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Material de Apoio - Direito Eleitoral - Alexandre Rollo - Aula 06

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TRE- Analista Judiciário e Técnico Judiciário 
Disciplina: Direito Eleitoral 
Prof.º: Alexandre Rollo 
Aula: 06 
Monitor: Mariana 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO - MONITORIA 
 
 
Índice 
 
I. Anotações de aula 
II. Lousas 
III. Exercícios 
 
 
I. ANOTAÇÕES DE AULA 
 
Fundamento Legal e Responsabilidade Financeira 
Fundamento legal: arts. 17 a 32 da Lei 9.504/97. 
Responsabilidade: Art. 17. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos 
partidos, ou de seus candidatos, e financiadas na forma desta Lei. 
 
Limite de Gastos 
Art. 18. Os limites de gastos de campanha, em cada eleição, são os definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral 
com base nos parâmetros definidos em lei. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) 
Art. 18-A. Serão contabilizadas nos limites de gastos de cada campanha as despesas efetuadas pelos 
candidatos e as efetuadas pelos partidos que puderem ser individualizadas. (Incluído pela Lei nº 13.165, 
de 2015) 
 
Gastos além do limite 
Art. 18-B. O descumprimento dos limites de gastos fixados para cada campanha acarretará o pagamento 
de multa em valor equivalente a 100% (cem por cento) da quantia que ultrapassar o limite estabelecido, 
sem prejuízo da apuração da ocorrência de abuso do poder econômico. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 
2015). 
 
Administração Financeira das Campanhas 
Art. 20. O candidato a cargo eletivo fará, diretamente ou por intermédio de pessoa por ele designada, a 
administração financeira de sua campanha usando recursos repassados pelo partido, inclusive os relativos 
à cota do Fundo Partidário, recursos próprios ou doações de pessoas físicas, na forma estabelecida nesta 
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) 
O candidato responde solidariamente com a pessoa por ele designada pela veracidade das informações 
prestadas à Justiça Eleitoral. 
 
Conta de Campanha 
É obrigatória para o partido e para os candidatos, a abertura de conta bancária específica para registrar 
todo o movimento financeiro da campanha (ainda que não haja movimentação). 
Os bancos são obrigados a acatar, em até 3 (três) dias, o pedido de abertura de conta, sendo-lhes vedado 
condicioná-la a depósito mínimo e a cobrança de taxas e/ou outras despesas de manutenção. 
Os bancos também são obrigados a identificar, nos extratos bancários respectivos, o CPF/CNPJ do doador. 
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CNPJ 
Os candidatos estão obrigados à inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica. Após o recebimento do 
pedido de registro da candidatura, a Justiça Eleitoral deverá fornecer em até 3 (três) dias úteis, o número 
de registro de CNPJ. 
Com o CNPJ e uma vez aberta a conta de campanha, ficam os candidatos autorizados a promover a 
arrecadação de recursos financeiros e a realizar as despesas necessárias à campanha eleitoral. 
 
“Recursos não contabilizados” 
O uso de recursos para pagamentos de gastos eleitorais que não provenham da conta da campanha 
implicará a desaprovação da prestação de contas do partido ou candidato. 
Comprovado abuso de poder econômico, será cancelado o registro da candidatura ou cassado o diploma, 
se já houver sido outorgado (após o devido processo legal – art. 30-A da Lei 9.504/97). 
 
Doações de Pessoas Físicas 
Pessoas físicas poderão fazer doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro para campanhas eleitorais. 
As doações em dinheiro observarão os seguintes limites: 
I - dez por cento dos rendimentos brutos auferidos no ano anterior à eleição; 
II - no caso em que o candidato utilize recursos próprios, ao valor máximo de gastos estabelecido em lei. 
A doação de quantia acima destes limites sujeita o infrator ao pagamento de multa no valor de cinco a 
dez vezes a quantia em excesso. 
 
Doações de Pessoas Jurídicas 
Restaram proibidas pelo STF, na ADI 4.650. 
Voltamos ao que se verificava no início dos anos 90, quando as doações de pessoas jurídicas também eram 
proibidas. 
Risco de maior incidência de caixa 2. 
 
