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Pr2 MT1 - Imunização e Aleitamento Materno

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Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs 
P2. Aleitamento e imunizações 
Sônia teve sua primeira filha Marina que nasceu com 
3.100g. Dr. João Guilherme, neonatologista, que 
acompanhou o parto, aconselhou para a alimentação de 
Marina leite materno exclusivo até o sexto mês de vida da 
criança. O médico explicou os benefícios desse tipo de 
alimentação. Aproveitou a ocasião para lembrá-la que a 
criança só iniciaria a dieta complementar a partir do 6º mês 
de vida. Sônia recebeu a caderneta da criança e Marina 
tomou duas vacinas do PNI ainda no alojamento conjunto 
da maternidade: BCG e anti-hepatite B. Dr. João Guilherme 
explicou os efeitos adversos dessas e de outras vacinas. 
Uma semana após a alta, Sônia reclamava que sua mama 
estava rachada, doendo muito quando Marina busca o seio, 
causando muita dificuldade para pegar o peito. Percebe 
ainda que a criança chora muito e que está magrinha. Em 
vista disso, sua mãe aconselhou-a a fazer uso de uma 
mamadeira de leite de vaca para ajudar na alimentação da 
criança. Como Sônia já tinha recebido as orientações 
adequadas do Dr. João Guilherme, ligou para o médico com 
o objetivo de tirar mais algumas dúvidas. Dr. João proíbe o 
uso de leite artificial, aconselhando-a a usar somente o seu 
leite, explicando que somente em algumas situações 
especiais o aleitamento materno não estaria indicado, o 
que não era o seu caso. 
No décimo dia de vida, a avó de Sônia, vendo a criança 
magrinha, faminta e chorando muito resolveu, por conta 
própria, dar uma mamadeira com leite de vaca, uma vez 
que criou seus filhos com papa e leite de vaca. A criança, 
pouco tempo depois, apresentou vômitos, evacuações 
amareladas e às vezes esverdeadas e cólicas. Sônia, ao 
chegar, ficou apavorada e correu imediatamente ao 
consultório de Dr. João, buscando uma solução 
Objetivos: 
1. Conhecer os tipos de aleitamentos. 
2. Entender os benefícios do aleitamento 
materno exclusivo e contraindicações. 
3. Conhecer as dificuldades e orientações dadas 
na maternidade sobre amamentação. 
4. Elucidar no PNI o calendário vacinal 
(comparando com a rede privada) e os 
possíveis efeitos adversos das vacinas. 
5. Explicar o processo de introdução alimentar 
após os seis meses e o perigo dessa 
introdução precoce. (leite de vaca, leite 
artificial e etc.) 
 
 
Conhecer os tipos de aleitamentos. 
O aleitamento materno é uma prática fundamental 
para o desenvolvimento da criança. Ele envolve muito 
mais do que apenas o ato de nutrir, envolve uma 
grande interação entre mãe e filho com repercussões 
importantes sobre o desenvolvimento cognitivo, 
estado nutricional e emocional da criança. 
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divide o 
aleitamento materno nos subtipos: 
 
Aleitamento materno exclusivo (AME): Envolve 
oferecer à criança apenas o leite materno, seja por 
sucção direta da mama ou por ordenha manual, sem 
que haja adição de outros líquidos ou sólidos. 
 
Aleitamento materno predominante (AMP): Quando 
é oferecido à criança água, sucos ou outras bebidas, 
porém sem deixar de lado o aleitamento materno, 
que deve ser feito de forma predominante sobre as 
outras bebidas. 
 
Aleitamento materno: Quando a criança recebe leite 
materno (direto da mama ou ordenhado), 
independentemente de estar recebendo ou não 
outros alimentos. 
 
Aleitamento materno complementado: Quando, 
além do leite materno, há a inserção de alimentos 
sólidos ou semissólidos de forma complementar e não 
substitutiva. 
 
Aleitamento materno misto ou parcial: Oferecimento 
de leite materno e outros tipos de leite (vaca, cabra, 
etc.). 
 
Full breastfeeding: ainda sem tradução consensual 
para o português, esse termo é utilizado para definir a 
soma das categorias aleitamento materno exclusivo + 
aleitamento materno predominante. 
 
 
Entender os benefícios do aleitamento materno 
exclusivo e contraindicações. 
✓ Até os 6 meses: Aleitamento Materno 
Exclusivo 
✓ 6 meses a 2 anos: Aleitamento Materno 
seguido da inserção da alimentação 
complementar. 
✓ Após os 2 anos: alimentação conjunta com a 
família. 
Devido aos diversos fatores existentes no leite 
materno (os quais veremos tópico a seguir) este tem o 
impacto que mais nenhuma outra estratégia possui na 
redução da mortalidade infantil em crianças menores 
Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs 
de 5 anos, podendo evitar até 13% das mortes de 
causas evitáveis nessa faixa etária em todo o mundo. 
Além disso, estudos demonstram que a amamentação 
na primeira hora de vida pode ser um fator de 
proteção contra mortes neonatais. 
 
