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Rafael Barreto Ramos 
 © 2014 
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Direito Tributário 
Professor: Atanair 
03/02/14 
Ø Poder de Tributar 
1. Introdução 
Toda vida em comunidade/sistema coletivo vai gerar necessidades/obrigações que devem ser 
custeadas por todos. 
Nos feudos, por exemplo o senhor feudal fornecia a terra e proteção e, em troca, o colono dava 
a ele parte de sua produção. As pessoas, ao entregarem parte de sua produção em troca de 
segurança, já é uma forma de cobrança tributária in natura. 
O sistema tributário sempre seguiu a lógica que de que o Estado fornece determinado serviço e 
a população, por outro lado, contribuir com o custeio tal serviço. 
2. Ato de Soberania 
Definia-se que o poder de tributar advém da soberania do Estado, ou seja, o tributo era 
estabelecido em um ato de poder puro e simples. 
3. Relação Jurídica 
Entretanto, na atualidade, com a adoção Estado Democrático de Direito, o poder de tributar 
deriva de uma relação jurídica, ou seja, o Estado é um sujeito de direitos e deveres. 
Assim, tanto a população quanto Estado devem respeitar as leis, não podendo este se impor. 
 
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Ø Competência Tributária 
1. Conceito 
É o poder que os entes políticos têm de instituir/criar tributos. 
Esta é outorgada somente aos entes políticos, que são: a) União, b) Estado, c) Distrito Federal e 
d) Municípios. 
2. Poder privativo 
Ademais, a competência é privativa do ente político, ou seja, um ente não pode invadir a 
competência do outro, sob pena de cometer ato inconstitucional. 
3. Competência indelegável 
A COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA É INDELEGÁVEL. 
Ø Capacidade Tributária 
1. Conceito 
Poder de administração/gerenciamento de um tributo previamente criado. 
Ex. Poder de cobrança do tributo. 
2. Poder delegável 
A CAPACIDADE TRIBUTÁRIA É DELEGÁVEL. 
Pode ser que o ente político possua tanto a competência tributária quanto a capacidade 
tributária. 
Todavia, a capacidade tributária PODE SER DELEGADA a outra pessoa jurídica de direito público. 
Ex. União delega ao INSS a administração das cobranças sociais previdenciárias. Neste caso, 
como o INSS possui personalidade jurídica, é configurada a delegação de competência. 
No entanto, SOMENTE A UNIÃO PODERÁ INSTITUIR NOVOS TRIBUTOS, no entanto a 
administração é realizada pelo INSS. 
Em contrapartida, em 2001 a União revogou a delegação de competência ao INSS, sendo esta, 
atualmente, da Receita Federal Brasileira. 
ATENÇÃO: 
Na atualidade, a ação que verse sobre tributos previdenciários deve ser ajuizada CONTRA A 
UNIÃO. 
 
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IMPORTANTE: 
A delegação somente se dá quando o outro ente POSSUIR personalidade jurídica. 
Quando um órgão do ente exerce a capacidade tributária, NÃO SE CARACTERIZA A DELEGAÇÃO 
DE CAPACIDADE TRIBUTÁRIA. 
Ex. Cobrança do Imposto de Renda pela Receita Federal Brasileira não é considerada como 
delegação, tendo em vista que esta não possui personalidade jurídica. 
2.1. Poder indelegável às empresas privadas (Art. 7º - Código Tributário) 
A capacidade tributária traz consigo, de forma implícita, o poder de polícia, de fiscalização e as 
empresas não podem, em hipótese alguma, exercer tal poder. 
Deste modo, A CAPACIDADE TRIBUTÁRIA SOMENTE PODE SER DELEGADA A ENTES PÚBLICOS. 
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar 
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida 
por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição. 
IMPORTANTE: 
A ação é ajuizada contra a pessoa que ADMINISTRA O TRIBUTO e não contra aquela que o 
institui. 
Nota: 
Pessoa Jurídica/entidade de Direito Público Pessoa Jurídica/entidade de Direito Privado 
 
- Não interage com o mercado; 
 
- Tem finalidade estatal e NÃO ECONÔMICA; 
 
- Ex. União, Estados, Distrito Federal, Municípios, 
Autarquias, Fundações. 
 
Resumidamente: 
 
a) Entidade Política; 
 
b) Autarquia; 
 
c) Fundação. 
 
 
 
- Interage com o mercado; 
 
- Tem finalidade ECONÔMICA; 
 
Ex. Sociedade empresária, Empresa Pública¹ 
(Caixa Econômica Federal), Sociedade Empresária 
de Economia Mista¹ (Banco do Brasil) 
 
(1) Empresa Pública vs. Sociedade de Economia Mista: 
 Empresa pública Sociedade de economia 
mista 
Capital 100% público Maioria do capital público 
Forma jurídica Qualquer, desde que lícita Sociedade anônima (SA) 
Foro Justiça Federal Justiça estadual 
 