Vedações 
Ficam vedadas quaisquer doações em dinheiro, bem como de troféus, prêmios, ajudas de qualquer espécie 
feitas por candidato a pessoas físicas ou jurídicas (entre o registro e a eleição). 
 
Fontes De Arrecadação Vedadas 
É vedado, a partido e candidato, receber direta ou indiretamente doação em dinheiro ou estimável em 
dinheiro, procedente de: 
I - entidade ou governo estrangeiro; 
II - órgão da administração pública direta e indireta ou fundação mantida com recursos provenientes do 
Poder Público; 
III - concessionário ou permissionário de serviço público; 
IV - entidade de direito privado que receba, na condição de beneficiária, contribuição compulsória em virtude 
de disposição legal; 
V - entidade de utilidade pública; 
VI - entidade de classe ou sindical; 
VII - pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba recursos do exterior; 
VIII - entidades beneficentes e religiosas; 
IX - entidades esportivas; 
X - organizações não-governamentais que recebam recursos públicos; 
XI - organizações da sociedade civil de interesse público. 
O partido ou candidato que receber recursos provenientes de fontes vedadas ou de origem não identificada 
deverá proceder à devolução dos valores recebidos ou, não sendo possível a identificação da fonte, transferi-
los para a conta única do Tesouro Nacional, sem prejuízo do disposto no art. 30-A da Lei 9.504/97. 
 
 
 
 
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Gastos Lícitos 
São considerados gastos eleitorais LÍCITOS: 
I - confecção de material impresso de qualquer natureza e tamanho; 
II - propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer meio de divulgação, destinada a conquistar 
votos; 
III - aluguel de locais para a promoção de atos de campanha eleitoral; 
IV - despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das candidaturas; 
V - correspondência e despesas postais; 
VI - despesas de instalação, organização e funcionamento de Comitês e serviços necessários às eleições; 
VII - remuneração ou gratificação de qualquer espécie a pessoal que preste serviços às candidaturas ou aos 
comitês eleitorais; 
VIII - montagem e operação de carros de som, de propaganda e assemelhados; 
IX - a realização de comícios ou eventos destinados à promoção de candidatura; 
X - produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, inclusive os destinados à propaganda gratuita; etc. 
 
Outros limites de gastos 
Gastos com alimentação do pessoal de campanha ficam limitados a 10% do total gasto na campanha 
eleitoral; 
Gastos com aluguel de veículos automotores ficam limitados a 20% do total gasto na campanha eleitoral. 
 
Gastos feitos por simpatizantes 
Qualquer eleitor poderá realizar gastos, em apoio a candidato de sua preferência, até a quantia de 
aproximadamente R$ 1.200,00, não sujeitos a contabilização, desde que não reembolsados (art. 27). 
 
Prestação de contas 
As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias serão feitas pelo próprio candidato, devendo 
ser acompanhadas dos extratos das contas bancárias referentes à movimentação dos recursos financeiros 
usados na campanha e da relação dos cheques recebidos, com a indicação dos respectivos números, valores 
e emitentes. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) 
As prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão feitas pelo próprio candidato. 
(Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) 
 
Acompanhamento da Movimentação Financeira durante a Campanha 
Os partidos políticos, as coligações e os candidatos são obrigados, durante as campanhas eleitorais, a 
divulgar em sítio criado pela Justiça Eleitoral para esse fim na rede mundial de computadores (internet): 
(Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) 
I - os recursos em dinheiro recebidos para financiamento de sua campanha eleitoral, em até 72 (setenta e 
duas) horas de seu recebimento; (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015) 
 
Acompanhamento da movimentação financeira durante a campanha 
II - no dia 15 de setembro, relatório discriminando as transferências do Fundo Partidário, os recursos em 
dinheiro e osestimáveis em dinheiro recebidos, bem como os gastos realizados. (Incluído pela Lei nº 
13.165, de 2015) 
prestação de contas parcial 
 
Prestação de contas simplificada 
A Justiça Eleitoral adotará sistema simplificado de prestação de contas para candidatos que apresentarem 
movimentação financeira correspondente a, no máximo, R$ 20.000,00 (vinte mil reais), atualizados 
monetariamente, a cada eleição, pelo INPC ou por índice que o substituir. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 
2015) 
 
Prestação de contas simplificada 
Também será adotado o sistema de prestação de contas simplificada nas eleições para Prefeito e Vereador 
de Municípios com menos de cinquenta mil eleitores. 
 
