Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Plasmodium • As espécies de Plasmodium são os agentes causais das malárias de seres humanos, primatas não humanos, roedores, aves e répteis (principalmente lagartos). • As malárias de mamíferos são transmitidas por mosquitos Anopheles e a malária aviária por mosquitos Culex. Ciclo Biológico • Esporozoítas injetadas no hospedeiro pelo mosquito infectado durante o repasto sanguíneo do inseto. • Estes esporozoítas penetram nos hepatócitos, originando os trofozoítas que irão passar então pelo processo de esquizogonia (pré eritrocítica). •Merozoítas são liberadas por ruptura dos hepatócitos, invadindo eritrócitos na circulação sanguínea, passando a trofozoíta e depois merozoíta (Esquizogonia eritrocítica). • Merozoítas liberados após a ruptura do eritrócito infectado reinvadem outros eritrócitos passando por nova esquizogonia, ou alguns merozoítas se desenvolvem tanto em micro quanto em macrogametócitos, que são os estágios infectantes para o mosquito. • Quando o mosquito se alimenta num indivíduo infectado ingere os micro e macrogametócitos presentes no sangue. • Que amadurecem e se unem para formar o zigoto, que dará origem ao oocisto com milhares de esporozoítas no seu interior. • Este se rompe e na próxima vez que o mosquito fizer seu repasto sanguíneo, os esporozoítas irão infectar um novo hospedeiro. 1) Plasmodium - Humanos A. Plasmodium vivax B. P. falciparum C. P. malariae D. P. ovale 2) Plasmodium - aves Identificação • A diferenciação das espécies de Plasmodium é baseada no estudo dos esfregaços sanguíneos corados pelo Giemsa e reconhecimento das características morfológicas bastante sutis dos trofozoítas, esquizontes e gametócitos masculinos e femininos. • Plasmodium falciparum, malária humana, trofozoítas em formato de anel no interior de eritrócitos. Leucocytozoon • Leucocytozoon são parasitas de aves domésticas e selvagens. • Os macrogametas e microgametas habitam leucócitos ou, ocasionalmente, algumas espécies se instalam em eritrócitos. • Ocorre a merogonia no parênquima hepático, no coração, nos rins e em outros órgãos, com os merontes formando grandes corpúsculos (megalomerontes) divididos em citômetros. • Não ocorre merogonia nos eritrócitos, tampouco nos leucócitos. Os vetores conhecidos são mosquito borrachudo (Simulium) ou mosquito-pólvora (Culicoides). Haemoproteus • Membros deste gênero são parasitas de aves, répteis e alguns anfíbios e são muito comuns em pombos domésticos, patos e perus. • Os vetores conhecidos são moscas hipoboscídeas (Hippoboscidae) e mosquito-pólvora (Culicoides). Ordem Piroplasmida • Protozoários que não tem flagelos, cílios ou formam pseudópodes. • Locomoção por flexão ou deslizamento. • A reprodução assexuada ocorre por fissão binária ou esquizogonia em eritrócitos ou outras células sanguíneas de mamíferos. • Duas famílias: Babesiidae e Theileriidae Gênero Babesia • São piriformes (piroplasma), redondos ou ovais. • Parasitam eritrócitos, linfócitos, histiócitos, eritroblastos ou outras células sanguíneas dos mamíferos. • Parasitam vários tecidos dos carrapatos, onde ocorre a esquizogonia. • Várias espécies do gênero Babesia acometem animais domésticos - cão, equinos, suínos e ruminantes. • Parasitam os eritrócitos dos vertebrados e são transmitidos por várias espécies de carrapatos. • Babesiose principais sintomas: febre, anemia e hemoglobinúria. • Após resolução do quadro clínico animais podem ficar cronicamente infectados. • Babesiose relativamente grave para animais introduzidos em áreas endêmicas e que não tiveram exposição anterior. Localização do parasita • Periférica (alta parasitemia) •Viscerotrópica, podem causar doença sem alta parasitemia, os animais podem sofrer infecções letais com formação de trombo cerebral sem apresentar anemia. 