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4- Introdução ao Serviço Social - Apostila

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NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO 
 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO 
Coordenação Pedagógica – IBRA 
 
 
 
DISCIPLINA 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO 
SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL ........................................................ 05 
 
1.1 Começo de conversa ................................................................................. 05 
 
1.2 Alguns dados ―técnicos‖ da profissão......................................................... 06 
 
1.3 Origem........................................................................................................ 06 
 
1.4 Áreas de atuação ....................................................................................... 07 
 
 
 
2 CONSELHO FEDERAL (CFESS) E CONSELHOS REGIONAIS DE 
SERVIÇO 
SOCIAL (CRESS) ............................................................................................ 09 
 
 
 
3 A NATUREZA INTERVENTIVA DO SERVIÇO SOCIAL E O 
 
PROJETO ÉTICO-POLÍTICO .......................................................................... 15 
 
3.1 O projeto ético-político................................................................................ 18 
 
 
 
4 FUNDAMENTOS ÉTICOS DO SERVIÇO SOCIAL ...................................... 22 
 
4.1 Ética profissional e conjuntura: tendências e desafios ............................... 25 
 
 
 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS.......................................... 30 
 
 
 
ANEXOS .......................................................................................................... 35 
 
 
 
3 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação 
daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências 
atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. 
 
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, 
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos 
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou 
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e 
provado pelos pesquisadores. 
 
Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos 
colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada 
está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e 
melhorar nosso trabalho. 
 
Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês 
são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que: 
aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é 
demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação 
dos nossos/ seus alunos. 
 
Em pleno século XXI, o mundo envolvido pelas novas tecnologias que 
aproximam e ao mesmo tempo distanciam as pessoas, os governos com demandas 
em todos os setores e a questão social ainda sendo tratada à margem, nos faz viver 
momento de desafios, onde é preciso ter coragem e esperança para que os sonhos 
possam ser concretizados e para que vislumbremos um horizonte mais humano, 
justo e solidário. 
Nesses tempos em que ainda a acumulação de capital não rima com 
igualdade, muito menos é parceira da equidade, cabe a todos profissionais, 
principalmente da área de saúde, habitação, segurança, educação, bem-estar, diga- 
 
 
"
4 
 
 
 
 
se social, o desenvolvimento de competências para, pelo menos driblar essas 
desigualdades e buscas novos caminhos que promovam a justiça. 
 
Evidentemente que ao assistente social cabe uma parcela maior de 
responsabilidade nesses eventos, afinal de contas, e concordando com Iamamoto 
(2008, p. 20), um dos maiores desafios que o Assistente Social vive no presente é 
desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de 
trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas 
emergentes no cotidiano. 
 
Pois bem, veremos ao longo deste curso, dentre outros tópicos, os 
fundamentos éticos da profissão, os espaços em que pode atuar o Assistente Social 
bem como especificar a sua prática de intervenção (junto a famílias de maneira 
geral, junto à questão da violência, atendimento a creches, empresas, etc.), além da 
legislação pertinente a área e alguns tópicos especiais como a construção dos 
movimentos sociais ao longo da nossa história e a sociologia das organizações. 
 
Este material trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que 
entendemos serem os mais importantes para a disciplina. 
 
Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de 
redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. 
Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final 
da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar 
dúvidas e aprofundar os conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"
5 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
 
1.1 Começo de conversa... 
 
―O Serviço Social é uma profissão que tem um compromisso com a 
construção de uma sociedade humana, digna e justa‖ (MARTINELLI, 2006, p. 12), 
principalmente se pensarmos naqueles sujeitos que não têm identidade, que moram 
nas ruas, solitários, que não fazem parte das estatísticas, que não contribuem com a 
ciranda econômico-financeira, enfim, o serviço social tem dentre suas metas 
recuperar a dignidade dos sujeitos sociais marginalizados. 
 
É fundamental ao Assistente Social reconhecer a importância da profissão 
ao abrir espaços de escuta para estes sujeitos que, muitas vezes, nem sequer são 
alcançados por outras profissões. Com frequência os Assistentes Sociais são os 
interlocutores deste segmento que praticamente já não mais interessa a quase 
ninguém. Homens de rua não votam, imigrantes estão sem trabalho, anciãos não 
são produtivos sob o ponto de vista do mercado, enfim este é o segmento pensado 
por muitos como uma população sobrante, sem inserção no mercado de trabalho. 
Em uma sociedade, como a nossa, que se organiza por esta lógica de 
mercado, as pessoas são importantes enquanto são produtivas e quando não 
produzem, é como se já não fossem nem sequer seres humanos. Segundo Martinelli 
(2006) é impressionante constatarmos como o econômico invade as relações sociais 
e como certas práticas retiram cidadania dos sujeitos, fragilizando a sua já frágil 
condição humana. Não dialogam com os sujeitos em sua plenitude, desconsideram 
a sua consciência política, reduzindo o campo de intervenção do Serviço Social ao 
mero atendimento pontual da solicitação das pessoas. Nesse sentido, o ato desse 
profissional é muito mais pleno do que o atendimento imediato da solicitação. É 
muito maior do que isso. Certamente, deve prestar o atendimento, mas tendo até 
mesmo a coragem em alguns momentos de recolher aquele gesto espontâneo da 
resposta imediata. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"
6 
 
 
 
 
1.2 Alguns dados “técnicos” da profissão 
 
 
 
 
 É um curso superior – Bacharelado em Serviço Social; 
 
 Tem como contribuintes a Sociologia, a Psicologia, a Economia, a 
Antropologia, a Ética e a Ciência política, enfim, as Ciências Humanas e 
Sociais; 
 
 Seu objeto de estudo e intervenção é a questão social, portanto, é uma 
profissão de caráter sociopolítico, crítico e interventivo; 
 
 Esse profissional atua na formulação, execução e avaliação de serviços, 
programas e políticas sociais que visam a preservação, defesa e ampliação 
dos direitos humanos e a justiça social; 
 
 Alguns de seus campos de atuação: rede de serviços sociais e urbanos das 
organizações públicas, empresas privadas eorganizações não 
governamentais como: hospitais, escolas, creches, clínicas, centros de 
convivência; administrações municipais, estaduais e federais; serviços de 
proteção judiciária; conselhos de direitos e de gestão; movimentos sociais; 
instâncias de defesa e de representação política. 
 
 Quem regulamenta a profissão no Brasil é o Conselho Federal de Serviço 
 
Social (CFESS) e os respectivos Conselhos Regionais (CRESS). 
 
 Seus maiores representantes no Brasil são José Paulo Netto, Marilda Vilela 
 
Iamamoto, Yolanda Guerra, Raquel Raichelis, Maria Carmelita Yazbec. 
 
 
 
 
1.3 Origem 
 
 
 
 
A origem da profissão remonta aos Estados Unidos da América, mais 
precisamente final do século XIX – 1898, na cidade de Nova Iorque, devido a 
ascensão da sociedade burguesa, ou seja, com o aparecimento de classes sociais, 
a burguesia que passou a dominar necessitava de um profissional que cuidasse da 
área social assistindo a classe proletária. Em outras palavras, por meio do serviço 
social, a classe burguesa controlava a classe proletariada. 
 
"
7 
 
 
 
 
No Brasil seu aparecimento dá-se por volta de 1936, quando se iniciou o 
processo de industrialização intensa e urbanização no país, como parte das 
estratégias do Estado, para atender às demandas da questão social, via execução 
direta das políticas sociais. 
 
A emergência da profissão encontra-se relacionada também à articulação 
dos poderes dominantes (burguesia industrial, Igreja Católica e Estado Varguista) à 
época, com o objetivo de controlar as insatisfações e pauperismo populares, 
advindos da relação capital x trabalho (FALEIROS, 2008). 
 