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 Autarquias Fundações Empresas públicas Sociedades de 
economia mista 
Objeto Prestação de 
serviço público 
Prestação de serviço 
público (SP) 
SP + exploração de 
atividade econômica 
SP + exploração 
Personalidade Pública Público Privado Privado Privado 
Regime jurídico Público Público Misto Misto/Híbrido Misto/Híbrido 
Forma de criação Lei específica Lei Aut. Legal + 
Registro... 
Autorização legal + 
registro em cartório 
Autorização legal + 
registro em cartório 
Bens Públicos Públicos Privados Privados Privados 
Pessoal Estatutário* Est. Celetista Celetista Celetista 
 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando 
direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à 
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão 
competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade 
que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. 
Ø Atribuição de Competência (Arts. 153 a 156, CF/88) 
Outorga a cada ente político a competência tributária, ou seja poder de instituir, majorar, 
reduzir tributos. 
Seção III DOS IMPOSTOS DA UNIÃO 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
I - importação de produtos estrangeiros; 
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; 
III - renda e proventos de qualquer natureza; 
IV - produtos industrializados; 
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; 
VI - propriedade territorial rural; 
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 
§ 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as 
alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. 
§ 2º - O imposto previsto no inciso III: 
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da 
lei; 
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV: 
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; 
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado 
nas anteriores; 
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III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior. 
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma 
da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades 
improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não 
possua outro imóvel; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem,na forma da lei, desde que não 
implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.(Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (Regulamento) 
§ 5º - O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se 
exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na 
operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante 
da arrecadação nos seguintes termos: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem; 
II - setenta por cento para o Município de origem. 
Art. 154. A União poderá instituir: 
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; 
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua 
competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 
Seção IV DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993) 
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993) 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no 
exterior;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
§ 1.º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao 
Distrito Federal 
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou 
arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal; 
III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: 
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; 
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b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no 
exterior; 
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; 
§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
3, de 1993) 
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de 
mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro 
Estado ou pelo Distrito Federal; 
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação: 
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações 
seguintes; 
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores; 
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços; 
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, 
aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e 
prestações, interestaduais e de exportação; 
V - é facultado ao Senado Federal: 
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e 
aprovada pela maioria absoluta de seus membros; 
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse 
de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus 
membros; 
VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso XII, 
"g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de 
serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais; 
VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em 
outro Estado, adotar-se-á: 
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto; 
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele; 
VIII - na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do destinatário o 
imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual; 
IX - incidirá também: 
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que 
não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço 
prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento 
do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não 
compreendidos na competência tributária dos Municípios; 
X - não incidirá: 
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a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a 
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto 
cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos 
e gasosos dele derivados, e energia elétrica; 
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º; 
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens 
de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, 
quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à 
comercialização, configure fato gerador dos dois impostos; 
XII - cabe à lei complementar: 
a) definir seus contribuintes; 
b) dispor sobre substituição tributária; 
c) disciplinar o regime de compensação do imposto; 
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações 
relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; 
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos 
mencionados no inciso X, "a" 
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para 
o exterior, de serviços e de mercadorias; 
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e 
benefícios fiscais serão concedidos e revogados. 
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que 
seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; (Incluída pela Emenda 
Constitucional nº 33, de 2001) (Vide Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do 
exterior de bem, mercadoria ou serviço. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum 
outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, 
derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, 
de 2001) 
§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: (Incluído pela EmendaConstitucional nº 33, de 
2001) 
I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado 
onde ocorrer o consumo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e 
combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de 
origem e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais 
mercadorias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
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III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não 
incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de 
origem; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos 
termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre o valor da 
operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre 
concorrência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.(Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
§ 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as relativas à apuração e à destinação 
do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 
2º, XII, g. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
§ 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.(Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 42, de 19.12.2003) 
Seção V DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
I - propriedade predial e territorial urbana; 
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão 
física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua 
aquisição; 
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei 
complementar.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto 
no inciso I poderá:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.(Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 29, de 2000) 
§ 2º - O imposto previsto no inciso II: 
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em 
realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, 
cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for 
a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; 
II - compete ao Município da situação do bem. 
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:(Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) 
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I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) 
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 3, de 1993) 
III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e 
revogados.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
Ø Distribuição de Receitas (Arts. 157 a 162, CF/88) 
Um pouco dos tributos arrecadados pelos entes políticos são direcionados a fundos de 
redistribuição de receita visando que esta seja distribuída de forma isonômica entre todos os 
estados brasileiros. 
Tem como objetivo evitar a desigualdade inerente a cada região referente à arrecadação 
tributária. 
IMPORTANTE: 
A distribuição de receitas não fere o a competência tributária, tendo em vista que não interfere 
na criação/instituição de tributos. 
Seção VI DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS 
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, 
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas 
fundações que instituírem e mantiverem; 
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da 
competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I. 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, 
incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas 
fundações que instituírem e mantiverem; 
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial 
rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere 
o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (Regulamento) 
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos 
automotores licenciados em seus territórios; 
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à 
circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e 
de comunicação. 
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, serão 
creditadas conforme os seguintes critérios: 
I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de 
mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios; 
II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal. 
Art. 159. A União entregará: 
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I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre 
produtos industrializados quarenta e oito por cento na seguinte forma: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 55, de 2007) 
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito 
Federal; (Regulamento) 
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios; (Regulamento) 
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, 
Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os 
planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos 
recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer; 
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do 
mês de dezembro de cada ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007) 
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e 
ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valordas respectivas exportações de produtos industrializados. 
(Regulamento) 
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 
177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, 
observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo.(Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 44, de 2004) 
§ 1º - Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I, excluir-se-á a 
parcela da arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I. 
§ 2º - A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do montante 
a que se refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes, 
mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido. 
§ 3º - Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que 
receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e 
II. 
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento 
serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta 
seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos 
relativos a impostos. 
condicionarem a entrega de recursos:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
I - ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
29, de 2000) 
II - ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 
29, de 2000) 
Art. 161. Cabe à lei complementar: 
I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo único, I; 
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II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente sobre os 
critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio sócio-
econômico entre Estados e entre Municípios; 
III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das quotas e da liberação das 
participações previstas nos arts. 157, 158 e 159. 
Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes aos fundos de 
participação a que alude o inciso II. 
Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o último dia do mês 
subseqüente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos 
recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de 
rateio. 
Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por Município; os dos 
Estados, por Município. 
 
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07/02/14 
Ø Princípios Gerais 
1. Princípio da Legalidade 
1.1. Conceito 
Nenhum tributo pode ser cobrado sem lei que o estabeleça. 
Ou seja, o tributo somente poderá ser cobrado se instituído por lei. 
1.2. Espécies normativas 
a) Lei complementar 
A Constituição deve expressar que a referente matéria deve ser regulada por Lei Complementar. 
b) Lei ordinária 
Nos casos em que a Constituição é omissa, geralmente a matéria será regulada por Lei Ordinária. 
IMPORTANTE: 
Nada impede que, nos casos de omissão da Constituição, a matéria seja regulada por Lei 
Complementar. Assim sendo, a escolha entre Lei Ordinária e Lei Complementar fica a cargo do 
legislador. 
Nota: 
É entendimento do Superior Tribunal Federal que não há hierarquia entre as leis, podendo uma 
Lei Complementar ser REVOGADA por Lei Ordinária. 
c) Medida Provisória 
Tem caráter temporário. 
Não pode ser editado por Medida Provisória quando a lei exige que determinado assunto seja tratado por 
meio de lei complementar. 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, 
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
III - reservada a lei complementar; 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 
153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida 
em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
- Interpretação: 
Vai ser possível a edição de medida provisória sobre tributo quando a lei permitir que tal matéria ser 
tratada por meio de Lei Ordinária. 
 
 
Rafael Barreto Ramos 
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- Crítica Medida Provisória: 
A doutrina vai contra a medida provisória, tendo em vista que, por meio desta, por muito tempo o 
executivo legislou. 
d) Tratados e Convenções Internacionais 
- Repristinação 
O fato de uma terceira lei revogar uma segunda lei que, por sua vez, revogava uma primeira lei fará com 
que a primeira volte a viger. 
No entanto, Brasil não é adepto da repristinação. 
EM CONTRAPARTIDA, QUANDO UM TRATADO “REVOGA A SEGUNDA LEI”, A PRIMEIRA VOLTA A VIGER. 
- Revogação de um tratado no ordenamento jurídico pátrio 
Não há no ordenamento jurídico nenhum dispositivo que disponha que o tratado é superior à lei. 
Assim, não há nenhuma norma que impeça o Congresso Nacional de disciplinar um assunto de forma 
diversa do tratado. 
Nota: 
Em matéria de Direitos Humanos, se o tratado é aprovado no Congresso Nacional com o quórum 
de Emenda Constitucional, terá o mesmo valor. 
Todavia, tal regra não é aplicável aos tratados que versem sobre Tributos. 
 
Rafael Barreto Ramos 
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2. Princípio da Anterioridade 
2.1. Introdução 
O princípio da anterioridade substituiu o princípio da anualidade que, por sua vez, definia que se editada 
uma lei tributária, tal tributo somente pode ser cobrado após 1 ano. 
2.2. Conceito 
a) Exercício 
Pressupõe que, se o tributo foi editado em determinado exercício, somente poderá viger no exercício 
seguinte. 
O prazo de exercício é de 01/01 a 31/12. 
Ex. Tributo criado em 04/05 somente poderá ser cobrado no dia 01/01 do ano seguinte. 
- Crítica: 
O princípio da anterioridade de exercício abre margem para um tributo ser criado dia 31/12 passando a 
ser cobrado no dia 01/01 do ano seguinte. 
b) Nonagesimal (Especificamente para contribuições sociais) 
Não é necessária a observância da anterioridade de exercício, podendo o tributo ser cobrado em 90 dias. 
Ex. Tributo criado no mês de maio somente poderá ser cobrado em agosto. 
c) Exercício + nonagesimal 
Para alguns tributos, tem que ser respeitada a anterioridade de exercício, bem como o prazo de 90 dias. 
Ex. Tributo criado em dezembro somente poderá ser cobrado em março do ano seguinte. 
d) Livre 
Não regras em relação à cobrança do tributo. 
 