O aleitamento materno deve ocorrer em livre 
demanda, de modo que um RN costuma mamar de 8-
12 vezes por dia, o que não significa que o leite esteja 
“fraco” ou insuficiente. A amamentação sem 
restrições possui diversos benefícios: reduz a perda de 
peso inicial do RN, favorece a recuperação mais rápida 
do peso, promove a “descida do leite” mais rápida, 
aumenta a duração do aleitamento, estabiliza os 
níveis de glicose do RN, diminui a incidência de 
hiperbilirrubinemia e previne ingurgitamento 
mamário. Além disso, é importante que, 
independentemente do tempo que durar, a criança 
esvazie toda a mama, pois como já falamos é o “leite 
posterior” que contém mais calorias e sacia o bebê. 
 
Benefícios comprovados da amamentação: 
 
✓ Melhor nutrição: O leite humano possui todos 
os nutrientes essenciais para o 
completo desenvolvimento e crescimento da 
criança, sendo melhor digerido 
pela mesma, sendo capaz de suprir sozinho 
todas as necessidades nutricionais 
nos primeiros 6 meses e importante fonte de 
proteínas, gorduras e vitaminas 
nos meses seguintes até o 2o ano de vida. 
✓ Proteção contra cânceres de mama; 
✓ Menor risco de obesidade, hipertensão, 
diabetes e hipercolesterolemia para a criança; 
✓ Promove melhor desempenho cognitivo; 
✓ Auxilia no desenvolvimento da cavidade 
bucal; 
✓ Se torna um contraceptivo natural para as 
mães; enquanto apresenta-se em menarca 
✓ Reduz risco de alergias e infecções na criança; 
A amamentação exclusiva nos primeiros 
meses de vida diminui o risco de alergia à 
proteína do leite de vaca, dermatite atópica, 
asma e outras alergias. A exposição a doses de 
leite de vaca nos primeiros dias de vida parece 
aumentar o risco de alergia ao leite de vaca, 
por isso a importância de evitar o uso de 
fórmulas infantis. 
✓ Reduz risco de morte súbita; 
✓ Evita diarreia: Fortes evidências mostram que 
o leite materno protege conta diarreia, tal 
proteção diminui quando o aleitamento 
materno deixa de ser exclusivo, assim como 
diminui com o avançar da idade da criança. 
Inclusive, crianças não amamentadas 
apresentam um risco 3 vezes maior de 
desidratarem 
e virem a óbito em decorrência da diarreia 
quando comparadas com crianças 
amamentadas. 
✓ Evita infecção respiratória: A proteção contra 
infecções respiratórias se mantém constante 
nos primeiros 2 anos de vida, sendo maior 
quando a amamentação é exclusiva até os 6 
meses, assim como diminui a gravidade dos 
episódios de infecção respiratória, sobretudo, 
pneumonia, bronquiolite e otites. 
✓ Promove vínculo entre a mãe e o filho; 
✓ Diminui custos financeiros: Em 2004, o gasto 
médio mensal para alimentar um bebê nos 
primeiros 6 meses vários de 38-133% do 
salário-mínimo dependendo da marca da 
fórmula infantil. Além de gastos com 
mamadeiras e gás de cozinha, acrescentam-se 
os gastos com problemas de saúde que 
crianças não amamentadas costumam ter 
mais comumente 
✓ Existem fatores imunológicos específicos e 
não específicos que conferem muitos 
daqueles benefícios que citamos acima, 
garantindo proteção ativa e passiva para as 
crianças amamentadas. A principal 
imunoglobulina é a IgA secretória que atua 
contra microrganismos que colonizam 
superfícies mucosas (E.coli, Salmonella, 
rotavírus, poliovírus etc.), tal IgA tem sua 
concentração reduzida no 1º mês e se 
mantêm constante em seguida.Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs 
Contraindicações: 
A presença de algumas doenças maternas pode exigir 
cuidados especiais referentes à amamentação com o 
intuito de que esta se mantenha, assim como outras 
situações o aleitamento materno deve ser 
contraindicado. Em se tratando deste último, as 
contraindicações absolutas são: mães infectadas pelo 
HIV, HTLV 1 e 2, uso de medicamentos incompatíveis 
com amamentação como radiofármacos e 
antineoplásicos (o manual “Amamentação e uso de 
medicamentos e outras substâncias” deve ser 
consultado antes para orientações e/ou prescrições 
acerca de susbtâncias) e 
criança com galactosemia (que não pode ingerir 
qualquer leite com lactose, inclusive 
o humano). 
 