Com o passar do tempo a profissão foi se estruturando, chegando hoje a 
uma profissão dotada de arsenal teórico-metodológico, técnico-operativo e ético 
político. Atualmente o Serviço Social se tornou uma profissão interventiva que busca 
principalmente a garantia e o acesso de direitos às camadas populares 
trabalhadoras. O curso superior de Serviço Social foi oficializado no país pela lei nº 
1889 de 1953. Em 27 de agosto de 1957, a Lei n. 3252, juntamente com o Decreto 
 
994 de 15 de maio de 1962, regulamentou a profissão. 
 
 
 
1.4 Áreas de atuação 
 
No primeiro setor temos as seguintes possibilidades de atuação: 
 Saúde; 
 Assistência social; 
 
 Previdência; 
 Educação; 
 Habitação; 
 
 Crianças e adolescentes; 
 Idosos; 
 Pessoas com deficiência; 
 
 Gestão social de políticas públicas. 
 
 
 
 
No segundo setor temos as seguintes possibilidades de atuação: 
"
8 
 
 
 
 
 Recursos humanos; 
 
 Gerenciamento participativo; 
 Planejamento estratégico; 
 Relações interpessoais; 
 
 Qualidade de vida do trabalhador; 
 Treinamentos organizacionais; 
 Elaboração ou implementação de projetos; 
 Programas de prevenção de riscos sociais. 
 
 
 
No terceiro setor temos as seguintes possibilidades de atuação: 
 
 Atendimento a pessoas e famílias que estão à margem do processo produtivo 
ou fora do mercado de trabalho; 
 
 Defesa e garantia dos direitos dessa população; 
 
Trabalho em conjunto com um corpo de voluntários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"
9 
 
 
 
 
2 CONSELHO FEDERAL (CFESS) E CONSELHOS REGIONAIS DE 
SERVIÇO SOCIAL (CRESS) 
 
 
 
A criação e funcionamento dos Conselhos de fiscalização das profissões no 
Brasil têm origem nos anos 1950, quando o Estado regulamenta profissões e ofícios 
considerados liberais. Nesse patamar legal, os Conselhos têm caráter basicamente 
corporativo, com função controladora e burocrática. São entidades sem autonomia, 
criadas para exercerem o controle político do Estado sobre os profissionais, num 
contexto de forte regulação estatal sobre o exercício do trabalho. 
 
O Serviço Social foi uma das primeiras profissões da área social a ter 
aprovada sua lei de regulamentação profissional, a Lei n. 3252 de 27 de agosto de 
1957, posteriormente regulamentada pelo Decreto 994 de 15 de maio de 1962 
(CFESS, 1993). Foi esse decreto que determinou, em seu artigo 6º, que a disciplina 
e fiscalização do exercício profissional caberiam ao Conselho Federal de Assistentes 
Sociais (CFAS) e aos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS). 
 
Esse instrumento legal marca, assim, a criação do então CFAS e dos CRAS, 
hoje denominados CFESS e CRESS (CFESS, 1993). Para efeito da constituição e 
da jurisdição dos CRESS, o território nacional foi dividido inicialmente em 10 
Regiões, agregando em cada uma delas mais de um estado e/ ou território (exceto 
 
São Paulo), que progressivamente se desmembraram e chegam em 2008 a 25 
 
CRESS e 2 Seccionais de base estadual. 
 
Os Conselhos profissionais nos seus primórdios se constituíram como 
entidades autoritárias, que não primavam pela aproximação com os profissionais da 
categoria respectiva, nem tampouco se constituíam num espaço coletivo de 
interlocução. A fiscalização se restringia à exigência da inscrição do profissional e 
pagamento do tributo devido. Tais características também marcaram a origem dos 
Conselhos no âmbito do Serviço Social 
O Processo de renovação do CFESS e de seus instrumentos normativos: O 
Código de Ética, a Lei de Regulamentação Profissional e a Política Nacional de 
Fiscalização. 
 
 
 
 
"
10 
 
 
 
 
A concepção conservadora que caracterizou a entidade nas primeiras 
décadas de sua existência era também o reflexo da perspectiva vigente na 
profissão, que se orientava por pressupostos a-críticos e despolitizados face às 
relações econômico-sociais (CFESS; ABEPSS, 2009). 
 
A concepção conservadora da profissão também estava presente nos 
Códigos de Ética de 1965 e 1975: ―Os pressupostos neotomistas e positivistas 
fundamentam os Códigos de Ética Profissional, no Brasil, de 1948 a 1975‖ 
(BARROCO, 2001, p.95). 
 
O Serviço Social, contudo, já vivia o movimento de reconceituação e um 
novo posicionamento da categoria e das entidades do Serviço Social é assumido a 
partir do III CBAS (Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais), realizado em São 
Paulo em 1979, conhecido no meio profissional como o Congresso da Virada, ―pelo 
seu caráter contestador e de expressão do desejo de transformação da práxis 
político-profissional do Serviço Social na sociedade brasileira‖ (CFESS, 1993). 
Embora o tema central do Congresso ressaltasse uma temática da grande 
relevância – Serviço Social e Política Social – o seu conteúdo e forma não 
expressavam nenhum posicionamento crítico quanto aos desafios da conjuntura do 
país (GUERRA, 1995). 
 
Sintonizada com as lutas pela redemocratização da sociedade, parcela da 
categoria profissional, vinculada ao movimento sindical e às forças mais 
progressistas, se organiza e disputa a direção dos Conselhos Federal e Regionais, 
com a perspectiva de adensar e fortalecer esse novo projeto profissional. Desde 
então, as gestões que assumiram o Conselho Federal de Serviço Social imprimiram 
nova direção política às entidades, por meio de ações comprometidas com a 
democratização das relações entre o Conselho Federal e os Regionais, bem como 
articulação política com os movimentos sociais e com as demais entidades da 
categoria, e destas com os profissionais. 
 
A partir de 1983, na esteira desse novo posicionamento da categoria 
profissional, teve início um amplo processo de debates conduzido pelo CFESS 
visando a alteração do Código de Ética vigente desde 1975. Desse processo 
resultou a aprovação do Código de Ética Profissional de 1986, que superou a 
―perspectiva a-histórica e a-crítica onde os valores são tidos como universais e 
 
"
11 
 
 
 
 
acima dos interesses de classe‖ (CFESS, 1986). Essa formulação nega a base 
filosófica tradicional conservadora, que norteava a ―ética da neutralidade‖ e 
reconhece um novo papel profissional competente teórica,técnica e politicamente. 
 
Em que pese esse significativo avanço, já em 1991, o Conjunto CFESS- 
CRESS apontava para a necessidade de revisão desse instrumento para dotá-lo de 
―maior eficácia na operacionalização dos princípios defendidos pela profissão hoje‖ 
(CFESS, 1996). Essa revisão considerou e incorporou os pressupostos históricos, 
teóricos e políticos da formulação de 1986, e avançou na reformulação do Código de 
Ética Profissional, concluída em 1993. Mais uma vez, sob coordenação do CFESS, o 
debate foi aberto com os CRESS e demais entidades da categoria em vários 
eventos ocorridos entre 1991/1993: Seminários Nacionais de Ética, ENESS, VII 
CBAS e Encontros Nacionais CFESS-CRESS. 
 
A necessidade de revisão da Lei de Regulamentação vigente desde 1957 já 
se fazia notar, ainda que de forma incipiente, desde 1966, quando da realização do I 
Encontro Nacional CFESS-CRESS, que colocara em pauta a discussão acerca da 
normatização do exercício profissional, constatando-se, na ocasião, a fragilidade da 
legislação em vigor em relação às atribuições profissionais. 
 
Porém, somente em 1971 se discute o primeiro anteprojeto de uma nova lei 
no IV Encontro Nacional CFESS-CRESS e apenas em 1986 o deputado Airton 
Soares encaminha o Projeto de Lei - PL 7669, arquivado sem aprovação, devido à 
instalação da Assembleia Nacional Constituinte. O tema volta ao debata nos 
Encontros Nacionais, onde se elabora a versão final do PL, apresentado desta feita, 
pelas deputadas Benedita da Silva e Maria de Lourdes Abadia. O processo 
legislativo foi longo em face da apresentação de um substitutivo o que retardou a 
aprovação final. O Conjunto CFESS-CRESS, no entanto, não se deixou abater tendo 
acompanhado e discutido o substitutivo nos seus fóruns até a aprovação da Lei n. 
8662 em 7 de junho de 1993. 
 