Rafael Barreto Ramos 
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Quadro - resumo 
 
 
 
 
 
 
Não se aplica a anterioridade de exercício 
(Art. 150, III, b) 
 
 
 
(1) Empréstimo compulsório para despesas 
extraordinárias; 
 
(2) ii, iE, IOF e IPI; 
 
(3) Imposto extraordinário em caso de guerra; 
 
(4) ICMS; 
 
(5) CIDE; 
 
(6) Contribuições para seguridade social. 
 
 
 
 
Não se aplica a anterioridade nonagesimal 
(Art. 150, III, c) 
 
(1) Empréstimo compulsório para despesas 
extraordinárias; 
 
(2) ii, iE, IOF e Ir; 
 
(3) Imposto extraordinário em caso de guerra; 
 
(4) IPVA; 
 
(5) IPTU. 
 
 
- Interpretação tabela: 
a) Se o tributo está em apenas na primeira parte do quadro, somente se aplica a este a anterioridade 
nonagesimal ou livre.b) Se o tributo está apenas na segunda parte do quadro, somente se aplica a este a anterioridade de 
exercício ou livre. 
c) Se o tributo está nas duas partes do quadro, somente se aplica a este a anterioridade livre. 
d) Aos tributos que não estão nas duas partes do quadro, somente se aplica a este a anterioridade de 
exercício + nonagesimal. 
 
Rafael Barreto Ramos 
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10/02/14 
IMPORTANTE: 
LEI COMPLEMENTAR PODE SER REVOGADA POR LEI ORDINÁRIA, DESDE QUE A CONSTITUIÇÃO 
NÃO DEFINA QUE A REFERIDA MATÉRIA DEVE, NECESSARIAMENTE, SER REGULADA POR LEI 
COMPLEMENTAR. 
3. Princípio da Princípio da Igualdade 
Todos devem ser tratados de forma isonômica, salvo quando autorizado pela Constituição. 
4. Princípio da Capacidade Contributiva 
Com o fim de garantir a igualdade material, define que o valor da contribuição será proporcional 
à capacidade econômica do contribuinte. 
A lei adota termos gerais ao estabelecer as faixas salariais. 
O princípio da capacidade contributiva é um conceito econômico e de justiça social, verdadeiro 
pressuposto da lei tributária. 
Trata-se de um desdobramento do Princípio da Igualdade, aplicado no âmbito da ordem jurídica 
tributária, na busca de uma sociedade mais igualitária, menos injusta, impondo uma tributação 
mais pesada sobre aqueles que têm mais riqueza. 
Nota: 
- A junção dos princípios da igualdade e da capacidade contributiva almeja alcançar a seguinte 
máxima: 
Tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual na medida de sua desigualdade. 
IMPORTANTE: 
NÃO CONFUNDIR CAPACIDADE TRIBUTÁRIA¹ COM O PRINCÍPIO DA CAPACIDADE 
CONTRIBUTIVA². 
(1) Capacidade Tributária: Poder de administração/gerenciamento de um tributo previamente criado. 
(2) Princípio da Capacidade Contributiva: É o princípio jurídico que orienta a instituição de tributos 
impondo a observância da capacidade do contribuinte de recolher aos cofres públicos. 
 
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5. Princípio da Vedação de Confisco¹ 
(1) Confisco tributário: Ato Estatal, em virtude de uma obrigação fiscal, pelo qual é injustamente 
transferida a totalidade ou parcela substancial da propriedade do contribuinte ao ente tributante, sem 
qualquer retribuição financeira ou econômica por tal ato. 
Devem ser analisados os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. 
A Constituição estabelece em seu artigo 150, inciso IV, o Princípio do Não-Confisco Tributário, 
assim redigido: “sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...]; IV – Utilizar tributo com efeito de 
confisco.” 
Esta vedação constitucional do confisco tributário nada mais representa senão a coibição, pela 
Lex Legum, de qualquer aspiração estatal que possa levar, na seara da fiscalidade, à injusta 
apropriação pelo Estado, no todo ou em parte, do patrimônio ou das rendas dos contribuintes, 
de forma a comprometer-lhes, em razão da insuportabilidade da carga tributária, o exercício 
do direito a uma existência digna, ou, também, a prática de atividade profissional lícita ou, 
ainda, a regular satisfação de suas necessidades vitais básicas. 
Neste mesmo caminho, Goldschmidt assevera: 
O princípio inserto no art. 150, IV, da Carta [...] tem a precípua função de estabelecer um marco 
às limitações ao direito de propriedade através da tributação, para indicar (e barrar) o momento 
em que a tributação deixar de lubrificar e construir o direito de propriedade (viabilizando a sua 
manutenção), para inviabilizá-lo. Graficamente, poderíamos dizer que a limitação via tributação 
termina onde começa a privação, o efeito de confisco. 
Por fim, cumpre asseverar que se afere o efeito confiscatório do tributo em função da carga 
tributária em conjunto, com a verificação da capacidade do contribuinte – considerando a 
totalidade de sua riqueza – para suportar a incidência de todos os tributos que deverá pagar, 
dentro de determinado lapso temporal. 
Fonte: 
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura%20&artigo_id=139
4 
 
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6. Princípio da Liberdade de tráfego 
Deriva do direito de ir e vir presente na Constituição. 
O princípio da liberdade de tráfego está previsto no art. 150, V da Constituição Federal, e proíbe 
que as entidades políticas estabeleçam limitações ao tráfego de pessoas ou bens, através de 
tributos interestaduais ou intermunicipais. 
Entretanto, pode ocorrer a incidência do ICMS nas operações relativas à circulação de 
mercadorias e sobre prestações de serviços de transportes interestadual e intermunicipal. 
Fonte: 
http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1326020/o-que-se-entende-pelo-principio-da-liberdade-de-trafego 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios: 
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou 
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; 
 
Rafael Barreto Ramos 
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Ø Tributo 
1. Conceito 
É toda prestação pecuniária compulsória¹, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir², que 
não constitua sanção de ato ilícito³, instituída em lei4 e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada5. 
(1) Compulsória: Obrigatória, ou seja, não há opção se deve ser pago ou não. 
Diferente de preço público que, por sua vez, é facultativo. 
(2) Cujo valor nela (moeda) se possa exprimir: Prestação que tenha valor econômico, não sendo o 
dinheiro em si. Deriva dos tributos in natura. 
Não há mais cobrança de tributo in natura, todavia há a possibilidade, conforme previsto na constituição. 
Ex. Recolhimento de 20% do outro extraído. 
(3) Que não constitua sanção de ato ilícito: Pois estar-se-ia, indiretamente, admitindo a prática de 
determinado ato ilícito. 
Entretanto, não deve ser confundido com o recolhimento de impostos do RESULTADO da prática de ato 
ilícito. 
(4) Instituída em lei: Em virtude do princípio da legalidade, não se pode haver tributo instituído por meio 
de portaria, regulamento e afins. SOMENTE PODE SER INSTITUÍDO POR: 
I. Lei ordinária; 
II. Lei Complementar; 
III. Medida Provisória; 
IV. Tratados e Convenções Internacionais. 
(5) Atividade administrativa plenamente vinculada: O fiscal não tem opção no que se refere à cobrança 
de impostos. Não tem como o fiscal exercer nenhuma faculdade, nenhum poder subjetivo discricionários, 
sob pena de responder por seu ato. O imposto deve ser devidamente cobrado/recolhido em toda e 
qualquer hipótese. 
 
