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Identidade cultural no mundo globalizado

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Prévia do material em texto

Identidades Culturais 
e Serviço Social
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Silvio Pinto Ferreira Junior
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Identidade Cultural no Mundo Globalizado
• O Processo de Globalização e a Acentuação das Desigualdades 
Socioculturais
• O Princípio da Globalização
• A Globalização Contemporânea
• Acentuação das Desigualdades Sociais e Globalização
• Considerações Finais
 · Entender a diversidade cultural num mundo atual influenciado pelo 
processo de globalização.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Identidade Cultural no Mundo Globalizado
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Identidade Cultural no Mundo Globalizado
O Processo de Globalização e a Acentuação 
das Desigualdades Socioculturais
Vamos estudar aqui os aspectos principais da globalização e a acentuação das 
desigualdades socioculturais. Iniciaremos a partir de uma perspectiva histórica desde 
o Renascimento até os dias de hoje. Neste contexto, estudaremos os impactos da 
globalização nas relações sociais.
O Princípio da Globalização
A partir do século XVI, os europeus começam a vislumbrar um novo horizonte 
além do velho continente e, com as navegações marítimas, oportunizaram a 
exploração de um mundo até então desconhecido. 
O mercado competitivo de mercadorias comercializadas em centros importantes 
como Veneza, Gênova, Pisa, Constantinopla, Barcelona, Marselha e Delft, nos 
Países Baixos, já estava bastante saturado e transbordou para outras espacializações 
geográficas como a América, recém-conhecida, e a Ásia. 
O contato do europeu com uma natureza exuberante e com os povos autóctones 
de cultura exótica abriu novas possibilidades de relações econômicas, políticas, 
sociais e culturais entre pessoas das mais diversas e contrastantes regiões do mundo.
As potências europeias que, tecnologicamente, estavam prontas para desbravar 
oceanos eram Inglaterra Espanha, Holanda, França e a ousada Portugal. 
Plantas, ervas, especiarias e animais que os europeus exploravam das regiões 
colonizadas eram expostos e disponibilizados à venda no mercado europeu, 
apresentando uma cartela de novidades e produtos tão procurados que estimulavam 
frequentes viagens, estabelecendo o que conhecemos como mercantilismo. 
Mercantilismo: é o conjunto de práticas econômicas desenvolvido na Europa na Idade 
Moderna a partir do processo de colonização.Ex
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Figura 1
Fonte: Site Desafio da História
À medida que a exploração das terras ocupadas ocorria, extraía-se o que servia 
ao comércio de venda e troca na Europa, mas, em contrapartida, cada vez que as 
embarcações europeias chegavam aos novos territórios, traziam também muito de 
uma cultura até então desconhecida aos nativos. 
A partir do mercantilismo, originou-se a primeira rede global de troca de 
informações, experiências e conhecimentos, mas também um cruel processo 
de exploração de mão de obra nas colônias que incluiu o escravo como produto 
mercantil de grande valia. Assim, a primeira onda da globalização se desenhou cada 
vez mais abrangente entre os cinco continentes: Europa, América, Ásia, África 
e Oceania. 
Enquanto a Europa experimentava o doce gosto do Renascimento, os territórios 
colonizados, explorados e saqueados sentiam o gosto amargo da escravidão, 
catequização, expulsão ou extermínio em nome da civilização. A esse processo de 
exploração de mercado e acúmulo de riquezas dos países mais fortes em detrimento 
dos mais fracos, chamaremos de capitalismo. 
O que nos interessa aqui, no entanto, não é nos aprofundarmos no processo 
histórico, mas constatar que as idas e vindas das embarcações levaram e trouxeram 
muitas transformações para ambos os lados, seja para os colonizadores, seja para os 
colonizados. Aos poucos, as línguas foram se misturando, bem como as diferentes 
etnias, e logo alguns hábitos foram incorporados cá e lá. 
9
UNIDADE Identidade Cultural no Mundo Globalizado
A Globalização Contemporânea
Como alguns estudiosos descrevem, a segunda fase da globalização diz respeito 
à reconfiguração geopolítica e econômica a partir do final dos anos 1980. 
