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Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6627-8
9 7 8 8 5 3 8 7 6 6 2 7 8
Código Logístico
I000021
SERVIÇO SOCIAL E OS DESAFIOS PROFISSIONAIS CONTEM
PORÂNEOS
LEONCIO SANTIAGO ELISANGELA HAHN DOS SANTOS
Serviço Social e os 
desafios profissionais 
contemporâneos 
Elisangela Hahn dos Santos 
Leoncio Santiago
IESDE BRASIL
2021
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
© 2021 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Fishman64/Shutterstock
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
S234s
Santos, Elisangela Hahn dos
Serviço social e os desafios profissionais contemporâneos / Elisange-
la Hahn dos Santos, Leoncio Santiago. - 1. ed. - Curitiba [PR] : IESDE, 2021.
126 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6627-8
1. Serviço social. 2. Assistentes sociais. I. Santiago, Leoncio. II. Título.
21-71035 CDD: 361.3
CDU: 364.4
Elisangela Hahn dos 
Santos 
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Direitos 
Humanos e Políticas Públicas na Pontifícia Universidade 
Católica do Paraná (PUCPR). Pós-graduanda em Gestão 
de Políticas, Projetos e Programas Sociais e bacharela 
em Serviço Social pela PUCPR. Atua como assistente 
social na área da Saúde e na área de Migração e 
Refúgio. Tem interesse nas áreas de Direitos Humanos, 
Decolonialidade, Estudos de Gênero, Educação Popular, 
Políticas Públicas e Serviço Social.
Leoncio Santiago Mestrando do Programa de Pós-Graduação em 
Educação pela Universidade Federal do Paraná 
(UFPR). Pós-graduando em Questão Social e Direitos 
Humanos e bacharel em Serviço Social pela Pontifícia 
Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Atua como 
assistente social na área dos Direitos humanos, 
Crianças, Adolescentes e Jovens. Tem interesse nas 
áreas de Desenvolvimento Humano, Direitos Humanos, 
Educação Popular, Participação Política e Controle 
Social, Serviço Social.
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SUMÁRIO
1 Formação profissional e mercado de trabalho 9
1.1 Do assistencialismo à defesa intransigente dos direitos 
 humanos 10
1.2 Os espaços sócio-ocupacionais e as possibilidades de 
 intervenção 18
1.3 Os espaços de organização e fortalecimento da categoria 27
2 O projeto ético-político do Serviço Social 37
2.1 A questão social como categoria de intervenção 38
2.2 Do conservadorismo profissional à intenção de ruptura 41
2.3 A perspectiva emancipatória do projeto ético-político 47
2.4 Materialização do projeto ético-político 51
3 Debates conjunturais do Serviço Social 56
3.1 O respeito ao pluralismo profissional 57
3.2 Atuação profissional: desafios e perspectivas 59
3.3 Questões conjunturais: pautas emergentes 71
4 Questões emergentes nos campos teórico e prático 79
4.1 Decolonialidade e Serviço Social 80
4.2 Gênero, raça, sexualidade, classe e Serviço Social 84
4.3 Questões emergentes no campo prático 89
5 O neoconservadorismo e o exercício profissional 102
5.1 O neoconservadorismo e os impactos na profissão 102
5.2 Neoconservadorismo e políticas públicas 107
5.3 A dimensão político-pedagógica e a disputa hegemônica 111
 Gabarito 121
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Esta obra busca evidenciar desafios contemporâneos com 
os quais o Serviço Social se depara. Esses desafios perpassam 
a profissão em suas dimensões teórico-metodológica, ético-
política e técnico-operativa. As estratégias para o enfrentamento 
desses desafios pressupõem debatê-los com criticidade no 
conjunto da categoria, tendo o projeto ético-político profissional 
como orientação da atuação profissional. Eis, então, a proposta 
desta obra: proporcionar um olhar crítico e propositivo sobre 
os desafios encontrados pela profissão, a fim de fortalecer os 
processos de superação destes.
No âmbito da formação profissional e do mercado de trabalho, 
no primeiro capítulo discorremos sobre os fundamentos teóricos, 
históricos e metodológicos do Serviço Social em sua relação com 
as dimensões da intervenção profissional em diferentes campos 
de atuação, apresentando questões históricas e contemporâneas 
sobre a formação profissional e as possibilidades de inserção e 
intervenção profissional.
No segundo capítulo o convite é para analisar criticamente 
a construção e o conteúdo do projeto ético-político do Serviço 
Social, ressaltando a categoria questão social como central para 
o projeto profissional, bem como a orientação emancipatória do 
projeto de ruptura com o conservadorismo, objetivando o debate 
sobre os desafios e as possibilidades para a materialização do 
projeto ético-político do Serviço Social.
O terceiro capítulo aproxima o leitor dos debates realizados 
pela categoria profissional nos espaços de articulação e 
formação profissional. Apresentamos os temas que compõem a 
agenda política da profissão, debatendo questões conjunturais 
emergentes, isto é, temas que, com consenso ou não dentro da 
categoria, encontram-se com debate vigente devido à conjuntura 
política, econômica, social e cultural.
No quarto capítulo mantemos a atualidade dos debates, 
investigando e problematizando questões emergentes no campo 
teórico e prático da profissão. No campo teórico, aprofundamos 
APRESENTAÇÃOVídeo
8 Serviço Social e os desafios profissionais contemporâneos
novas perspectivas teóricas que contribuem para referenciar o exercício e o 
projeto profissional. No campo prático, apresentamos demandas emergentes 
nos campos sócio-ocupacionais da profissão.
O quinto e último capítulo desta obra se baseia nos debates em torno do 
fenômeno cultural denominado neoconservadorismo, de suas manifestações 
na sociedade contemporânea e da forma como ele impacta a profissão 
e as políticas públicas. Além disso, discorremos sobre a dimensão político-
-pedagógica como estratégia de materialização do projeto profissional e 
enfrentamento ao neoconservadorismo. 
Assim, esta obra propõe um debate atual, ciente de que nela não se 
esgotam todos os debates necessários sobre os temas apresentados, mas 
que apresenta e permite ao leitor uma perspectiva contemporânea sobre a 
profissão. Ao mesmo tempo, convida os leitores que com ela tenham contato 
em outras conjunturas a refletir sobre ela criticamente, considerando as 
modificações históricas que ocorreram desde sua escrita.
Bons estudos!
Formação profissional e mercado de trabalho 9
1
Formação profissional e 
mercado de trabalho
O que faz, onde trabalha e quem é o assistente social? Essas 
perguntas possivelmente já foram feitas por quem pensa em 
cursar, está cursando ou já cursou Serviço Social. Veremos neste 
capítulo que, ao longo da história, a identidade profissional do 
assistente social foi construída e alterada mediante transforma-
ções culturais, sociais, econômicas e conjunturais da socieda-
de, as quais resultaram no Serviço Social tal como conhecemos 
hoje. A intervenção profissional foi distinta ao longo dos mais de 
80 anos de Serviço Social no Brasil,não apenas em relação aos 
espaços sócio-ocupacionais em que a profissão se faz presente, 
mas também à formação profissional e às intervenções realiza-
das nos diferentes campos de atuação.
Dividido em três partes, este capítulo partirá de um olhar his-
tórico sobre a identidade profissional, elucidando os contextos 
históricos da profissão e seus impactos sobre o processo de for-
mação profissional e intencionalidade do exercício profissional 
nos mais diferentes campos de atuação. Compreenderemos en-
tão a identidade profissional resultante da formação profissional 
vigente e suas intenções e possibilidades de intervenção.
Apresentaremos ao longo do capítulo o caráter generalista 
da formação profissional, que forma para a atuação em dife-
rentes áreas e segmentos da sociedade, nas esferas públicas e 
privadas. Portanto, na segunda parte deste capítulo, nossa in-
tenção é apresentar as principais áreas de atuação profissional, 
entendendo as demandas e atribuições profissionais nos espa-
ços e problematizando o cenário de oportunidades existentes 
no mercado de trabalho.
10 Serviço Social e os desafios profissionais contemporâneos
1.1 Do assistencialismo à defesa 
intransigente dos direitos humanos Vídeo
O Serviço Social e seus desafios contemporâneos resultam de pro-
cessos históricos que contribuíram para que o compromisso com a de-
fesa intransigente dos direitos humanos – atualmente explicitado em 
nosso Código de Ética e que orienta nosso exercício profissional – to-
masse o lugar da atuação profissional conservadora presente sobretu-
do nas primeiras décadas da profissão.
Não é propósito deste capítulo aprofundar as conjunturas históri-
cas e sociais que incidiram nas transformações da profissão. O objetivo 
aqui é estabelecer que, desde sua origem no Brasil, a profissão passou 
por modificações, as quais construíram a identidade profissional do assis-
tente social contemporâneo. O trabalho desse profissional ocupou e 
ocupa diferentes espaços sócio-ocupacionais, com objetivos profissio-
nais também distintos em cada contexto histórico.