A nova legislação assegurou à fiscalização profissional possibilidades mais 
concretas de intervenção, pois define com maior precisão as competências e 
atribuições privativas do assistente social. Inova também ao reconhecer formalmente 
os Encontros Nacionais CFESS-CRESS como o fórum máximo de deliberação da 
profissão. 
 
"
12 
 
 
 
 
Além desses importantes instrumentos normativos há que se ressaltar a 
existência de outros que dão suporte às ações do Conjunto para a efetivação da 
fiscalização do exercício profissional. Portanto, podemos afirmar que todos os 
instrumentos normativos se articulam e mantêm coerência entre si: a Lei de 
Regulamentação, o Código de Ética, o Estatuto do Conjunto, os Regimentos 
Internos, o Código Processual de Ética, o Código Eleitoral, dentre outros, além das 
resoluções do CFESS que disciplinam variados aspectos. 
 
Dentre as resoluções destacam-se: a) Resolução n. 489/2006 que veda 
condutas discriminatórias ou preconceituosas, por orientação e expressão sexual 
por pessoas do mesmo sexo, reafirmando importante princípio ético contido na 
formulação de 1993; b) Resolução n. 493/2006 que dispõe sobre as condições 
éticas e técnicas do exercício profissional, que possibilita aos profissionais e aos 
serviços de fiscalização a exigência do cumprimento das condições institucionais 
que possibilite o desempenho da profissão junto aos usuários de forma ética e 
tecnicamente qualificada. 
 
Esse conjunto de instrumentos legais constitui a base estruturante da 
fiscalização do exercício profissional. Daí a importância de sua atualização para 
sustentar a Política Nacional de Fiscalização conectada com o novo projeto 
profissional, sintonizado com os anseios democráticos dos profissionais e seus 
usuários. A partir dessa ótica, o Conjunto redimensiona a concepção de fiscalização, 
compreendendo a sua centralidade como eixo articulador das dimensões política, 
formativa e normativa. A fiscalização passa a ter o caráter de instrumento de luta 
capaz de politizar, organizar e mobilizar a categoria na defesa do seu espaço de 
atuação profissional e defesa dos direitos sociais. 
 
As primeiras experiências de fiscalização, embora com diferenciações entre 
os diversos CRESS, remontam a meados dos anos 1980. Inicialmente, os CRESS 
se preocuparam com sua organização administrativo-financeira, entendida como 
suporte fundamental às ações da fiscalização; avançaram para a identificação das 
demandas da categoria, conhecimento da realidade institucional, discutindo-se 
condições de trabalho, autonomia, defesa de espaço profissional, atribuições e 
capacitação, assim como a necessária articulação política do Conjunto com outros 
sujeitos coletivos. Nesse momento, metade dos CRESS então existentes, criou suas 
Comissões de Fiscalização, inicialmente formadas por conselheiros, sendo 
"
13 
 
 
 
 
posteriormente ampliadas com a contratação de agentes fiscais. Mas, dificuldades 
se evidenciavam nos limites dos instrumentos legais (as primeiras ações de 
fiscalização tiveram lugar sob a vigência da Lei n. 3252/57) e também financeiros. 
 
Como forma de superação desses limites, o Conjunto apostava na 
construção coletiva fazendo emergir novos espaços para discussão e 
aprimoramento das experiências entre os CRESS, a exemplo dos Encontros 
Nacionais de Fiscalização, que se sucederam a partir do primeiro deles realizado em 
Aracaju (1988). Encontros Regionais também se organizaram visando a preparação 
para o Encontro Nacional. No 1º Encontro Regional do Nordeste, em Fortaleza 
(1991) já se destacava a necessidade da construção de uma Política Nacional de 
Fiscalização (PNF). Com base nessa experiência, houve, a partir da gestão 1996- 
1999, a instituição dos Encontros Regionais Descentralizados, que ampliando sua 
pauta, incluíram a discussão de outras temáticas para além da fiscalização: ética, 
seguridade social, administrativo-financeira, comunicação, formação e relações 
internacionais. 
 
A Comissão Nacional de Fiscalização e Ética do CFESS (COFISET) assume 
então a responsabilidade de elaborar as diretrizes e estratégias para uma Política 
Nacional de Fiscalização do Exercício Profissional do Assistente Social, 
incorporando as principais demandas e discussões dos Encontros Regionais, que 
foram aprovadas no 25o. CFESS/CRESS, em Fortaleza, em 1996. Nos Encontros 
Nacionais dos anos seguintes (1997/1998) a discussão da PNF foi aprofundada, 
bem como outras normativas do Conjunto que se relacionavam com a fiscalização 
do exercício profissional. Esse processo culminou com a aprovação da Resolução 
CFESS 382 de 21/02/1999, que dispôs sobre as normas gerais para o exercício 
profissional e instituiu a Política Nacional de Fiscalização, sistematizada a partir dos 
seguintes eixos: 
 
 potencialização da ação fiscalizadora para valorizar e publicizar a profissão 
 
 Capacitação técnica e política dos agentes fiscais e COFIs para o exercício 
da fiscalização; 
 
 Articulação com as unidades de ensino e representações locais da ABEPSS e 
 
ENESSO; 
 
 
 
"
14 
 
 
 
 
 Inserção do Conjunto CFESS-CRESS nas lutas referentes às políticas 
 
públicas. 
 
Tais eixos se articulam em torno de três dimensões, a saber: afirmativa de 
princípios e compromissos conquistados; político-pedagógica; normativa- 
disciplinadora (GUERRA, 2000). 
 
A partir de então a PNF vem sendo um instrumento fundamental para 
impulsionar e organizar estratégias políticas e jurídicas conjuntas e unificadas para a 
efetivação da fiscalização profissional em todo o território nacional, levando-se em 
consideração, no entanto, as particularidades e necessidades regionais. 
 
Os espaços de discussões do Conjunto relativos à Política de Fiscalização 
têm sido ampliados, a exemplo dos Seminários Nacionais de Capacitação das 
COFIs que acontecem a cada 2 anos (realizados a partir de 2002), além da 
continuidade dos Seminários Regionais de Fiscalização que ocorrem juntamente 
com osEncontros Descentralizados, preparatórios para o Encontro Nacional. Outro 
espaço previsto é a Plenária Ampliada, para aprofundamento de alguma temática, e 
ainda o Projeto Ética em Movimento, espaço privilegiado para a ampliação do 
debate e reflexão ética. 
 
A atualização da PNF ocorrida em 2007 visou incorporar os 
aperfeiçoamentos necessários decorridos 10 anos da sua aprovação. O processo 
envolveu as Comissões de Fiscalização e culminou com a aprovação da Resolução 
CFESS 512 de 29/09/2007 que reformulou as normas gerais para o exercício da 
fiscalização profissional e atualizou a Política Nacional de Fiscalização, após 
intensas e profícuas discussões nos espaços deliberativos do Conjunto. Essa 
revisão manteve os pressupostos anteriormente definidos, conservando os eixos e 
dimensões estruturantes e avançou, por exemplo, na elaboração de um Plano 
Nacional de Fiscalização que se apresenta como um instrumento político e de 
gestão (NETTO, 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"
15 
 
 
 
 
3 A NATUREZA INTERVENTIVA DO SERVIÇO SOCIAL E O 
PROJETO ÉTICO-POLÍTICO 
 
 
 
Dentre vários autores consultados, priorizando a fala de Martinelli (2006) é 
notório que a transição do século XX para o século XXI foi marcada por profundas 
transformações societárias que alcançaram todos os níveis da vida social e inclusive 
as profissões. Evidentemente não somente o Serviço Social, mas o conjunto das 
profissões. 
 