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2. Modalidades 
a) Imposto 
Tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica¹. 
(1) Independente de qualquer atividade estatal específica: Trata-se de arrecadação estatal para suas 
diversas atividades. Independe, portanto, de qualquer contraprestação ao contribuinte. 
b) Taxa 
Tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou 
potencial¹, de serviço público específico² e divisível³, prestado ao contribuinte. 
“Tem um serviço prestado e o público alvo deste serviço é que pagará a taxa.” 
(1) Taxa em potencial: Serviço colocado à disposição do contribuinte. Este deverá pagar a taxa 
independentemente de sua utilização. 
(2) Serviço público específico: Serviço bem claro, delineável. Não pode ser genérico. 
Ex. Taxa de coleta de lixo. 
Assim, verifica-se que existem dois fatos geradores: 
I. Exercício regular do poder de polícia; 
II. Serviço colocado à disposição que seja específico e divisível. 
(3) Serviço público divisível: Aquele no qual é permitida sua individualização, isto é, consegue-se verificar 
a prestação de serviço a cada contribuinte. 
Ex. O caminhão de lixo passará na porta e coletaráo lixo, se houver, de todas as casas dos contribuintes. 
Contraexemplo. Taxa luz elétrica, posto que não se consegue precisar o quanto um morador utilizaria da 
luz de uma praça pública. 
c) Contribuições Sociais 
A Contribuição Social é um tributo destinado a custear atividades estatais especificas, que não 
são inerentes ao Estado. Tem como destino a intervenção no domínio econômico (Ex. FGTS), o 
interesse das categorias econômicas ou profissionais (Ex. Contribuição Sindical) e o custeio do 
sistema da seguridade social (Ex. Previdência Social). 
- Intervenção no domínio econômico; 
Ex. FGTS 
- Interesse das categorias profissionais ou econômicas; 
Ex. Contribuição Sindical, da OAB, CRM e afins. 
- Seguridade social. 
Ex. Previdência Social 
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Nota: 
O imposto independe de contraprestação. 
A taxa é criada justamente em virtude da contraprestação. 
A contribuição social é o meio-termo entre a taxa e o imposto, vez que visa o custeio de 
determinada atividade não estatal que algum dia o contribuinte poderá usar ou não, todavia 
sempre terá que pagar. 
d) Contribuição de melhoria 
Tem como fato gerador a valorização de imóveis decorrente de obra pública. 
e) Empréstimo compulsório 
Para despesas extraordinárias em razão de calamidades ou de guerra, bem como para 
investimento público, relevante e urgente, de caráter nacional. 
- Deste modo, tem como fim custeio das despesas: 
I. Referentes a calamidades ou de guerra; 
II. Inerentes a investimento público, relevante e urgente, de caráter nacional. 
 
Rafael Barreto Ramos 
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14/02/14 
Ø Vigência e aplicação da legislação tributária 
- Salvo disposição em contrário¹, a lei começa a vigorar 45 dias depois de publicada; os 
atos normativos² administrativos na data de sua publicação; as decisões com eficácia 
normativa³ 30 dias após sua publicação; os convênios4 na data neles prevista. 
(1) Salvo disposição em contrário: Geralmente, a lei dispõe em contrário 
(2) Atos normativos: Instruções normativas, portarias, resoluções, ou seja, atos normativos internos de 
órgãos que administram tributos. 
(3) Decisões com eficácia normativa: Casos caros e complexos que importam uma decisão administrativa. 
Proferidas por órgãos responsáveis pela análise tributária. 
(4) Convênios: Acordo entre entes. Dois entes se reúnem e formam um acordo. 
Ex. Convênio de fiscalização. 
- O lançamento² rege-se para legislação vigente ao tempo do fato gerador¹. 
(1) Fato Gerador: Ocorrência da obrigação tributária, do que está disposto na lei. 
Ex. Ao se adquirir renda, deve-se pagar imposto. O ato de adquirir é o fato gerador. 
(2) Lançamento: Procedimento que irá transformar a obrigação num crédito tributário, tendo em vista 
que esta, ao ser gerada (fato gerador), não é líquida e certa, sendo apenas exigível. 
Aplicar-se-á a legislação vigente no tempo do fato. 
Procedimento administrativo complexo que se desdobra em vários atos. 
- A revogação da isenção¹ não importa em aumento de tributo, tendo aplicação 
imediata². 
(1) Isenção: Dispensa do pagamento de um tributo. Trata-se de uma modalidade de exclusão tributária. 
(2) Aplicação imediata: “Revogado o tributo hoje, este pode ser cobrado amanhã. Todavia, a lei, 
geralmente, confere prazo para que os contribuintes se adaptem.” 
- A lei nova não se aplica aos fatos consumados, mas alcança os pendentes. Aplica-se 
a lei nova quando for interpretativa¹, deixar de definir o ato como infração² ou comine 
pena menos severa. 
(1) Interpretativa: Quando vem dizer como determinada lei deve ser lida. 
(2) Infração: Em matéria de infrações tributárias, se a nova lei for mais benéfica, esta retroagirá. 
 
Rafael Barreto Ramos 
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Ø Integração 
- Na ausência de disposição legal expressa, a autoridade seguirá a seguinte ordem 
integrativa: 
1º) A analogia; 
2º) Princípios Gerais de Direito Tributário; 
3º) Princípios Gerais de Direito Público; 
4º) Equidade. 
- A analogia não pode resultar na cobrança de tributo não previsto em lei, assim como 
a equidade não pode dispensar tributo devido. 
- A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance dos institutos, 
conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente na 
Constituição; mas pode definir de forma diversa em relação aos efeitos tributários 
(Arts. 109, 110 – Código Tributário Nacional) 
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do 
alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. 
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e 
formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas 
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou 
limitar competências tributárias. 
- Interpreta-se literalmente a legislação sobre: 
I. Suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
II. Dispensa de obrigações acessórias¹. 
(1) Obrigações acessórias: O que se deve fazer, de forma complementar, para o pagamento de um tributo. 
Ex. Obrigação principal: Pagar o tributo. Obrigação acessória: preenchimento de guias, etc. 
 
Rafael Barreto Ramos 
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17/02/14 
Ø Obrigação Tributária 
1. Principal e acessória; 
a) Principal 
Aquela referente a pagar tributo. Tem como núcleo o verbo “pagar”. 
b) Acessória¹ 
São todas as obrigações de fazer ou não fazer. 
Ex. Fazer declaração de Imposto de Renda. / Preenchimento dos livros comerciais. 
(1) Acessório: Dar condições para que suja o principal. 
Quando a obrigação acessória é descumprida, se a penalidade for o pagamento de multa, esta se tornará 
principal. 
No entanto, nem toda obrigação acessória descumprida tornar-se-á principal, posto que existem penas 
diversas da de multa. 
Macete: 
- Pagar – Principal; 
- Fazer – Acessória. 
2. Hipótese de incidência 
Descrição na lei de determinado fato que irá gerar obrigação. 
3. Fato gerador 
Ocorrência material e concreta da hipótese prevista na lei. 
4. Base de cálculo 
Expressão econômica, o valor sob o qual vai incidir o tributo. 
A base de cálculo É PREVISTA EM LEI. Assim sendo, deve ser alterada por lei. 
Ex. Acréscimo patrimonial, no qual deverá incidir um tributo. 
 
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Nota: 
- Requisitos para geração de obrigação: 
 
 Responsabilidade descrita na lei civil 
- Obrigação Civil 
 Fato 
 
 Descrição na lei de responsabilidade 
- Obrigação Tributária 
 Fato 
5. Alíquota 
A incidência sobre a base de cálculo que vai gerar o tributo. Pode ser um percentual ou um valor 
certo. 
Pode ser um percentual progressivo, regressivo e afins. 
6. Norma antielisão1 
(1) Norma antielisão: Tem como finalidade coibir a fraude tributária. 
A autoridade poderá desconsiderar atos ou negócios praticados com a finalidade de dissimular 
a ocorrência do fato gerador ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação 
tributária, observados os procedimentos legais. 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando 
direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à 
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada 
pelo Ato Complementar nº 31, de 28.12.1966) 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão 
competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividadeque a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. 
 