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O sistema simplificado deverá conter, pelo menos: (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015) 
I - identificação das doações recebidas, com os nomes, o CPF ou CNPJ dos doadores e os respectivos valores 
recebidos; (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015) 
II - identificação das despesas realizadas, com os nomes e o CPF ou CNPJ dos fornecedores de material e 
dos prestadores dos serviços realizados; (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015) 
III - registro das eventuais sobras ou dívidas de campanha. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015) 
 
Doações Ocultas 
Os valores transferidos pelos partidos políticos oriundos de doações serão registrados na prestação de 
contas dos candidatos como transferência dos partidos e, na prestação de contas dos partidos, como 
transferência aos candidatos, sem individualização dos doadores. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015) 
 
Prazo e débitos deixados 
A inobservância do prazo para encaminhamento das prestações de contas (30 dias após a eleição), impede 
a diplomação dos eleitos, enquanto perdurar a omissão. 
Eventuais débitos de campanha não quitados até a data de apresentação da prestação de contas poderão 
ser assumidos pelo partido político, por decisão do seu órgão nacional de direção partidária. 
 
Julgamento das Contas 
As contas serão: 
I - aprovadas, quando estiverem regulares; 
II - aprovadas com ressalvas, quando verificadas falhas que não lhes comprometam a regularidade; 
III - desaprovadas, quando verificadas falhas que lhes comprometam a regularidade; 
IV - consideradas não prestadas, quando não apresentadas no prazo de 72 horas após notificação emitida 
pela Justiça Eleitoral. 
 
Julgamento das contas 
Havendo indício de irregularidade na prestação de contas, a Justiça Eleitoral poderá requisitar do candidato 
as informações adicionais necessárias, bem como determinar diligências para a complementação dos dados 
ou o saneamento das falhas. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) 
Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos caberá recurso ao órgão superior da Justiça 
Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da publicação no Diário Oficial. (Redação dada pela Lei nº 
13.165, de 2015) 
 
ARTIGO 30-A 
Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze) dias 
da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar 
condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à arrecadação e gastos de recursos. 
 
ARTIGO 30-A 
§ 1o Na apuração de que trata este artigo, aplicar-se-á o procedimento previsto no art. 22 da Lei 
Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, no que couber. 
§ 2o Comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais, será negado diploma ao 
candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado. 
 
Sobras de recursos 
Se, ao final da campanha, ocorrer sobra de recursos financeiros, esta deve ser declarada na prestação de 
contas e, após julgados todos os recursos, transferida ao partido. 
 
Prazo para conservação dos documentos 
Até 180 dias após a diplomação, os candidatos ou partidos conservarão a documentação concernente a 
suas contas. 
Estando pendente de julgamento qualquer processo judicial relativo às contas, a documentação a elas 
concernente deverá ser conservada até a decisão final. 
 
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Representação Eleitoral – Rito do art. 96 da Lei 9.504/97 – E RECURSOS ELEITORAIS 
REGRA: as representações eleitorais por descumprimento da Lei n°. 9.504/97 seguem o rito do art. 96 
desta mesma lei, ressalvados casos especificados na própria lei das eleições. 
Ex: art. 30-A, art. 41-A. 
 
Objeto 
A representação eleitoral do art. 96 tem como objeto, basicamente, a apuração de prática de propaganda 
eleitoral irregular, o desrespeito às limitações impostas às emissores de rádio/tv, questões ligadas a debates 
e a veiculação irregular de pesquisas eleitorais (arts. 33/35A). 
 
Finalidades 
Se a representação tiver por objeto questões ligadas a propaganda eleitoral ou divulgação de pesquisas, 
sua finalidade será a imediata suspensão da conduta perseguida (quando possível), bem como a imposição 
de multa ao representado. 
Se ilicitudes ligadas, por exemplo, à propaganda eleitoral desbordarem para a prática de abusos, o infrator 
estará sujeito à cassação do registro ou do diploma em representação com o rito do art. 22 da LC 64/90. 
 