Conforme Santiago (2020), houve cinco Códigos de Ética do Serviço 
Social ao longo da história da profissão no Brasil, sendo que cada um 
possuía características diferentes, de acordo com as mudanças históri-
cas. Os três primeiros (1947, 1965, 1975) eram mais parecidos entre si, 
enquanto os dois últimos (1986, 1993) se diferenciavam dos demais. Com 
base nesses códigos, podemos entender as transformações da profissão e, 
assim, compreender elementos da identidade e da formação profissional.
Dessa forma, organizamos esta seção em dois momentos. Primei-
ramente, apresentaremos um olhar sobre a gênese profissional, tendo 
por objetivo compreender o surgimento e o processo de profissionali-
zação do Serviço Social. O segundo momento consiste em analisar um 
outro período histórico, entre as décadas de 1960 e os dias atuais, bem 
como compreender a formação e a identidade profissional no Serviço 
Social contemporâneo.
Compõe este capítulo também o processo de formação pro-
fissional e os espaços coletivos de organização e fortalecimento 
da categoria, sobretudo o Conselho Federal de Serviço Social e 
os conselhos regionais, conhecidos como conjunto CFESS/CRESS.
Formação profissional e mercado de trabalho 11
1.1.1 Gênese do Serviço Social e as raízes 
conservadoras
O Serviço Social tem sua institucionalização como profissão no 
Brasil relacionada a processos políticos e históricos ocorridos nas déca-
das de 1920 e 1930 e está em acordo com a perspectiva histórico-crítica 
da gênese profissional, a qual
entende o surgimento da profissão do assistente social como um 
produto da síntese dos projetos político-econômicos que ope-
ram no desenvolvimento histórico, onde se reproduz material e 
ideologicamente a fração da classe hegemônica, quando no con-
texto do capitalismo na sua idade monopolista, o Estado toma 
para si as respostas à “questão social”. (MONTAÑO, 2011, p. 30) 
Como sustentam outros autores 1 , o assistente social surge com 
um papel político, sendo que sua função não pode ser explicada por 
si mesma, e sim pela posição ocupada por esse profissional na divi-
são sociotécnica do trabalho (MONTAÑO, 2011). Além disso, segundo 
Iamamoto (2013), a profissão vem de um movimento social mais amplo, 
relacionado ao fato de que, no início dos anos 1930, era preciso uma 
formação doutrinária e social do laicato no “mundo temporal”, isto é, 
um processo formativo sobre os valores religiosos, destinados aos lei-
gos da Igreja Católica, que considerasse a conjuntura social, política e 
cultural do período. Essas concepções sobre a gênese profissional con-
tribuem para entendermos as origens da profissão e, com isso, elemen-
tos da identidade e da formação profissional que permanecem até hoje.
Outro ponto relevante para a compreensão da gênese profissional é o 
surgimento de instituições assistenciais na década de 1920, que já apre-
sentavam, nos seus serviços prestados, diferença das ações de caridade 
tradicionais, além de contribuírem para a criação das primeiras escolas de 
Serviço Social nas décadas seguintes. Essas instituições faziam parte de 
um movimento religioso vinculado à Igreja Católica. Por isso, o Serviço So-
cial, em sua gênese, foi caracterizado por alguns princípios conservadores 
(IAMAMOTO; CARVALHO, 2004; SANTOS; FERNANDES, 2020).
No entanto, mesmo com sua vinculação às ações de caridade da 
Igreja, limitar a profissão a essa característica seria um reducionismo, 
haja vista que a profissão surgiu também por intervir ideologicamente 
na vida da classe trabalhadora. Segundo Iamamoto (2013), a profissão 
Marilda Vilela Iamamoto, 
Raul de Carvalho, Maria Lucia 
Martinelli e José Paulo Netto.
1
12 Serviço Social e os desafios profissionais contemporâneos
colocava os trabalhadores nas relações sociais da época, enfatizando a 
mútua colaboração que havia entre capital e trabalho.
Esses acontecimentos sociais relacionados à Igreja Católica não 
ocorreram desconexos de outros movimentos históricos, políticos, cul-
turais e econômicos da época (décadas de 1920 e 1930). Da mesma 
forma, a identidade do profissional de Serviço Social que foi se forman-
do no decorrer do tempo também foi influenciada por alterações na 
forma de organização do Estado, que passou a intervir na exploração 
da força de trabalho, regulamentando juridicamente o mercado.
Segundo Iamamoto e Carvalho (2004), a violação de direitos dos tra-
balhadores denunciada por movimentos sociais da época resultou em 
leis sociais, cujo objetivo era intervir na situação de exploração à qual 
a classe trabalhadora estava submetida. Esse novo cenário contribuiu 
diretamente para o surgimento futuro de novos campos de atuação 
profissional e para o início do afastamento da base profissional da di-
nâmica, simplesmente, religiosa.
Em 1932, temos a criação do Centro de Estudos e Ação Social de São 
Paulo (CEAS), tido como a porta de entrada da profissionalização do 
Serviço Social no nosso país. Apenas alguns anos mais tarde, em 1936, 
foi criada a Escola de Serviço Social de São Paulo. Da mesma forma que 
a escola paulista, surge na década seguinte, em 1945, a Escola de Servi-
ço Social do Rio de Janeiro, que também se instaura na luta da Igreja em 
defesa do povo de influências vistas como “nocivas” e para se tornar 
uma força normativa da sociedade (CASTRO, 2011).
As décadas seguintes continuaram a orientar uma atuação profissio-
nal conservadora, ainda que, segundo Iamamoto (2013), as escolas te-
nham contribuído para o processo de secularização (distanciamento 
do conteúdo doutrinário) e para aumentar o suporte técnico-científico 
do Serviço Social.
É necessário compreender que essa conjuntura que marca a gênese 
profissional reflete diretamente nas funções desempenhadas pelos pro-
fissionais da época, sobretudo em sua dimensão política, haja vista que
a burguesia oferecia seu mais irrestrito apoio à prática dos assis-
tentes sociais, em solidariedade com osmembros das organiza-
ções religiosas, pois numa conjuntura histórica, especialmente 
complexa, em que a luta de classes tomava formas cada vez mais 
drásticas, sua preocupação permanente era preservar seu domí-
nio de classe, seu poder hegemônico. 
Formação profissional e mercado de trabalho 13
Garantir a reprodução das relações sociais de produção capitalis-
ta era um objetivo fundamental para a burguesia. (MARTINELLI, 
1995, p. 118) 
Ainda segundo Martinelli (1995), atuando em serviços ofertados 
pelo Estado, os assistentes sociais tinham um importante papel na 
sociedade, representando o próprio Estado para a população. De ma-
neira antagônica, eles atuavam junto à classe trabalhadora, atenden-
do-a em suas demandas; porém, reproduziam socialmente valores de 
interesse da classe burguesa. Ainda que compondo a própria classe 
trabalhadora, os assistentes sociais tinham seu trabalho fetichizado, 
sendo na verdade um instrumento da burguesia, consolidando assim 
sua identidade atribuída.
Nesse contexto, “sempre prontos para oferecer respostas urgentes 
às questões prementes, desde cedo os assistentes sociais foram im-
primindo à profissão a marca do agir imediato, da ação espontânea, 
alienada e alienante” (MARTINELLI, 1995, p. 127). Nesse sentido, im-
possibilitava uma prática profissional contida de reflexão e crítica.
Após a criação das primeiras escolas de Serviço Social, as décadas 
seguintes marcaram a ampliação e consolidação do mercado de tra-
balho para os assistentes sociais. Iamamoto (2013, p. 34-35) destaca 
os efeitos desse processo de expansão do mercado para o exercício 
profissional do assistente social:
se o Serviço Social surge no seio do movimento católico, o pro-
cesso de profissionalização e legitimação da profissão encontra-
-se estreitamente articulado à expansão das grandes instituições 
socioassistenciais estatais, paraestatais e autárquicas [...]. O sur-
gimento dessas instituições representa uma enorme ampliação 
do mercado de trabalho para a profissão, tornando o Serviço So-
cial uma atividade institucionalizada e legitimada pelo Estado e 
pelo conjunto dominante. Se o caráter de missão de apostolado 
social e a origem de classe dos “pioneiros” conferiam legitimi-
dade à intervenção do profissional, agora essa legitimidade será 
derivada do mandato institucional, confiado ao Assistente Social, 
direta ou indiretamente, pelo Estado. 
Essa incorporação do Serviço Social à estrutura estatal aumentou o 
público atendido pela categoria, que deixou de se restringir a grupos 
predeterminados – em geral a população pobre, conforme o serviço 
ofertado pelas obras sociais confessionais – para atender uma gama 
maior da classe proletária, a qual era o objeto principal das políticas 
assistenciais (IAMAMOTO, 2013).
14 Serviço Social e os desafios profissionais contemporâneos
Ainda segundo Iamamoto (2013), devido a esse processo de amplia-
ção do seu trabalho, o Serviço Social se consolidou como profissão e se 
tornou uma categoria assalariada. Dessa forma, o Serviço Social passou 
de um instrumento de caridade das classes dominantes para uma das 
peças executoras da política social do Estado e dos setores empresariais.
