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Luiza Eduarda – SOI V APG - S4P1 HIPOTIREOIDISMO E HIPERTIREOIDISMO Objetivos: 1. Relembrar anatomia, fisiologia e histologia da tireoide; 2. Compreender a fisiopatologia do hipertireoidismo e hipotireoidismo; 3. Entender a etiologia, fatores de risco, epidemiologia, manifestações clínicas do hipo e hipertireoidismo; 4. Estudar as formas de diagnóstico e tratamento do hipo e hipertireoidismo; 5. Conhecer a relação entre a tireoide, o hipotálamo e a hipófise. Fisiologia e Anatomia da Tireoide A tireoide é um dos maiores órgãos endócrinos do corpo, pesando cerca de 15 a 20 g. Localiza-se na região anterior do pescoço, sobre a cartilagem tireoide. Tem dois lobos unidos pelo istmo e, eventualmente, pode estar presente um terceiro lobo, o piramidal. É uma glândula extremamente vascularizada, que produz e armazena hormônios em grande quantidade, os quais participam da regulação do metabolismo de todas as células do organismo. Produção dos hormônios tireoidianos A tireoide é composta por dois tipos principais de células: foliculares, originadas no endoderma da faringe embrionária e produzem T3 (tri-iodotironina) e T4 (tetraiodotironina ou tiroxina), e parafoliculares (ou células C, por serem células claras que se coram muito pouco à microscopia), com origem neuroendócrina e responsáveis pela produção de calcitonina, um hormônio importante para a regulação do metabolismo do cálcio no organismo. As células foliculares são polarizadas, e sua porção basal encontra-se em contato com os vasos sanguíneos enquanto a porção apical fica em contato com o coloide. A produção dos hormônios tireoidianos passa por quatro etapas: ➢ Captação do iodo ➢ Oxidação do iodo ➢ Organificação ➢ Acoplamento Luiza Eduarda – SOI V Regulação da função tireoidiana O hipotálamo produz hormônio liberador de tireotrofina (TRH), que, via circulação porta hipofisária, chega à adeno-hipófise e estimula a secreção de hormônio tireoestimulante (TSH) pelos tireotrofos. O TSH é um hormônio glicopeptídio formado por duas subunidades: subunidade alfa, responsável pela afinidade ao receptor [esta subunidade é comum a outros hormônios hipofisários, como o luteinizante (LH) e o folículo-estimulante (FSH)], e subunidade beta, responsável pela especificidade e atividade biológica. O TSH age em seu receptor acoplado à proteína G nas células foliculares da tireoide, nas quais aumenta a produção de adenosina monofosfato cíclico (cAMP) intracelular e estimula todas as etapas de síntese dos hormônios tireoidianos: desde a captação do iodo pelo NIS, o transporte pela pendrina, a oxidação pela TPO e DUOX, a organificação, a síntese e liberação dos hormônios tireoidianos para o sangue e a conversão periférica de T4 para T3 pelas deiodinases. Também é capaz de aumentar a vascularização da glândula e promover mitogênese. A T3 exerce feedback negativo sobre a produção de TSH e TRH, caracterizando uma alça de retroalimentação negativa, mantendo assim o equilíbrio e a homeostase. No hipotálamo e na hipófise, existe a deiodinase tipo 2, uma enzima que converte T4 em T3 localmente, de modo a manter esse feedback negativo. Outros hormônios e situações também regulam a função tireoidiana. Além da regulação externa pelo TSH, a tireoide também apresenta um mecanismo de autorregulação. Na presença de níveis elevados de iodeto, ocorre o bloqueio da captação e organificação do iodo, fenômeno conhecido como Wolff-Chaikoff. O mecanismo para esse bloqueio ainda não é totalmente definido, mas pode estar relacionado com a supressão do gene do NIS e da TPO. O efeito Wolff-Chaikoff é transitório e, após alguns dias de excesso de iodo, pode ocorrer escape com retorno à síntese dos hormônios tireoidianos. Deiodinases Existem no organismo humano, três tipos de enzimas deiodinases: Deiodinase tipo 1: Presente principalmente no fígado, converte a T4 da circulação sistêmica em T3, sendo a grande responsável pelos níveis