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A Musicalização Africana na Educação Infantil atualizado (1)

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A Musicalização Africana na Educação Infantil.
	Leidiene David de Brito
Resumo: O objetivo desse artigo é refletir sobre a influência africana na população brasileira e a importância do uso da musicalização africana na educação infantil, como forma de expressar a cultura desse povo desde a infância. Entender o processo da construção histórica e cultural no Brasil, possibilitando o entendimento da influência da cultura africana no nosso país. É importante desde a infância que o fazer pedagógico ocorra de forma ampla e trabalhe as diversidades existentes em nossa sociedade, sendo uma delas as questões étnico-raciais, que busquem a valorização da cultura africana em nosso povo, tornando essa cultura presente no dia a dia das crianças sendo assim, mais significativa para a vivência deles. As práticas pedagógicas nos dias de hoje ainda possuem uma visão eurocêntrica, que é marcada por diversas questões, onde o racismo provocou a segregação entre brancos e negros, principalmente no Brasil. Este trabalho busca uma possibilidade de trazer a matriz de cultura africana para o fazer pedagógico com o uso da musicalização de forma lúdica, pois, a matriz africana traz o ritmo como uma expressão da energia vital. A música por sua vez é um grande instrumento de aprendizagem na educação infantil que explora em diversas situações do dia a dia os sons, seja pelo som da voz, corpo ou objetos diversos. Por meio de atividades lúdicas, o trabalho de intervenção pedagógica possibilita a descoberta de vários sons retirados de materiais sonoros, despertando a curiosidade e o desenvolvimento musical nas crianças.
 Palavras-chave: Educação Infantil, Música, África, Cultura e Sons.
1 - INTODUÇÃO
Entender a importância da história do negro no Brasil é necessária para compreender os conflitos raciais existentes ainda nos dias de hoje em que os negros ainda vivem em nossa sociedade de forma excludente e cuja história provocou a segregação entre brancos e negros, promovendo até os dias de hoje diversas formas de discriminação construídas ao longo da história.
A escravidão negra perdurou no Brasil por mais de trezentos anos, e representou durante todo este período o sustentáculo da economia junto com a agricultura de exportação. (ANDREWS, 1998, p. 53). Essa economia introduzida no Brasil demonstrava a forma com que os europeus olhavam para esse território, uma colônia de exploração, cujo principal intuito era atender o mercado externo, produzindo matérias primas a baixo custo, introduzindo o negro aqui pois a mão de obra escrava africana era barata.
Essa introdução do africano na sociedade brasileira e os reflexos existentes nos dias de hoje nos possibilita entender a atual conjuntura social e desigualdade existente em nossa sociedade. 
Após o fim da escravidão havia se estabelecido aqui um grande problema socioeconômico, pois a economia no nosso país era baseada no trabalho escravo e tinha suas bases voltadas para a agricultura de exportação. Mesmo após a abolição da escravatura essa população ficou à mercê dessa sociedade, pois a exclusão se perdura desde os tempos da colonização. Naquele período, a discriminação se mostrava clara nas legislações infraconstitucionais.
Os direitos universais de igualdade, dignidade e liberdade proclamados na Carta Constitucional de 1824 eram garantidos aos homens livres, o que, portanto, na prática, convertia-se em direitos de uma minoria branca e proprietária, deixando à margem do exercício de direitos cerca de 40% da população da época (ANDREWS, 1998, p. 56).
A liberdade tão esperada e sonhada por muitos, não possibilitou ao negro o ingresso em outras atividades econômicas, mantendo assim a situação social ocorrida desde a escravidão. A ideologia universal de igualdade e liberdade garantidas por lei, era normas apenas políticas, pois o direito de todos aqui estabelecido serviu como forma de contenção das reivindicações existentes na época, era uma forma de calar a boca desse povo, para assim manter as estruturas econômicas e sociais.
A realidade populacional e cultural brasileira foi por muito tempo negligenciada pelas matrizes curriculares adotadas em nossas escolas. Passando por cima de boa parte da população e das grandes manifestações culturais do país, o currículo educacional adotado no Brasil privilegiou sempre conteúdos eurocêntricos, sendo também até hoje centro de disputas de poderes políticos (BITTENCOURT, 1993).