A suspensão temporária da amamentação deve ser 
recomendada nas seguintes 
situações: 
 
✓ Infecção herpética: Quando vesícula situada 
na mama, a amamentação deve ser mantida 
na mama sadia. 
✓ Varicela: Caso haja presença de vesículas 5 
dias antes ou 2 dias depois do parto a mãe 
deve ficar em isolamento até que as lesões 
transformem-se em crostas. Além disso, até 
96h após o nascimento a criança deve receber 
imunoglobulina antivaricela. 
✓ Doença de Chagas: Na fase aguda ou se 
sangramento mamilar ativo. 
✓ Consumo de drogas de abuso: A OMS não 
contraindica amamentação para mulheres em 
uso de anfetaminas, ecstasy, cocaína, 
maconha e opioides, mas recomenda que as 
mães que façam uso temporário de tais 
drogas suspendam temporariamente a 
amamentação após o uso. Alguns autores 
recomendam períodos de interrupção da 
amamentação após o uso: 
 
Recomendação quanto ao tempo de interrupção do 
aleitamento materno após consumo de drogas de 
abuso: 
Droga Período recomendado de 
interrupção da 
amamentação 
Anfetaminas, ecstasy 24-36h 
Barbitúricos 48h 
Cocaína, crack 24h 
Heroína, morfina 24h 
Maconha 24h 
LSD 48H 
 Fonte: caderno de atenção básica, 2015 
 
NÃO são condições que impedem a continuidade do 
aleitamento: 
 
✓ Tuberculose: Mães não tratadas ou bacilíferas 
devem amamentar com o uso de máscaras e 
restringir o contato próximo à criança devido 
à transmissão potencial por gotículas 
respiratórias. Logo, o bebê deve tomar 
isoniazida 10 mg/kg/dia durante 3 meses e 
após esse período realizar teste tuberculínico 
(PPD). Caso o PPD seja positivo, deve-se 
proceder com investigação de tuberculose 
pulmonar, uma vez que a criança tenha 
contraído a doença a terapêutica deve ser 
reavaliada. Caso não tenha contraído a 
doença, a isoniazida deve ser mantida por 
mais 3 meses. Caso o PPD não seja positivo, 
pode-se suspender a medicação e a criança 
deve ser vacinada com BCG. 
✓ Hanseníase: Como a primeira dose da 
rifampicina é suficiente para que a mãe não 
seja mais bacilífera, a amamentação deve ser 
mantida e o tratamento da mãe deve ser 
iniciado. 
✓ Hepatites: A vacina e imunoglobulina para o 
tipo B elimina o risco de transmissão; no caso 
do tipo C deve-se evitar fissuras na mama 
para evitar contato da criança com sangue 
materno. 
✓ Dengue: O leite materno possui um fato 
antidengue que protege a criança. 
✓ Cigarro e álcool: Deve-se desestimular o 
consumo de ambos, mas o uso desses não 
contraindica a amamentação. Quanto ao 
cigarro, os benefícios do leite materno 
superam os riscos do cigarro, mas é 
importante recomendar que a mãe evite 
fumar no mesmo espaço em que a criança 
costuma ficar. No caso do álcool, doses ≥ 
0,3g/kg podem reduzir a produção do leite, 
bem como o sabor e odor do mesmo podem 
ser modificados por conta do álcool, o que 
pode acarretar na recusa pelo lactente. 
 
Conhecer as dificuldades e orientações dadas na 
maternidade sobre amamentação. 
 
✓ Ingurgitamento mamário: causado em grande 
parte pela estase de leite na glândula (popular 
“peito empedrado”). Pode ser tratado com a 
realização de compressas mornas e evitado 
com a ordenha de leite e amamentação até 
esvaziar a mama. 
✓ Traumas mamilares: Pode ser causada como 
consequência de uma pega incorreta. Pode 
Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs 
causar fissuras/bolhas mamilares, muito 
dolorosas à mãe. O bebê pode vomitar sangue 
como consequência da ingesta do mesmo 
durante o ato de amamentação e dificultar o 
diagnóstico clínico. As fissuras podem ser 
tratadas com hidratantes à base de lanolina, 
com a aplicação do próprio leite materno no 
local e com banho de sol. Estas medidas 
favorecem uma boa queratinização no local 
lesado. 
✓ Mononilíase mamária: Candidíase mamária. 
Causa prurido, dores profundas (fisgadas) e 
queimação nas mamas, que persistem após as 
mamadas. Deve ser tratada com antifúngicos 
(Miconazol ou Fluconazol). 
✓ Mastite: Infecção aguda da mama, tendo 
como principal agente etiológico o 
Staphylococcus aureaus. Deve-se dar 
preferência à amamentação com a mama 
sadia, sempre tendo o cuidado de ordenhar a 
mama doente para evitar ingurgitamento 
mamário, usar sutiãs de alças largas e utilizar 
anti-inflamatórios ou analgésicos para alívio 
da dor. 
✓ Abcesso mamário: Geralmente é complicação 
de uma mastite não tratada. O tratamento 
definitivo consiste na drenagem cirúrgica do 
abcesso e avaliação da necessidade de 
antibioticoterapia. 
 
