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Victoria Chagas 1 FIBROMIALGIA FIBROMIALGIA EPIDEMIO Muito prevalente → 0,7-5% população Maior proporção o sexo feminino → 8 mulheres para 1 homem Idade mais frequente é de 25 a 65 anos Pode coexistir com outras doenças reumatológicas como osteoartrite, AR... Predileção por doentes crônicos FISIOPATO A fibromialgia é uma síndrome álgica musculoesquelética crônica, de duração superior a 3 meses, generalizada, na qual existe um distúrbio do processamento dos centros aferentes, causando dor. Os pacientes são extremamente sensíveis aos estímulos dolorosos e não- dolorosos, inclusive toque, calor/frio e mecânicos. Sua causa ainda não é bem definida e acredita-se ser multifatorial, associado a genética (parentes de 1º grau de pacientes com fibromialgia são 8x mais propensos), fatores desencadeantes e alterações fisiológicas. ▪ EVENTOS DESENCADEANTES → Pessoa geneticamente predispostas se expõe a fatores/estressores como: - Traumas ou estresse físicos - Infecções - Sofrimento emocional como ansiedade e depressão, TOC ... - Distúrbios endócrinos e doenças autoimunes ▪ SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL - Sentem mais dor ao esperado a estímulos nociceptivos → via ascendente aumentada (aumento da substância P e glutamato) e via descendente diminuída (diminuição de noradrenalina e serotonina)→ Pacientes com fibromialgia geralmente apresentam alteração no padrão de sono, humor e memória pelo déficit de transmissores. - Amplificação dos campos receptivos dos neurônios nociceptivos - Redução do limiar da dor ▪ ALTERAÇÕES MUSCULARES - Redução da microcirculação local → hipóxia crônica → reduz energia disponível além de causar a sensibilização das fibras não-mielinizadas - Aumento de substância P no músculo ▪ ALTERAÇÕES NEURO-HORMONAIS E AUTONÔMICAS - Hipersecreção de hormônio ACTH → resposta sustentada ao estresse pelo eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal - Níveis elevados de cortisol → principalmente no fim do dia - Níveis de GH diminuídos → principalmente durante o sono, pois fase lV do sono é interrompida na fibromialgia e ela também produz o GH. - Hiperrreatividade persistente no SNA → alteração da FC em repouso, diminuição da variedade da FC ao longo do dia e hipotensão ortostática. - Sono alfa-delta → presente em 90% dos pacientes → diminuição da eficiência do sono, com pequenos despertares, diminuição da duração do sono de ondas lentas e intrusão de ondas alfas na fase de sono profundo Victoria Chagas 2 CLÍNICA TRÍADE PRINCIPAL: - Dor difusa crônica → dor generalizada, variável ao longo dos dias e de caráter migratório. Pode começar localizada e ir se tornando difusa. - Fadiga → 76-100% dos pacientes tem esse sintoma, que geralmente piora após esforço físico e pode se tornar o sintoma mais incapacitante. - Distúrbios do sono → sono não reparador → ocorre em 55-80% dos pacientes Pode haver ainda: - Dor abdominal, pélvica, cefaleia, torácica e musculoesquelética - Transtornos psiquiátricos como depressão (58-86%), ansiedade (35-62%) e transtorno bipolar de humor (11%) - Hiperalgesia e alodinia - Edema de extremidades → na mão inteira - Parestesias de extremidade subjetivas - Déficit de atenção e memória - Rigidez matinal - Síndrome do intestino irritável - Hipersensibilidade ao frio e calor - Entre outros DIAGNÓSTICO Diagnóstico clínico → deve-se pensar em FM quando paciente chega com dor e hipersensibilidade generalizada, mas sem quaisquer anormalidades estruturais ou inflamatórias (não é um diagnóstico de exclusão) CRITÉRIOS 1990 (antigo): - Dor difusa (bilateral, acima e abaixo do tronco por no mínimo 3 meses) - Detecção de 11 dos 18 pontos dolorosos a palpação (tender points) CRITÉRIOS DE 2010 (atual): - IDG → índice de dor generalizada - EGS → escala de gravidade dos sintomas Victoria Chagas 3 DIAGNÓSTICO Classifica-se como fibromialgia - IDG ≥ 7 e EGS ≥ 5, ou IDG 3-6 e EGS ≥ 9; - Sintomas estáveis e presentes por pelo menos 3 meses - Não haver outra causa que explique os sintomas. EXAME FÍSICO: - Geralmente se encontra normal, à exceção de dor difusa - Hipersensibilidade → avaliada pela presença de alodinia ou hiperalgesia. EXAMES COMPLEMENTARES PARA DISGNÓSTICO DIFERENCIAL: - Hemograma completo → descarta anemia - PCR e VHS → descarta causa inflamatória da dor e fadiga - Função tireoidiana → descarta hipotireoidismo - Fator reumatoide→ descartar artrite reumatoide (AR) - Nível de vitamina D → descartar a deficiência de vitamina D - Excluir TB, HIV e hepatite B e C TRATAMENTO NÃO-MEDICAMENTOSO - Educação do paciente acerca da doença - Exercícios físicos - TCC – terapia - Fisioterapia - Acupuntura MEDICAMENTOSOS - Antidepressivos → tricíclico (amitriptilina), ISRS/ISRSN (fluoxetina, duloxetina) - Miorrelaxantes (ciclobenzaprina) - Analgésicos (paracetamol e dipirona) - Neuromoduladores (Gabapentina e Pregabilina) - Opiáceos (Tramadol)
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