Uma grande conquista aconteceu no ano de 2003, através de muita luta dos movimentos negros no Brasil, foi aprovada a da lei 10.639 que tornou obrigatório o ensino de História da África e da Cultura Afro-Brasileira em âmbito nacional (BRASIL, 2003).
A educação musical é sempre associada à cultura de um povo e de sua época, podendo mudar continuamente, é uma linguagem que expressa sentimentos e pensamentos, uma forma de expor várias situações vividas no dia a dia ou até mesmo um grito de socorro de muitos povos.
Segundo Jeandot (1997) a música é uma linguagem rica e universal, com diversos dialetos em diferentes culturas e envolve uma organização no tocar, cantar e organizar os sons. Ou seja, é uma forma de comunicação muito importante que deve fazer parte da educação infantil, para que a criança desenvolva através dela a sensibilidade, a interação e a comunicação.
Segundo Targas e Joly (2009), [...] o fazer musical está ligado à percepção de mundo, variando conforme o momento histórico e o espaço social onde vivem as pessoas que estão envolvidas em processos do fazer artístico, seja ele composto por apreciadores, iniciantes, amadores ou profissionais. As experiências estéticas e sensoriais, frutos da vivência cotidiana de cada indivíduo, refletem as percepções auditivas, afetivas e emocionais das diferentes leituras de mundo, que também são decorrentes das diversidades de cada cultura.
É importante ressaltar que a música está presente nas diversas culturas e pode ser utilizada na escola para desenvolver a criança de forma global (Martins, 2004)
Todas as músicas tem suas bases vinculadas a determinadas culturas, saber lidar com diferentes elementos culturais se torna um atrativo para as crianças, pois, ao escutar diversos ritmos musicais eruditas produzido em diversos lugares do mundo fará com que os mesmos se sintam pertencentes ao mundo, possibilitando uma visão real do seu lugar no mundo.
Quando cantamos algo, a tendência é criar um laço com as palavras que estão presentes na letra. O mesmo vale para os pequenos — se estiverem em fase de alfabetização, melhor ainda. Eles desenvolverão a habilidade de pronunciar fonemas e memorizar as divisões silábicas por conta dos ritmos.
Os estímulos recebidos por meio da música e da dança leva a criançada a se soltar e dançar bastante. O gesto contribui imensamente para que o corpo forme um repertório de expressões e movimentos.
Oliveira et al. (2009) esclarecem que as práticas sociais geram e decorrem de interações entre sujeitos e deles com o meio. Entende-se que a musicalização pode ser tomada como uma prática social, pois através dessa prática acontecerá interações entre crianças-crianças e crianças-adultos em momentos de convívio.
É preciso englobar a diversidade das produções de músicas, fugindo da restrição da cultura europeia musical. São igualmente relevantes as diferentes canções na cultura infantil, incluindo nelas também canções europeias, africanas, indígenas, brasileiras entre outras, que dão sentido e significado para as tradições nas quais estão imersas as famílias e as crianças.
AS AFRICANIDADES NA MÚSICA BRASILEIRA
Os diferentes povos e culturas aqui inseridos desde o período colonial, onde o tráfico negreiro trouxe os africanos pelo atlântico de forma forçada, reduzindo homens e mulheres a escravidão e inseridos num contexto excludente e considerando os africanos como uma população grande em nosso país e se miscigenou com outros povos nativos ou recém chegados nesse território fez com que a nossa cultura tivesse traços consideráveis advindas desses povos, considerarmos também, e principalmente, as múltiplasestratégias utilizadas por estas populações para manterem vivas as suas culturas, perceberemos, mesmo em uma análise bastante superficial, que as canções, danças e folguedos estavam intimamente ligados a essas buscas pelo não esquecimento da terra natal, da travessia e dos sofrimentos encontrados após a chegada às novas terras.
Com mais propriedade se reconhece que, de memórias impressas na morfologia e dinâmica de corpos negros, fluem arquivos vivos de sabedoria africana. E questionando reducionismos que vêem artes africanas como “relíquias do passado”, surpreende-se em corpos negros histórias de Áfricas e suas diásporas espalhando arco de saberes e filosofia política africanas nas margens do Atlântico.” (ANTONACCI, 2013: 253)
O principal problema encontrado no processo de ensino e aprendizado da História da África não é relativo à história e à sua complexidade, mas é com relação aos preconceitos adquiridos num processo de informação desinformada sobre a África. (CUNHA JR., 2002, p. 58)
É preciso valorizar essa influência da cultura africana e reconhecê-la como um dos fatores que faz de nosso país o que ele é. É de suma importância reconhecer as “africanidades brasileiras” não como atitudes isoladas, que não são, mas como representações da essência do que é ser brasileiro.