sistêmicos de T3. Esta enzima é inibida por medicamentos, como amiodarona, propranolol, propiltiouracil (PTU), corticoides e agentes iodados, restrição calórica, anorexia nervosa, doença hepática, doenças sistêmicas graves e deficiência de selênio, e é ativada por medicamentos como rifampicina, hidantoína, carbamazepina, fenobarbital e sertralina. Deiodinase tipo 2: Presente principalmente no hipotálamo e na hipófise, converte T4 em T3 localmente, para que lá possam exercer feedback negativo sobre a produção de TRH e TSH. Luiza Eduarda – SOI V Deiodinase tipo 3: Inativa a T4 em T3 reverso – rT3 (que é um hormônio inativo) e T2 sistemicamente. Também expressa na placenta, protegendo o feto dos excessos de hormônios tireoidianos maternos. Transporte dos hormônios tireoidianos Na circulação sistêmica, os hormônios tireoidianos se ligam em grande parte às suas proteínas transportadoras, que podem ser a globulina ligadora de tiroxina (TBG – principal proteína de ligação e de transporte dos hormônios tireoidianos), a transtirretina (pré-albumina), a albumina e algumas lipoproteínas. A maior parte dos hormônios fica ligada a proteínas (> 99,5%), e a menor parte fica livre na circulação. Apenas 0,5% de T3 e 0,03% de T4 ficam na circulação sob a forma livre, que é a fração ativa destes hormônios. Algumas situações podem cursar com aumento das proteínas transportadoras (principalmente da TBG) e, com isso, aumentar os valores de T3 e T4 totais, mas sem interferir nos níveis séricos das frações livres, que são as biologicamente ativas. Aumento de TBG resulta em maiores níveis de T3 e T4 totais, com falsa redução das suas frações livres caso sejam dosadas por métodos indiretos, como é feito habitualmente na prática clínica. Já a queda da TBG promove a redução dos hormônios totais e o aumento das frações livres, se dosadas por métodos indiretos. Mudanças nos níveis séricos de albumina ou de transtirretina não causam alterações nas concentrações séricas de T3 e T4, por serem numericamente bem menos importantes que a TBG no transporte desses hormônios. Hipotireoidismo Definição Síndrome clínica decorrente de redução da concentração ou de ação dos hormônios tireoidianos em nosso corpo, resultando em queda do metabolismo e prejuízo das atividades biológicas que dependem do estímulo dos hormônios tireoidianos para acontecerem. Etiologia ➢ Hipotireoidismo primário (95% dos casos) Doença no tecido tireoidiano, o qual deixa de ser capaz de produzir os hormônios triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) em quantidades suficientes. Pode ser causado pela destruição da tireoide por autoanticorpos presentes na tireoidite de Hashimoto (causa mais frequente atualmente), em consequência do uso de radioiodo para tratamento de hipertireoidismo (segunda causa mais frequente na atualidade), por radioterapia cervical, por medicamentos tóxicos para a tireoide (como o interferon-alfa), lítio ou medicamentos ricos em iodo (como amiodarona ou contrastes iodados, que podem causar o efeito Wolff-Chaikoff e, com isso, reduzir a síntese hormonal pela tireoide), por defeitos enzimáticos congênitos que atrapalhem a síntese e liberação de hormônios Luiza Eduarda – SOI V tireoidianos (quadro conhecido como hipotireoidismo congênito), pela deficiência de iodo na dieta, entre outras etiologias. Caracteriza-se laboratorialmente pela: elevação do hormônio tireoestimulante (TSH) e redução dos hormônios T3 e T4 (totais e livres). ➢ Hipotireoidismo secundário Causado por doença hipofisária, que compromete a síntese de TSH, de modo que não se consegue obter o estímulo necessário sobre a tireoide para a formação dos hormônios T3 e T4 nas quantidades suficientes. Pode vir acompanhado de disfunção de outros eixos hipofisários [geralmente sucede o aparecimento de deficiência de hormônio do crescimento (GH), hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo-estimulante(FSH)]. Caracteriza-se laboratorialmente pela queda de T3 e T4 (totais e livres), com TSH baixo ou inapropriadamente normal. ➢ Hipotireoidismo terciário Causado pela inabilidade do hipotálamo em secretar o hormônio liberador de tireotrofina (TRH) em quantidades suficientes para uma adequada estimulação da hipófise em produzir o TSH. É a causa mais rara de hipotireoidismo, e geralmente está associado a uma doença hipotalâmica, seja tumoral, infecciosa ou inflamatória. Caracteriza-se laboratorialmente pelo mesmo perfil do hipotireoidismo secundário (queda de T3 e T4 totais e livres com TSH baixo ou inapropriadamente normal), sendo muitas vezes difícil de fazer o diagnóstico diferencial entre essas duas entidades, já que a dosagem de TRH não é feita na prática clínica. Na prática, ambos devem ser chamados conjuntamente de hipotireoidismo central, e o diagnóstico diferencial entre essas duas etiologias não tem tanta importância, já que o prognóstico, o tratamento e o seguimento serão praticamente os mesmos. Epidemiologia Atualmente estima-se que a prevalência de hipotireoidismo subclínico (TSH elevado com T4 livre normal estável por algumas semanas, em pacientes fora de tratamento para hipotireoidismo, sem doença aguda ou crítica e com funções hipofisária e hipotalâmica normais) seja de aproximadamente 4 a 8% da população, e que a prevalência de hipotireoidismo clínico (TSH elevado com T4 livre baixa) seja de aproximadamente 0,3% da população. O risco é bem maior em mulheres (5 a 10 vezes maior do que em homens) e aumenta com a idade. Fatores de risco ➢ Sexo feminino (risco 5 a 10 vezes maior do que o sexo masculino); ➢ Idade > 60 anos; ➢ História familiar de doença tireoidiana; Luiza Eduarda – SOI V ➢ Presença de alguma outra doença autoimune; ➢ Presença de anticorpos contra o tecido tireoidiano, como antitireoperoxidase (antiTPO) e antitireoglobulina (anti-Tg). Cerca de 10% da população pode ter autoanticorpos tireoidianos e função tireoidiana normal, mas a presença principalmente de anti-TPO aumenta o risco de evolução para hipotireoidismo; ➢ Passado pessoal de tireoidite, principalmente se houver tireoidite pós-parto; ➢ Doenças granulomatosas e infiltrativas, como hemocromatose, sarcoidose ou amiloidose; ➢ História de radioterapia cervical; ➢ Tratamento prévio para hipertireoidismo (com tionamidas, radioiodo ou tireoidectomia); ➢ Presença de bócio; ➢ Presença de nódulos de tireoide; ➢ Uso de fármacos como amiodarona, interferon-alfa, lítio e tionamidas; ➢ Hepatite C; ➢ Síndrome de Down e síndrome de Turner; ➢ Deficiência ou excesso de iodo na dieta. Quadro Clínico Luiza Eduarda – SOI V Diagnóstico Tratamento Administração de Levotiroxina (L-T4), dose única diária em jejum. Hipertireoidismo Definição: Tireotoxicose é o estado clínico decorrente do excesso de hormônios tireoidianos circulantes sistemicamente, seja qual for a origem desses hormônios (ingestão de hormônio externo, produção de hormônio por algum tumor, produção excessiva de hormônio pela glândula tireoidiana, liberação de hormônio pré-formado pela glândula tireoidiana que tenha sofrido algum dano celular – autoimune, infeccioso, químico ou mecânico – com ruptura dos folículos, com coloide pré-formado). Já o hipertireoidismo é o estado de tireotoxicose quando a origem do excesso de hormônio tireoidiano é a própria glândula tireoide que está sintetizando e liberando sistemicamente quantidades aumentadas de hormônio. Epidemiologia ➢ A prevalência de hipertireoidismo nos EUA é de 1,2% da população; ➢ 0,7% hipertireoidismo subclínico ➢ 0,5% hipertireoidismo clínico Sua principal etiologia é a doença de Graves, seguida do bócio multinodular tóxico (BMNT) e do adenoma tóxico. Etiologia Além da ingestão exógena de hormônio tireoidiano, incidental ou proposital, há outras etiologias para a tireotoxicose. Luiza Eduarda – SOI V ➢ Doença de Graves Doença autoimune, causada pela presença de autoanticorpos estimuladores do receptor de hormônio tireoestimulante (TRAb estimulante), que estimulam a glândula