Concluímos, então, esta parte de nossa seção, tendo por ideia cen-
tral que a gênese profissional está diretamente vinculada à organiza-
ção do Estado burguês, sobretudo em sua relação com os interesses da 
Igreja Católica – relação essa que atribuiu à profissão uma identidade 
marcada por valores conservadores e práticas profissionais voltadas à 
manutenção do Estado burguês e de suas desigualdades. Com as mo-
dificações na organização do Estado e a ampliação e consolidação de 
médias e grandes empresas, ampliou-se o mercado de trabalho do 
assistente social, o que alterou o público atendido pela categoria.
1.1.2 Intenção de ruptura e Serviço Social 
contemporâneo
Aconteceu em 1947 o primeiro Congresso Brasileiro de Serviço So-
cial, cujos anais nos permitem entender não só o que se discutia nessa 
área, mas também a realidade social e o posicionamento dos profissio-
nais da época (SANTOS; FERNANDES, 2020). Sobre esse congresso, Ia-
mamoto e Carvalho (2004, p. 330) afirmam que
a leitura dos Anais do Primeiro Congresso Brasileiro de Serviço 
Social mostra a ausência de uma temática central. As preocupa-
ções do reduzido meio profissional existente nesse momento 
se voltam para um sem-número de frentes. Os debates, assim 
como as conclusões e recomendações, são organizados segundo 
seis campos – Serviço Social e Família, Serviço Social de Menores, 
Educação Popular e Lazeres, Serviço Social Médico, Serviço Social 
na Indústria, Agricultura e Comércio, e Agentes do Serviço Social. 
Nesse congresso e em outros ocorridos ainda na mesma década, 
os quais apresentam discussões semelhantes, houve poucas manifes-
tações inovadoras ou contestadoras. Contudo, ainda se tratava de um 
posicionamento profissional já desapegado de uma identidade reli-
giosa, fundamentando-se na psicologia e com perspectiva de trabalho 
técnico (IAMAMOTO; CARVALHO, 2004).
Formação profissional e mercado de trabalho 15
A década de 1960 é para a profissão um período de transformações 
maiores, sendo modernizados tanto o agente como as teorias, méto-
dos e técnicas utilizados. Esse período foi marcado pela ideologia de-
senvolvimentista, a qual se define pela busca por expansão econômica 
(prosperidade, riqueza etc.) em um cenário de paz política e social, bem 
como de segurança (IAMAMOTO; CARVALHO, 2004).
As influências dessa ideologia para a profissão são expressas sobre-
tudo no II Congresso Brasileiro de Serviço Social (1961). A intervenção 
profissional do Serviço Social inscrita no desenvolvimento de comuni-
dade foi alçada como a área que deveria receber maior dinamização. 
Nesse seminário, começa a ser sinalizada a decadência do Serviço So-
cial tradicional, porém ainda sem se instaurar uma crise. Além disso, 
nesse período, iniciam-se movimentos intraprofissionais que acompa-
nham a conjuntura extraprofissional, os quais colaboraram para enfra-
quecer o Serviço Social tradicional (NETTO, 2007).
Avançando na história, até o movimento chamado de intenção de rup-
tura, que foi uma sequência do processo de enfraquecimento do Serviço 
Social tradicional e essencial para a formação do Serviço Social tal como 
conhecemos hoje. Segundo Netto (2007), a intenção de ruptura tem 
como fundamento uma crítica sistemática aos suportes teóricos, meto-
dológicos e ideológicos do Serviço Social tradicional.
Esse movimento tem sua gênese com a Escola de Serviço Social de 
Belo Horizonte, conhecida como Método de BH, a qual se fundamen-
tou na teoria social de Marx e no materialismo histórico e dialético de 
modo a entender o significado social do assistente social, bem como 
das contradições da sociedade capitalista que perpetua a explora-
ção da força de trabalho, visando a uma nova sociabilidade humana 
(ABRAMIDES, 2016).
A doutora em Serviço Social Maria Abramides, em seu artigo 80 anos de 
Serviço Social no Brasil: organização política e direção social da profissão no 
processo de ruptura com o conservadorismo, publicado na revista Serviço 
Social & Sociedade, sistematiza o movimento de intenção de ruptura de 
maneira objetiva e com apontamentos sobre suas consequências para a 
formação profissional.
Acesso em: 10 mar. 2021. 
https://www.scielo.br/pdf/sssoc/n127/0101-6628-sssoc-127-0456.pdf
Artigo
16 Serviço Social e os desafios profissionais contemporâneos
A organização estudantil e sindical, no âmbito do Serviço Social, 
também foi necessária para fortalecer a intenção de ruptura, que 
teve, no III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS) (1979), 
conhecido como Congresso da Virada, seu fortalecimento no âmbito 
da profissão.
O III CBAS se transformou na expressão pública e coletiva do 
processo de ruptura com o conservadorismo, cuja inflexão 
se materializou no reconhecimento dos assistentes sociais 
como trabalhadores em sua condição de assalariamento, nocompromisso profissional com os direitos e conquistas histó-
ricas da classe trabalhadora, na práxis profissional vinculada 
às demandas concretas dos trabalhadores e aos movimen-
tos sociais, na articulação da Ceneas, sindicatos e Apas com a 
Abess 2 , que iniciara a construção de um novo currículo sus-
tentado na teoria social de Marx, na defesa do serviço público 
de qualidade, na luta pela democratização das instituições, na 
articulação do projeto profissional ao projeto societário con-
tra a exploração e opressão, na articulação com o movimento 
estudantil de Serviço Social que se reorganizara, no estabe-
lecimento de uma estratégia entre os assistentes sociais que 
se inseriam nos sindicatos, movimentos sociais, universida-
des, práxis profissionais, vinculados à perspectiva marxista. 
(ABRAMIDES, 2016, p. 465) 
Todo esse processo, apresentado por Abramides, resultou em 
transformações profissionais, expressas primeiramente no Código 
de Ética de 1986 e depois no Código de 1993, ainda vigente.
A década de 1980 também foi determinante para a consolidação 
da orientação técnica e política do Serviço Social, resultando num 
projeto profissional cujo conteúdo se apresenta no Código de Ética 
Profissional do Serviço Social de 1993, na Lei de Regulamentação da 
Profissão e na nova Proposta de Diretrizes Gerais para o Curso de 
Serviço Social (IAMAMOTO, 2015).
Todo esse processo histórico de transformações profissionais 
construiu a identidade – explicitada no Código de Ética Profissio-
nal, orientado pelo projeto ético-político profissional – de um pro-
fissional com formação para atuação generalista, isto é, o qual faz 
CENEAS: Comissão Executiva 
Nacional de Entidades Sindicais 
de Assistentes Sociais.
APAS: Associação Profissional 
dos Assistentes Sociais.
ABESS: Associação Brasileira 
de Ensino em Serviço Social, 
atual ABEPSS – Associação 
Brasileira de Ensino e Pesquisa 
em Serviço Social.
2
Formação profissional e mercado de trabalho 17
parte de um grupo de trabalhadores que executam ações institucio-
nais e assume diferentes perfis nos diversos espaços ocupacionais 
(IAMAMOTO, 2015).
Mais do que um executor de políticas, programas e tarefas ins-
titucionalmente planejadas, o assistente social é orientado por um 
projeto ético-político. “Cabe então à/ao profissional o desafio de dar 
ao seu trabalho um outro valor, uma outra perspectiva, atribuindo 
um conteúdo ético-político às intervenções, para além da dimensão 
técnico-operativa, visando suplantar o plano imediato em sintonia 
com os valores do projeto profissional” (SANTIAGO, 2020, p. 22).
Concluímos o conteúdo exposto até aqui retomando que, apesar 
de a profissão ter suas raízes históricas, teóricas e políticas funda-
mentadas numa atuação profissional conservadora, uma série de 
processos históricos, políticos e econômicos contribuíram para um 
outro dimensionamento da intervenção do Serviço Social.
Resumo da conversa
• Sob a perspectiva histórico-crítica da gênese profissional, compreendemos que o Serviço Social, enquanto 
profissão, surge como resultado de processos político-econômicos na reorganização do Estado burguês.
• Em sua origem, a profissão está diretamente vinculada à Igreja Católica, e o trabalho do assistente social está 
orientado em reproduzir valores conservadores.
• A profissão tem sua origem com uma identidade profissional muito mais doutrinária do que técnico-científica.
• O assistente social tem na sua intervenção profissional uma função com significado político.
• O surgimento das primeiras escolas de Serviço Social contribuiu para a ampliação da perspectiva técnico-cien-
tífica da categoria, mas, num primeiro momento, esse processo somente reforçou a perspectiva conservadora.
• Sobretudo nas décadas de 1950 e 1960, houve a expansão do mercado de trabalho para assistentes sociais, 
quando a categoria passou a compor a organização da política social do Estado.
• As décadas de 1970, 1980 e 1990 são marcos no processo de reconceituação da profissão e de sua intenção de 
ruptura com o conservadorismo.