(...) as africanidades brasileiras vêm sendo elaboradas há quase cinco séculos, na medida em que os africanos escravizados e seus descendentes, ao participar da construção da nação brasileira, vão deixando suas influências nos outros grupos étnicos com que convivem e, ao mesmo tempo, recebem e incorporam as destes. (SILVA, 2008 in: ROMÃO, 2010: 41)
Atualmente presenciamos a necessidade de trazer este conhecimento aos sujeitos desde a infância, para que os mesmos cotidianamente se reconheçam diante da multiculturalidade em que estão inseridos dentro das diversas comunidades, nós educadores temos um papel crucial de trazer eles para uma realidade contextualizada, plural e igualitária.
Para que isso ocorra é necessário que entendamos e conheçamos de fato a realidade dos territórios, principalmente no qual estamos inseridos, as cartografias afetivas irão engrandecer as suas representações culturais. Os laços afetivos com os territórios e os sujeitos existentes neles servirão de base para um trabalho realmente significativo, pois somente assim conseguiremos entender a histórias das famílias, comunidade, também é necessário que ampliemos os conhecimentos sobre toda a dinâmica existentes nas regiões ou país inseridas, que de fato são influenciadoras na cultura local. 
Ao pensarmos na realidade brasileira, e os fluxos populacionais existentes na nossa sociedade, sendo eles de forma forçada ou mesmo espontânea, vemos que existe a impossibilidade de pensar na sociedade sem pensar a influência dos aspectos culturais desses povos vindos de diversos lugares do mundo, além dos povos nativos desses territórios que já se faziam presentes aqui muito antes dos europeus aqui se estabelecerem. Desde as cantigas de rodas, danças, rituais da população indígena, às danças europeias como as valsas, além das construções culturais trazidas e reelaboradas pelos africanos que produziram grandes construções culturais no país durante a escravidão estão presentes na cultura do país, todos esses ritmos produzidos por diferentes povos nos possibilitaram a construção da cultura, música e tradições brasileiras existentes.
[...] a educação ou a ação cultural para a libertação, em lugar de ser aquela alienante transferência de conhecimento, é o autêntico ato de conhecer, em que os educandos – também educadores – como consciências “intencionadas” ao mundo, ou como corpos conscientes, se inserem com os educadores – educandos também – na busca de novos conhecimentos, como consequência do ato de reconhecer o conhecimento existente. (FREIRE, 1984: 99)
Para adentrar nessa multiculturalidade é preciso conhecer e valorizar, as matrizes africanas e suas músicas, pois a mesma é integrante da nossa cultura, é preciso adentrar nesse contexto para que possamos valorizar a diversidade cultural.
A africanidade na música brasileira se deu sempre a partir da presença de africanos no Brasil, e não de uma ligação direta com África. [...] Hoje praticamente não há mais netos de africanos escravizados no Brasil. A distância geracional da África se acentua. O que permanece de africano nas musicalidades brasileiras vem sendo mantido pela memória, pelos pés e gargantas, no que pode ser chamado de tradição viva afro-brasileira – congadas, batuques de terreiro, religiões de matriz africana, sambas, bois, quilombos etc. Trata-se de um universo vastíssimo, que tem corrido desde sempre paralelo à cultura dominante, oficial ou dita “de mercado”, e só muito recentemente, e a partir da década de 90, sobretudo, tem aparecido nas mídias. (LEMOS, 2013: 57).
Na educação infantil precisamos estimular diferentes linguagens artísticas, como dança, artes e a música, pois estes se desenvolvem de forma criativa e lúdica, facilitando o aprendizado dos sons, ritmos, coordenação, entre outros, e proporcionando o contato com diversos instrumentos musicais da cultura africana e explorando as diversas sonoridades de forma lúdica. 
MÚSICAS AFRICANAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Um instrumento importantíssimo para a produção desse artigo foi o livro escrito pela autora e educadora musical Lilian Abreu Sodré, cujo nome “Música africana na sala de aula: cantando, tocando e dançando nossas raízes negras” voltado para a educação musical de crianças brasileiras em sala de aula, utilizando a música e as influências históricas e culturais africanas como forma de reflexão para entender a constituição do povo brasileiro, o papel do negro a contribuição para a nossa música. A autora traz a questão de forma lúdica e traz a importância do diálogo intercultural principalmente na música.