 
Orientações: 
 
 
A técnica de amamentação, em especial o 
posicionamento da dupla mãe-bebê, e a pega/sucção 
do bebê, é importante para a retirada efetiva do leite 
pela criança e proteção dos mamilos. 
 
1. Início da amamentação 
Os primeiros dias após o parto são cruciais para o 
sucesso da amamentação. É um período de intenso 
aprendizado para mãe e bebê. A amamentação deve 
ser iniciada tão logo quanto 
possível após o parto. A sucção precoce da mama 
reduz o risco de hemorragia pós-parto, ao liberar 
ocitocina, e de icterícia no recém-nascido, por 
aumentar a motilidade gastrointestinal. A sucção 
espontânea do recém-nascido pode não ocorrer antes 
de 45 minutos a 2 horas de vida do bebê, porém o 
contato pele a pele por si só traz 
benefícios, como maior prevalência do aleitamento 
materno de um a três meses, maior duração do 
aleitamento materno, melhor regulação da 
temperatura corpórea e dos níveis de glicose 
sanguínea do recém-nascido, menos choro do bebê e 
maior escore na interação mãe-bebê. Amamentação 
na primeira hora de vida está associada a menor 
mortalidade neonatal 
2. Frequência das mamadas 
O recém-nascido normal mama com frequência, sem 
regularidade quanto a horários. É comum um bebê 
em aleitamento materno exclusivo mamar de 8 a 12 
vezes ao dia. Muitas mães, em especial as inseguras e 
com baixa autoestima, costumam interpretar esse 
comportamento como sinal de fome do bebê, leite 
fraco ou insuficiente, culminando, com frequência, 
com a introdução de suplementos. Aleitamento 
materno sem restrições (em livre demanda) diminui a 
perda de peso inicial do recém-nascido, favorece a 
recuperação mais rápida do peso de nascimento, 
promove “descida do leite” mais rápida, aumenta a 
duração do aleitamento materno, estabiliza os níveis 
de glicose do recém-nascido, diminui a incidência de 
hiperbilirrubinemia e previne ingurgitamento 
mamário. O tamanho das mamas pode exercer 
alguma influência na frequência das mamadas. As 
mulheres com mamas maiores têm maior capacidade 
de armazenamento de leite, e por isso 
podem ter mais flexibilidade com 
relação ao padrão de amamentação. Já 
as mulheres com mamas pequenas 
podem necessitar amamentar com 
mais frequência em razão de sua 
pequena capacidade de 
armazenamento de leite. No entanto, o 
tamanho da mama não tem relação 
com a produção do leite. Toda criança 
experimenta períodos de aceleração 
do crescimento, o que se manifesta por 
um aumento da demanda por leite. 
Esse período, que dura de dois a três 
dias, pode ser erroneamente 
interpretado como incapacidade da mãe em produzir 
leite suficiente para o seu bebê, induzindo à 
Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs 
suplementação com outros leites.Esses períodos 
podem ser antecipados, diminuindo a ansiedade das 
mães e preparando-as para uma maior demanda. Em 
geral, ocorrem três episódios de aceleração do 
crescimento antes dos quatro meses: o primeiro 
entre 10 e 14 dias de vida, outro entre quatro e seis 
semanas e um terceiro em torno dos três meses. 
Bebês prematuros podem experimentar vários 
períodos de aceleração do crescimento nos primeiros 
meses. 
 
3. Duração das mamadas 
 
O tempo de permanência na mama em cada mamada 
não deve ser preestabelecido, uma vez que o tempo 
necessário para esvaziar uma mama varia entre os 
bebês e, em uma mesma criança, pode variar 
dependendo da fome, do intervalo transcorrido desde 
a última mamada e do volume de leite armazenado na 
mama, entre outros. Independentemente do tempo 
necessário, é importante que a criança esvazie a 
mama, pois o leite do final da mamada – leite 
posterior – contém mais calorias e sacia a criança. 
 
4. Uso de suplementos 
Água, chás e, sobretudo, outros leites devem ser 
evitados, pois há evidências de que o seu uso está 
associado com desmame precoce e aumento da 
morbimortalidade infantil. A mamadeira, além de ser 
uma importante fonte de contaminação, pode ter um 
efeito negativo sobre o aleitamento materno. Tem 
sido observado que algumas crianças desenvolvem 
preferência por bicos de mamadeira, apresentando 
dificuldade para amamentar ao seio. Alguns autores 
acreditam que a diferença entre as técnicas de sucção 
da mama e dos bicos artificiais possa levar à 
“confusão de bicos”. Já está bem documentado que a 
suplementação do leite materno com água ou chás 
nos primeiros seis meses é desnecessária, mesmo em 
locais secos e quentes. Mesmo ingerindo pouco 
colostro nos primeiros dois a três dias de vida, recém-
nascidos normais não necessitam de líquidos 
adicionais além do leite materno, pois nascem com 
níveis de hidratação tecidual relativamente altos. 
 
