulo tumoral em geral solitário raramente em mais de uma glândula. Em hiperparatireoidismo o primeiro sinal bioquímico é hiperfosfatúria (aumento de fosfato na urina) pela ação do paratormônio nos túbulos renais, inibindo a reabsorção de fósforo. Quando tem diminuição dos níveis de cálcio, a paratireóide aumenta produção de paratormônio e nos rins ele diminui a excreção de cálcio para poder repor o Ca ,mas aumenta a excreção de fosfato inibindo a fosfatação e justificando a fosfatúria. Isso ocorre porque o fosfato estabiliza os sais de cálcio no osso e o PTH induz os osteoclastos a fazerem a reabsorção óssea, lançando o Ca e o fosfato na corrente sanguínea e ao tirar o fosfato do organismo ocorre a possibilidade de estabilidade dos sais de cálcio dentro de um quadro de osteopenia por ter menos cálcio. A vitamina D precisa ser ativada pelo rim e faz a absorção de cálcio. Quando o PTH age no osso, ele estimula um fator que faz com que o rim aumente a absorção de cálcio (reduzindo a sua excreção) e aumentando a excreção de fosfato, mas inibe a ativação da vitamina D. Isso é um jogo de forças, no fim das contas a vitamina D conseguirá absorver o cálcio. A vitamina D favorece a deposição óssea.
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