Na verdade, neste período histórico assistimos a um redesenho da própria 
sociedade. A filósofa Marilena Chauí (2000) nos seus estudos sobre a sociedade 
contemporânea, afirma que nas últimas décadas do século passado assistimos a um 
verdadeiro desmonte da sociedade, a uma verdadeira implosão de direitos sociais 
conquistados há mais de duzentos anos, com duras lutas, desde a Revolução 
Francesa em 1789. 
 
O trabalho socialmente protegido, uma legislação trabalhista consistente, 
acesso aos bens e serviços socialmente produzidos, direitos consagrados em Cartas 
Constitucionais e em legislação pertinente, ruíram diante de nossos olhos. Com o 
avanço do processo de globalização e com os ajustes neoliberais caíram por terra 
todos estes direitos CASTEL (1998), ANTUNES (2001), DUPAS (1999), CHAUÍ 
(1999). 
 
A edificação com a qual convivemos durante décadas sumiu de nosso 
horizonte. Que edificação era esta, que sociedade era esta? - pergunta Martinelli 
(2006). 
 
Uma sociedade que se organizava através do trabalho e a partir do trabalho 
contava com a proteção trabalhista, com a proteção social. 
 
O trabalho é expressão do humano, é constitutivo da práxis humana. 
(MARX, 1984). Porém, da década de setenta do século passado para cá, começa a 
ocorrer um descentramento do trabalho como modo de organização da vida em 
sociedade. 
 
No modelo até então vigente, trabalho, emprego e proteção social 
compunham uma tríade organicamente articulada. Ao perdermos o trabalho como 
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instância organizativa da vida social, perdemos muito de tudo aquilo que significa 
proteção legal ao trabalho, proteção social ao cidadão. 
 
Torna-se bastante claro que no âmbito das políticas neoliberais, somos 
considerados cidadãos, trabalhadores enquanto estamos à disposição do capital. Ao 
deixar o mercado formal de trabalho, rapidamente o trabalhador perde a sua 
inserção de classe e os seus direitos trabalhistas e sociais (MARTINELLI, 2006). 
 
Os estudiosos franceses deste tema, e entre eles especialmente Robert 
Castel (1998), consideram que todas estas perdas o levam a entrar em uma rota de 
exclusão. 
 
A própria sociedade vai retirando dele cidadania. Uma pessoa pode ter 
trabalhado durante muitos anos, porém ao deixar o mercado começa a compor uma 
categoria de não trabalhador, todos os seus direitos se esvaem, abala-se toda uma 
vida pessoal e familiar arduamente construída. ―Tudo que é sólido desmancha no ar‖ 
(MARX, 1984). 
 
Certamente isto traz profundas repercussões que não atingem apenas a 
materialidade do processo de trabalho, mas atingem também a nossa subjetividade. 
(ANTUNES, 2001). Somos todos tragados por esta espiral. 
 
São trabalhadores que perdem o seu posto de trabalho, são jovens que nem 
sequer conseguem iniciar a sua vida profissional, são crianças precocemente 
envolvidas com o trabalho infantil. 
 
Assistimos a uma adultização da infância e ficam no ar algumas incertezas 
acerca do que ocorrerá com uma sociedade cujas crianças estão tendo sua infância 
roubada, seja pelo desemprego dos pais seja pelo trabalho infantil. Acerca de qual 
será a sociabilidade destes adultos que não tiveram tempo para o lazer, para o 
prazer, que cresceram em um contexto de profunda desigualdade social. 
 
É realmente um quadro muito preocupante. Eric Hobsbawn, um dos maiores 
historiadores marxistas de nosso tempo, em seu livro ―A Era dos Extremos‖ (1995), 
realiza uma análise sobre a América Latina e, em seu interior, faz uma referência ao 
Brasil concluindo com uma frase que expressa camadas de história, e 
condensações de reflexão política: ―O Brasil é um verdadeiro monumento vivo à 
desigualdade social‖. 
 
 
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Martinelli (2006, p. 14) bem ressalta que este é o momento histórico que 
vivemos hoje, esta é a realidade na qual nos cabe intervir. 
 
Somos profissionais cuja prática está direcionada para fazer enfrentamentos 
críticos da realidade, portanto precisamos de uma sólida base de conhecimentos, 
aliada a uma direção política consistente que nos possibilite desvendar 
adequadamente as tramas conjunturais, as forças sociais em presença. É neste 
espaço de interação entre estrutura, conjuntura e cotidiano que nossa prática se 
realiza. É na vida cotidiana das pessoas com as quais trabalhamos que as 
determinações conjunturais se expressam. Portanto, assim como precisamos saber 
ler conjunturas, precisamos saber ler também o cotidiano, pois é aí que a história se 
faz, aí é que nossa prática se realiza. 
 
Certamente não estamos pensando no cotidiano como um espaço repetitivo, 
vazio, mas sim como um espaço contraditório e complexo onde a realidade se 
revela, onde os problemas se expressam. 
 
Saber ler a conjuntura a partir do cotidiano significa identificar 
acontecimentos, contextos, relações de força, para saber onde e como atuar. 
 
Para tanto precisamos de uma sólida base de conhecimentos, de um ―olhar 
político‖, como o denomina a ensaísta argentina Beatriz Sarlo (1997, p. 55-63), que 
nos permita ―aguçar a percepção das diferenças como qualidades alternativas e 
saber descobrir as tendências que questionam ou subvertem a ordem‖. 
 
Este século que estamos vivendo agora foi declarado pela ONU como o 
século do conhecimento, homenageando o grande cientista Albert Einstein que 
revolucionou a Física. 
 
Em 2005 comemoram-se cem anos das grandes mudanças que Einstein 
introduziu na Física. O ano de 1905, quando isto ocorreu, foi consagrado como o 
ano do conhecimento e agora vivemos o século do conhecimento. Este 
conhecimento que está sendo celebrado não é, evidentemente, um conhecimento 
contemplativo, solitário, propriedade de alguns intelectuais iluminados. Não, o 
conhecimento a que estamos nos reportando, e do qual Assistentes Sociais 
necessitamos, é um conhecimento socialmente construído, politicamente 
dimensionado, trazendo a possibilidade da construção coletiva (MARTINELLI, 2006). 
 
 
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Estamos vivendo um momento histórico da maior importância em que temos 
que assumir realmente a coragem de transformar o nosso conhecimento silencioso 
em conhecimento partilhado. É preciso deixar mais claro o que nós sabemos, 
assumir que sabemos, pois o saber que o Serviço Social domina vem de todos os 
seus conhecimentos teórico-metodológicos, mas vem também do conhecimento darealidade onde atuamos. 
 
A possibilidade de trabalhar no cotidiano a partir desta perspectiva é de uma 
riqueza ímpar, e aí se institui uma particularidade da profissão, pois esta é uma 
profissão de natureza interventiva, com um profundo significado social. 
 
O Serviço Social, desde as suas origens, é uma profissão que tem um 
compromisso com a construção de uma sociedade humana digna e justa Este é o 
núcleo fundante de projeto ético-político, é o compromisso de cada dia. 
 
O social que está presente na denominação da profissão, é parte da sua 
identidade. É um social que é síntese de múltiplas determinações: políticas, 
econômicas, históricas, culturais. Portanto, para bem realizar esse ofício é preciso 
intervir de modo a alcançar esta gama de determinações, que estão presentes até 
mesmo no menor ato da vida cotidiana desse profissional: no atendimento do 
plantão, na solicitação do benefício, na visita domiciliar. Assim como estão presentes 
também no trabalho com os movimentos sociais, com lideranças comunitárias, nas 
negociações políticas. 
 
Por todas estas circunstâncias é fundamental que tenhamos uma direção 
social claramente posicionada para orientar as nossas ações, relações e decisões. 
 
Em outras palavras, torna-se indispensável que tenhamos um consistente 
projeto ético-político profissional (MARTINELLI, 2006). 
 