5. Uso de chupeta 
Atualmente, o uso de chupeta tem sido 
desaconselhado por diversas razões, entre as quais a 
possibilidade de interferir com o aleitamento 
materno. Crianças que chupam chupetas, em geral, 
são amamentadas menos frequentemente, o que 
pode prejudicar a produção de leite. Embora não haja 
dúvidas quanto à associação entre uso de chupeta e 
desmame precoce, ainda não está esclarecida a 
relação causa/efeito. É possível que o uso da chupeta 
seja um sinalizador de que a mãe está tendo 
dificuldades na amamentação ou de que tem menor 
disponibilidade para amamentar. Além de interferir 
com o aleitamento materno, o 
uso de chupeta afeta negativamente a formação do 
palato. A comparação de crânios de pessoas que 
viveram antes do advento dos bicos de borracha com 
crânios mais modernos sugere o impacto negativo dos 
bicos na formação da cavidade oral. 
6. Cor do leite 
Muitas mulheres se preocupam com a cor de seu 
leite. É importante saber que a cor do leite varia ao 
longo da mamada como decorrência das variações na 
sua composição, e também pode variar de acordo 
com a dieta da mãe. Por exemplo, o leite é mais 
amarelado quando a mãe tem uma dieta rica em 
betacaroteno e esverdeado, em dietas ricas em 
riboflavinas. No início da mamada, o teor de água e a 
presença de 
constituintes hidrossolúveis confere ao leite coloração 
de água de coco; no meio da mamada, com o 
aumento da concentração de caseína, o leite tende a 
ter uma coloração branca opaca e, no final da 
mamada, em virtude da concentração dos pigmentos 
lipossolúveis, o leite é mais amarelado. 
7. Alimentação da nutriz 
Após o parto, usualmente, há um aumento do apetite 
e da sede da nutriz, bem como algumas mudanças nas 
preferências alimentares. Embora sejam necessárias 
940 kcal para a produção de 1 L de leite materno, 
acredita-se que consumo extra de 500 calorias por dia 
seja o suficiente, pois a maioria das mulheres 
armazena, durante a gravidez, de 2 a 4 kg para serem 
usados na lactação. Isso pode ser conseguido por 
meio de uma dieta variada que forneça todos os 
nutrientes essenciais. A alimentação ideal de uma 
nutriz pode ser inacessível para muitas mães de 
baixo poder aquisitivo, o que pode as desencorajar a 
amamentar seus filhos. Por isso, é preciso orientar a 
alimentação de cada nutriz de acordo com as suas 
possibilidades econômicas, já que as mulheres 
produzem leite de boa qualidade mesmo com dietas 
inadequadas. O subcomitê de nutrição durante a 
lactação da Academia Americana de Ciências faz as 
seguintes recomendações quanto à alimentação da 
nutriz: 
■ Evitar dietas e medicamentos que promovam rápida 
perda de peso (mais de 500 g/semana). 
■ Consumir ampla variedade de pães e cereais, frutas, 
legumes, verduras, derivados do leite e carnes. 
■ Consumir três ou mais porções de derivados do 
leite. 
■ Certificar-se de que a sede está sendo saciada. 
■ Esforçar-se para consumir frutas e vegetais ricos em 
vitamina A. 
Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs 
■ Consumir com moderação café e outros produtos 
cafeinizados. 
 
As crianças amamentadas por mães vegetarianas 
correm risco de hipovitaminose B, já 
que essa vitamina não é encontrada 
em vegetais. Outra preocupação com 
as vegetarianas é se elas estão 
ingerindo quantidade suficiente de 
proteínas. Como regra geral, as 
mulheres que amamentam não 
necessitam inicialmente evitar 
determinados alimentos. Entretanto, 
se as mães relacionarem algum 
efeito na criança a algum 
componente de sua dieta, elas 
podem fazer a prova terapêutica: 
retirar o alimento da dieta por algum 
tempo e reintroduzi-lo, observando 
atentamente os sintomas após a 
reintrodução do alimento. Caso os 
sintomas da criança melhorem 
substancialmente com a retirada do 
alimento e piorem com a 
reintrodução, ele deve ser evitado. 
 