O final da Guerra Fria entre capitalistas e comunistas teve como ponto crucial a 
queda do simbólico muro de Berlim em 1989, que separava a Alemanha oriental 
comunista da Alemanha ocidental capitalista. A destruição do muro pela própria 
população alemã definiu um marco para o processo global recente.
Voltemos um pouco na história para compreender a Guerra Fria. Para tanto, 
devemos lembrar que a Guerra Fria foi um pacto entre as potências americana e 
soviética no final da Segunda Guerra Mundial, quando elas uniram forças para 
derrotar a Alemanha nazista.
Sabemos que a Segunda Guerra Mundial foi um conflito entre as principais po-
tências do mundo em defesa de mercado para suas indústrias e hegemonia política. 
O conflito armado se deu estruturalmente devido a interesses distintos de três 
sistemas econômicos em evidência naquele momento. Vejamos:
 · De um lado, os alemães nazistas liderados por Adolf Hitler que não mais se 
subordinariam às duras imposições que lhe foram conferidas pelo Tratado 
de Versalhes assinado no final da Primeira Guerra Mundial, apoiados pelos 
países fascistas que compunham o eixo Alemanha-Itália-Japão; 
 · De outro lado, os capitalistas aliados liderados pelos EUA que se consoli-
daram, desde a primeira Guerra Mundial, como superpotência econômica; 
 · Em oposição aos dois modelos econômicos anteriores, o gigante comunista, 
armado e isolado representado pela URSS – União das Repúblicas Socialistas 
Soviéticas –, contraponto mais incômodo à liderança norte-americana. 
Importante!
O principal conflito do século XX se deu por motivos econômicos, geográficos e histórico-
culturais dividido entre três sistemas econômicos: nazismo, capitalismo e socialismo.
Em Síntese
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11
Capitalismo: sistema econômico baseado na proprie-
dade privada, produção e consumo. A sociedade se di-
vide em duas classes sociais: os burgueses, detentores 
dos meios de produção, e os proletários, trabalhadores 
assalariados.
Socialismo: sistema econômico transitório para se 
atingir o comunismo. A sociedade não se divide em 
classes,pois os meios de produção são de propriedade 
comum de todos os cidadãos controlados pelo Estado. 
Regime totalitário de ditaduras que se mantém no 
poder até atingir o estágio comunista desejado.
Fascismo: sistema econômico em que um líder popu-
lista exalta a nação e o Estado, e usa modernas técni-
cas de propaganda e censura para suprimir pela força 
a oposição política. A maior expressão do fascismo foi 
o nazismo.
O fim da guerra entre sistemas econômicos e regimes políticos armados e 
poderosos só teria fim se dois deles se unissem para derrotar o terceiro. 
Dentre todos estes sistemas que apresentamos, o mais cruel foi o nazismo, pois, 
além de sua disputa política, estratificava a sociedade em raças classificadas em 
superiores e inferiores. 
Os nazistas exterminaram mais de 6 milhões de judeus em campos de concen-
tração, além de perseguir e também assassinar e escravizar ciganos, homossexuais, 
eslavos e comunistas.
Por este principal motivo, a Segunda Guerra Mundial só poderia ter um 
fim com a derrota dos nazistas, que finalmente ocorre em 1945, quando os 
capitalistas americanos e os socialistas soviéticos aliaram-se vencendo a guerra e, 
posteriormente, pactuando uma outra, não armada, mas tecnológica guerra – a 
Guerra Fria.
Conheça os Símbolos do Holocausto acessando: https://goo.gl/Tpyi63
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O sentido dado à Guerra Fria foi de uma disputa acirrada de mercado através 
do desenvolvimento tecnológico que irá marcar as décadas seguintes. Americanos 
e soviéticos influenciam o mundo todo numa bipolaridade capitalista-socialista 
imposta a países mais frágeis através de articulações políticas, como, por exemplo, 
as ditaduras militares na América Latina, que foram apoiadas pelos americanos 
temerosos à ameaça socialista/comunista no continente.