 
 
3.1 O projeto ético-político 
 
 
 
Segundo Martinelli (2006) o projeto ético-político que se tem hoje no âmbito 
do Serviço Social, cuja base de sustentação é a teoria social marxista, é uma 
construção coletiva da qual todos os profissionais deveriam participar, com suas 
vidas, com suas histórias, com a densidade de suas práticas. 
 
"
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A partir dos diferentes lugares sociais que esse profissional ocupa: 
pesquisadores, docentes, profissionais de campo, estudantes de Serviço Social, 
todos são protagonistas desta construção, integrando este sujeito coletivo, esta 
coletividade juntamente com o conjunto CFESS/CRESS/ABEPSS, com as 
organizações sócio-assistenciais, com as agências formadoras de ensino e 
pesquisa. 
 
A mesma autora partilha da concepção de coletividade proposta por Eder 
Sader (1988, p.11): ―uma instância organizativa onde se elabora uma identidade e 
se organizam práticas através das quais seus membros pretendem defender seus 
interesses e expressar suas vontades, constituindo-se nessas lutas‖. 
 
Sujeitos coletivos expressam consciências partilhadas, são sujeitos que 
lutam por vontades históricas determinadas. Por isto é tão importante o 
conhecimento das cambiantes dinâmicas societárias, das múltiplas expressões da 
questão social, pois o projeto profissional do Serviço Social, ou seja, o projeto ético- 
político da profissão, de alguma forma relaciona-se com o projeto societário mais 
amplo. 
 
São forças sociais em presença. Ambos são projetos coletivos, certamente 
de diferente magnitude. Os projetos societários têm no seu horizonte uma 
imagem de sociedade a ser construída, dirigindo-se à sociedade em seu 
conjunto. Já os projetos profissionais (...) apresentam a autoimagem de uma 
profissão, elegem os valores que a legitimam socialmente, delimitam e 
priorizam os seus objetivos e funções, formulam os requisitos (teóricos, 
institucionais e práticos) para o seu exercício, prescrevem normas para o 
comportamento dos profissionais e estabelecem as balizas da sua relação 
com os usuários de seus serviços, com as outras profissões e com as 
organizações e instituições sociais privadas e públicas (entre estas, também 
e destacadamente com o Estado, ao qual coube historicamente o 
reconhecimento jurídico dos estatutos profissionais) (NETTO, 1999, p. 95). 
 
 
 
Ressalte-se, portanto, o caráter não exclusivo do projeto ético político 
profissional. Como expressão histórica de um coletivo profissional maduro, 
politicamente organizado, o projeto pode ser hegemônico, mas não necessariamente 
único. O coletivo profissional é um campo de disputa de significados, um campo de 
diversidades, sendo sempre possível o surgimento de projetos profissionais de 
diferente natureza. A hegemonia é conquista e não outorga, pressupõe um espaço 
de negociação política, de luta social no âmbito do próprio coletivo. 
 
 
 
 
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Numa perspectiva macrossocial isto se coloca também em relação ao 
projeto societário, pois dependendo das circunstâncias históricas, tais projetos 
podem ou não estar em um marco político da mesma natureza, o que demandará 
enfrentamentos específicos que transcendem inclusive o nível do coletivo e da 
própria categoria profissional, remetendo a outros níveis de alianças e parcerias 
(NETTO, 1999). 
 
Da mesma forma, deve ser ressaltado também o caráter histórico do projeto 
ético-político. Torna-se imprescindível o reconhecimento de que o projeto ético- 
político não é um produto endógeno, pronto e definitivo, muito menos uma abstração 
ou um ente que se institui entre nós. Ao contrário, é uma longa construção social 
que se faz em meio a um complexo jogo de forças políticas, implicando sempre a 
exigência de luta por hegemonia. 
 
Daí a importância dos profissionais saberem fazer leituras críticas, ético- 
políticas, de conjuntura, para poderem construir formas cada vez mais substantivas 
de consolidação do projeto profissional. Na verdade, como já afirmamos, o 
assistente social é um profissional que trabalha permanentemente na relação entre 
estrutura, conjuntura e cotidiano; é no cotidiano que as determinações conjunturais 
se expressam e aí é que se coloca o desafio de garantir o sentido e a 
direcionalidade da ação profissional. Finalmente, é bom lembrar que a dimensão 
política que é constitutiva do projeto profissional, e a ele imanente, somente adquire 
materialidade e concretude nos diferentes planos do exercício profissional o qual, 
como ato político, recebe e produz impactos societários (MARTINELLI, 2006). 
 
Portanto, como construção sócio-histórica, o projeto ético-político da 
profissão só se consolida no próprio processo histórico. Sua legitimação deve 
ocorrer em diferentes níveis, envolvendo desde os contratantes do trabalho 
profissional do assistente social, até outros coletivos profissionais, as agências 
formadoras e especialmente os sujeitos que demandam a sua prática. 
 
Conforme relembra Martinelli, não é fácil, principalmente porque o Assistente 
Social é trabalhador assalariado, o que faz com que a consolidação do projeto ético- 
político profissional se dê em meio a uma relação complexa e contraditória, onde 
estão em jogo múltiplas determinações, de natureza macrossocial que não só a 
influenciam como, na verdade, a constituem. 
 
"
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Há que se concordar com o pensamento de José Paulo Netto (1999, p. 98- 
 
99) de que os elementos éticos de um projeto profissional não se limitam a 
normatizações morais e/ou prescrição de direitos e deveres, mas envolvem ainda as 
escolhas teóricas, ideológicas e políticas das categorias e dos profissionais — por 
isto mesmo, a contemporânea designação dos projetos profissionais como projetos 
ético-políticos revela toda a sua razão de ser: uma indicação ética só adquire 
efetividade histórico-concreta quando se combina com uma direção político- 
profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 FUNDAMENTOS ÉTICOS DO SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
A ética profissional é uma dimensão específica do Serviço Social, suas 
determinações são mediadas pelo conjunto de necessidades e possibilidades, de 
demandas e respostas que legitimam a profissão na divisão social do trabalho da 
sociedade capitalista, marcando a sua origem e a sua trajetória histórica 
(IAMAMOTO; CARVALHO, 1982 E NETTO, 1992). 
 
A éticaprofissional se objetiva como ação moral, através da prática 
profissional, como normatização de deveres e valores, através do código de Ética 
Profissional, como teorização ética, através das filosofias e teorias que 
fundamentam sua intervenção e reflexão e como ação ético política. Cabe destacar 
que essas não são formas puras e/ou absolutas e que sua realização depende de 
uma série de determinações, não se constituindo na mera reprodução da intenção 
dos seus sujeitos (BARROCO, 2001). 
 
A moral profissional diz respeito à: 
 
 Relação entre a ação profissional do indivíduo singular (derivada de 
determinado comportamento prático objetivador de decisões, escolhas, juízos 
e ações de valor moral); 
 
 Os sujeitos nela envolvidos (usuários, colegas, etc.) e, 
 
 O produto concreto da intervenção profissional (avaliado em função de suas 
consequências éticas, da responsabilidade profissional, tendo por parâmetros 
valores e referenciais dados pela categoria profissional, como o Código de 
Ética, etc.). 
 
A moral é reveladora de uma dada consciência moral ou moralidade que se 
objetiva através das exigências do ato moral: escolha entre alternativas, julgamentos 
com base em valores, posicionamentos que signifiquem defesa negação, 
valorização de direitos, necessidades e atividades que interfiram e/ou tragam 
consequências sociais, éticas e políticas para a vida de outros indivíduos. 
A moralidade é parte de uma educação moral anterior à formação 
profissional, que inclusive a influencia, pois pertence ao processo de socialização 
primária, onde tende a reproduzir tendências morais dominantes que se repõem 
 
"
23 
 
 
 
 
cotidianamente através das relações sociais. O processo de socialização, através da 
participação cultural, política, religiosa, pode reforçar ou contrapor valores 
incorporados anteriormente, o mesmo ocorrendo com a inserção profissional 
(BARROCO, 2001). 
Assim, a adesão a um determinado projeto profissional1 – e as suas 
dimensões éticas e políticas – supõe decisões de valor inscritas na totalidade dos 
papéis e atividades que legitimam a relação entre o indivíduo e a sociedade. Nem 
sempre os papéis sociais e as atividades desempenhadas pelos indivíduos estão em 
concordância, formando um todo coerente. Quando não estão, instituem conflitos 
morais – que ocorrem quando os valores podem ser reavaliados, negados ou 
reafirmados. 
 