Prazo para o ajuizamento 
“A jurisprudência firmou-se no sentido de que o prazo final para ajuizamento de representação, por 
propaganda eleitoral antecipada ou irregular, é a data da eleição”. 
(TSE, Recurso em Representação nº. 189711) 
 
Cabimento 
Para que seja cabível a representação do art. 96, basta que seja imputado ao réu o descumprimento das 
regras estabelecidas na Lei n°. 9.504/97. 
Ex.: propaganda irregular (em igreja), pesquisa divulgada sem prévio registro, ofensas veiculadas em site 
etc. 
 
Competência 
Nas eleições municipais o juízo competente será o da Zona Eleitoral local. 
Nas eleições gerais o foro competente será o TRE. 
Na eleição presidencial o foro competente será o TSE (art. 96, incisos I a III). 
 
Legitimidade Ativa 
Podem propor a representação do art. 96, candidatos, partidos, coligações e o Ministério Público Eleitoral. 
Observação 1: candidatos só existem após a apresentação do pedido de registro das candidaturas; 
Obs. 2: partidos políticos coligados perdem sua identidade para a coligação (art. 6º., § 1º., da Lei); 
Obs. 3: as coligações surgem com o acordo de vontades manifestado em convenção; 
Obs. 4: após as eleições as coligações desaparecem (Acórdãos TSE n°. 1.863 e n°. 21346). 
Obs. 5: o partido coligado só terá legitimidade ativa para questionar a validade da própria coligação (Art. 
6º. par. 4º.). 
Obs. 6: eleitor não tem legitimidade ativa. 
 
Legitimidade Passiva 
Qualquer pessoa física ou jurídica que desrespeite os preceitos da Lei n°. 9.504/97. Ex.: art. 33, § 3º. e 
art. 36, § 3º. da Lei. 
Ex.: pode ser uma emissora que não observou as regras dos debates, pode ser um instituto de pesquisa 
etc. 
 
Prazos 
Os prazos desta representação são contínuos e peremptórios e, no período eleitoral, não se suspendem aos 
sábados, domingos e feriados. 
Nesse período pode ser feito o arquivamento de procurações (deve ficar certificado). 
 
 
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Procedimento 
Petição inicial – deve relatar fatos, indicando provas, indícios e circunstâncias (art. 96, § 1º.); 
Capacidade postulatória – é exigida; 
Vício na representação processual – determinação de regularização em 24 horas sob pena de indeferimento 
da inicial; 
Representação por propaganda irregular – v. art. 40-B da Lei 9.504/97); 
Petição eletrônica/FAX – são admitidas, quando possível, dispensado o encaminhamento do original, 
durante o período eleitoral (salvo aquelas endereçadas ao Supremo Tribunal Federal); 
Custas processuais – a Justiça Eleitoral é gratuita, ou seja, não são devidas custas processuais (Ex.: preparo 
recursal, valores para juntada de procuração, sucumbência etc); 
Notificação – será encaminhada ao número do fax ou para o correio eletrônico cadastrados no pedido de 
registro de candidatura (na ausência de fax/e´mail ela vai para o endereço constante da inicial); 
Liminar – pode ser concedida com base no poder geralde cautela (CPC, 798); 
Defesa – deve ser apresentada no prazo de 48 horas; 
Dilação probatória – como não há previsão expressa acerca da necessidade de dilação probatória, tem 
prevalecido o entendimento de que nesse rito processual não há dilação probatória (prova pré-constituída); 
Ministério Público – quando não for autor da representação, o MP participa obrigatoriamente do processo 
na qualidade de fiscal da lei, sob pena de nulidade, oferecendo parecer em 24 horas; 
Sentença – deve ser proferida e publicada no prazo de 24 horas após as 24 horas do parecer ministerial. 
Intimação das decisões – no período que vai dos registros das candidaturas (05/07), até a proclamação dos 
eleitos, a publicação dos atos judiciais será realizada em cartório, devendo ser certificado o horário da 
publicação; 
Recurso – da sentença proferida na representação caberá recurso no prazo de 24 horas, seguindo 
contrarrazões em igual prazo; 
Efeito do recurso – os recursos eleitorais não possuem efeito suspensivo (art. 257 do Código Eleitoral); 
Julgamento do recurso – os Tribunais julgarão o recurso no prazo de 48 horas da conclusão ao respectivo 
relator (já com o parecer da PRE – 24 horas). 
 