tireoide a aumentar sua produção hormonal. Geralmente ocorre em mulheres jovens, na presença de autoimunidade. É a principal causa de hipertireoidismo. Até 30% dos pacientes podem ter remissão espontânea do quadro, mesmo na ausência de tratamento. Pode ter relação genética. Pede o TRAb se o paciente tiver T3 E T4 aumentados. Oftalmopatia: olhos aumentados; Dermopatia; Acropatia: aumento dos dedos e unhas arredondadas. ➢ BMNT (bócio multinodular tóxico) Surgimento de novos nódulos e/ou crescimento de nódulos preexistentes em glândulas tireoides após longos períodos em áreas carentes em iodo. Com o passar do tempo, geralmente esses nódulos progressivamente adquirem certa autonomia e começam a produzir hormônio tireoidiano em excesso. Acontece principalmente em indivíduos mais idosos, sendo a principal causa de hipertireoidismo nessa população de mais idade. ➢ Adenoma tóxico ou Doença de Plummer Causado por uma mutação somática ativadora em algum gene regulador da atividade das células foliculares, determinando um aumento de sua função e de sua produção hormonal independentemente do estímulo do hormônio tireoestimulante (TSH). ➢ Tireoidite subaguda indolor Causada pela inflamação da glândula tireoide com liberação de hormônio pré-formado que estava estocado nos folículos tireoidianos. Corresponde a 10% dos casos de tireotoxicose. A inflamação tireoidiana pode ter origem medicamentosa (uso de lítio, interferon-alfa, amiodarona – em 5 a 10% dos pacientes tratados com esses fármacos), autoimune (autoanticorpos positivos), no período pós-parto ou idiopática. Geralmente causa hipertireoidismo leve e transitório na primeira fase, que, na maioria das vezes, não precisa de tratamento. Se o paciente estiver muito sintomático, pode ser tratado com betabloqueador. Tionamidas não funcionam nas tireotoxicoses por tireoidite, pois a síntese hormonal é baixa; o problema é a liberação de hormônio pré-formado que estava estocado na glândula. ➢ Tireoidite subaguda dolorosa de DeQuervain Causada por infecção de via respiratória superior atual ou recente. O antígeno viral ativa um antígeno leucocitário humano (HLA) que ativa linfócitos que passam a atacar o tecido tireoidiano. Cursa com tireoide dolorosa (dor que pode se irradiar para os dentes e ouvidos), endurecida, inflamada, febre, mal-estar e aumento de provas inflamatórias – velocidade de hemossedimentação (VHS), proteína C reativa (PCR). É a principal causa de tireoide dolorosa. Causa dano às células foliculares, com ruptura e liberação de hormônio tireoidiano pré-formado na circulação. O diagnóstico de tireoidite subaguda Luiza Eduarda – SOI V dolorosa é clínico. A ultrassonografia (USG) mostra aumento difuso da tireoide e glândula hipoecogênica (pela grande quantidade de células inflamatórias), com reduzida vascularização. A cintilografia de tireoide é fria, e a cintilografia com gálio, quente. O tratamento é feito com anti-inflamatórios, prednisona 40 mg/dia durante 4 a 8 semanas, e betabloqueador, se houver sinais e sintomas de tireotoxicose na primeira fase da tireoidite. ➢ Secreção ectópica de hormônio tireoidiano Struma ovarii e os tumores produtores de hormônio tireoidiano. Quadro Clínico O quadro clínico da tireotoxicose é decorrente da ação do hormônio ativo [triiodotironina (T3)] sobre seus receptores nucleares, estimulando a transcrição gênica de alguns genes e inibindo a transcrição gênica de outros. Basicamente, a T3 age em todas as células do organismo, e por isso suas ações são bastante sistêmicas. As principais características são: ➢ Aumento da taxa metabólica basal, podendo causar perda de peso; ➢ Aumento da fome, podendo provocar ganho de peso; ➢ Redução dos níveis de colesterol; ➢ Perda de massa magra(muscular e óssea), podendo causar osteoporose; ➢ Maior sensibilidade às catecolaminas, causando aumento da frequência cardíaca, taquiarritmias, palpitações, fibrilação atrial e aumento de pressão sistólica, por aumento na força de