A autora realizou sua pesquisa acerca de músicas africanas que trazem um ritmo e enredo curto, facilitando o trabalho com as músicas junto às crianças. Esse livro apresenta inúmeras músicas além de suas traduções.
Através de pesquisa foi selecionado algumas músicas de origem africanas que podem ser utilizadas como norteadoras no trabalho com crianças de 0 a 4 anos. Para que eles tenham desde a primeira infância esse contato especial com a cultura africana que é tão rica e tão presente no dia a dia do brasileiro.
A primeira foi “TA TA TEE IE IE IE KAA FO AMA IA IA VUZIO”, utilizada pelas mulheres que cantavam essa música para as crianças na hora de dormir para embalá-los no sono, ou seja, é um tipo de canção de ninar.
Outra canção que pode ser utilizada com os pequenos é a “ABIYOYO ABIYOYO ABIYOYO ABIYOYO ABIYOYO ABIYOYO”, essa canção era utilizada pelas tribos para espantar o “gigante” que assustava a tribo o enviando para longe.
Uma música muito especial é a “FUNGA ALAFIA ACHE ACHE FUNGA ALAFIA ACHE ACHE” usada para receber e acolher as pessoas especiais, e significa “Em ti eu penso, contigo eu falo, gosto de ti, somos amigos!”.
O uso dessas músicas de origem africana faz com que as crianças tenham desde pequenos um contato com outras culturas existentes no Brasil, até então silenciadas pela sociedade. Ao apresentar essas músicas e os seus significados para as crianças eles irão se identificar ou mesmo identificar os colegas valorizando e respeitando uns aos outros.
INSTRUMENTOS MUSICAIS AFRICANOS
 Uma outra forma de embalar as crianças nos sons é a utilização de instrumentos musicais, que são objetos confeccionados para produzir som de formas variadas, e de sonoridade bem diversificada. É possível fazer instrumentos com materiais recicláveis ou até mesmo com objetos que já tenha em casa, e talvez nada precise ser comprado. 
Sommerhalder e Alves (2011) esclarecem que, na percepção da criança, qualquer objeto pode ser um brinquedo quando esse assume uma função lúdica. Desse modo os instrumentos percussão também são considerados brinquedos. Que enriquecerão e servirão de estímulos para o imaginário.
Conhecidos por seus ritmos contagiantes, a percussão,incluindo tambores africanos, sempre foi uma parte importante da música africana, e um Xequerê é um instrumento que complementa e acentua esses ritmos.
Originário do oeste da África, o Xequerê é uma cabaça seca com feijões trançados no seu exterior. Os músicos giram a cabaça para frente e para trás para criar um som de chocalho com as contas. Ele é conhecido por muitos nomes, como Lilolo e Axatse, na África. Na Nigéria ele é chamado de Xequerê. A confecção do Xequerê é bem simples, basta pintar uma jarra de plástico, onde os alunos podem usar de sua criatividade, usando muitas cores. Após a confecção da jarra corte um pedaço de barbante de cerca de 1,5 metros, dobre o barbante no meio e enrole em volta da jarra, sob a alça, e dê um nó debaixo da alça no final use o que sobrar do barbante para passar contas e fazer nós em volta da jarra. Depois coloque grãos de feijões dentro da jarra. Ao agitar a jarra, os feijões irão criar um som que acentua muitos ritmos tradicionais africanos. 
O Tambor africano também pode ser produzido em sala de aula basta colar as bases de dois copos de isopor um no outro, cubra as bocas dos dois copos com tiras de fita crepe, e depois cubra o resto da superfície dos copos com mais fita, passe graxa de sapatos sobre a fita. Se ele já não vier com uma escova, use uma escova de dentes velha para espalhar a graxa. O objetivo é dar uma aparência de pele de animal, que é a cobertura tradicional de tambores africana. Use o pano para tirar o excesso da graxa. As duas pontas do copo agora podem ser usadas como instrumentos de percussão.