Juízes Auxiliares 
“Os Tribunais Eleitorais designarão três juízes auxiliares para a apreciação das reclamações ou 
representações que lhes forem dirigidas” (art. 96, par. 3º., da Lei 9.504/97). 
Reclamações: servem para preservar a competência do Tribunal e para garantir a autoridade de suas 
decisões. 
 
Desistência 
Não se pode obrigar o autor a prosseguir com sua representação, ou seja, ele pode dela desistir. Todavia, 
em havendo desistência, ainda que consentida pelo réu, assumirá a lide o MPE. 
DIREITOS INDISPONÍVEIS. 
 
Agravo de Instrumento 
Não cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória proferida por Juiz Eleitoral (Ex.: decisão que 
concede ou denega liminar). 
O rito do recurso de agravo (principalmente o seu prazo) é incompatível com a celeridade da representação 
eleitoral. 
“...A matéria não ficará preclusa, podendo ser objeto de exame no julgamento do recurso que impugne o 
provimento de que resulte o fim do processo” (TSE, RESPE n°. 16.047). 
 
Mandado de Segurança 
“...não cabe recurso de decisão interlocutória proferida em processo de investigação judicial. Na falta de 
recurso próprio, admite-se o uso do Mandado de Segurança...”. 
(TSE, ARespe 25.281) 
 
 
 
 
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Agravo Retido 
A Justiça Eleitoral aceita e julga eventual agravo retido reiterado no recurso principal (RE 33035, TRE/SP). 
No entanto é desnecessária a interposição de agravo retido uma vez que a matéria a ser reclamada não 
fica preclusa. 
 
Agravo Regimental 
Das decisões monocráticas proferidas pelo relator do processo no Tribunal, cabe agravo regimental no prazo 
de 24 horas (art. 36, parágrafos 8º. e 9º. do RITSE). 
Nas razões de agravo devem ser atacados os fundamentos da decisão agravada, não sendo conhecido 
agravo que reitera os termos do recurso anterior. 
 
Embargos de Declaração 
Interrompem o prazo recursal. A sentença pode ser embargada no prazo de 24 horas, em havendo 
obscuridade, contradição ou omissão (art. 275, Código Eleitoral). Já o prazo para embargos contra acórdão 
é de 3 dias. Não cabem embargos de declaração de decisão monocrática do relator. 
 
Recurso Especial 
Dos acórdãos proferidos nos TRE´s cabe recurso especial, no prazo de 3 dias, fundado em infração legal e 
dissídio jurisprudencial (art. 276, I do Código Eleitoral). Contrarrazões no mesmo prazo. 
Proibido o reexame de fatos/provas (Súmula 279 do STF). 
Necessário prequestionamento. 
 
Agravo de Despacho Denegatório 
Denegado o Recurso Especial (em juízo de admissibilidade), caberá agravo de instrumento contra o 
despacho denegatório, no prazo de 3 dias (art. 279, CE). 
Conforme a Súmula 182 do STJ: “É inviável o agravo do Art. 545 do CPC que deixa de atacar especificamente 
os fundamentos da decisão agravada“. 
 
Recurso Extraordinário 
Dos acórdãos proferidos nos TRE´s NÃO cabe recurso extraordinário. 
O recurso extraordinário cabe, em tese, do TSE para o STF em havendo afronta direta à Constituição Federal 
(repercussão geral). Aqui também cabe agravo de despacho denegatório. 
 
Não cumprimento dos prazos pelos magistrados 
Nos termos do art. 97, caput, da Lei 9.504/97, o não cumprimento dos prazos pelo Juiz pode ensejar 
representação ao TRE. Já o não cumprimento dos prazos pelo TRE enseja representação ao TSE (par. 2º.). 
 