Dez passos para o sucesso do aleitamento materno 
1. Ter uma política de aleitamento materno escrita que 
seja rotineiramente transmitida a toda a equipe de 
cuidados de saúde 
 2. Capacitar toda a equipe de cuidados de saúde nas 
práticas necessárias para implementar essa política 
3. Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o 
manejo do aleitamento materno* 
 4. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na 
primeira meia hora após o nascimento 
 5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a 
lactação, mesmo se separadas dos seus filhos 
6. Não oferecer aos recém-nascidos bebida ou alimento 
que não seja o leite materno, a não ser que haja 
indicação médica 
7. Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e 
bebês permaneçam juntos 24 horas por dia 
8. Incentivar o aleitamento materno em livre demanda 
9. Não oferecer bicos artificiais ou chupetas a crianças 
amamentadas 
10. Promover grupos de apoio à amamentação e 
encaminhar as mães a esses grupos na alta da 
maternidade 
Fonte: OMS 
 
 
Elucidar no PNI o calendário vacinal (comparando com 
a rede privada) e os possíveis efeitos adversos das 
vacinas. 
O Programa Nacional de Imunizações do Brasil é um 
dos maiores do mundo, ofertando 45 diferentes 
imunobiológicos para toda a população. Há vacinas 
destinadas a todas as faixas-etárias e campanhas 
anuais para atualização da caderneta de vacinação. 
 
Comparando com o particular... 
Quais as diferenças entre elas? 
 
✓ Número de doses e picadas 
✓ Redução das reações após aplicação da vacina 
✓ Tamanho da proteção 
 
No SUS, as crianças recebem a vacina pentavalente + 
VIP (vírus poliomielite inativada). Ou seja, duas 
aplicações intramuscular (picadinha) aos 2, 4 e 6 
meses. Já na rede privada, a vacina é a hexavalente, 
quer dizer: proteção contra as 6 doenças em uma 
única picadinha. 
 
Pneumocócica 10 Valente 
Na UBS a vacina é disponibilizada aos 2 – 4 
meses e um reforço aos 15 meses é a pneumocócica 
10 valente ( ou seja, proteção contra 10 tipos do 
pneumococo) 
Pneumocócica 13 valente: Proteção para 13 
tipos do pneumococo . Além da cobertura maior 
quando comparada à Pneumocócica 10 valente, a 
proteína da vacina P13V induz uma melhor respostado nosso sistema imunológico. 
Na rede particular a vacina disponibilizada aos 
2 – 4 e 6 meses e o reforço aos 15 meses idade. 
Vacinados após 2 anos de idade o esquema é DOSE 
ÚNICA 
 
VACINA MENINGOCÓCICA C: Disponibilizada pelo 
SUS para bebês aos 3 e 5 meses. Reforço entre 12-
Modulo 1. Nascimento, crescimento e desenvolvimento - P3 @study.sarahs 
15meses e um segundo reforço após 5 anos (entre 5 – 
6 anos) VACINA MENINGOCÓCICA ACWY 
A vacina meningocócica conjugada ACWY é 
quadrivalente, o que significa que protege contra os 
meningococos dos grupos A, W e Y. 
Disponibilizada na rede particular aos 3, 5 meses, 
reforço entre 12-15 meses, segundo reforço entre 5-6 
anos e última dose aos 11 anos. 
 
Reações de forma geral: 
✓ Reações locais: dor, vermelhidão, 
endurecimento, calor ou arroxeamento no 
local de aplicação da vacina. O uso de 
compressas de gelo no local, no dia da 
aplicação é, normalmente, suficiente. Essas 
reações podem ter duração de alguns dias, 
isso ocorrendo não há com o que se 
preocupar. 
✓ Em caso de dor intensa, o uso de analgésico, 
se autorizado por seu médico, é 
recomendado. 
✓ A reação local à BCG, com bolhas e ferida com 
saída de secreção, não deve ser tratada em 
hipótese nenhuma. Costuma surgir até 1 mês 
após a aplicação da vacina e desaparece 
espontaneamente. 
✓ Febre: Não é rara e pode acontecer depois da 
dose de diversas vacinas. Em princípio, o 
antitérmico não deve ser utilizado. Se a febre 
persistir e for muito alta, é muito importante 
consultar o pediatra, visto que o antitérmico 
pode atrapalhar o efeito da vacina. 
✓ Choro ou irritação leve: podem ocorrer 
principalmente quando aplicada à vacina 
tríplice. Ocorre no máximo no dia da 
vacinação. Não há o que fazer. Quadro de 
manchas vermelhas na pele: pode ocorrer 10 
dias após a aplicação da vacina contra o 
sarampo ou tríplice viral. De maneira 
nenhuma significa a presença da doença, é de 
curta duração e não merece tratamento nem 
qualquer cuidado especial. 
✓ Convulsões ou choques alérgicos: são muito 
raros, nesses casos, ajuda médica deve ser 
procurada. É importante sempre informar 
sobre alergias já conhecidas na hora em que 
você vai se vacinar. 
 