1) Homem Babesia microti e B. divergens Etiologia Hospedeiros • Ciclo biológico heteroxeno • Acomete hospedeiros vertebrados e invertebrados.Podem variar de acordo com a espécie de Babesia Hospedeiro invertebrado: geralmente são carrapatos ixodídeos. ➔ Carrapatos podem albergar mais de uma espécie de Babesia. Há reprodução assexuada e sexuada. Hospedeiro vertebrado: bovinos, equinos, cães, homem. ➔ Reprodução assexuada nos eritrócitos. • Rhipicephalus sanguineus três hospedeiros. Ciclo Biológico • Há 3 tipos de reprodução: 1. Merogonia: reprodução assexuada nas hemácias do hospedeiro vertebrado merozoítos 2. Gametogonia: terminação da formação e fusão dos gametas tubo digestivo dos carrapatos 3. Esporogonia:reprodução assexuada nas glândulas salivares dos carrapatos esporozoítos • Esporozoítos eliminados pela saliva do carrapato são injetados no hospedeiro vertebrado • Hemácias diferenciação em trofozoíto e multiplicação (assexuada) de merozoítos (2-4 indivíduos por fissão binária) e invasão de novas hemácias • Ingestão de hemácias com merozoítos pelo carrapato,digestão no trato intestinal. • Diferenciação em gamontes com protrusões (corpos radiados) • Reprodução sexuada no lúmen intestinal do carrapato – formação de um cinto • Invasão de vários tecidos: Ovário da fêmea: podem passar para os ovos (passagem transovariana) • Glândulas salivares: passando para o próximo hospedeiro vertebrado • Diferenciação em esporozoítos (fase infectante) Ciclo Biológico • Esporozoítos na saliva de carrapatos (1) são injetados durante o repasto. • Esporozoítos penetram as hemácias e se diferenciam em trofozoítas em forma de anel ou amebóide (não mostrado na figura anterior) • Reprodução assexuada intra-eritrocítica no hospedeiro vertebrado por fissão binária, formando merozoítos (2-5). • Merozoítos podem invadir novas células • Merozoítos ingeridos pelo carrapato (5.1) são digeridos no trato intestinal do vetor (5.2) • Alguns merozoítos se diferenciam em gamontes ovóides (6) • Após ingestão pelo vetor (7), os gamontes formam protrusões (corpos raiados) (8) • Fusão de dois gametas mononucleares (9) leva à formação de um zigoto (10) • Formação de um cineto no interior de um vacúolo (11-14) • Cineto deixa o trato intestinal e penetra vários tecidos do vetor incluindo os ovos (transmissão transovariana) • Formação de vários cinetos (esporocinetos) (15-18). O processo pode se repetir • Alguns cinetos penetram as células das glândulas salivares (19-21) e formam um grande esporonte multinucleado (YS, ES) • Formam-se milhares de esporozoítos (SP) que são liberados na saliva • Em hospedeiros vertebrados imuno-resistentes a fase de multiplicação pode ser reduzida ou ausente. • Alguns trofozoítos não se multiplicam, aumentam de tamanho gametócitos. • A Babesia é patogênica para o carrapato diretamente relacionada ao grau de parasitemia no hospedeiro e susceptibilidade do vetor leve depressão na produção de ovos até a morte da fêmea ingurgitada. Transmissão transovariana (vertical) • Importante para carrapatos de um único hospedeiro: Boophilus microplus L= larva n= ninfa a = adulto Patogenia • Forma periférica: alta parasitemia, anemia hemolítica. • Forma viscerotrópica: eritrócitos infectados também. • Podem ficar sequestrados no endotélio capilar ou pós-capilar • Babesia induz a formação de protusões na membrana do eritrócito responsáveis pela adesão • Esta forma é frequentemente associada à forma cerebral da babesiose • O animal pode apresentar hipotensão, alteração da coagulação e há formação de trombos. Pode variar de acordo com: • Idade do hospedeiro: animais mais velhos são mais susceptíveis • Animais