A autoridade sempre deverá observar o devido processo legal e quando tiver atuação 
discricionária, deverá agir conforme os princípio s da razoabilidade e proporcionalidade. 
IMPORTANTE: 
Planejamento tributário NÃO É FRAUDE. 
Ex. Comprar peças de um computador e montá-lo no país NÃO É FRAUDE, tendo em vista que a 
lei abre esta possibilidade. 
 
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Ø Sujeito Ativo 
Aquele que tem a capacidade tributária. 
“Aquele que vai cobrar o tributo. O autor.” 
Será, SEMPRE, uma pessoa jurídica de direito público. 
Ø Sujeito passivo 
1. Conceito 
Responsável pelo pagamento do tributo e/ou que deverá cumprir obrigação acessória. 
2. Tipos de sujeito passivo 
a) Direto 
O contribuinte, ou seja, aquele que diretamente sofre o ônus financeiro. 
“Aquele que sofre a cobrança no bolso.” 
Direto Contribuinte 
b) Indireto 
O responsável pelo pagamento. 
 Transferência¹ 
Indireto Responsável 
 Substituição² 
(1) Transferência: Desloca a responsabilidade do pagamento do tributo para outro, no entanto este não 
sofre o ônus. 
Ex. Empregador é responsável pelo pagamento do imposto de renda do empregado, todavia este não arca 
com o ônus financeiro, pois retém o valor do salário do mesmo. 
(2) Substituição: A lei desloca a responsabilidade para terceiro, mas, neste caso, este irá arcar com o ônus 
financeiro. No entanto, nas obrigações seguintes, o responsável embutirá o valor pago. 
Ex. Petrobrás paga imposto sobre o combustível que vende antes de vende-lo. 
3. Considerações finais 
- O sujeito passivo da obrigação acessória independe do relacionado à obrigação 
principal. 
Ex. As imobiliárias devem informar ao fisco sobre quais imóveis ela administra, ainda que o 
imposto destes estejam devidamente pagos. 
- As convenções particulares não podem ser opostas à Fazendas Públicas. 
Ex. Se o adquirente convenciona com terceiro sobre o pagamento do imposto ITBI. Caso este não 
pague, o fisco cobrará do adquirente. 
 
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21/02/14 
Ø Responsabilidade tributária 
- Os créditos relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade ou a 
posse de bens imóveis, assim como as taxas relativas a serviços referentes a tais 
bens, ou contribuição de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos adquirentes. 
- Interpretação: 
Aquele que adquire bem por ato entre vivos, fica responsável por todas as dívidas tributárias relativas a 
este. 
- O arrematante de bem alienado em hasta pública não é responsável, ficando 
os tributos vinculados ao preço e não ao bem. (Art. 130, Parágrafo Único, CTN) 
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil 
ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais 
bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando 
conste do título a prova de sua quitação. 
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo 
preço. 
- Em relação aos bens móveis e semoventes, o adquirente também é 
responsável pelos tributos do bem adquirido. 
- Interpretação: 
Inexiste na lei um dispositivo específico para os bens móveis e semoventes. No entanto, a jurisprudência 
entende, por analogia, que se aplicam as mesmas regras dos bens imóveis. 
- O espólio¹ é responsável pelos tributos até a abertura da sucessão, os 
herdeiros e meeiro até a data da partilha. O inventariante que alienar os bens 
administrados antes de garantidos os créditos trabalhistas responde pelo valor 
desses bens. 
(1) Espólio: Complexo de bens deixados pelo falecido. 
- Interpretação: 
As dívidas até a data da morte podem ser pagas com bens do próprio espólio. 
Da morte até a partilha, os sucessores são os responsáveis. 
Depois da partilha, aquele que recebeu o bem passa a ser responsável por ele. 
 
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- Nos casos de fusão¹, cisão², incorporação³ ou transformação4, todos são 
responsáveis até a data do ato social. 
(1) Fusão: “Quando duas sociedades empresárias se tornam uma só.” A+B=AB; 
(2) Cisão: “Quando uma sociedade empresária se divide em duas.” AB=A B; 
(3) Incorporação: “Quando duas sociedades empresárias se juntam, prevalecendo uma só.” A+b=A; 
(4) Transformação: “Quando se altera o tipo de sociedade.” 
- Extinta a personalidade jurídica, o sócio ou espólio que continua a atividade 
responde pelas dívidas tributárias. 
- Aquele que adquirir o estabelecimento¹ e continuar a atividade, responde 
pelas dívidas tributárias, mas de forma integral e solidária se o alienante cessou 
sua atividade; e de forma subsidiária² se o alienante prosseguiu ou iniciou nova 
atividade em 6 meses. 
(1) Estabelecimento: Complexo de bens necessários ao exercício da atividade empresarial. 
(2) Subsidiária: Somente se o alienante deixar de pagar. 
- Essa responsabilidade não se aplica na alienação em processo de falência ou 
quando se tratar de filial ou unidade produtiva isolada em recuperação judicial. 
- Interpretação: 
Na falência, o magistrado reunirá os bens do falido para pagar seu passivo. Neste caso, se o 
estabelecimento é comprado, os tributos não recairão sobre o adquirente, mas sim sobre o valor pago. 
Na Recuperação Judicial, caso se trate de filial ou unidade produtiva, esta pode ser alienada. 
IMPORTANTE: 
- A responsabilidade tributária, nestes casos, resume-se em duas regras: 
a) Se eu compro um bem móvel, imóvel ou estabelecimento, eu, adquirente, sempre assumo 
responsabilidade por isso. 
b) Se o bem é vendido em hasta pública, a responsabilidade não virá para mim, mas sim para 
o valor pago no arremate. 
Comporta exceção, mas na prática, mostra-se inviável. 
 
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24/02/14 
- No caso de impossibilidade de cumprimento da obrigação pelo contribuinte e 
havendo ação ou omissão por parte de terceiro, este responde solidariamente¹ 
com aquele nos casos de: 
Quando o contribuinte deixar de pagar determinado tributo (impossibilidade, ação ou omissão), 
estas pessoas SEMPRE serão chamadas à responsabilidade. 
(1) Responsabilidade solidária vs. Responsabilidade subsidiária 
 - Responsabilidade Solidária: 
Ambas têm responsabilidade, todavia o fisco poderá escolher de quem irá cobrar. 
- Responsabilidade Subsidiário: 
Primeiro o fisco deve cobrar de um e, se não deu certo, deve cobrar de outro. 
(a) pais, tutores e curadores; 
Em relação a filhos menores, tutelados e curatelados, respectivamente. 
Ex. Menor que herda valor e não paga ITCB. Neste caso, a responsabilidade pelo pagamento será 
dos pais, tutores ou curadores. 
(b) inventariante e administrador judicial; 
Ligado ao espólio e à massa falida na falência ou recuperação judicial, respectivamente. 
(c) serventuários dos cartórios extrajudiciais; 
Cartórios de notas, registros de imóveis e afins. 
O titular dos cartórios será responsável pelos tributos nos atos que intermediou. 
Ex. Titular do cartório deixa de lavrar escritura em ato de compra e venda de imóvel. Neste caso, 
o fisco poderá cobrar o ITB tanto do titular quanto do adquirente, bem como dos dois em 
simultâneo. 
(d) sócios na liquidação da sociedade de pessoas². (Art. 134 – CTN) 
O sócio de SOCIEDADE DE PESSOAS poderá ser alcançado no caso de não observância das regras 
tributárias em sua liquidação. 
(2) Sociedade de pessoas: Aquela em que seus sócios são necessários, ou seja, exercem alguma atividade 
na sociedade. 
IMPORTANTE: 
A RESPONSABILIDADE DO ART. 134 INDEPENDE DE CULPA OU DOLO, ATO ILEGAL, ETC. 
CHAMA-SE A RESPONSABILIDADE POR MERA OMISSÃO. 
 
