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Direito Tributário DEFINIÇÃO DE TRIBUTO Luciano Amaro: “é toda prestação pecuniária, não sancionatória de ato ilícito, instituída em lei e devida ao Estado ou a entidades não estatais de fins de interesse público”. Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA EM MOEDA OU CUJO VALOR NELA SE POSSA EXPRIMIR O crédito tributário somente se extingue nas hipóteses previstas no CTN – em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir. Possibilidade de fixação por meio de indexadores (UFIR) Possibilidade de pagamento através de títulos da dívida pública – é na verdade compensação tributária, extinguindo até o montante que se compensarem, mas depende de lei autorizativa para a utilização de títulos da dívida pública na extinção do CT – art. 170, CTN Apesar de admitir “cujo valor nela se exprimir”, não se admite a instituição de tributos in natura ou in labore (em bens ou serviços): A LC 104/2001 permite a dação em pagamento de bens imóveis como forma de extinção do CT – admitindo outras utilidades, desde que previstas no CTN. STF – inicialmente considerou inconstitucional lei do DF que permitia o pagamento de débitos das ME e EPP mediante dação de pagamento de materiais destinados a programas do governo do DF. Teve como fundamento a reserva de Lei Complementar para tratar de extinção do CT. Posteriormente, STF, afirmou ser possível a criação de novas hipóteses de extinção do CT em lei ordinária local. Fundamentos: - pacto federativo – permite ao ente estipular a possibilidade de receber algo de seu interesse para quitar crédito de que é titular; - se o ente pode perdoar – lei concessiva de remissão – também poder autorizar a extinção, mesmo não prevista no CTN Posteriormente – reconheceu a inconstitucionalidade de lei local que previa a extinção do CT mediante dação de bens móveis, em virtude de reserva de lei federal para dispor sobre regras gerais de licitações (estaria adquirindo um bem sem licitação) Obs.2 : utilização de títulos da dívida pública para a compensação – na medida em que se compensarem e necessidade de lei autorizativa (federal). CTN: Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão; V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) (Vide Lei nº 13.259, de 2016) Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149. Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. PRESTAÇÃO COMPULSÓRIA É imposta por lei, sendo irrelevante a vontade das partes. A lei é fonte direta e imediata, independendo de vontade ou conhecimento do sujeito passivo. Não há exceções à compulsoriedade. Direito Tributário PRESTAÇÃO QUE NÃO CONSTITUI SANÇÃO DE ATO ILÍCITO PRESTAÇÃO INSTITUÍDA EM LEI Não há exceção: tributo só pode ser criado por lei (complementar ou ordinária) ou ato normativo de igual força (MP) Princípio democrático – a lei é aprovada pelo povo – através de seus representantes –, teoricamente o povo só paga os tributos que aceitou pagar “no taxation without representation”. A alteração de alíquotas (majoração ou redução) é exceção: II, IE, IPI, IOF e CIDE Combustíveis são alteráveis por ato do Poder Executivo e o ICMS monofásico sobre combustíveis podem ser definidas mediante convênio. ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA É instituído por lei e configura uma prestação compulsória, não havendo discricionariedade na cobrança. A cobrança de tributos é atividade plenamente vinculada. Quanto à hipótese de incidência os tributos podem ser vinculados (o fato gerador é uma atividade estatal relativa ao contribuinte, como taxas e constituições de melhoria) ou não vinculados (o fato gerador independe de qualquer atividade estatal, ex. todos os impostos.) Quanto à arrecadação: vinculados (os recursos arrecadados só podem ser utilizados para despesas determinadas, como empréstimos compulsórios e a extinta CPMF) ou não vinculados (utilização dos recursos com quaisquer despesas previstas no orçamento, como os impostos) DESTINAÇÃO LEGAL DO PRODUTO DA ARRECADAÇÃO O art. 4º estabelece que é irrelevante para a definição da natureza jurídica do tributo. Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. STJ - SÚMULA N. 353 - As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS. Lei 4.320/64 (Normas Gerais de D. Financeiro) Art. 9º Tributo é e a receita derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades Exige que o produto da arrecadação seja destinado ao custeio de atividades gerais ou específicas exercidas pelas pessoas jurídicas de direito público. utilizar esse posicionamento apenas em prova discursiva ou de direito financeiro. O principal efeito seria que, por não serem tributos, as contribuições para o FGTS não estariam sujeitas ao prazo prescricional de 5 anos estabelecidos no CTN, sendo aplicável a prescrição trintenária. Ocorre que o STF entendeu, em sede de repercussão geral, que as normas que preveem a prescrição trintenária são incompatíveis com o art. 5º, XXIX da CF, que estabelece o prazo prescricional de 5 anos, até o limite de 2 anos após a extinção do contrato de trabalho. Tributo •não tem finalidade sancionatória; •visa arrecadar e intervir na sociedade e economia; •o dever de pagar surge de hipótese abstratamente prevista em lei - Fato Gerador; •STF - a tributação de resultado econômico proveniente de ato ílicito - tráfico de drogas - é constitucional e decorre do princípio da isonomia fiscal - possibilidade conhecida como pecunia non olet - se o FG ocorreu, o tributo é devido; • também é vedado o efeito de confisco do tributo - não podendo ter caráter sancionatório • o art. 5o, XLVI, "b" admite a pena de "perda de bens" - é uma autorização de confisco, mas tão somente como punição; Multa •é sanção por ato ilícito; •visa coibir o ato ilícito, o ideal é que não arrecade.
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