jovens resistência natural quadro de menor intensidade (anemia e duração da parasitemia) anticorpos no colostro, persistência do timo, hemoglobina fetal (mais resistente à infecção por Babesia). • Estado nutricional • Estado imunológico • Imunodeprimidos mais susceptíveis • Após a primo-infecção recidivas: estabelecimento gradual de imunidade • Sem reinfecção por 8 meses: menor resposta imunológica. • Virulência do agente • Grau de infestação (carrapatos) • Associação com outros patógenos, hemoparasitas • Possibilidades de ocorrência de surto• No Sul do País os carrapatos não transmitem Babesia o ano todo. • Variação na população de carrapatos em função do clima. • Propriedades com controle de carrapatos, animais não têm exposição prévia – quando expostos podem apresentar surtos • Bezerros criados confinados (animais sem exposição prévia) quando transferidos para o pasto após queda da imunidade passiva pelo colostro – maior possibilidade de surto. • A exposição é importante para manter a resposta imune - se for muito intensa pode causar doença clínica. Resposta imunológica • Imunidade humoral e celular • Imunidade não é duradoura • É necessário o contato com o agente • Animal imune sem contato com Babesia por mais de 8 meses torna-se suscetível. • Não há imunidade cruzada entre as espécies de Babesia Babesiose em equinos • Também denominada de piroplasmose equina ou nutaliose • A doença é o principal impedimento para o trânsito internacional de cavalos. • Países que possuem uma indústria equina importante estão livres da doença (Japão, Canadá, Estados Unidos e Austrália). • Cavalos positivos para a Babesia estão impedidos de entrar nestes países, quer seja para competição ou exportação. • Brasil Problemas na exportação de equinos. • Babesia caballi parasitemias baixas < 1%, portadores por 1 a 3 anos, tende a ser menos patogênica: sintomas clínicos menos severos. Período de incubação entre 10-30 dias. Babesia equi Theileria equi • Infecções persistentes por toda a vida: o animal perpetua o agente, divisão em 4 merozoítos (cruz de malta), desenvolvimento primário em linfócitos, período de incubação entre 12-19 dias. Babesiose em equinos Sintomas • Agudos: febre, inapetência, dispnéia, edema, icterícia, prostração(raro em áreas endêmicas). • Sub-agudos: mesmos sinais com manifestação menos intensa e intermitente. • Crônicos: mais comuns, sintomas inespecíficos. •Portador assintomático: pode reverter para quadros agudos ou sub-agudos em situações de estresse ou doenças intercorrentes. • Quadros subclínicos: diminuição da performance em animais de competição, pode comprometer o potencial atlético do animal. Babesiose em bovinos • Doença conhecida com os seguintes nomes: 1. Tristeza parasitária bovina (Brasil) 2. Febre do Texas (EUA) 3. Febre esplênica 4. Malária bovina 5. Água vermelha • Pode estar associada com rickettsias - Anaplasma marginale, A. centrale • Período de incubação: 8 a 12 dias Babesiose em bovinos B. bigemina • Induz anemia severa. • Há alta parasitemia, intensa lise de hemácias na corrente sanguínea, anemia que pode ser severa, icterícia, hemoglobinúria, acidose metabólica. • Acomete uma grande variedade de ruminantes: cervídeos, búfalos , além dos bovinos. • Mortalidade em animais não tratados 50 a 90%. B. bovis • viscerotrópica: leva à formação de trombos • Visceral, com tropismo pelo cérebro baço e fígado: parasitemia baixa (não detectável), formação de trombos nas vísceras. • Também apresentam anemia, hemoglobinúria, febre, icterícia •Pode ocorrer diarréia, abortamentos, sintomas neurológicos(parasita nos capilares cerebrais), agressividade ou apatia extrema, paralisia (interrupção dos movimentos) e convulsões. • Distúrbios de coagulação (metabolismo