• A profissão assume uma perspectiva ético-política que rompe com o conservadorismo e passa a orientar o exercício 
profissional em valores societários emancipatórios.
• O assistente social se consolida como classe profissional assalariada, cujo trabalho técnico é orientado por prin-
cípios éticos e políticos, compromissados com a emancipação da classe trabalhadora.
18 Serviço Social e os desafios profissionais contemporâneos
1.2 Os espaços sócio-ocupacionais e as 
possibilidades de intervenção Vídeo
Quando eu for assistente social, onde vou trabalhar? Qual será o pú-
blico e a política pública com a qual trabalharei? Você já se perguntou 
isso? Possivelmente sim. Portanto, nesta seção, nosso objetivo é con-
textualizar a formação generalista do assistente social, a qual qualifica 
o profissional para intervir junto às expressões da questão social nos 
mais diversos campos sócio-ocupacionais.
1.2.1 Público atendido
Não há um público específico a ser atendido por assistentes sociais. 
Dado os altos índices de desigualdade social brasileira, os principais usuá-
rios de serviços públicos socioassistenciais são aqueles em situação de 
pobreza, mas a atuação profissional não é delimitada por faixas de rendas 
– como é comumente acreditado pela população no geral. Os assistentes 
sociais trabalham com pessoas que têm seus direitos violados ou que es-
tão em situação de vulnerabilidade social. Essas situações condicionam o 
público e a intervenção a ser realizada – explicitando que a intervenção 
profissional está nas diferentes expressões da questão social.
1.2.2 Os setores
Profissionais do Serviço Social atuam nos diferentes setores: pú-
blico, privado e terceiro setor. Em cada um desses setores, a atuação 
profissional poderá estar vinculada a uma ou mais políticas sociais e a 
diferentes públicos. No entanto, seja atuando no setor público, privado 
ou terceiro setor, o compromisso ético-político da categoria deve orien-
tar as intervenções profissionais.
1.2.2.1 Setor privado
A atuação profissional em empresas tem seu registro ainda nas pri-
meiras décadas da profissão e
remonta a meados dos anos 1940, proveniente da luta dos operá-
rios por melhores condições de trabalho, visto que passaram a se 
reconhecer enquanto classe trabalhadora com necessidades em 
comum. O trabalho do assistente social nas empresas privadas 
Formação profissional e mercado de trabalho 19
desde aquela época tem como intuito minimizar a contradição 
entre empresa e trabalhador (capital x trabalho). (ABREU; COSTA; 
FERREIRA, 2016, p. 101) 
Segundo Amaral e Cesar (2009), temos no final do século XX e iní-
cio do século XXI uma reorganização das empresas com o processo 
de informatização e os programas de qualidade, entre outras mudan-
ças, além do cenário de privatizações e terceirizações. Essa conjuntura 
possibilitou que novos campos de trabalhos para assistentes sociais 
fossem abertos, como: “gestão de recursos humanos; programas parti-
cipativos; desenvolvimento de equipes; ambiência organizacional; qua-
lidade de vida no trabalho, voluntariado; ação comunitária; certificação 
social; educação ambiental etc.” (AMARAL; CESAR, 2009, p. 2).
Os autores também discorrem sobre os programas empresariais e 
a atuação de assistentes sociais. Para melhor entendimento, organiza-
mos o Quadro 1, em que é possível compreender a dimensão técnica 
da incidência profissional para a implementação desses programas.
Há ainda os programas sociais das empresas, que visam atender ao 
público externo, por exemplo, a comunidade que reside no território 
em que a organização está instalada ou as instituições e organizações 
do terceiro setor por meio de financiamento de projetos. Tratam-se 
de projetos sociais, culturais, ambientais e educacionais, os quais são 
chamados de projetos de responsabilidade social das empresas e são uti-
lizados pelas organizações para que tenham acesso a incentivos fiscais.
Quadro1
Programas de atuação do Serviço Social no setor empresarial
Programa
Programa de 
treinamento e 
desenvolvimento
Programas 
participativos
Programa de qualidade 
de vida
Programa de 
clima ou ambiência 
organizacional
Objetivo
Esse programa diz 
respeito à adequação 
do funcionamento do 
mercado interno de 
trabalho e à requa-
lificação da força de 
trabalho requerida 
pelos novos métodos 
de produção.
Esses programas se 
pautam na gestão da 
qualidade total, cujo 
pressuposto é o da 
satisfação das necessi-
dades dos clientes ex-
ternos e internos das 
organizações.
No discurso empresarial, 
o termo qualidade de vida 
é empregado para enun-
ciar a conjugação de in-
teresses entre patrões 
e empregados, isto é, a 
associação entre os ob-
jetivos das empresas de 
aumentarem a produti-
vidade e as necessidades 
de bem-estar dos traba-
lhadores.
Esse programa com-
porta os fatores do 
ambiente de trabalho 
que afetam o compor-
tamento produtivo.
(Continua)
20 Serviço Social e os desafios profissionais contemporâneos
Programa
Programa de 
treinamento e 
desenvolvimento
Programas 
participativos
Programa de qualidade 
de vida
Programa de 
clima ou ambiência 
organizacional
Atuação 
profissional
Nesse campo, o assis-
tente social se insere 
buscando desenvol-
ver um processo edu-
cativo para a adequa-
ção dos padrões de 
desempenho à flexi-
bilização da produção 
e uma mobilização 
ideológica favorável à 
adesão do trabalha-
dor com as metas da 
empresa.
A intervenção profissio-
nal se estabelece com 
base nos princípios 
do envolvimento e 
do comprometimen-
to, tendo por objetivo 
adequar ideias, com-
portamentos e atitu-
des. Assim, o Serviço 
Social busca promo-
ver a valorização do 
empregado, desenvol-
vendo ações incentiva-
doras do seu envolvi-
mento com o trabalho 
e a empresa.
O trabalho do assistente 
social nesse tipo de pro-
grama tem como base o 
levantamento do nível de 
satisfação no trabalho, 
tendo em vista a instru-
mentalização das ações 
gerencias para a melho-
ria da qualidade de vida, 
que abrange questões 
relativas às políticas de 
recursos humanos.
A atuação do assistente 
social incide na mensu-
ração de propriedades 
sobre o ambiente de 
trabalho, principalmen-
te por meio da aplica-
ção periódica de ques-
tionários compostos de 
questões que buscam 
correlacionar as prá-
ticas de gestão com o 
clima organizacional, 
com base na percep-
ção dos empregados 
sobre a organização, as 
relações e as condições 
de trabalho.
Fonte: Adaptado de Amaral e Cesar, 2009, p. 11-14.
Ainda sobre a atuação do assistente social no setor privado, segun-
do Amaral e Cesar (2009, p. 17-18),
vale salientar que, apesar de predominar a tendência de absorção 
da “cultura da qualidade” e do “ideário da responsabilidade social” 
pelo Serviço Social, vários profissionais formulam críticas às ações e 
programas desenvolvidos pelas empresas. Tais críticas denunciam: 
o aprofundamento da exploração, pela intensificação das pressões 
sobre o trabalho, o crescimento da competitividade e rivalidade que 
dividem o coletivo dos trabalhadores, a conversão da participação 
do trabalhados num meio de cooptação políticas e apropriação do 
seu conhecimento, a manipulação dos programas sociais como 
forma de angariar subsídios e incentivos fiscais ou como estratégias 
de promoção e marketing social. 
Com relação à absorção de profissionais pelo setor privado, um re-
latório de pesquisa de 2005 acerca do perfil dos profissionais do Servi-
ço Social apontou que as empresas são o segundo maior empregador 
de assistentes sociais, correspondendo a 13,19% (IAMAMOTO, 2009). 
Isso denota a relevância desse setor para o mercado profissional de 
assistentes sociais.
Formação profissional e mercado de trabalho 21
1.2.2.2 Terceiro setor
O terceiro setor compreende o conjunto de iniciativas da sociedade 
civil organizada para dar respostas à ausência do Estado no processo 
de proteção social da população. São as chamadas ONGs (organizações 
não governamentais); a nomenclatura utilizada atualmente é OSCs 
(organizações da sociedade civil).
No processo de reestruturação estatal ocorrido, de maneira mais 
intensa, ao final do século XX, entrou em vigência no Brasil uma agenda 
governamental neoliberal, marcada pela redução e privatização do Es-
tado. Essa conjuntura resultou na
transferência de uma considerável parcela de serviços sociais 
para a sociedade civil. Na verdade, está-se diante da desrespon-
sabilização do Estado e do Capital com as respostas da “questão 
social”. Este deslocamento engendra o retorto de práticas tra-
dicionais no que se refere ao trato das contradições sociais no 
verdadeiro processo de refilantropização da questão social, sob 
os pressupostos da ajuda moral próprias das práticas voluntaris-
tas, sem contar a tendência de fragmentação dos direitos sociais. 
(ALENCAR, 2009, p. 7) 
Ainda, segundo Montaño (2002), o terceiro setor se desenvolveu 
devido às mudanças nas formas de resposta às expressões da ques-
tão social.