Ação de Investigação Judicial Eleitoral - AIJE 
A AIJE e as representações baseadas nos artigos 30-A, 41-A, 73, 74, 75 e 77 da Lei 9.504/97, seguem o 
rito previsto no art. 22 da LC n°. 64/90. 
 
Objeto 
Combater o abuso do poder econômico, o abuso do poder político e o abuso dos meios de comunicação 
social. 
Ex. de APE: gastar acima do limite estabelecido pelo TSE. 
Ex. de APP: uso da máquina administrativa. 
Ex. de AMCS: utilizar a imprensa de forma indevida/abusiva quer para beneficiar, quer para prejudicar. 
 
Sanções Possíveis 
Se a AIJE for julgada procedente ela poderá resultar em declaração de inelegibilidade do representado pelo 
prazo de 8 anos subsequentes à eleição em que o ilícito se verificou + cassação do registro ou do diploma 
do candidato beneficiado pelo abuso + remessa de cópias ao MPE para eventuais outras providências (art. 
22, XIV da LC). 
 
 
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Prazo para o ajuizamento 
Até a diplomação (TSE, RO 1540, RO 401, RP 628). 
Prazo decadencial. 
 
Pressupostos 
A AIJE deve veicular acusações ligadas à prática de abuso do poder econômico, do poder político ou dos 
meios de comunicação social. Além disso, exige-se dolo, atuação direta do réu ou, no mínimo, sua anuência 
quanto à prática ilícita. 
Deve-se demonstrar ainda a “gravidade das circunstâncias” caracterizadoras do ato abusivo (art. 22, XVI 
da LC 64/90). 
 
Desistência da ação 
É possível, mas o polo ativo passa a ser ocupado pelo MPE. 
 
Legitimidade 
ATIVA - candidatos, partidos, coligações e o Ministério Público Eleitoral. Eleitor não. 
PASSIVA - candidato e aqueles que “hajam contribuído para a prática do ato” (sempre pessoas físicas). Não 
cabe AIJE contra partido, coligação ou pessoa jurídica já que eles não se sujeitam às sanções possíveis 
(TSE, RP n°. 720). 
 
Competência 
Nas eleições municipais o juízo competente será a Zona Eleitoral local (art. 24 da LC 64/90). Nas eleições 
federais, estaduais e distritais a competência será do TRE. Na eleição presidencial a competência será do 
TSE. 
 
Procedimento – rito estabelecido no art. 22 da LC 64/90. 
Petição inicial – deve relatar fatos, indicando provas indícios e circunstâncias (art. 22, caput) + rol de 
testemunhas (máximo de 6 - preclusão). Deve ainda ser distribuída em duas ou mais vias (dependendo da 
quantidade de réus), com cópias dos documentos (como no MS); 
Capacidade postulatória – exigida; 
Custas processuais – princípio da gratuidade; 
Notificação – o candidato deve ser notificado pessoalmente, recebendo a segunda via da petição com todos 
os documentos que a instruíram; 
Liminar – é possível sua concessão desde que preenchidos os requisitos (art. 22, I, “b”); 
Defesa – recebida a petição inicial o representado é “notificado” para oferecer defesa em 5 dias, com rol de 
testemunhas (máximo de 6), sob pena de preclusão (art. 22, I, “a”); 
Revelia – não incidem os efeitos da revelia (verdade real). 
Dilação probatória – após os 5 dias, com ou sem defesa, inicia-se novo prazo de 5 dias para a oitiva 
de todas as testemunhas (que deverão comparecer independentemente de intimação). 
As oitivas ocorrerão em uma só assentada (inciso V). 
 
• Pergunta-se: e se a testemunha for hostil? 
• Prova unilateral 
• Prova robusta 
• Prova emprestada 
• Depoimentos pessoais 
 