do fibrinogênio): hipercoagulabilidade Babesiose em cães • Conhecida como babesiose canina, piroplasmose dos cães e “nambiuvu” • Importante no Brasil,descrita no Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro e Paraná • Frequente em cães jovens e com mais de 2 anos de idade Características • Manifestações clínicas relacionadas com a intensidade da parasitemia • Doença hemolítica, anemia progressiva, pode ocorrer choque endotóxico e alterações da coagulação Sintomas • anemia, febre, anorexia, desidratação, perda de peso, dor abdominal e sensibilidade renal à palpação • Babesiose cerebral pode ser observada Diagnóstico Métodos diretos • Esfregaço sanguíneo (fase aguda) • PCR • Necropsia lesões e histopatológico Métodos indiretos • Testes sorológicos (úteis para animais na fase crônica ou assintomáticos baixa parasitemia): ELISA, imunofluorescência indireta. Família Theileriidae Tratamento • Suporte, transfusão sanguínea (casos graves) • Imidocarb, Diaminazene (cuidado com superdosagem e há efeitos colaterais) • Tratamento é eficiente, são babesicidas. Controle • Imunidade não é duradoura tentativas de promover exposição controlada ao agente. Interessante não eliminar todos os parasitas • Quimioprofilaxia: tratamento com doses sub-terapêuticas - doença em níveis subclínicos, para o desenvolvimento do estado de portador. • Controle de vetores (carrapatos): manter desafio o ano todo, não erradicar o carrapato. • Vacinas: vacinas vivas, inativadas, DNA recombinante (clonagem de genes que expressam proteínas imunogênicas, experimental). • Premunição: conceito: provocar deliberadamente a infecção com baixo número de parasitas para gerar uma resposta imune primária • Clássica: inoculação de sangue de animal contaminado para monitorar a infecção. • Desvantagens: inóculo desconhecido (quantidade, virulência), pode transmitir outras doenças (ex. rickettsias) • Moderna: utilização de inóculos padronizados • Regiões endêmicas • Manutenção do estímulo à resposta imune através da exposição continuada ao parasita – sem controle • Áreas de instabilidade enzoótica • Áreas que sofrem súbitos aumentos da quantidade de carrapatos e portanto, da carga parasitária • Controle estratégico - uso de carrapaticidas, rotação de pastagens, seleção de animais resistentes, premunição Cytauxzoon felis • A Cytauxzoonose, causada por Cytauxzoon felis, é uma doença esporádica, porém rápida e usualmente fatal nos gatos domésticos, ocorrendo predominantemente no centro-sul dos Estados Unidos. sinais clínicos • pirexia, anemia, icterícia e desidratação, ocorrendo o óbito dentro de poucos dias. • O lince vermelho (Lynx rufus) apresenta parasitemia, mas não manifesta sintomas da doença, podendo ser o reservatório natural do C. felis. • Há relato da ocorrência em gatos fora do Rio de Janeiro sendo o provável vetor R. sanguineus uma vez que o vetor já conhecido, Dermacentor variabilis, não ocorre no Brasil. • Na infecção de gatos domésticos com o estágio de merogonia há obstrução mecânica do fluxo sanguíneo por vários órgãos, principalmente pulmões, resultando em um estado semelhante ao choque. • Hemólises intravascular e extravascular ocorrem em razão da invasão dos eritrócitos por merozoítas. • Sinais clínicos. Logo após a infecção, os gatos desenvolvem sinais inespecíficos, tais como anorexia, linfadenopatia, febre e letargia, mas o curso da doença normalmente é rápido. • Segue-se uma síndrome clínica grave caracterizada por desidratação, palidez, dispneia, icterícia, decúbito e morte. • Normalmente, no momento em que o gato é encaminhado, ele está gravemente doente. A maioria dos gatos morrerá de 9 a 15 dias após a infecção por estirpes virulentas, independente do tratamento.
Compartilhar