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Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo 
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atosem que intervierem ou pelas omissões de que 
forem responsáveis: 
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; 
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; 
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; 
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos 
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; 
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório. 
- No caso de excesso de poderes, infração da lei, contrato social ou estatutos, 
são pessoalmente responsáveis os referidos no art. 134, os mandatários, 
prepostos e empregados, bem como os diretores, gerentes ou representantes 
de pessoas jurídicas. (Art. 135, CTN) 
É entendimento pacificado do STJ a necessidade da existência de dolo, fraude. Deve-se, 
portanto, sonegar o imposto. 
Aquele que, por mero insucesso, não paga, não recai na hipótese do art. 135. 
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias 
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: 
I - as pessoas referidas no artigo anterior; 
II - os mandatários, prepostos e empregados; 
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. 
IMPORTANTE: 
EXIGE UM EXCESSO, UMA FRAUDE, UMA VIOLAÇÃO LEGAL. A MERA FALTA DE PAGAMENTO 
NÃO GERARÁ A RESPONSABILIDADE. DEVE HAVER O DOLO, A FRAUDE. 
Art. 134 Art. 135 
 
Responsabilidade INDEPENDE de culpa ou dolo, 
ato ilegal e afins. 
 
 
Para que se configure a responsabilidade, é 
exigido excesso, fraude, violação legal. 
 
A mera falta de pagamento não gerará 
responsabilidade. 
 
Deve haver DOLO. 
 
 
 
Rafael Barreto Ramos 
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- A capacidade civil e as limitações ao exercício de atividades profissionais ou 
empresariais não interfere na responsabilidade tributária. 
Ex. Pessoa que não tem a OAB e começa a advogar, adquirindo certa renda. 
Sua impossibilidade de advogar não implica no não pagamento de tributo referente à renda 
adquirida, ou seja, ela não poderá alegar a impossibilidade de pagar o imposto por não ter OAB. 
- A responsabilidade por infrações¹ é pessoal² do agente que praticou o ato, 
especialmente quando definidas como crimes e contravenções, quando exijam 
dolo específico ou no caso dos referidos no art. 134, CTN. 
(1) Infrações: Vai além do descumprimento da responsabilidade tributária. 
(2) Pessoal: Se possível de individualizar, será PESSOAL. 
- Essa responsabilidade é excluída para denúncia espontânea, acompanhada do 
pagamento integral³, do tributo devido e encargos, EXCETO em relação aos 
tributos lançados por homologação², que não a admitem. 
(1) Denúncia espontânea: A responsabilidade poderá ser excluída nos casos de denúncia espontânea. 
Somente é possível nos casos de tributos lançados de ofício² ou por declaração². 
O benefício da denúncia espontânea consubstancia-se no fato de ficar ISENTO da multa. 
(2) Tributos lançados de ofício vs. por declaração vs. por homologação: 
- De ofício: Autoridade apura o fato gerador. Esta que verifica se o fato ocorreu, legislação aplicável e 
afins. 
“O fisco faz tudo.” 
- Por declaração: Necessário que o contribuinte fale que o fato ocorreu. Após isto apurara tudo. 
“Meio-termo.” 
- Declaração: O contribuinte dirá que o fato ocorreu, qual a lei e afins. 
“O contribuinte faz tudo.” 
(3) Pagamento integral: tributo mais juros. 
 
 
 
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28/02/14 
Nota: 
- Hipótese de incidência é a situação descrita na lei que ensejará a cobrança de tributo. 
- Através do LANÇAMENTO, o Estado, cria a obrigação tributária, na qual o sujeito ativo será 
aquele que possui capacidade tributária e o sujeito passivo é o contribuinte e o responsável. 
(1) Lançamento: Complexo de atos que formará o Procedimento administrativo através do qual se 
verificará a ocorrência do fato gerador1.1, identificar o sujeito passivo, determinar a matéria tributável, 
calcular o tributo e, se o caso, aplicar a penalidade. 
(1.1) Fato gerador: Situação prevista na lei que ocorre de fato, gerando, portanto, a obrigação tributária. 
- Transferência: Desloca a responsabilidade do pagamento do tributo para outro, no entanto o 
responsável não sofre ônus. 
- Substituição: Nesta, o responsável sofrerá ônus financeiro. 
 
 
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Ø Crédito Tributário 
- É o vínculo jurídico, de natureza obrigacional, pelo qual o sujeito passivo fica 
impelido ao pagamento do tributo de penalidade¹ ao sujeito ativo. 
(1) Penalidade: Multa. 
- O crédito tributário é a constituição formal da obrigação, através do 
lançamento. Ele é declaratório da obrigação e constitutivo do crédito tributário. 
- O lançamento é o procedimento administrativo para verificar a ocorrência do 
fato gerador, identificar o sujeito passivo, determinar a matéria tributável, 
calcular o tributo e aplicar a penalidade, se o caso. 
Não é lançamento que criará a obrigação, este apenas declara a existência da obrigação. A 
obrigação surge quando se caracteriza a situação prevista na lei. 
- Aplica-se o câmbio e a legislação vigente na data do fato gerador, exceto em 
relação às penalidades, uma vez que a lei mais benéfica retroage em favor do 
contribuinte. (Natureza Material) 
Na lei processual, as modificações se aplicam imediatamente. 
No que se refere a questões materiais, aplica-se a lei vigente ao tempo do FATO GERADOR. 
Todavia, a lei mais benéfica, EM RELAÇÃO À PENALIDADE, retroage em favor do contribuinte. 
IMPORTANTE: 
A LEI MAIS BENÉFICA, REFERENTE À OBRIGAÇÃO, NÃO RETROAGE. 
- Quanto aos critérios de apuração, fiscalização, garantias e privilégios, aplica-
se a legislação vigente ao tempo do lançamento, salvo a que atribuir 
responsabilidade a terceiros. (Natureza Processual) 
Ex. O tio, à época, não era responsável pelo pagamento do tributo. Se, na atualidade, passar a 
ser, esta responsabilidade não retroagirá. 
- O lançamento possui duas fases: 
a) a oficiosa, que vai até a intimação¹ do sujeito passivo; 
(1) Intimação: Administrativamente, não se utiliza o conceito de citação, sendo o termo intimação 
utilizado de forma genérica. 
b) E a contenciosa, durante a qual se desenvolve o contraditório e os recursos 
até a última decisão definitiva. 
 
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IMPORTANTE: 
Após a intimação, não é mais possível a incidência da DECADÊNCIA. 
Até a intimação, pode haver a incidência da DECADÊNCIA. 
Após a decisão final, incidirá a PRESCRIÇÃO. 
Ocorre nos tributos lançados de ofício e por declaração. 
Nos tributos lançados por homologação, não é possível o exercício do contraditório e ampla 
defesa contra si mesmo. 
Assim, as declarações referentes aos tributos lançados por homologação são equivalentes à 
decisão definitiva nos tributos lançados de ofício e por declaração. 
 
- A lavratura do auto de infração ou a apresentação de Declarações Fiscais 
consumam o lançamento, que não comporta mais extinção por decadência. 
O crédito tributário já está definido e agora vai se desdobrar na fase contenciosa nos tributos 
lançados de ofício e por declaração e, nos tributos lançados por homologação, caracterizar-se-á 
a fase referente à última decisão administrativa, sendo este crédito já exigível pelo fisco. 
- A mudança nos critérios jurídicos adotados no lançamento somente pode ser 
efetivada quanto a fatos posteriores. 
 