O terceiro setor engloba também fundações empresariais, institui-
ções filantrópicas e atividades de voluntariado, que podem estar rela-
cionadas à implantação e implementação de projetos sociais, culturais, 
de saúde, de educação, de formação profissional etc.
As atribuições profissionais nesse setor acompanham a política so-
cial e/ou o público predominante no campo, mas se destacam: a atua-
ção em conselhos de direitos e em outros espaços de controle social 
das políticas públicas; a operacionalização de ações de projeto de aten-
dimento a usuários e familiares; a atuação em equipe multidisciplinar; 
e o planejamento, monitoramento e avaliação de projetos, programas 
e serviços ofertados.
Muitos dos projetos e programas nos quais os assistentes sociais 
atuam nas OSCs são implementados com recurso público, por meio da 
formalização de convênios entre a instituição e o poder público (muni-
cipal, estadual e/ou federal) destinados à implementação e à execução 
22 Serviço Social e os desafios profissionais contemporâneos
de serviços que atendam às demandas do poder público em diferentes 
políticas. Além disso, muitas dessas instituições acessam recurso públi-
co por meio de editais de fundos públicos.
O Estado deixa de prestar serviços diretos à população e passa 
a estabelecer parcerias com organizações sociais e comunitárias, 
incluindo-se aí as fundações e institutos empresariais que, atuali-
zando seu discurso, convertem a assistência social e a filantropia 
privadas para a linguagem do capital – agregar valor ao negó-
cio, responsabilidade social das empresas, ética empresarial são 
alguns dos termos que passam a ser recorrentes. (RAICHELIS, 
2009, p. 10) 
Esse é, portanto, um importante campo sócio-ocupacional para a ca-
tegoria, ainda que, segundo o levantamento realizado em 2005, o terceiro 
setor tenha ficado com a terceira posição dos principais campos de atua-
ção profissional, registrando 6,81% – incluindo as organizações não gover-
namentais, associações, cooperativas etc. (IAMAMOTO, 2009).
1.2.2.3 Setor público
O setor público é o principal campo de trabalho para o Serviço 
Social, empregando 78,16% dos assistentes sociais, segundo o levan-
tamento de 2005 (IAMAMOTO, 2009). Isso porque, segundo Raichelis 
(2009), essa profissão está relacionada diretamente com a intervenção 
nos processos de enfrentamento da questão social, o que aproxima o 
profissional do poder público – resultado do movimento de reorganiza-
ção do Estado que apresentamos anteriormente.
Embora uma política neoliberal esteja em andamento desde o final 
da década de 1980 no nosso país – a qual reduziu as funções do Estado 
e os gastos, auxiliando no processo de desresponsabilização do poder 
público sobre as políticas sociais universais (RAICHELIS, 2009) – e, com 
isso, houve a redução de concursos públicos, a esfera estatal continua 
a ser o maior campo de atuação profissional do assistente social.
Ainda assim, a imposição de uma agenda de Estado mínimotem 
afetado esse campo do mercado profissional, pois os postos governa-
mentais, em especial federais e estaduais, foram reduzidos e transfe-
ridos aos municípios devido à descentralização e municipalização de 
serviços públicos (RAICHELIS, 2009). Além disso, a terceirização de de-
terminados serviços públicos diminuiu os campos de atuação profis-
Formação profissional e mercado de trabalho 23
sional na esfera pública, demandando direta ou indiretamente que o 
terceiro setor assuma esses serviços.
A atuação profissional na esfera estatal não se resume ao Poder Exe-
cutivo, com o planejamento e a execução de políticas, programas e pro-
jetos sociais, mas compreende também o Poder Judiciário e Legislativo.
Segundo Raichelis (2009), no Poder Judiciário, essa atuação abrange 
uma ampla gama de acesso aos direitos e à justiça, buscando vencer a 
discriminação que ocorre na aplicação das leis entre as classes sociais, 
em especial as subalternas. Ainda de acordo com a mesma autora,
a participação dos assistentes sociais no poder legislativo, embora 
ainda restrita, tem se colocado como possibilidade para um número 
crescente de profissionais que veem no parlamento, nas diferentes 
esferas de poder, uma possibilidade, embora limitada, de avançar 
nas lutas sociais e inscrever na legislação os direitos sociais das clas-
ses subalternas. Nesse sentido, inúmeros projetos e leis têm sido 
formulados por assistentes sociais atuantes nos parlamentos muni-
cipais, estaduais e federal, revelando que o compromisso ético-po-
lítico da profissão pode e deve manifestar-se em todos os espaços 
em que for possível tensionar e politizar a luta pela universalização 
dos direitos. (RAICHELIS, 2009, p. 11)
Mais adiante, veremos com maior especificidade a atuação do Ser-
viço Social em algumas políticas sociais, as quais ocorrem majoritaria-
mente nas esferas estatais.
1.2.3 As políticas sociais
As diretrizes curriculares da formação profissional apontam para 
o perfil do bacharel em Serviço Social: “profissional dotado de forma-
ção intelectual e cultural generalista crítica, competente em sua área 
de desempenho, com capacidade de inserção criativa e propositiva, 
no conjunto das relações sociais e no mercado de trabalho” (BRASIL, 
1999). Além disso, a perspectiva generalista da formação profissional 
é uma opção profissional, explicitada nessas diretrizes, tendo o en-
tendimento de que não há qualquer área específica no Serviço Social, 
mas sim uma formação que pode ser aplicada em diversos espaços 
sócio-ocupacionais.
Nesse sentido, os espaços de atuação profissional são os mais va-
riados, e nesta parte da seção discorremos sobre alguns desses cam-
Em 2009, o Conselho 
Federal de Serviço 
Social (CFESS) e a 
Associação Brasileira de 
Ensino e Pesquisa em 
Serviço Social (ABEPSS) 
lançaram o livro Serviço 
Social: direitos sociais e 
competências profissio-
nais. O material na 
íntegra é relevante 
para a compressão da 
formação profissional e 
das particularidades em 
diferentes âmbitos de 
atuação, mas indicamos, 
sobretudo, três capítu-
los como possibilidade 
de aprofundar o debate 
da atuação profissional 
no setor público, no se-
tor privado e no terceiro 
setor:
• ALENCAR, M. M. T. O 
trabalho do assistente social 
nas organizações privadas 
não lucrativas. Disponível 
em: http://www.cressrn.
org.br/files/arquivos/4U-
kPUxY8i39jY49rWvNM.pdf. 
Acesso em: 3 mar. 2021.
• AMARAL, A. S.; CESAR, M. 
J. O trabalho do assistente 
social nas empresas 
capitalistas. Disponível 
em: http://cressrn.org.br/
files/arquivos/G2cm832r-
29W2oX2IHY6P.pdf. Acesso 
em: 3 mar. 2021.
• RAICHELIS, R. O trabalho 
do assistente social na 
esfera estatal. Disponível 
em: https://www.unifesp.
br/campus/san7/images/
servico-social/Texto_Ra-
quel_Raichelis.pdf. Acesso 
em: 3 mar. 2021.
Leitura
https://www.unifesp.br/campus/san7/images/servico-social/Texto_Raquel_Raichelis.pdf
https://www.unifesp.br/campus/san7/images/servico-social/Texto_Raquel_Raichelis.pdf
https://www.unifesp.br/campus/san7/images/servico-social/Texto_Raquel_Raichelis.pdf
https://www.unifesp.br/campus/san7/images/servico-social/Texto_Raquel_Raichelis.pdf
24 Serviço Social e os desafios profissionais contemporâneos
pos, organizando-os por diferentes políticas sociais. Certamente não 
conseguiremos esgotar o assunto da atuação profissional nas diferen-
tes políticas sociais que aqui elencaremos. Nosso objetivo é possibili-
tar uma compreensão da diversidade de demandas profissionais, dos 
desafios e das possibilidades da intervenção profissional em cada um 
desses espaços.
Elencamos aqui cinco políticas para análise: saúde, previdência, 
assistência social, educação e habitação. A atuação profissional certa-
mente não se limita a essas áreas, e também não se dá isolada em 
uma única, de modo que outras políticas transversais acompanham a 
atuação profissional, como as políticas de mulheres, infância, adoles-
cência e juventude, população negra, indígenas, LGBTQI+, quilombolas, 
pessoa com deficiência, entre outras. Organizamos o Quadro 2 como 
estratégia para melhor visualização das informações apresentadas.
Quadro 2
Atuação profissional nas políticas sociais
Área de 
atuação Contextualização histórica Atividades/atribuições principais
Campos sócio-
-ocupacionais
Saúde
Trata-se de um dos setores mais 
significativos para a profissão e é 
um espaço privilegiado de absor-
ção profissional, situação eviden-
ciada pela história da profissão 
na Inglaterra, nos Estados Unidos 
e na América Latina (incluindo o 
Brasil), com registros de atuação 
profissional nesse campo que da-
tam do início do século XX (BRAVO, 
2013).
A atuação pode ocorrer no setor público ou 
privado, destacando-se a existência inclusive 
de assistentes sociais em operadoras de saú-
de suplementar/planos de saúde, nas mes-
mas perspectivas de atendimento e garantia 
de direitos.