O que dá materialidade e organicidade à consciência ética dos profissionais 
é o pertencimento a um projeto profissional que possa responder aos seus ideais, 
projeções profissionais e societárias, enquanto profissionais, cidadãos e categoria 
organizada. Os profissionais participam eticamente de um projeto profissional 
quando assumem individual e coletivamente a sua construção, sentindo-se 
responsáveis pela sua existência, como parte integrante do mesmo. 
 
Historicamente, a ética profissional busca na filosofia e/ou em teorias sociais 
o suporte para fundamentar a sua reflexão e teorização éticas, necessárias à 
compreensão e sistematização da ética profissional, fornecendo a concepção de 
homem e a fundamentação para os valores, dando elementos para a intervenção 
profissional nas situações em que se colocam questões morais e éticas. 
 
A formação profissional, onde se adquire um dado conhecimento capaz de 
fundamentar as escolhas éticas, não é o único referencial profissional. Somam‐se a
 
ela – ou a ela se contrapõem – as visões de mundo incorporadas socialmente pela 
 
educação formal e informal, pelos meios de comunicação, pelas religiões, pelo 
 
 
 
 
 
1 
―Os projetos profissionais apresentam a autoimagem da profissão, elegem valores que a legitimam 
socialmente e priorizam os seus objetivos e funções, formulam os requisitos (teóricos, institucionais e 
práticos) para o seu exercício, prescrevem normas para o comportamento dos profissionais e 
estabelecem as balizas da sua relação com os usuários de seus serviços, com outras profissões e 
com as organizações e instituições sociais, privadas, públicas, entre estas, também e 
destacadamente com o Estado, ao qual coube, historicamente, o reconhecimento jurídico dos 
estatutos profissionais‖ (NETTO, 1999, p. 95). 
 
"
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senso comum. É o conjunto de tais manifestações culturais e conhecimentos que 
forma os hábitos e costumes que a educação formal pode consolidar ou não. 
 
Segundo Barroco (2008) a sociedade burguesa tende a suprimir e/ou 
negligenciar as abordagens críticas, humanistas e universalistas, donde a 
desvalorização do conhecimento filosófico, o apelo ao conhecimento instrumental, 
ao utilitarismo ético, ao relativismo cultural e político. A reflexão filosófica, base de 
fundamentação da ética profissional, incorpora referenciais que nem sempre 
permitem um conhecimento crítico, o que coloca contradições entre a dinâmica 
social e sua apreensão profissional. 
 
A ética também se objetiva através de um Código de Ética: conjunto de 
valores e princípios, normas morais, direitos, deveres e sanções, orientador do 
comportamento individual dos profissionais, dirigido à regulamentação de suas 
relações éticas com a instituição de trabalho, com outros profissionais, com os 
usuários e com as entidades da categoria profissional. 
 
Nenhuma profissão pode garantir a legitimação de sua ética a partir de seu 
código, o que seria afirmar uma concepção ética legalista e formal. Trata-se de uma 
questão de consciência ética e política cuja ampliação requer estratégias da 
categoria profissional, no sentido de mobilização, de incentivo à participação, à 
capacitação, de ampliação do debate e de acesso à informação. 
 
Na sociedade capitalista, a ação política se objetiva como luta pela 
hegemonia (GRAMSCI, 2000) realizada no espaço público, entre projetos vinculados 
a interesses de classe, em um contexto estrutural onde as relações sociais, em 
geral, e as políticas, em especial, são determinadas predominantemente pelo 
comando do capital (MÉSZARÓS, 2006). 
 
Com isso, a política, que já é um campo onde os critérios de decisão são 
dados hegemonicamente pelos interesses, e não por valores éticos, tende a 
reproduzir uma lógica que atualiza uma ética específica, resultado da relação entre 
as exigências éticas das ações e as necessidades materiais reproduzidas 
socialmente. Porém, a consciência política de seus limites na ordem burguesa não 
deve levar à sua negação enquanto estratégia de construção de uma contra 
hegemonia e de prática social consciente articulada a projetos de superação da 
ordem capitalista (BARROCO, 2008). 
 
"
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Como produto histórico da sociedade burguesa, no contexto da coexistência 
entre o maior desenvolvimento das forças essenciais do ser social e de sua 
negação, a materialização da ética ocorre na relação entre limites e possibilidades 
que não dependem apenas da intenção de seus agentes. 
 
Nesse sentido, a ética profissional não é isenta dos processos de alienação, 
mas isso é absoluto. Pode, favorecida por condições sociais e diante de motivações 
coletivas, ser direcionada a uma intervenção consciente realizadora de direitos, 
necessidades e valores que respondam às necessidades dos usuários. Intervenção 
que se articula, em termos de projeto social, a uma práxis política motivada pela 
ultrapassagem dos limites à plena expansão da liberdade (BARROCO, 2008). 
 
 
 
4.1 Ética profissional e conjuntura: tendências e desafios 
 
 
 
 
Historicamente, desde a sua origem, o Serviço Social se configura como 
uma profissão fortemente influenciada pelo conservadorismo moral e político 
(IAMAMOTO, 1992; NETTO, 1992). 
 
No Brasil, os Códigos de Ética profissionais bem exemplificam este dado: 
 
entre 1947 (data do primeiro Código) e 1986 (quando é rompida a concepção 
tradicional), passaram‐se trinta e oitoanos de vigência de Códigos pautados na
 
perspectiva ética tradicional conservadora. 
A negação histórica dessa herança coloca‐se como finalidade do projeto
 
profissional, que se caracteriza pela busca de ruptura com o conservadorismo em 
 
suas várias dimensões e configurações: o projeto de ―intenção de ruptura‖ (NETTO, 
 1992), hoje denominado projeto ético‐político. Sua construção é um processo inscrito no conjunto de determinações sócio‐históricas que – propiciando a 
renovação do Serviço Social brasileiro, nos marcos da autocracia burguesa – 
viabiliza os suportes históricos para a erosão do Serviço Social tradicional, tornando 
possível a existência de um pluralismo profissional, entre outros aspectos (NETTO, 
idem, p. 131‐137).
 
Segundo Barroco (2008), na década de 1980, a construção do projeto 
 
profissional foi fortalecida pelas lutas democráticas e pela reorganização política dos 
 
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trabalhadores e dos movimentos sociais organizados. Favorecendo a participação 
cívica e política dos profissionais, ampliando sua consciência, esse contexto também 
propicia o confronto teórico e ideológico entre tendências e a luta pela hegemonia 
entre diferentes projetos societários e profissionais. 
 
Essa década sinaliza a maturidade teórica e política do projeto profissional 
evidenciada na organização político‐sindical da categoria, na produção teórica, em
 
sua capacidade crítica de interlocução com outras áreas do conhecimento, em seu 
 
desenvolvimento na área da pesquisa, em sua incorporação ―de vertentes críticas 
com destaque para as inspiradas na tradição marxista‖ (NETTO, 1999, p. 102). 
 
Nesse processo, se construiu um novo ethos, marcado pelo posicionamento 
de negação do conservadorismo e de afirmação da liberdade. Valores e princípios 
foram se reafirmando na vida cotidiana através da participação cívica e política, do 
trabalho, da vivência e enfrentamento de novas necessidades, escolhas e 
posicionamentos de valor, da recusa de papeis tradicionais, da incorporação de 
novos referenciais ético‐morais, entre outros aspectos (BARROCO, 2008).
 