Explicar o processo de introdução alimentar após os 
seis meses e o perigo dessa introdução precoce. (leite 
de vaca, leite artificial etc.) 
ESQUEMA ALIMENTAR: 
✓ Até o 6º mês: aleitamento materno exclusivo. 
✓ 6º mês: aleitamento materno + papa de frutas 
(inicialmente 1x/dia e depois 2x/dia). 
✓ 6º ao 7º mês: aleitamento materno + papa/ 
suco de frutas (2x/dia) + uma papa 
salgada/dia (final da manhã). 
✓ 7º ao 8º mês: aleitamento materno + papa/ 
suco de frutas (2x/dia) + duas papas 
salgadas/dia (uma no final da manhã e outra 
no final da tarde). 
✓ 9º ao 11º mês: manter o esquema anterior, 
tornando a alimentação complementar mais 
próxima dos hábitos da família 
- Os primeiros alimentos a serem introduzidos são as 
frutas, na forma de papas ou sucos. Nenhuma fruta é 
contraindicada, a menos que a criança desenvolva 
algum tipo de alergia. 
- Não se deve oferecer um volume de suco de frutas 
maior que 240 ml/dia para que a ingestão de 
alimentos mais calóricos não seja prejudicada. 
- As dietas do desmame devem ser constituídas de um 
alimento básico e um ou mais alimentos do grupo 
complementar. 
- São considerados alimentos básicos os tubérculos e 
os cereais, sendo os demais grupos de alimentos. 
> O Ministério da Saúde/Organização Pan-Americana 
da Saúde (MS/OPAS) e a Sociedade Brasileira de 
Pediatria estabeleceram, para crianças menores de 2 
anos, dez passos para a alimentação saudável: 
✓ Passo 1 – Dar somente leite materno até os 6 
meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer 
outros alimentos. 
✓ Passo 2 – A partir dos 6 meses, introduzir de 
forma lenta e gradual outros alimentos, 
mantendo-se o leite materno até os 2 anos de 
idade ou mais. 
✓ Passo 3 – Após os 6 meses, dar alimentos 
complementares (cereais, tubérculos, carnes, 
leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao 
dia se a criança receber leite materno e cinco 
vezes ao dia se estiver desmamada. 
✓ Passo 4 – A alimentação complementar 
deverá ser oferecida sem rigidez de horários, 
respeitando-se sempre a vontade da criança. 
✓ Passo 5 – A alimentação complementar deve 
ser espessa desde o início e oferecida com 
colher; começar com consistência pastosa 
(papas/purês) e, gradativamente, aumentar a 
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consistência até chegar à alimentação da 
família. 
✓ Passo 6 – Oferecer à criança diferentes 
alimentos todos os dia. Uma alimentação 
variada é, também, uma alimentação colorida. 
✓ Passo 7 – Estimular o consumo diário de 
frutas, verduras e legumes nas refeições. 
✓ Passo 8 – Evitar açúcar, café, enlatados, 
frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e 
outras guloseimas nos primeiros anos de vida. 
Usar sal com moderação. 
✓ Passo 9 – Cuidar da higiene no preparo e 
manuseio dos alimentos; garantir 
armazenamento e conservação adequados. 
✓ Passo 10 – Estimular a criança doente e 
convalescente a se alimentar, oferecendo a 
alimentação habitual e seus alimentos 
preferidos e respeitando sua aceitação. 
Não há restrições à introdução concomitante de 
alimentos diferentes, mas a refeição deve conter pelo 
menos um alimento de cada um dos seguintes grupos: 
✓ Cereais ou tubérculos. 
✓ Leguminosas. 
✓ Carne (vaca, ave, suína, peixe ou vísceras, em 
especial o fígado) ou ovo; 
✓ Hortaliças (verduras e legumes). 
OBSERVAÇÃO: 
✓ Alimentos industrializados (ex.: refrigerantes, 
chás, alimentos embutidos e congelados), 
aqueles que oferecem risco de 
broncoaspiração (ex.: pipoca, amendoim, 
milho cozido), os mais implicados no 
desenvolvimento de alergias (ex.: frutos do 
mar) e mel (pela presença de esporos de 
Clostridium. botulinum) devem ser evitados 
no primeiro ano. 
✓ O ovo cozido pode ser introduzido após o 
sexto mês. 
✓ É necessário lembrar que a introdução da 
alimentação complementar deve ser gradual 
(com todos os nutrientes), sob a forma de 
papas (alimentação de transição), oferecida 
com a colher. A colher deverá ter o tamanho 
adequado ao diâmetro da boca do lactente e 
ser preferencialmente de plástico ou de metal 
forrado com Teflon® ou emborrachado para 
evitar o contato metálico direto com a língua. 
✓ A composição da dieta deve ser equilibrada e 
variada, fornecendo todos os tipos de 
nutrientes, desde a primeira papa. A oferta 
excessiva de carboidratos (especialmente os 
simples) e de lipídeos predispõe a doenças 
crônicas como obesidade e diabetes tipo 2. 
✓ É importante oferecer água potável a partir da 
introdução da alimentação complementar 
porque os alimentos dados ao lactente 