Novas diligências – nos 3 dias subsequentes às oitivas (incisos VI e VII), poderão ser determinadas novas 
diligências ex officio ou em atendimento a requerimentos formulados pelas partes/MP. Ex.: requisição de 
documentos,oitiva de terceiros, perícia; 
Ministério Público – quando não for autor, o MPE participa obrigatoriamente do processo na qualidade de 
fiscal da lei, sob pena de nulidade; 
Alegações finais (inciso X) – encerrada a dilação probatória abre-se o prazo comum de 2 dias para alegações 
finais (nesse prazo se inclui o MPE); 
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Sentença – após as alegações finais os autos seguem conclusos para sentença (a lei não estabelece prazo 
para que tal sentença seja proferida); 
Vista ao PRE – se a AIJE se iniciar no TRE/TSE, após as alegações finais o processo segue para o relator 
para elaboração de “relatório conclusivo” (incisos XI e XII). Após o relatório a AIJE segue para a PRE, que 
terá 48 horas para se pronunciar (inciso XIII); 
Acórdão – é proferido após o parecer da PRE; 
Recurso – contra a sentença/acórdão caberá recurso no prazo de 3 dias (art. 258 do Código Eleitoral), para 
o TRE/TSE, seguindo contrarrazões em igual prazo; 
Efeito do recurso – Art. 257. Os recursos eleitorais não terão efeito suspensivo. 
§ 1o A execução de qualquer acórdão será feita imediatamente, através de comunicação por ofício, 
telegrama, ou, em casos especiais, a critério do presidente do Tribunal, através de cópia do acórdão. 
(Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) 
§ 2o O recurso ordinário interposto contra decisão proferida por juiz eleitoral ou por Tribunal Regional 
Eleitoral que resulte em cassação de registro, afastamento do titular ou perda de mandato eletivo será 
recebido pelo Tribunal competente com efeito suspensivo. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015) 
§ 3o O Tribunal dará preferência ao recurso sobre quaisquer outros processos, ressalvados os de habeas 
corpus e de mandado de segurança. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015) 
 
Agravo de Instrumento 
Não cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória proferida em processo eleitoral. O rito do 
recurso de agravo (principalmente o seu prazo) é incompatível com a celeridade dos processos eleitorais. 
“...A matéria não ficará preclusa, podendo ser objeto de exame no julgamento do recurso que impugne o 
provimento de que resulte o fim do processo” (TSE, RESPE n°. 16.047, Rel. Min. Eduardo Ribeiro). 
 
Agravo Retido 
A Justiça Eleitoral aceita e julga eventual agravo retido reiterado no recurso principal (RE 33035, TRE/SP). 
No entanto é desnecessária a interposição de agravo retido uma vez que a matéria a ser reclamada não 
fica preclusa. 
 
Embargos de Declaração 
Interrompem o prazo recursal. A sentença/acórdão podem ser embargados no prazo de 3 dias, em havendo 
obscuridade, contradição ou omissão (art. 275, Código Eleitoral). 
Não cabem embargos de declaração de decisão monocrática do relator. 
 
Recurso Ordinário 
Dos acórdãos proferidos nos TRE´s (competência originária), cabe recurso ordinário no prazo de 3 dias 
(contrarrazões). 
Cabe recurso ordinário quando o processo versar sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas 
eleições federais ou estaduais (art. 121, par. 4º., III, CF). 
Dos acórdãos proferidos nos TRE´s cabe recurso especial, no prazo de 3 dias, fundado em infração legal e 
dissídio jurisprudencial (art. 276, I do Código Eleitoral). Contrarrazões no mesmo prazo. 
Proibido o reexame de fatos/provas (Súmula 279 do STF). Necessário prequestionamento. 
 
Agravo de Despacho Denegatório 
Denegado o Recurso Especial (em juízo de admissibilidade), caberá agravo de instrumento contra o 
despacho denegatório, no prazo de 3 dias (art. 279, CE). 
Conforme a Súmula 182 do STJ: “É inviável o agravo do Art. 545 do CPC que deixa de atacar especificamente 
os fundamentos da decisão agravada”. 
 
Recurso Extraordinário 
Dos acórdãos proferidos nos TRE´s NÃO cabe recurso extraordinário. 
O recurso extraordinário cabe, em tese, do TSE para o STF em havendo afronta direta à Constituição Federal 
(repercussão geral). Aqui também cabe agravo de despacho denegatório. 
 
 
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Prazo em dobro 
Aos feitos eleitorais não se aplica a contagem em dobro prevista no art. 191 do CPC, para os casos de 
litisconsortes com diferentes procuradores (TSE, RESPE 27104). 
 