11
UNIDADE Identidade Cultural no Mundo Globalizado
A cortina de ferro que separava a URSS dos EUA se rompe com o governo 
de Mikhail Gorbachev (1985-1991) no final dos anos 1980. Dentre as medidas 
tomadas por Gorbachev para sustentar a economia soviética, estão a abertura dos 
meios de comunicação, as novas medidas para atuar no mercado internacional 
favorecendo exportação e importação etc. 
Pouco a pouco, o mercado soviético foi se abrindo para o mundo, o que provocou 
os primeiros movimentos separatistas da URSS, enfraquecendo paulatinamente 
o regime.
Já a Alemanha oriental-socialista e a Alemanha ocidental-capitalista decidem 
acabar com a separação política em seu território e se unem com a queda do 
muro de Berlim, símbolo do final da Guerra Fria e início do processo de globali-
zação contemporâneo.
Figura 2
Fonte: Wikimedia Commons
O final da Guerra Fria reconfigurou o mapa mundial. Uma vez que os EUA 
se consolidavam como potência hegemônica, os países que se dividiam entre 
capitalistas e socialistas passaram a seguir um único rumo: o mercado capita-
lista globalizado.
Importante!
Como sobreviver num mercado capitalista liderado pela superpotência americana?
Bem, a possibilidade que se apresentou para sobreviver num mundo altamente 
competitivo foi a que os americanos projetaram, ou seja, somente unindo forças 
regionais com a formação de blocos econômicos como, por exemplo, a União Europeia, 
MERCOSUL, Tigres Asiáticos, Caribean, ALCA, etc. Esses blocos reconfiguraram a política 
internacional no âmbito legislativo, monetário, geográfico e cultural.
Trocando ideias...
 Vimos até aqui que algumas características da globalização contemporânea 
são: o gradativo fim do socialismo, a hegemonia do capitalismo, o fortalecimento 
de blocos econômicos, a abertura de mercado a ser disputado pelas empresas 
transnacionais e a abertura dos veículos de comunicação. Somemos a estes, outros 
dois fatores que complementam o que descrevemos até aqui sobre a globalização: 
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o surgimento da internet como veículo de comunicação de massa no fim dos anos 
1980 e o inglês como idioma universal.
 
Importante!
Como surgiu a internet?
A internet surgiu de uma experiência militar norte-americana no período da Guerra 
Fria. Inicialmente, criou-se uma rede de comunicação entre as bases militares através 
de cabos subterrâneos de longo alcance protegida de qualquer ataque que pudesse 
destruí-la. Ao fi nal dos anos 1980, essa tecnologia foi incorporada pelas universidades, 
institutos de pesquisas e, por fi m, chegou às empresas para reduzir custos e agilizar 
negócios. Nos anos 1990, a internet já era de uso comum no mundo todo.
Você Sabia?
Segundo Canclini:
A globalização pode ser vista como um conjunto de estratégias para 
realizar a hegemonia de conglomerados industriais, corporações 
financeiras, majors do cinema, da televisão, da música e da informática, 
para apropriar-se dos recursos naturais e culturais, do trabalho, do ócio e 
do dinheiro dos países pobres, subordinando-os à exploração concentrada 
com que esses atores reordenaram o mundo na segunda metade do século 
XX. (CANCLINI, 2003, p. 29).
Para o autor, a globalização culminou num processo de desigualdade e exclusão 
social, conforme veremos a seguir. 
Acentuação das desigualdades 
sociais e globalização
É indiscutível que muitos benefícios chegaram com a globalização, alterando 
profundamente as relações sociais contemporâneas, porém, uma grande parcela 
da sociedade ficou fora dessas benesses sem alcançar um patamar mínimo 
de sobrevivência para uma vida digna e se sentir incluído neste processo de 
globalitarismo (SANTOS, 2001).
Globalitarismo: imposição da globalização como forma de relação política, econômica e 
sociocultural do mundo atual. Expressão utilizada pelo professor Milton Santos, geógrafo e 
especialista na urbanização e exclusão social nos países periféricos.