É assim que o compromisso com as classes trabalhadoras desponta como 
 
valor ético-político central, orientando o posicionamento dos setores organizados da 
categoria, no III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, marco ético e político 
apropriado no processo de reformulação do Código de Ética, em 1986: o primeiro a 
romper com o histórico conservadorismo dos códigos de ética brasileiros, como já 
visto na unidade que tratou dos CFESS e CRESS. 
 
O Código de 1986 não foi suficientemente desenvolvido em sua parte 
operacional e em seus pressupostos teóricos, orientados pelo marxismo. Com o 
objetivo de ampliá‐los, foi feita a reformulação de 1993, em um contexto muito
 
diverso daquele que em 1980 favoreceu a construção do projeto de ruptura 
 
profissional. 
 
O Código de 1993 afirma a centralidade do trabalho na constituição do 
homem: sujeito das ações éticas e da criação dos valores. Revelada em sua 
densidade histórica, a sua concepção ética está articulada a valores ético‐políticos,
 
como a liberdade, a justiça social e a democracia, e ao conjunto de direitos humanos 
 
(civis, políticos, sociais, culturais e econômicos) defendidos pelas classes 
 
 
 
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trabalhadoras, pelos segmentos sociais excluídos e pelos movimentos 
emancipatórios ao longo da história. 
 
A partir da década de 1990, as consequências socioeconômicas e 
ideopolíticas das profundas transformações operadas pelo capitalismo mundial no 
mundo do trabalho e nas instituições burguesas, tendo por finalidade a sua 
reestruturação nos moldes neoliberais, descortinam um cenário perverso, em termos 
dos direitos humanos e das possibilidades de objetivação ética. 
Trata‐se de um contexto de perda de direitos historicamente conquistados e
 
de um processo de desumanização, no qual as condições para assegurar a 
 
manutenção da vida humana não estão sendo garantidas para grande parte da 
humanidade, em vários aspectos, materiais e subjetivos. O desemprego, a pobreza, 
a desregulamentação do trabalho e da proteção social, o aprofundamento da 
exclusão e da exploração, a violência, a degradação ambiental, a dependência 
político‐econômica de centenas de países pobres em face da dívida externa, entre
 
outros, evidenciam o abismo entre o desenvolvimento do gênero humano e a 
 
pobreza da maioria da humanidade (BARROCO, 2008). 
 
Em face desse cenário, a profissão vive, na entrada do novo século, um 
momento de resistência política. As precárias condições de existência social da 
população usuária se revelam cotidianamente nas instituições, exigindo respostas 
dos profissionais que, em grande medida, não dispõem de condições objetivas para 
viabilizá‐las. Além disso, o agravamento da ―questão social‖ também rebate em sua
 
vida de trabalhadores assalariados – que enfrentam em níveis diversos – os 
 
mesmos problemas da população usuária. 
 
Portanto, sob o ponto de vista da ética profissional, esse contexto motiva 
ações de resistência, politicamente direcionadas ao enfrentamento dos limites 
postos à viabilização dos direitos e dos valores que orientam a ação profissional, o 
que implica diferentes estratégias e espaços de objetivação (BARROCO, 2008). 
 
A crítica às novas configurações do conservadorismo, isto é, à ideologia 
neoliberal conservadora, base de sustentação do imaginário social da atualidade, se 
apresenta, neste momento, como um grande desafio posto ao Serviço Social. 
Fundado na privatização do público e na afirmação do mercado como única 
instituição autorreguladora, o totalitarismo neoliberal (OLIVEIRA, 1999) promove o 
 
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individualismo, a negação da política e da ética, nos termos aqui tratados. Produto 
histórico das reformas e transformações do capitalismo, o neoliberalismo justifica 
ideologicamente o presente, ou seja, a fragmentação, a dispersão, a insegurança, o 
efêmero (CHAUÍ, 1999), negando todos os valores afirmados pela sociedade 
moderna e pelas forças progressistas: a universalidade dos valores, a racionalidade 
do homem, a liberdade como capacidade sócio‐histórica de transformar a realidade.
 
Nesse contexto adverso ao neoconservadorismo, são dadas as condições 
 
ideológicas para a reprodução de valores pautados na defesa de relações 
autoritárias e de instituições adequadas à sua reprodução, com destaque para a 
família tradicional, para as instituições religiosas, policiais, e seus representantes 
nas figuras das autoridades constituídas. 
 
O Serviço Social, por várias razões, é uma das profissões vulneráveis à 
incorporação e/ou ao enfrentamento de relações conservadoras. Por exemplo, por 
sua histórica vinculação ao conservadorismo moral, pode estar vulnerável à sua 
reatualização; por sua inserção em campos institucionais propícios ao 
estabelecimento de relações hierarquizadas, tais como as prisões, o sistema 
judiciário, etc., pode enfrentar ou assimilar tais relações (BARROCO, 2008). 
 
O seu enfrentamento requer uma análise crítica da realidade, donde a 
importância de um referencial teórico‐metodológico que efetivamente forneça o
 
suporte para o desvelamento do real, de sua essência histórica. Esse conhecimento 
 
implica em uma reflexão constante, isto é, em uma capacitação continuada: outro 
desafio a ser buscado no enfrentamento do neoconservadorismo, do pensamento 
pós‐moderno, com seu irracionalismo, seus preconceitos, suas formas morais.
 
Para se realizar como atividade teórica universalizante, é preciso que a ética 
 
apreenda criticamente os fundamentos dos conflitos morais e desvele o sentido e as 
determinações de suas formas alienadas; a relação entre a singularidade e a 
universalidadedos atos ético‐morais, respondendo aos conflitos sociais, resgatando
 
os valores genéricos e ampliando a capacidade de escolha consciente dos 
 
indivíduos; sobretudo, que possibilite a indagação radical sobre as possibilidades de 
realização da liberdade, seu principal fundamento (BARROCO, 2008). 
Vê‐se que a responsabilidade ética profissional, em suas várias formas de
 
expressão, exige a participação ativa dos sujeitos coletivos, que – em graus 
"
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variados, com diversas medidas e possibilidades de engajamento – são os 
protagonistas de escolhas e posicionamentos de valor. Assim, o nível de exigência 
dessas escolhas e as mediações que elas encerram variam qualitativamente, de 
acordo com determinações historicamente condicionadas. 
 
Nesse sentido, os valores contidos no Código de Ética Profissional são 
orientadores das opções, escolhas, dos posicionamentos e julgamentos de valor 
realizados cotidianamente. Todavia, para que se materializem, é preciso que 
ganhem efetividade na transformação da realidade, na prática social concreta, seja 
ela na direção de um atendimento realizado, de uma necessidade respondida, de 
um direito adquirido. 
 