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07/03/14 (Retirado do material de Thâmara Laís e Rebeca Ribeiro) 
Ø Modalidades delançamento 
 
1. De ofício (Lançamento padrão) 
(Rebeca Ribeiro) Autoridade apura fato gerador, calcula tributo e afins. Fase oficiosa. 
Pode-se recorrer na fase contenciosa. 
Ex. IPTU à cobrança do tributo é conforme previsão legal. Desenvolve a partir da autoridade 
administrativa. 
(Thâmara Laís) A autoridade administrativa irá apurar a ocorrência do fato gerador, qual a 
matéria tributável, calcular o tributo, verificar os responsáveis e intimá-los para pagamento. 
Fase oficiosa a cargo da autoridade administrativa exclusivamente. 
2. Por declaração (Lançamento padrão) 
(Rebeca Ribeiro) Necessário que o sujeito passivo declare que o fato ocorreu, pois é muito difícil 
a administração descobrir sozinha. 
Ex. Compra de imóvel. 
Existe uma declaração do sujeito passivo para apuração do tributo devido pelo fisco. O sujeito 
passivo participa da pré-fase oficiosa. 
O prazo decadencial de 05 anos começa a contar a partir de 01 ano depois (vide abaixo). 
(Thâmara Laís) O sujeito passivo pode deve declarar que o fato ocorreu. A partir da desta 
declaração, o fisco irá apurar a matéria tributável, calcular o tributo, verificar os responsáveis e 
intimá-los para pagamento. 
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IMPORTANTE 
(Rebeca Ribeiro) Cabe impugnação nos lançamentos de ofício e por declaração: 
 
 
 
(Thâmara Laís) Nestes lançamentos é possível questionar através de impugnação (30 dias de 
prazo) que, por sua vez, será analisada pelo delegado. 
3. Por homologação 
(Rebeca Ribeiro) Fisco aguarda o contribuinte realizar toda a fase oficiosa (definir fato gerador, 
definir sujeito passivo, calcular tributo e pagá-lo, comunicando que pagou) 
Ex. GFIP, DIRPFJ, DCTF 
Equipara-se à última decisão administrativa. Não possui fase oficiosa. 
Tudo que é declarado por homologação é confissão irretratável, não tem contraditório sobre o 
que ele mesmo fez. Cabe, no máximo, retificação (com atenção ao prazo prescricional¹). 
(1) Prazo prescricional: Fisco tem 05 anos para: 
- Homologar confissão (homologação expressa); 
- Deixar passar o tempo (homologação tácita); 
- Divergência do fisco. 
Ex. 10.000 (declaração) 
27,5% de imposto 
Devido: 2.750,00 
Se o sujeito passivo não pagar, o fisco não intima a pessoa para contestar, mas já parte para cobrança. 
Sobre a diferença não declarada, apura o que está faltando mais multa, intimando para pagar. Ou seja, 
um lançamento de ofício dentro de uma homologação. 
Às vezes, quando a parte não faz a declaração, o fisco fica sem meios para saber o valor da contribuição, 
fazendo assim arbitramento². 
(2) Arbitramento: Técnica indireta de estimativa para lançamento de ofício do tributo. Método ou técnica 
de lançamento por ofício no caso de descumprimento do dever legal. 
O que a pessoa declarou à 05 anos prescrição. 
O que e feito por arbitramento ou o que não se declarou, deflagra todo o procedimento desde a fase 
oficiosa (cabendo contraditório). 
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Se o fisco esquecer de averiguar o que faltou, aplica-se decadência (prazo 05 anos). 
Ex. Fato gerador ocorreu em 2002, não se pode apurar mais. 
(Thâmara Laís) A lei transfere para o sujeito passivo todos os atos que nos outros lançamentos 
são função da autoridade administrativa. 
Sujeito passivo apura o fato, a matéria, calcula e paga à confessa o tributo, não existe fase 
contenciosa. Se não houver pagamento, o fisco irá cobrar através de execução judicial. 
O fisco pode, após recebimento da declaração: 
- Homologar (difícil de acontecer); 
- Deixar passar o prazo (homologação tácita após 5 anos); 
- Divergir. 
Quando o fisco não tem meios para apurar o tributo, o faz por arbitramento – utiliza de 
meios/técnicas indiretas previstas na legislação. 
Nota: 
- Para um mesmo tributo pode-se ter situação de decadência e prescrição. 
- Prazo de decadência nos lançamentos de ofício e por declaração começa no 1º dia do exercício 
seguinte. 
Ex. IPTU do ano 2000 à prazo começa a correr em 1º de janeiro de 2001. 
 
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Ø Suspensão do Crédito¹ Tributário 
(1) Crédito: Já existente. 
(Rebeca Ribeiro) NÃO DISPENSA O CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. 
Suspende a exigibilidade por um tempo, mas pode ser cobrado posteriormente. 
(Thâmara Laís) Suspende-se a exigibilidade por um tempo, mas pode ser que volte a ser 
cobrado. 
- Hipóteses que geram suspensão: 
1. Moratória 
(Rebeca Ribeiro) Somente pode ser concedida pelo credor – fisco (devedor é inadimplente). 
É um prazo para o devedor pagar o tributo (postergado). 
No campo rural o governo sempre concede moratória aos produtores. 
A prescrição fica suspensa. 
(Thâmara Laís) Privativa do credor, só este pode conceder. Só o fisco pode conceder. 
Prazo para o devedor pagar o tributo (postergado) com tempo maior. 
Só a lei pode autorizar a moratória, podendo delegar apuração de dados concretos. 
Durante o prazo de moratória, não corre prescrição. 
2. Depósito integral (Lei 9.703/98) 
(Rebeca Ribeiro) Em caso de perda da ação, converte-se em pagamento, livrando dos juros. 
(Thâmara Laís) Suspende o crédito e cessa encargos moratórios¹. 
(1) Encargos moratórios: Sobre o valor depositado (conta do tesouro nacional) incide taxa SELIC – 
atualização/rendimentos. 
Ex. Discussão do crédito tributário. 
 
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3. Impugnações e recursos 
(Rebeca Ribeiro) 
- Impugnação à suspende exigência do crédito tributário. 
- Recurso à depende da legislação de cada ente público Ex. Recurso no âmbito federal 
suspende. 
(Thâmara Laís) 
Âmbito federal – efeito suspensivo / âmbito estadual – verificar legislação específica. 
4. Liminar ou tutela antecipada em ação judicial 
(Rebeca Ribeiro) Se o sujeito ganha liminar, tem-se suspensão, mas se perder a ação, tem que 
pagar o que deve. 
Ex. IR não exige tributos de férias não gozadas, mas o fisco exige. Sujeito pede liminar e perde a 
ação. Deverá pagar os tributos. 
(Thâmara Laís) Suspende, se assim o juiz decidir (a exigibilidade e não os encargos). 
Na prática, em matéria tributária, raramente há concessão. 
Utilizada com frequência – discussão de verbas indenizatórias. 
NÃO INCIDE IR SOBRE FÉRIAS INDENIZADAS – SÚMULA. 
5. Parcelamento 
(Rebeca Ribeiro) Quando não consegue efetuar o pagamento integral do tributo. 
Regra Geral à 60 meses. 
(Thâmara Laís) Regra geral – até 60 meses. 
Não exonera de encargos. 
IMPORTANTE: 
(Rebeca Ribeiro) Exceto depósito integral, não se suspende os encargos moratórios. 
Obrigação integral e acessória são INDEPENDENTES. 
(Thâmara Laís) Obrigação principal e acessória são independentes. Ainda que o crédito esteja 
suspenso, deve-se executor as obrigações acessórias. 
 