apresentam maior quantidade de proteínas 
por grama e maior quantidade de sais, o que 
causa sobrecarga de solutos para os rins, que 
deve ser compensada pela maior oferta 
de água. De acordo com a Diretriz, dos 0 a 6 
meses a quantidade de água recomendada 
deve ser de 700mL e dos 7 a 12 meses de 800 
mL (incluindo leite materno, fórmula e 
alimentação complementar). 
 A recomendação pela OMS a respeito do período 
ideal de aleitamento materno exclusivo é de seis 
meses à livre demanda, uma vez que o leite materno 
de mães bem nutridas e saudáveis é capaz de 
satisfazer as necessidades nutricionais do bebê 
durante esse período inicial, isentando a necessidade 
da oferta de outros alimentos e bebidas. Ainda, a 
OMS orienta que qualquer outro alimento ou bebida 
ofertado nesse período é considerado como alimento 
complementar, ainda que seja leite de origem animal 
(OMS, 2004). 
O desmame precoce, termo esse incentivado pela 
OMS a ser substituído pelo termo "alimentação 
complementar" pode ocorrer por falta de informação 
ou desconhecimento da mãe. Muitas vezes as 
informações são repassadas de geração para geração, 
dentro das famílias, perpetuandohábitos nocivos, 
como se fossem saudáveis (Oliveira et al., 2005; OMS, 
2004). Algumas mães e profissionais de saúde 
consideram o leite materno “fraco, seco ou 
insuficiente”. Também, o retorno das mães ao 
mercado de trabalho, oferta de bicos ou chupetas às 
crianças, atendimento puerperal efetuado no serviço 
privado, primiparidade, intercorrências/dificuldades 
da amamentação e desinteresse materno pela 
continuidade da prática do aleitamento exclusivo são 
evidenciados como motivos para o desmame precoce 
(Salustiano et al, 2012; Azeredo et al; 2008). Os 
principais motivos que levam à complementação 
alimentar precoce (antes dos seis primeiros meses) 
são relacionados a fatores econômicos e culturais, 
associados à baixa idade materna, uso de fórmula 
infantil e fumo materno (Fewtrell et al., 2007). 
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É comum a introdução alimentar precoce de inúmeros 
tipos de alimentos, variando desde água e chá, sendo 
esses os alimentos ofertados em maior proporção, até 
a oferta de frutas, leite não materno, açúcar, mel, 
espessantes, achocolatados, iogurtes, cereais e 
tubérculos, carne bovina, frango ou peixe, ovos, 
hortaliça e feijão. Alimentos ultraprocessados 
também são introduzidos precocemente na dieta dos 
bebês, pois alguns são culturalmente associados à 
infância, como achocolatados, farinhas e derivados 
lácteos (Simon et al., 2009). 
Apesar do reconhecimento a respeito da importância 
do aleitamento materno exclusivo até os seis meses 
vários estudos mostram que o momento e a 
quantidade de alimentos introduzidos durante a 
infância também tem sido considerados como 
aspectos relevante na atenção à saúde da criança, 
produzindo consequências que podem se perpetuar 
por toda a vida, como aumento do risco de 
desenvolver obesidade precocemente e 
comorbidades a elas associadas (Arenz e Kries, 2009). 
Também, risco aumentado de pneumonia, diarreia, 
carências nutricionais, diabetes, alergias problemas 
renais (Contarato et al., 2016; Simon et al., 2009; 
Tarini et al., 2006; Oliveira et al., 2005; Vieira et al., 
2004). 
Existem evidências de que não há vantagens em se 
iniciar os alimentos complementares antes dos seis 
meses (salvo em alguns casos individuais), podendo, 
inclusive, haver prejuízos à saúde da criança. 
Também sob o ponto de vista nutricional, a 
introdução precoce dos alimentos complementares 
pode ser desvantajosa, pois além de substituírem 
parte do leite materno, mesmo quando a frequência 
da amamentação é mantida, muitas vezes são 
nutricionalmente inferiores ao leite materno, por 
exemplo, quando os alimentos são muito diluídos. 
Após os seis meses, o deslocamento de leite materno 
pelos alimentos complementares é menos 
importante. 
Além disso, a introdução precoce dos alimentos 
complementares não só diminui a duração do 
aleitamento materno, mas também interfere na 
absorção de nutrientes importantes nele existentes, 
como o ferro e o zinco, e reduz a eficácia da lactação 
na prevenção de novas gravidezes. 
Estima-se que 500 mL de leite materno no segundo 
ano de vida proporcionam 95% das necessidades de 
vitamina C, 45% das de vitamina A, 38% das de 
proteína e 31% do total de energia. Além disso, o leite 
materno continua conferindo proteção contra 
doenças infecciosas.

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