Mandado de Segurança 
“...não cabe recurso de decisão interlocutória proferida em processo de investigação judicial. Na falta de 
recurso próprio, admite-se o uso do Mandado de Segurança...”. 
(TSE, Arespe 25.281, DJ 28/10/2005) 
 
Ações Autônomas 
São autônomas a AIJE, a AIME e o RCED, pois possuem requisitos legais próprios e consequências distintas 
(Ag. Reg. no RESPE 28025). 
 
(TRE/AM) O abuso do poder econômico ou do poder de autoridade no processo eleitoral, em detrimento da 
liberdade do voto, deverá ser apurado, em conformidade com o sistema eleitoral brasileiro, por meio de: 
a) Sindicância administrativa instaurada pelo Procurador Geral Eleitoral, a requerimento de qualquer 
candidato ou partido político; 
b) Inquérito policial instaurado pelo Delegado de Polícia do local onde o fato ocorreu; 
c) Inquérito civil instaurado pelo representante do Ministério Público Eleitoral em exercício na Comarca; 
d) Procedimento de investigação judicial realizada pelo Corregedor-Geral e Corregedorias Regionais 
Eleitorais; 
e) Medida cautelar de produção antecipada de provas requerida por qualquer candidato ou partido 
político. 
 
II. LOUSAS 
 
 
 
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III. EXERCÍCIOS 
 
1. Ano: 2016 - Banca: MPE-SC - Órgão: MPE-SC - Prova: Promotor de Justiça – Matutina 
Segundo a Lei dos Partidos Políticos, com redação acrescida pela Lei n. 13.165/15, nos casos de ausência 
de movimentação de recursos financeiros ou de arrecadação de bens estimáveis em dinheiro, os órgãos 
partidários municipais ficam desobrigados de prestar contas à Justiça Eleitoral quanto ao respectivo 
exercício, exigindo-se do responsável partidário, todavia, a apresentação de declaração da ausência de 
movimentação de recursos nesse período. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
2. Ano: 2016 - Banca: MPE-SC - Órgão: MPE-SC - Prova: Promotor de Justiça - Matutina 
Está sumulado pelo Tribunal Superior Eleitoral que é de cento e oitenta dias o prazo para o ajuizamento da 
representação contra doação de campanha acima do limite legal, contados a partir da diplomação. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
 
 
3. Ano: 2016 - Banca: CESPE - Órgão: TRE-PI - Prova: Técnico Judiciário – Administrativa 
Com relação às doações e às prestações de contas em campanhas eleitorais, assinale a opção correta. 
a) Quaisquer erros encontrados na prestação de contas, mesmo os materiais ou formais posteriormente 
corrigidos, podem resultar em sanção ao candidato e ao partido, bem como ensejar a reprovação das contas 
pela justiça eleitoral. 
b) A prestação de contas, no caso das eleições proporcionais, deve ser efetivada pelo próprio candidato. 
c) Em decorrência do direito constitucional ao sigilo bancário, não se pode exigir que candidatos às eleições 
majoritárias apresentem extratos e cheques relativos à movimentação financeira dos gastos efetivados em 
prol de sua campanha. 
d) Dispensa-se a prestação de contas das cessões de bens móveis de cada cedente até o limite de R$ 
40.000. 
e) As pessoas naturais ou jurídicas podem fazer doações pecuniárias anônimas a partidos políticos até o 
valor de R$ 25.000. 
 
 
 
 
 
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4. Ano: 2016 - Banca: CESPE - Órgão: TRE-PI - Prova: Técnico Judiciário - Administrativa 
Poderá ser considerada facultativa a apresentaçãoà justiça eleitoral das despesas de campanha relativas a 
a) pagamento de multas por infração de candidato ou de partido político. 
b) montante percebido pelo candidato, em razão de sua atividade trabalhista, para fazer face às despesas 
familiares. 
c) aluguel de locais para comícios. 
d) programas e ações que visem promover propagandas em rádio e televisão. 
e) pesquisas efetuadas antes do pleito eleitoral para a verificação das intenções de voto. 
 
GABARITO: 
1- Certo; 
2- Certo; 
3- B; 
4- B.

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