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UNIDADE Identidade Cultural no Mundo Globalizado
Figura 03
Fonte: Wikimedia Commons
Aparentemente, a maioria das pessoas no mundo possuem celulares, notebooks, 
frequentam uma universidade, possuem moradia ou alcançam o sucesso profissional. 
No entanto, a grande massa da sociedade está envolvida numa ideologia que a faz 
acreditar que tudo isso está ao alcance de todos, ignorando o fosso desigual que 
separa aqueles que, ainda no século XXI, não conseguiram sair da linha da pobreza 
e do problema do analfabetismo.
Ideologia: crenças compartilhadas que servem para justificar os interesses dos grupos 
dominantes. Há ideologias em todas as sociedades em que existem desigualdades 
sistemáticas enraizadas entre os indivíduos. O conceito de ideologia tem uma ligação 
estreita com o de poder, uma vez que os sistemas ideológicos servem para legitimar o poder 
diferenciado detido por grupos (GIDDENS, 2004, p. 694-695).
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A globalização acentuou os problemas sociais que englobam a precarização da 
educação, do trabalho, do acesso à moradia, da saúde e saneamento básico, além 
de permanentes problemas continuarem sem solução como a fome, o desemprego 
e a discriminação – problemas enfrentados por países de todo o mundo (inclusive 
países ricos).
Importante!
Você sabia que um europeu no início do século XX vivia em média até 60 anos de idade? 
Atualmente, sua expectativa de vida já passa dos 80. Voltando mais ainda na história, 
até meados do século XVI, a média de vida das pessoas era de 40-45 anos. Vivemos hoje 
o dobro de tempo!
Você Sabia?
Os países mais desenvolvidos, principalmente aqueles que atingiram o Welfere-
State (Estado de bem estar social), enfrentam, por exemplo, problemas com o 
equilíbrio das contas do estado para arcar com as despesas de uma sociedade 
envelhecida e não sabem lidar com o crescente número de imigrantes que 
atravessam suas fronteiras em busca de trabalho.
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Welfare-State: Termo utilizado para designar o Estado assistencial que garante padrões 
mínimos de educação, saúde, habitação, renda e seguridade social a todos os cidadãos. 
Somente países desenvolvidos atingiram este patamar.
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Se, no passado, as epidemias, guerras, escravidão, extermínio etc. existiam sem 
controle, hoje, podem ser controlados(de certa forma) pelos avanços da medicina, 
da ciência, das leis, da educação, dos organismos internacionais como a ONU e a 
UNESCO, OMC, FMI etc.
Tomemos como exemplo a epidemia da AIDS e os avanços da ciência para 
controlá-la com excelentes resultados, avanços também na legislação para garantir 
o direito às políticas públicas e sociais e a melhora da expectativa de vida do 
portador do vírus HIV.
As identidades culturais são, portanto, afetadas pela globalização configurando-
se como efêmeras e híbridas. 
Parece dicotômico dizer que a globalização, que envolve o mundo todo numa 
rede, deixe tanta gente fora dela. Porém, na sociedade de massa, cidadania se 
confunde com consumo.A principal causa da desigualdade na contemporaneidade 
está justamente ligada à falta de trabalho, inexistência de renda e descrédito no 
cidadão excluído. 
Façamos aqui um parêntese, o termo ‘exclusão social’ ou ‘excluídos’ fica sem 
sentido quando compreendemos que o capitalismo é um sistema que produz ricos 
e pobres, burgueses e proletários, consumidores e não consumidores. Pois, se tudo 
isso faz parte de um único sistema econômico, então, a própria pobreza é gerada 
pelo acúmulo de capital e da má distribuição de riquezas. Portanto, como excluir o 
próprio produto do capital, ou seja, os pobres e aqueles tratados com desigualdade?
Esse é o grande enfrentamento dos países do mundo. Quando os países pobres 
não conseguem resolver seus problemas políticos, econômicos e sociais, os países 
ricos precisam socorrê-los para evitar as constantes crises mundiais. Por outro 
lado, os países ricos também vivem crises de desemprego, violência, urbanização 
acelerada, alta densidade demográfica, escassez de recursos naturais, ameaças ter-
roristas etc. 