Sommerhalder e Alves (2011) apontam o brinquedo como objeto simbólico, que assume uma função lúdica. Ele é um estimulador da imaginação e da fantasia, por expressar, muitas vezes, imagens de representação de aspectos da realidade, oferece à criança a oportunidade de lidar com substitutos de objetos reais. A criança pode ou não se apoiar neste objeto para brincar, sendo qualificado com um bom material quanto maior a possibilidade pelo brincante de imaginar e criar.
CONCLUSÕES FINAIS
	
A Educação Infantil atualmente vem sofrendo algumas mudanças em relação as questões étnicos-raciais, pensar na inserção da cultura africana em nosso país é a única forma de minimizar os problemas sociais existentes.
	A inserção da matriz africana deve acontecer desde a Educação Infantil, para que as crianças se sintam pertencentes ao seu grupo e para que suas famílias se sintam cada vez mais inseridas no contexto escolar. Uma vez que a população afro brasileira se faz presente em grande quantidade em nosso país.
Ao realmente conhecer e reconhecer essas comunidades, haverá um engrandecimento cultural sendo base para o entendimento do seu papel no mundo. Assim, iremos entender a história das populações que formaram não apenas as comunidades, mas das que influenciaram toda a dinâmica existente nas regiões e, até mesmo que podem representar e ser consideradas influências culturais para todo um país, com maior ou menor perceptividade nas diferentes regiões e comunidades.
A musicalização e a ludicidade na educação infantil, vem como facilitador, pois, assim a criança aprende brincando, usando seu imaginário e trabalhando todo o seu corpo ao movimentar-se, além de ampliar seu vocabulário ao se apropriar de novas palavras. Enfim, a música é um grande instrumento de aprendizagem na educação infantil que explora em diversas situações do dia a dia os sons, seja pelo som da voz, corpo ou objetos diversos. Por meio de atividades lúdicas, o trabalho de intervenção pedagógica possibilita a descoberta de vários sons retirados de materiais sonoros, despertando a curiosidade e o desenvolvimento musical nas crianças.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDREWS, George Reid. Negros e brancos em São Paulo. Bauru: EDUSP, 1998.]
ANTONACCI, M. A.. Decolonialidade de corpos e saberes: Ensaio sobre a diáspora do eurocentrado. In: _____. Memórias Ancoradas em Corpos negros. São Paulo: Educ, 2013. p. 239-281.
BITTENCOURT, Circe. Os confrontos de uma disciplina escolar: da história sagrada à história profana. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 13, n. 25-26, set. 92/ago. 93, p. 193-221.
BRASIL. Lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.639.htm > Acesso em 04 de Junho de 2019.
CARVALHO, Lilian Rocha de Abreu Sodré. Músicas Africanas na sala de aula: cantando, tocando e dançando nossas raízes negras. 1. Ed.- São Paulo: Duna Dueto, 2010.
CUNHA JR., Henrique. A História Africana e os Elementos Básicos para o seu Ensino. In: LIMA, Ivan Costa; ROMÃO, Jeruse Maria (Coord.). Negros e Currículo. Florianópolis: Atilènde (Núcleo de Estudos Negros), 2002, p. 55-72
FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Liberdade. Rio de Janeiro Paz e Terra, 1984.
JEADOT, N. Explorando o universo da música. São Paulo: Spicione, 1997
LEMOS, Renato De Lyra. Antes De Ser Brasileiro Eu Sou Preto: representações de África no imaginário da música popular brasileira. Monografia. Universidade Federal de Pernambuco: 2013.
MARTINS, Rosimary Pereira Lima. Contribuição da música no desenvolvimento das habilidades motoras e da linguagem de um bebê: um estudo de caso. 2004. Monografia do Curso de Pós-graduação da Escola de Música e Belas Artes do Paraná.
OLIVEIRA, M. W. et al. Processos educativos em práticas sociais: reflexões teóricas e metodológicas sobre pesquisa educacional em espaços sociais. In: REUNIÃO DA ANPED, n.32, 2009, Caxambu. Anais. Caxambu: Anped, out., 2009, p.1-17.
SILVA, Petronilda B. G. Aprendizagem e Ensino das Africanidades Brasileiras. In: ROMÃO, Jeruse Maria (Coord.). A África está em nós – Africanidades Catarinenses – Manual do Professor. João Pessoa: Grafset, 2010, p. 41-43
SOMMERHALDER, A.; ALVES, F. D. Infância e Educação Infantil: aspectos inconscientes das relações educativas. Paidéia, Ribeirão Preto: USP, n. 22, vol. 52, 2012.

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