Em hospitais: acompanhamento da interna-
ção; visita às enfermarias; alta hospitalar; loca-
lização da família de pacientes internados; pro-
vidências quanto à violência contra crianças e 
adolescentes, idosos e mulheres; participação 
no processo de comunicação de óbito; orienta-
ções de direitos e acesso a programas sociais; 
orientação sobre afastamento; benefício de 
prestação continuada etc.
Em programas pós-alta/acompanhamento 
de crônicos: apresentação do programa; visi-
tas pós-alta hospitalar para orientar as famí-
lias; identificação de possíveis determinantes 
sociais que interferem no processo de re-
cuperação; grupos de educação em saúde; 
palestras.
Hospitais.
Unidades bási-
cas de saúde.
Operadoras de 
saúde suplemen-
tar.
Pronto atendi-
mentos.
Maternidades.
(Continua)
Formação profissional e mercado de trabalho 25
Área de 
atuação Contextualização histórica Atividades/atribuições principais
Campos sócio-
-ocupacionais
Previdência 
social
A previdência social é a maior política 
de redistribuição de renda do país e, 
por isso, um dos principais alvos da 
austeridade neoliberal nas políticas 
sociais.
Frequentemente sofreu ataques, 
sobretudo em 1995 com o início 
do governo Fernando Henrique 
Cardoso (FHC), tendo continuida-
de nos governos Lula e Dilma até 
os dias atuais. A decadência da 
ditadura militar, a reestruturação 
da democracia e a promulgação 
da Constituição Federal de 1988 
foram importantes movimentos 
para que a previdência social en-
trasse para o rol dos direitos so-
ciais, sendo definida como uma 
das políticas de seguridade social 
juntamente com a saúde e a assis-
tência social (MACEDO; MOREIRA, 
2017).
Orientação e apoio quanto à solução de pro-
blemas pessoais e familiares e à melhoria da 
sua inter-relação com a previdência social, 
buscando solucionar questões referentes a 
benefícios ou à obtenção de outros recursos 
sociais.
Asseguração da centralidade técnica e au-
tonomia profissional dos assistentes sociais 
no planejamento, coordenação, execução e 
monitoramento de suas ações.
Auxílio na visibilidade dos projetos e das 
ações desenvolvidaspelo Serviço Social 
(CFESS, 2018).
Instituto Nacio-
nal do Seguro 
Social (INSS).
Agências de pre-
vidência social.
Assistência 
social
A política de assistência social é 
reconhecida como direito social e 
dever do Estado pela Constituição 
Federal de 1988 e pela Lei Orgâ-
nica de Assistência Social (LOAS). 
É regulamentada pelo Governo 
Federal, com aprovação pelo 
Conselho Nacional de Assistência 
Social (CNAS), por meio da Política 
Nacional de Assistência Social e 
do Sistema Único de Assistência 
Social, visando consolidar a assis-
tência social como política estatal 
(CFESS, 2011).
Formulação e execução dos programas, pro-
jetos, benefícios e serviços próprios da as-
sistência social em órgãos da administração 
pública, empresas e organizações da socie-
dade civil.
Planejamento, organização e administração 
do acompanhamento dos recursos orça-
mentários nos benefícios e serviços socioas-
sistenciais nos CRAS e CREAS.
Visitas, perícias técnicas, laudos, informações 
e pareceres sobre acesso e implementação 
da política de assistência social.
Centro de 
Referência de 
Assistência Social 
(CRAS).
Centro de 
Referência 
Especializado de 
Assistência Social 
(CREAS).
Serviços de 
convivência de 
fortalecimento 
de vínculos.
Centro de 
Referência Es-
pecializado para 
População em 
Situação de Rua 
(Centro POP).
(Continua)
26 Serviço Social e os desafios profissionais contemporâneos
Área de 
atuação Contextualização histórica Atividades/atribuições principais
Campos sócio-
-ocupacionais
Educação
A ampliação do acesso à educa-
ção, em seus diferentes níveis, 
originou nas últimas décadas uma 
série de demandas socioinstitu-
cionais que contribuíram para a 
inserção de assistentes sociais 
na política de educação (CFESS, 
2013).
Atendimento e acompanhamento de alunos 
e familiares, referente às demandas relacio-
nadas ao acesso e à permanência escolar.
Elaboração de plano de trabalho que con-
sidere ações interventivas que envolvam os 
diferentes atores da comunidade escolar, 
levando em consideração o contexto terri-
torial.
Ações para monitorar e evitar situações de 
evasão escolar ou de crianças e adolescentes 
não inclusos no processo de ensino.
Articulação em rede com os organismos go-
vernamentais e da sociedade civil presentes 
no território para realização de diagnósticos 
e ações de intervenção diante de questões 
de acesso e permanência escolar.
Escolas públicas 
e privadas.
Instituições de 
ensino supe-
rior públicas e 
privadas.
Habitação
A moradia é um direito humano 
(bem como o direito à cidade) 
legitimado pela Declaração dos 
Direitos Humanos (ONU, em 
1948) e pela Conferência Inter-
nacional do Habitat II (Istambul, 
em 1996). No Brasil, sua legitimi-
dade é dada pela Constituição 
Federal, pelo Estatuto da Cidade 
(Lei n. 10.257/2001), pela Medida 
Provisória n. 2.220 e pela Carta 
Nacional do Direito às Cidades, de 
2001 (BRAGA et al., 2007).
O trabalho social nos programas 
de habitação de interesse social 
tem seus fundamentos históricos 
e teórico-metodológicos subsidia-
dos por valores e princípios éticos. 
Deve estar orientado na perspec-
tiva do direito à cidade, concebida 
como um lugar de expressão e 
atualização da humanidade.
Construção do perfil socioeconômico da po-
pulação usuária da política urbana.
Compreensão do cadastramento realizado 
com famílias e grupos sociais que são usuá-
rios da política urbana como um importante 
instrumento de informações e identificação 
de demandas.
Promoção dos espaços de discussão com 
a população, problematizando a realidade, 
buscando conhecimento e análise da reali-
dade.
Conhecimento e mobilização da rede de ser-
viços, com o objetivo de viabilizar os direitos 
sociais.
Elaboração e/ou divulgação de materiais 
socioeducativos (folhetos, cartilhas, vídeos, 
cartazes etc.) que facilitem o conhecimento 
e o acesso dos sujeitos sociais aos serviços 
oferecidos pela política urbana e aos direitos 
em geral.
Fomentação da participação de grupos so-
ciais usuários da política urbana no conheci-
mento crítico da sua realidade, potencializan-
do os sujeitos sociais para a construção de 
estratégias coletivas.
Incentivo à organização dos sujeitos sociais 
para desenvolver processos de negociação 
com os setores públicos (CFESS, 2016).
Companhias de 
habitação de 
gestão pública 
municipal, esta-
dual e federal.
Cooperativas de 
habitação de in-
teresse popular.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Formação profissional e mercado de trabalho 27
Percebemos então a pluralidade de espaços profissionais nos quais 
estão inseridos os assistentes sociais. O quadro apresentado tem por ob-
jetivo ilustrar as possibilidades do mercado de trabalho e da intervenção 
profissional.
• Por se tratar de uma formação generalista, não há formação para atuar em um 
campo específico no Serviço Social, mas sim uma formação profissional que 
capacita o assistente social para atuar com diferentes públicos, políticas sociais 
e setores da sociedade.
• Ao contrário do que possa constar no imaginário popular, o público atendido 
pelos assistentes sociais não se limita à população em situação de pobreza. 
Contudo, são as pessoas com situação de vulnerabilidade, com violação de 
direitos ou em situação de risco as principais atendidas pelas políticas sociais.
• O Serviço Social pode atuar tanto no setor privado (empresas) quanto no ter-
ceiro setor (em OSCs, institutos e projetos sociais) e na esfera estatal (munici-
pal, estadual ou federal, no Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário).
• São inúmeras as políticas sociais com as quais trabalham os assistentes sociais, 
e cada campo de trabalho possui um histórico, apresenta diferentes demandas 
e exige diferentes competências profissionais.
Resumo da conversa
Foi aprovada pelo 
Congresso Nacional 
e sancionada pelo 
Executivo Federal a Lei n. 
13.935/2019, que dispõe 
sobre a prestação de ser-
viços de Psicologia e de 
Serviço Social nas redes 
públicas de educação bá-
sica. Além de um grande 
avanço na política da edu-
cação, a regulamentação 
da lei é uma importante 
abertura de mercado de 
trabalho para o Serviço 
Social. Para saber mais 
sobre a lei e seu processo 
de regulamentação nos 
estados e municípios, 
sugerimos a leitura do 
material elaborado pelo 
CFESS e pelo CFP (Conse-
lho Federal de Psicologia) 
em conjunto com outras 
instituições, que orienta o 
processo de regulamen-
tação da lei.
Disponível em: https://site.cfp.
org.br/publicacao/psicologasos-
e-assistentes-sociais-na-rede-
publica-de-educacao-basica-
orientacoes-para-regulamentacao-
da-lei-13-935-de-2019/. Acesso 
em: 16 mar. 2021. 