Que além de material reflexivo fique claro que na relação com os usuários, 
nos limites da sociedade burguesa, a ética profissional se objetiva através de ações 
conscientes e críticas, do alargamento do espaço profissional, quando ele é 
politizado – o que implica no compartilhamento coletivo com outros profissionais e 
no respaldo das entidades e dos movimentos sociais organizados. Isso torna 
possível uma ação ético‐politica articulada ao projeto coletivo, adquirindo maiores
 
possibilidades de respaldo nos momentos de enfretamento e de resistência 
 
(BARROCO, 2001, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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35 
 
 
 
 
ANEXOS 
 
 
LEGISLAÇÃO - REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO 
 
 
 
 
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO/A ASSISTENTE SOCIAL (9ª EDIÇÃO) 
Texto aprovado em 13/3/1993, com as alterações introduzidas pelas Resoluções 
CFESS nº290/94, 293/94, 333/96 e 594/11 
 
LEI N.º 8.662, DE 7 DE JUNHO DE 1993 
Dispõe sobre a profissão de Assistente Social, já com a alteração trazida pela Lei N.º 
12.317, de 26 de agosto de 2010 
 
LEI Nº 12.317, DE 26 DE AGOSTO DE 2010 
Acrescenta dispositivo à Lei no 8.662, de 7 de junho de 1993, para dispor sobre a 
duração do trabalho do Assist. Social 
 
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL 
Aprovado em 9 de maio de 1986 
 
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL 
Aprovado em 30 de janeiro de 1975 
 
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL 
Aprovado em 8 de maio de 1965 
 
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DOS ASSISTENTES SOCIAIS 
Aprovado em Assembléia Geral da Associação Brasileira de Assistentes Sociais em 
29 de setembro de 1947 
 
Resolução CFESS no. 273/93 de 13 de março de 1993 
Institui o código de ética profissional e dá outras providências 
 
LEI 8662/1993 (publicada no Diário Oficial da União de 8 de junho de 1993) 
Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá outras providências 
 
POLÍTICA NACIONAL DE FISCALIZAÇÃO 
Reformula as normas gerais para o exercício da Fiscalização Profissional e atualiza 
a Política Nacional de Fiscalização 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 
 
Título VIII - Da Ordem Social 
 
 
 
Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência 
 
Decreto n.º 914, de 6 de setembro de 1993 
 
 
 
Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS 
 
Lei n.º 8.742, de 7 de dezembro de 1993 
 
 
 
Política Nacional do Idoso 
 
Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994 
 
 
 
Lei Orgânica da Previdência Social 
 
Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960 
 
 
 
Estatuto do Idoso 
 
Lei no 10.741, de 1º de outubro de 2003 
 
 
 
Política Nacional de Saúde Mental 
 
Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001 
 
 
 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
 
Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 
 
 
 
Lei Orgânica da Saúde 
 
Lei nº 8.080, de 19 de Setembro de 1990 
 
 
 
Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990 
 
 
 
 
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LEGISLAÇÃO RESOLUÇÕES CFESS 
 
 
 
RESOLUÇÃO Nº 598/2011 
Homologa o resultado final das eleições do CFESS, dos CRESS e Seccionais, 
especificados na presente norma, para Gestão 2011/2014 
 
RESOLUÇÃO Nº 594/2011 
Altera o Código de Ética do/a Assistente Social, introduzindo aperfeiçoamentos 
formais, gramaticais e conceituais em seu texto e garantindo a linguagem de gênero 
 
RESOLUÇÃO Nº 588/2010 
Revoga o inciso do artigo 28 da Consolidação das Resoluções CFESS nº 582/2010, 
reordenando tal disposição 
 
RESOLUÇÃO Nº 587/2010 
Estabelece os patamares mínimo e máximo para fixação da anuidade para o 
exercício de 2011 de pessoa física e o patamar da anuidade de pessoa jurídica, no 
âmbito dos CRESS 
 
RESOLUÇÃO Nº 586/2010 
Dispõe sobre as normas que regulamentam o CÓDIGO ELEITORAL do Conjunto 
CFESS-CRESS, alterando e revogando a Resolução CFESS Nº 499/2006 
 
RESOLUÇÃO Nº 582/2010 
Regulamenta a Consolidação das Resoluções do Conjunto CFESS/CRESS 
 
RESOLUÇÃO Nº 572/2010 
Dispõe sobre a obrigatoriedade de registro nos CRESS de assistentes sociais que 
exerçam funções ou atividades de atribuição da profissão, mesmo que contratados 
sob a nomenclatura de ― cargos genéricos‖ 
 
RESOLUÇÃO Nº 571/2010 
Dispõe sobre a convocação para apresentação de documentos, nomeação e posse 
de candidatos aprovados no Concurso Público CFESS nº 01/2009, devidamente 
homologado, conforme publicação no DOU de 12/11/09 
 
RESOLUÇÃO Nº 569/2010 
Dispõe sobre a VEDAÇÃO da realização de terapias associadas ao título e/ou ao 
exercício profissional do assistente social 
 
RESOLUÇÃO Nº 568/2010 
Regulamenta o procedimento de aplicação de multa prevista pelo parágrafo 4º do 
artigo 1º, pelo descumprimento das normas estabelecidas na Resolução CFESS nº 
533/08, sobre Supervisão de Estágio 
 
RESOLUÇÃO CFESS Nº 564/2009 
Prorroga por mais dois anos, a manutenção do Fundo Nacional de Apoio aos 
 
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http://www.cfess.org.br/arquivos/resolucao-598-2011.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/Res594.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/Res594.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/Res594.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/Res_CFESS_588-2010.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/Res_CFESS_588-2010.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/Res_CFESS_588-2010.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/Res587-2010.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/Res587-2010.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/Res587-2010.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/Res587-2010.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/resolucao586.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/resolucao586.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/resolucao586.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/582.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/582.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/RESCFESS572.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/RESCFESS572.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/RESCFESS572.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/RESCFESS572.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/resecfess571-2010.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/resecfess571-2010.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/resecfess571-2010.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/resecfess571-2010.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/RES.CFESS_569-2010.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/RES.CFESS_569-2010.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/RES.CFESS_569-2010.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/resolucaocfess568.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/resolucaocfess568.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/resolucaocfess568.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/resolucaocfess568.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/Resolucao_CFESS_564-2009.pdf
http://www.cfess.org.br/arquivos/Resolucao_CFESS_564-2009.pdf
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CRESS, Seccionais de base estadual e CFESS, criado pela Resolução CFESS N° 
476, estabelecendo normas para a sua regulamentação 
 
RESOLUÇÃO CFESS Nº 561/2009 
Regulamenta a porcentagem da cota - parte que deve ser repassada ao pelos 
CRESS ao CFESS, revogando, integralmente, a Resolução CFESS nº 421/2001 
 
RESOLUÇÃO CFESS Nº 560/2009 
Complementa o artigo 2º da Resolução CFESS nº 555/2009, de forma a prever a 
possibilidade de deferimento de registro profissional de assistente social nos CRESS 
 
RESOLUÇÃO CFESS Nº 559/2009 
Dispõe sobre a atuação do Assistente Social, inclusive na qualidade de perito judicial 
ou assistente técnico, quando convocado a prestar depoimento como testemunha, 
pela autoridade competente 
 
RESOLUÇÃO CFESS Nº 558/2009 
Estabelece os patamares mínimo e máximo para fixação da anuidade para o 
exercício de 2010 de pessoa física e o patamar da anuidade de pessoa jurídica, no 
âmbito dos CRESS 
 
RESOLUÇÃO CFESS Nº 557/2009 
Dispõe sobre a emissão de pareceres, laudos, opiniões técnicas conjuntos entre o 
assistente social e outros profissionais 
 
RESOLUÇÃO CFESS Nº 556/2009 
Procedimentos para efeito da Lacração do Material Técnico e Material Técnico- 
Sigiloso do Serviço Social 
 
RESOLUÇÃO CFESS Nº 555/2009 
Revoga o inciso I e II do artigo 28 da Consolidação das Resoluções do CFESS de 
forma que passe a vigorar para efeito de REGISTRO de assistente social nos 
quadros dos CRESS 
 
RESOLUÇÃO CFESS Nº 554/2009 
Dispõe sobre o não reconhecimento da inquirição das vítimas crianças e 
adolescentes no processo judicial, sob a Metodologia do Depoimento Sem 
Dano/DSD 
 
RESOLUÇÃO CFESS Nº 550/2009 
Atualiza o Quadro de Valores das Referências Salariais e a Tabela de Remuneração 
dos Cargos em Comissão, constantes da Resolução CFESS nº 510, de 21 de 
setembro de 2007 
 
RESOLUÇÃO CFESS Nº 549/2009 
Homologa o resultado da eleição realizada, em Assembléia Extraordinária, para 
preenchimento de dois cargos efetivos e cumprimento do restante do mandato de 
Direção do CRESS da 23ª. Região/RO/AC 
 
RESOLUÇÃO CFESS Nº 548/2009 
 
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http://www.cfess.org.br/arquivos/Resolucao_CFESS_561-09.pdf

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