contração do miocárdio; ➢ Redução da resistência vascular periférica induzida pela T3, causando redução da pressão diastólica e aumento da pressão de pulso; ➢ Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) de alto débito pela taquicardia e pelo aumento da volemia e pré-carga, com redução do tempo diastólico, edema de membros inferiores, fadiga, dispneia e consequências da ICC, como colapso cardiovascular ou até morte; ➢ Aumento de eventos tromboembólicos; ➢ Aumento da sudorese, pele pegajosa, hiperidrose e intolerância ao calor; ➢ Tremor de extremidades; ➢ Fraqueza muscular proximal e hiper-reflexia; ➢ Dermopatia infiltrativa (mixedema pré-tibial); ➢ Alterações psiquiátricas e neuropsiquiátricas, ansiedade, agitação, irritabilidade e labilidade emocional; ➢ Hiperdefecação; ➢ Hipermenorragia ou irregularidade menstrual; ➢ Oftalmopatia de Graves. Diagnóstico Anamnese Luiza Eduarda – SOI V Avaliar a presença de sintomatologia relacionada à tireotoxicose e à hiperatividade adrenérgica e de efeitos compressivos causados por bócios muito volumosos. Verificar o tempo de sintomatologia, a história de exposição recente a compostos ricos em iodo e gravidez recente. Anamnese familiar Avaliar a presença de história familiar de tireoidopatia. Exame físico direcionado Avaliar emagrecimento, palpação tireoidiana (tamanho, simetria, consistência, dor, mobilidade, nodulações, sopro), frequência respiratória, ritmo e frequência cardíaca, pressão arterial, ausculta respiratória, edema de membros inferiores, turgor da pele e tremores de extremidades. Avaliar sinais de oftalmopatia de Graves (exoftalmo, proptose, retração palpebral, lid lag, lagoftalmo, eritema e edema conjuntival, palpebral ou de carúnculas, dor ocular espontânea ou à movimentação). Avaliação bioquímica TSH (é o exame mais sensível), tiroxina (T4) livre, T3 total. Algumas situações podem mostrar TSH suprimido com T3 elevada e T4 normal (tireotoxicose por T3). O hipertireoidismo geralmente cursa com síntese proporcionalmente maior de T3 que a habitual, enquanto as tireoidites costumam cursar com liberação muito maior de T4 pré- formada. Portanto, se disponível, pode-se dosar T3 e T4 totais para avaliar o valor dessa relação. Uma relação T3 (ng)/T4(μg) > 20 favorece o diagnóstico de hipertireoidismo, enquanto uma relação de T3/T4 < 20 favorece o diagnóstico de tireotoxicose por tireoidite. Autoanticorpos | Antitireoperoxidase (TPO), antitireoglobulina (Tg), TRAb O TRAb, apesar de ajudar muito no diagnóstico de doença de Graves, pois até 95% das pessoas com essa doença apresentam TRAb positivo, e esse é um anticorpo muito específico e pouco comum na população geral, não é considerado um exame essencial para o diagnóstico dessa doença. Casos muito típicos de hipertireoidismo com bócio difuso, acometimento ocular e quadro clínico muito típico de doença de Graves não necessitam da dosagem desse autoanticorpo para a sua confirmação. Consideram-se como indicações para solicitação de TRAb: gestantes com antecedente de doença de Graves (para avaliar risco de tireotoxicose fetal pela passagem transplacentária do TRAb), diagnóstico diferencial entre hipertireoidismo gestacional do primeiro trimestre ou doença de Graves na gestação, pacientes eutireóideos com acometimento ocular sugestivo de oftalmopatia de Graves. Ultrassonografia Cintilogragia Tratamento Controle de sintomas (betabloqueador) + redução da produção hormonal. - Tionaminas; - Radioterapia; - Cirurgia (tirar parte da tireoide. Luiza Eduarda – SOI V Referências: SALES, PATRÍCIA O ESSENCIAL EM ENDOCRINOLOGIA / PATRÍCIA SALES, ALFREDO HALPERN, CINTIA CERCATO. - 1. ED. - RIO DE JANEIRO : ROCA, 2016. KASPERAVICIUS, JÉSSICA PASQUALI. PREVALÊNCIA DE HIPOTIREOIDISMO E DE HIPERTIREOIDISMO E FATORES ASSOCIADOS. 2020. ENDOCRINOLOGIA CLÍNICA / LUCIO VILAR ... [ET AL.] - 6. ED. - RIO DE JANEIRO: GUANABARA KOOGAN, 2016. IL. ISBN 978-85-277-3032-7
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