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10/03/14 
Nota: 
O que determina a competência do Direito do Trabalho não é o Direito Material aplicado, mas 
sim a natureza da relação jurídica da qual surgiu a controvérsia. 
Ø Extinção do Crédito Tributário 
1. Pagamento 
- Ordem de imputação: 
1º os débitos em que o pagante é contribuinte; 
2º responsável; 
3º Contribuição de melhoria, taxas e impostos; 
4º Os mais antigos; 
“Quanto mais antigo o débito, maior é a sua chance de prescrever.” 
5º Maior valor. 
 Art. 374, Código Civil/02¹ - REVOGADO 
2. Restituição/Compensação MP 104/03 (Revogou o art. 374 do Código Civil) 
 Lei 10.667/03 
 Lei 9.430/96² 
 Art. 170-A, CTN³ 
Quando se paga um valor a mais ou indevido, configura-se o direito de receber tais valores ou 
compensá-los em outros. 
E matéria tributária, a compensação não será possível de qualquer forma. 
Só podem ser compensados tributos com tributos, sendo estes de mesma espécie e de mesma 
destinação constitucional. 
Ex. Contribuição social NÃO PODE SER COMPENSADA com imposto. 
CIDE NÃO PODE SER COMPENSADA com contribuição previdenciária. 
(1) Art. 374. A matéria da compensação, no que concerneàs dívidas fiscais e parafiscais, é regida pelo 
disposto neste capítulo. (Vide Medida Provisória nº 75, de 24.10.2002) (REVOGADO pela Lei nº 10.677, 
de 22.5.2003) 
- Interpretação: 
Possibilidade de compensação plena. Todavia tal artigo foi revogado em 2003. 
( ) Lei 9.430/96 
Possibilidade de compensação de tributos administrados pelo mesmo órgão/entidade. 
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Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação 
judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. 
Em razão a tributos discutidos judicialmente, deve-se exigir trânsito em julgado. 
- Vedação expressa (não se pode compensar): 
I. Crédito de terceiros; 
II. Saldo do IR; 
III. Importação. 
3. Transação 
Ocorre mediante concessões mútuas. Somente poderá ocorrer em caso de ação judicial entre o 
fisco e o contribuinte. 
O STJ já evoluiu na sua jurisprudência. Assim, segundo STJ, mesmo sem ação judicial, ou seja, de 
forma preventiva, é possível a transação. 
4. Remissão 
Perdão total ou parcial da dívida. 
Nota: 
- Remição: instituto em que o devedor tem um imóvel penhorado e não quer que tal imóvel seja 
vendido em hasta pública. Assim, pede a remição para, mediante depósito do valor, penhorar o 
imóvel. (Direito Processual Civil). 
- Anistia (Direito Tributário): É perdoada apenas a PENALIDADE, permanecendo a obrigação de 
pagamento do tributo. 
5. Decadência 
Até a intimação do lançamento, ocorrerá a decadência. 
Nos tributos lançados de ofício e por declaração, a decadência começará a correr no exercício 
seguinte. 
Ex. 01/01/2000 – começará a correr a decadência em 01/01/2001. 
Nos tributos lançados por homologação, a decadência começará a correr a partir do fato 
gerador. 
 
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6. Prescrição 
Inicia-se da última decisão administrativa ou da declaração do tributo lançado por homologação. 
- Inscrição na Dívida Ativa: Conferir ao crédito tributário a certeza de liquidez e legitimidade. 
Feita pela procuradoria. 
A inscrição em dívida ativa SUSPENDE a prescrição por 180 dias. 
Art. 2º - Lei 6.830/80: 
(NÃO APLICÁVEL À MATÉRIA TRIBUTÁRIA – ENTENDIMENTO STJ) Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da 
Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 
1964, com as alterações posteriores, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e 
controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. 
§ 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo órgão 
competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos 
de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele 
prazo. 
STJ, interpretando o art. 146 da CF, definiu que o art. 2º da lei 6.830 não sei aplica à MATÉRIA 
TRIBUTÁRIA. Em matéria NÃO TRIBUTÁRIA, aplicar-se-á o disposto no art. 2º da lei 6.830. 
Art. 146. Cabe à lei complementar 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
- Interrupção da prescrição: 
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua 
constituição definitiva. 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de 
2005) 
A citação em execução fiscal de dívida prescrita interrompe a prescrição, nos moldes do art. 219 do CPC. 
Todavia, o CPC não é lei complementar, não devendo ser aplicado em matéria tributária. Contudo, este é 
aplicado pelo STJ em matéria tributária. 
II - pelo protesto judicial; 
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo 
devedor. 
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando 
ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. 
IMPORTANTE: 
Tanto a prescrição quanto a decadência são de 5 anos. 
 
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7. Conversão do depósito em renda 
Depósito realizado anteriormente Se a ação for perdida, o magistrado 
8. Pagamento antecipado e homologado 
Extingue o crédito. 
9. Consignação em pagamento 
A sentença de consignação libera o devedor. Se o valor depositado for menor, a sentença da 
consignação torna exigível o pagamento da diferença, liberando o devedor do valor pago. 
10. Decisões administrativas ou judiciárias transitadas em julgado 
Decisões que definem que o tributo é indevido. 
11. Dação em pagamento de bens imóveis. 
Oferecimento de um bem imóvel para o pagamento de uma dívida. O Estado avaliará o imóvel 
e mencionará por quanto irá recebê-lo. 
 
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14/03/14 
Ø Exclusão do Crédito Tributário 
1. Imunidade 
É vedado aos entes públicos instituírem impostos¹ sobre: 
(1) Imposto: é uma espécie do gênero tributo. 
Discussão: a constituição quis dar imunidade somente aos impostos ou esta pretendeu abarcar 
o gênero tributo? 
a) Uma corrente define que imposto deve ser entendido em sentido amplo, ou seja, abarcando 
o gênero tributo. 
b) Outra corrente define que a Constituição não se utiliza de palavras inúteis. Se esta utilizou-se 
da expressão imposto, deve-se interpretar literalmente. 
Em mesmo sentido, há outros artigos constitucionais que mencionam expressamente o termo 
tributo. 
Por fim, o STF entendeu que a IMUNIDADE SOMENTE SE APLICA AOS IMPOSTOS. 
Existem situações que a imunidade se aplica às Contribuições Sociais, todavia, nestes casos, a 
Constituição faz MENÇÃO EXPRESSA. 
(i) patrimônio, renda e serviços uns dos outros; 
Imunidade recíproca: estabelece uma barreira que impede um ente cobrar do outro um 
respectivo tributo. 
Refere-se somente às atividades públicas essenciais exercidas pelo ente público. 
O ente público não pode criar uma entidade que interferirá no mercado sem pagar tributos, pois 
configurar-se-ia a concorrência desleal. 
Ex. Município cobrar tributo dos imóveis da União. 
(ii) templos de qualquer culto; 
A jurisprudência abrange tudo (templo, patrimônio, renda) desde que seja ATIVIDADE 
ESSENCIAL. 
(iii) patrimônio, renda e serviços dos partidos políticos, entidades sindicais, instituição 
de educação e assistência social sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
Três requisitos instituição de assistência social sem fins lucrativos (ar. 14 – CTN): 
a) Não distribuir lucros; 
b) Não remunerar seus diretores; 
c) Manter escrituração formar regular. 
 
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(iv) livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão. 
Abrange também a mídia digital. 
PREVISTA NA CONSTITUIÇÃO. 
Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
IV - cobrar imposto sobre: 
a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros; 
b) templos de qualquer culto; 
c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades 
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 
104, de 10.1.2001) 
d) papel destinado exclusivamente à impressão de jornais, periódicos e livros. 
§ 1º O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei, às entidades nele referidas, da condição de 
responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos 
em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias

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