Saiba mais
1.3 Os espaços de organização e 
fortalecimento da categoria Vídeo
A formação profissional e o fortalecimento do projeto ético-político 
da categoria estão diretamente vinculados a pelo menos três institui-
ções/organizações: conjunto CFESS/CRESS, ABEPSS e ENESSO. Essas 
três organizações atuam de maneira conjunta, mas distinta, entre si, 
estão diretamente envolvidas na construção de um projeto coletivo e 
são essenciais para a materialização do projeto ético-político. Apesar 
das entidades terem direções convergentes e intencionalidades pare-
cidas, por vezes podem apresentar conflitos resultantes de diferentes 
relações de forças.
https://site.cfp.org.br/publicacao/psicologasos-e-assistentes-sociais-na-rede-publica-de-educacao-basica-orientacoes-para-regulamentacao-da-lei-13-935-de-2019/
https://site.cfp.org.br/publicacao/psicologasos-e-assistentes-sociais-na-rede-publica-de-educacao-basica-orientacoes-para-regulamentacao-da-lei-13-935-de-2019/
https://site.cfp.org.br/publicacao/psicologasos-e-assistentes-sociais-na-rede-publica-de-educacao-basica-orientacoes-para-regulamentacao-da-lei-13-935-de-2019/
https://site.cfp.org.br/publicacao/psicologasos-e-assistentes-sociais-na-rede-publica-de-educacao-basica-orientacoes-para-regulamentacao-da-lei-13-935-de-2019/
https://site.cfp.org.br/publicacao/psicologasos-e-assistentes-sociais-na-rede-publica-de-educacao-basica-orientacoes-para-regulamentacao-da-lei-13-935-de-2019/https://site.cfp.org.br/publicacao/psicologasos-e-assistentes-sociais-na-rede-publica-de-educacao-basica-orientacoes-para-regulamentacao-da-lei-13-935-de-2019/
28 Serviço Social e os desafios profissionais contemporâneos
Ramos (2011, p. 114) afirma que “tais entidades materializam uma 
ação política que é um dos fatores que garantem a possibilidade de 
manutenção da direção social deste projeto coletivo que se vincula a 
um projeto societário comprometido com o fim da exploração/domina-
ção dos seres humanos, ou seja, com a emancipação humana”. Ainda 
segundo a autora, as três entidades têm papel orgânico no processo 
de debate e movimentos que constitui os limites e as contradições do 
capital, colaborando para que o projeto ético-político profissional bra-
sileiro seja construído.
Cada uma das entidades possui atribuições distintas: a ABEPSS 
coordena o debate sobre o projeto de formação profissional; o con-
junto CFESS/CRESS é responsável pela fiscalização do exercício profis-
sional; e a ENESSO abrange a direção da mobilização do movimento 
estudantil de Serviço Social.
1.3.1 Conjunto CFESS/CRESS
O primeiro espaço a ser compreendido enquanto instância de ar-
ticulação e organização do Serviço Social é o Conselho Federal de 
Serviço Social (CFESS), o qual possui atribuições específicas previstas 
na Lei n. 8.662/1993:
Art. 8º Compete ao Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), na 
qualidade de órgão normativo de grau superior, o exercício das 
seguintes atribuições: 
I - orientar, disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o exercí-
cio da profissão de Assistente Social, em conjunto com o CRESS; 
II - assessorar os CRESS sempre que se fizer necessário; 
III - aprovar os Regimentos Internos dos CRESS no fórum máximo 
de deliberação do conjunto CFESS/CRESS; 
IV - aprovar o Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais 
juntamente com os CRESS, no fórum máximo de deliberação do 
conjunto CFESS/CRESS; 
V - funcionar como Tribunal Superior de Ética Profissional; 
VI - julgar, em última instância, os recursos contra as sanções 
impostas pelos CRESS; 
VII - estabelecer os sistemas de registro dos profissionais 
habilitados; 
VIII - prestar assessoria técnico-consultiva aos organismos pú-
blicos ou privados, em matéria de Serviço Social. (BRASIL, 1993) 
Formação profissional e mercado de trabalho 29
O CFESS, portanto, é a maior instância de organização da categoria 
e possui atribuições que vão desde a orientação, normatização e fiscali-
zação até o exercício de funções julgadoras sobre sanções e assessoria 
técnica para os profissionais. Além de todas as atribuições especifica-
das na legislação, essa entidade atua de maneira contundente na defe-
sa, promoção e garantia de direitos e políticas públicas, bem como na 
defesa da classe trabalhadora.
O contexto de surgimento dos conselhos profissionais, enquan-
to entidades sem autonomia e burocráticas, é totalmente distinto do 
atual, especialmente no que se refere ao CFESS, o qual possui caracte-
rísticas democráticas, participativas e de caráter decisório para os ru-
mos da atuação profissional. Também foi um dos primeiros conselhos 
enquanto organização 3 .
O Serviço Social foi uma das primeiras profissões da área social 
a ter aprovada sua lei de regulamentação profissional, a Lei 3252 
de 27 de agosto de 1957, posteriormente regulamentada pelo 
Decreto 994 de 15 de maio de 1962. Foi esse decreto que deter-
minou, em seu artigo 6º, que a disciplina e fiscalização do exer-
cício profissional caberiam ao Conselho Federal de Assistentes 
Sociais (CFAS) e aos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais 
(CRAS). (CFESS, 2021) 
Para além desse conjunto, existem outras formas de organi-
zação com base em comissões que permitem a dinamicidade do 
conjunto, sendo as principais, em âmbito nacional: comissão admi-
nistrativo-financeira; comissão de ética e direitos humanos; comis-
são de orientação e fiscalização profissional (COFI); comissão de 
comunicação; comissão de formação profissional e relações inter-
nacionais; e comissão de seguridade social.
A mesma forma de organização em caráter nacional ocorre nos 
conselhos regionais, com a composição de comissões para viabilizar 
a organização e articulação da categoria. Além disso, cabe mencionar 
a importância dos NUCRESS (Núcleos de Base do CRESS), os quais se 
organizam em regiões do estado onde não está sediado o CRESS. Eles 
possuem o importante papel de articulação, organização e mobilização 
dos assistentes sociais.
Além disso, em âmbito nacional ocorrem os encontros do Conselho 
Pleno, que se tratam de reunião com caráter deliberativo, tendo por 
Atualmente nomeados, res-
pectivamente, Conselho Federal 
de Serviço social e Conselhos 
Regionais de Serviço Social, por-
tanto conjunto CFESS/CRESS, 
antes eram denominados 
Conselho Federal de Assistentes 
Sociais e Conselhos Regionais 
de Assistentes Sociais, portanto 
conjunto CFAS/CRAS.
3
30 Serviço Social e os desafios profissionais contemporâneos
objetivo decidir coletivamente ações futuras para o conjunto, reunindo-
-se periodicamente.
Para além disso, cabe destacar os encontros nacionais como essen-
ciais para os processos de decisão e deliberação da profissão. Neles 
são discutidas pautas importantes relacionadas à conjunta política, 
bem como dimensões relacionadas ao projeto ético-político da pro-
fissão e maneiras de fortalecimento, articulação e organização da 
categoria.
1.3.2 ABEPSS
A Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social 
(ABEPSS), assim como o conjunto CFESS/CRESS, possui um papel essen-
cial no que se refere à profissão, mas em âmbito diferente. Enquanto 
o conjunto trata da organização e articulação da categoria, a ABEPSS 
cuida da formação profissional, juntamente com a ENESSO, congregan-
do unidades de ensino de todo o país, considerando programas de gra-
duação e pós-graduação em Serviço Social. Segundo Abramides (2019), 
sua gênese é resultado do movimento de intenção de ruptura.
A formação profissional reflete nos rumos da profissão, nas dife-
rentes épocas, e acompanhou e influenciou de maneira contunden-
te o processo de intenção de ruptura e de ruptura mesmo, gerando 
desdobramentos no Currículo 1982, o qual, aprovado na convenção 
da ABEPSS de 1979, traduz para a formação profissional o projeto 
de intenção de ruptura, mantendo ainda marcas do Serviço Social 
tradicional superadas somente nas Diretrizes Curriculares de 1996 
(ABRAMIDES, 2019). As diretrizes curriculares da formação em Servi-
ço Social orientam um processo educacional que contempla direções 
baseadas no projeto ético-político e significaram um avanço na con-
solidação desse projeto.
O cenário de contrarreformas 4 se manteve presente ao longo dos 
anos e ganha força atualmente; na contramão, o Serviço Social busca 
construir uma sólida formação direcionada para a defesa e o acesso 
aos direitos de material universal. Para tanto, a formação profissional 
é reorganizada em uma nova lógica curricular, pretendendo superar a 
fragmentação e a pulverização dos conteúdos, assumindo uma pers-
pectiva de totalidade histórica. Dessa forma, a formação curricular é 
Acesse o site do CFESS 
e conheça os manifes-
tos publicados pelo 
órgão. Lá você encon-
trará diversos materiais 
de conteúdo técnico, 
político e metodológico 
sobre o Serviço Social. 