Como vemos, a globalização envolve todo o mundo e as desigualdades só podem 
ser combatidas com ações conjuntas entre os países.
Analisemos, por fim, um dos principais fenômenos da globalização – o aumento 
de indivíduos no mundo na condição de imigrante. 
À medida que o capital está concentrado em uma determinada zona geográfica 
do planeta, as ondas migratórias confluem nessa direção. Como o capital migra, 
ora investe em países ricos, ora em países pobres, ora numa determinada região, 
o fluxo migratório também é mutante (HARVEY, 1992). 
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UNIDADE Identidade Cultural no Mundo Globalizado
Os movimentos migratórios, de fato, sempre existiram, porém, a principal razão 
para um indivíduo se deslocar de sua cidade, estado ou país em direção a outro está, 
atualmente, direta ou indiretamente ligada ao trabalho. Neste sentido, concluímos 
que a principal razão para emigrar é a razão econômica.
Lembremos, aqui, que essa massa migratória é composta também, em crescentes 
percentuais, por refugiados e exilados que migram por questões políticas, culturais 
e religiosas. 
Esse contato com o ‘outro’ acaba por gerar choques culturais e atitudes extremas 
como o surgimento do terrorismo, políticas racistas, discriminação, intolerância, 
genocídios etc.
Levantadas as questões que objetivaram uma reflexão sobre o dualismo 
provocado pela globalização, ou seja, um lado bom e um lado ruim, conforme 
destacamos acima brevemente, é importante direcionarmos nossa atenção para o 
futuro que estamos construindo. Que atitudes e ações podem ajudar a minimizar 
as desigualdades aprofundadas pela globalização? A participação política de cada 
cidadão pode ser um caminho para novos diálogos? Você já notou que há um 
crescente levante popular que busca se organizar pelas redes sociais para protestar 
por causas em comum?
Essas perguntas podem nos ajudar a refletir um pouco mais sobre os caminhos 
abertos pela globalização contemporânea. 
Considerações Finais
Nesta unidade, estudamos a formação do processo de globalização em duas 
fases, a primeira no Renascimento, século XVI, e a segunda com o fim da Guerra 
Fria no final dos anos 1980.
Procuramos relacionar os dois lados da globalização ressaltados amplamente 
quando se trata deste tema: o lado positivo, ou seja, dos avanços tecnológicos, da 
comunicação em rede, da internet etc.; e o lado negativo, ou seja, da desigualdade 
causada pelo abismo que separa os ‘incluídos’ dos ‘excluídos’, ainda que tanto uns 
quanto outros façam parte de um único sistema político-econômico – o capitalismo.
Objetivamos aqui apresentar a você, caro(a) aluno(a), argumentos para refletir 
sobre tais aspectos, bem como desenvolver uma visão crítica da globalização 
contemporânea quanto à ideologia otimista que, normalmente, apresenta apenas 
os aspectos favorecedores do capital, enquanto as desigualdades, muitas vezes, são 
apresentadas como descompasso e atraso perante o encantador mundo globalizado, 
ao qual tantos pensam ilusoriamente fazer parte.
16
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
A globalização ocidental – E-book
https://goo.gl/fCwqxU
Gestão pública e serviços sociais – E-book
Disponível na Biblioteca Virtual Universitária Cruzeiro do Sul
Do feudalismo ao capitalismo – E-book
Disponível na Biblioteca Virtual Universitária Cruzeiro do Sul
 Vídeos
Globalização Milton Santos - O mundo global visto do lado de cá
https://youtu.be/-UUB5DW_mnM
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UNIDADE Identidade Cultural no Mundo Globalizado
Referências
CANCLINI, N. A globalização imaginada. São Paulo: Iluminuras, 2003.
CASTELLS, M. O poder da identidade. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
GIDDENS, A. O mundo na era da globalização. Lisboa: Editorial Presença, 2000.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
HARVEY, D. Condição pós-moderna. São Paulo: Edições Loyola, 1992.
SANTOS, M. Por uma outra globalização. São Paulo: Record, 2001.
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