Além disso, poderá 
encontrar o contato 
e o endereço dos 
CRESS, podendo assim 
conhecer o CRESS de 
sua região.
Disponível em: http://www.cfess.
org.br/. Acesso em: 17 jan. 2021.
Site
Entende-se por contrarreforma, 
nos termos aqui apresentados, 
as articulações e movimenta-
ções ocorridas no âmbito da 
profissão para “desfazer” as 
reformas realizadas no Serviço 
Social; ou seja, movimentos 
de âmbito profissional que 
defendem a retomada do 
Serviço Social tradicional.
4
http://www.cfess.org.br/
http://www.cfess.org.br/
Formação profissional e mercado de trabalho 31
organizada em três núcleos de fundamentação: Fundamentos Teórico-
-Metodológicos da VidaSocial; Fundamentos da Formação Sócio-Histó-
rica da Sociedade Brasileira; e Fundamentos do Trabalho Profissional 
(ABRAMIDES, 2019).
Esse reordenamento representa grande avanço no que se refere à 
direção assumida pela profissão. Cabe ressaltar que esses núcleos ne-
cessitam sempre da correlação com a realidade, para efetivamente se 
concretizarem, e de leituras sobre a conjuntura atual, pois
o novo reordenamento somente poderá avançar se as dimen-
sões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa 
forem incorporadas do ponto de vista da teoria do ser social e 
das múltiplas determinações postas na realidade, na divisão so-
ciotécnica do trabalho, dos sujeitos de classe em disputa na so-
ciedade, das lutas e movimentos sociais autônomos em direção 
às conquistas e projeção histórica. (ABRAMIDES, 2019, p. 63)
Nesse sentido, a ABEPSS assume papel essencial no direcionamento 
da profissão, além de ser um espaço de articulação, pois ela não ape-
nas elabora as diretrizes, mas também participa ativamente de debates 
e discussões da categoria, tendo por objetivo sempre compreender as 
demandas da realidade.
1.3.3 ENESSO
A ENESSO (Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social) 
assume importância no que se refere à organização e articulação dos 
estudantes, bem como à contribuição em debates teórico-políticos. 
Esses debates precisam compreender o movimento que a profissão 
(enquanto categoria) assume de enfrentamento do cenário de con-
trarreformas e retiradas de direitos, bem como de construção do 
projeto ético-político profissional, o qual necessita ser traduzido e 
materializado para as realidades nas quais estudantes e profissio-
nais estão inseridos no cotidiano. Esse processo precisa ser sempre 
dimensionado por meio da interação entre CFESS, ABEPSS e ENESSO, 
conforme afirma Ramos (2011, p. 120):
essa relação da Enesso com a Abepss e o CFESS enriquece o 
contato do segmento estudantil com a realidade da formação 
e do exercício profissional, através da participação conjunta em 
eventos, atividades e lutas coletivas, em cujos acontecimentos 
32 Serviço Social e os desafios profissionais contemporâneos
pauta-se a defesa de condições dignas para a materialização de 
uma formação e de um trabalho com qualidade. 
Conforme estatuto da ENESSO (2019), ela é uma entidade de re-
presentação dos estudantes de Serviço Social do Brasil. Não possui 
fins lucrativos e sua coordenação regional é eleita todo ano no En-
contro Regional de Estudantes de Serviço Social (ERESS), enquan-
to a coordenação nacional é eleita no Encontro Nacional (ENESS). 
Portanto, de maneira ampla, há uma convergência na organização 
das coordenações – assim como ocorre na organização do conselho 
profissional.
Além disso, outro recorte importante a ser ressaltado é sua 
intencionalidade:
Art. 2º A ENESSO tem como finalidade: 
a) Fomentar e potencializar a formação político-profissional das/os 
estudantes de Serviço Social, bem como suas entidades repre-
sentativas, através da realização de seminários, oficinas, partici-
pação nos pré-encontros e pós-encontros, material informativo, 
construção de campanhas relativas às lutas estudantis, da cate-
goria e da classe trabalhadora; 
b) Promover e apoiar a construção e organização, onde não existam, 
das entidades de base, Centros Acadêmicos – CAs, Diretórios Aca-
dêmicos – DAs e Diretórios Centrais dos Estudantes – DCEs, além 
de fomentar a importância das secretárias de escola e fortalecer 
politicamente as já existentes; 
c) Promover e participar do debate acerca das demandas das/os 
estudantes de Serviço Social; 
d) Promover e participar do debate acerca das demandas da classe 
trabalhadora; 
e) Compromisso com a busca permanente de contato e articula-
ção das/os estudantes de Serviço Social com a categoria das/
os Assistentes Sociais, suas entidades regionais, nacionais e 
latino-americanas; 
f) Viabilizar a integração com movimentos populares e sociais clas-
sistas que fortaleçam as discussões anticapitalistas, antirracistas, 
antipatriarcais e anti-LGBTIfóbicas. Desta forma, mantendo a au-
tonomia política e financeira em relação a esses, como forma de 
crescimento político das estudantes e de reforço e ampliação das 
lutas desses movimentos; 
Formação profissional e mercado de trabalho 33
g) Consolidar o contato e articulação com as demais executivas de 
curso, a fim de fortalecer o Movimento Estudantil com a partici-
pação efetiva da ENESSO na Federação Nacional de Executivas 
de Cursos – FENEX discutindo, formulando e construindo novas 
alternativas de luta para o Movimento Estudantil; 
h) Compor a comissão organizadora dos encontros locais, esta-
duais, regionais, nacionais de Serviço Social junto com as escolas 
sede dos eventos, assim como também, participar dos encontros 
internacionais de Serviço Social, buscando a articulação com as 
demais entidades da categoria para a realização dos mesmos. 
(ENESSO, 2019, p. 4-5) 
Destacamos os itens e e f, nos quais é possível identificar o processo 
de diálogo com a categoria profissional e com os movimentos popu-
lares, sociais e classistas, sendo a ENESSO, assim, um dos espaços de 
fortalecimento e organização da categoria pelo viés de protagonismo 
dos estudantes.
Resumo da conversa
• A formação profissional e o fortalecimento do projeto ético-político estão di-
retamente vinculados a algumas entidades: conjunto CFESS/CRESS, ABEPSS e 
ENESSO.
• O CFESS é a maior instância de organização da categoria.
• As três entidades são comissões essenciais no processo de organização da cate-
goria e discussão de pautas relevantes.
• A ABEPSS é uma organização de suma importância no processo formativo e, 
consequentemente, nos rumos da profissão.
• A ENESSO possui um importante papel na organização dos estudantes e na arti-
culação junto à categoria.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Vamos resgatar as perguntas realizadas no início deste capítulo: 
o que faz, onde trabalha e quem é o assistente social? Percebemos que 
se trata de uma resposta longa e complexa, visto que o processo de 
formação e transformação dessa profissão acompanha as transforma-
ções sociais, culturais, políticas e econômicas.
34 Serviço Social e os desafios profissionais contemporâneos
Com formação generalista, o assistente social tem um com-
promisso ético-político de exercer a profissão de maneira crítica, 
desempenhando suas funções não apenas com orientação às finali-
dades institucionais, mas sobretudo com os princípios ético-políticos 
da categoria. Para tal, exige-se do profissional um processo perma-
nente de qualificação profissional e contínua leitura e interpretação 
da conjuntura política e econômica do país e da realidade na qual 
irá atuar. A formação profissional, orientada pelas diretrizes curricu-
lares e pela lei que regulamenta a profissão, tem por objetivo capa-
citar o assistente social para intervir na realidade social na qual seu 
espaço sócio-ocupacional o insere, estabelecendo conexões entre 
diferentes políticas, atores e instituições sociais.
Além disso, é importante a articulação da categoria no âmbito do 
conjunto CFESS/CRESS e demais órgãos de representação da classe, 
pois esses espaços permitem que a intervenção profissional não ocorra 
de maneira individual, por cada profissional. Eles possibilitam que em 
cada espaço sócio-ocupacional (seja no setor público, privado ou ter-
ceiro setor) haja uma orientação coletiva para o trabalho realizado. 
Deve haver proximidade entre os futuros profissionais – acadêmicos 
de Serviço Social organizados por meio da ENESSO – e profissio-
nais em atuação – organizados e representados no conjunto CFESS/
CRESS –, para que a formação profissional na graduação, especialização 
e pós-graduação também possa estar em consonância com o projeto 
profissional. Dessa forma, a participação e organização da categoria 
em torno da ABEPSS é essencial.
ATIVIDADES 
1. Quais fatores contribuíram para o processo de consolidação do Serviço 
Social como profissão e a ampliaçãodo mercado de trabalho?
2. O que significa dizer que a formação profissional do Serviço Social é 
generalista?
3. Descreva o significado do conjunto CFESS/CRESS, da ABEPSS e da 
ENESSO e qual é a importância dessas entidades para a profissão.
Vídeo
Formação profissional e mercado de trabalho 35
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