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Combustíveis Fósseis de Petróleo Os principais combustíveis automotivos derivados do petróleo são a gasolina e o diesel. A gasolina é utilizada em motores de ignição por centelha (ICE) e o diesel é utilizado em motores de ignição por compressão (ICO). Gasolina A gasolina é uma mistura bastante complexa, constituída de mais de uma centena de diferentes hidrocarbonetos, sendo a maior parte de compostos saturados (somente com ligações simples) e contendo de 4 a 12 átomos de carbono por molécula. A fórmula química para gasolina comum é C8H15. A faixa de ebulição da gasolina utilizada em automóveis varia de 30oC a 220oC; para aviões, a gasolina contém componentes menos voláteis, pois a pressão atmosférica nas alturas é menor e, portanto, a temperatura de ebulição também diminui. A densidade da gasolina é de 0,72 kg/L (0,026 lb/in3; 719,7 kg/m3; 6,073 lb/US gal; 7,29 lb/gal). A gasolina apresenta uma densidade de energia de aproximadamente 32 MJ/L (9,67 kWh/L; 132 MJ/US gal; 36,6 kWh/US gal). A formulação da gasolina pode demandar a utilização de diversas correntes oriundas do processamento do petróleo: nafta virgem, produto obtido a partir da destilação direta do petróleo e, em geral, de baixa octanagem; nafta craqueada, que é obtida a partir da quebra de moléculas de hidrocarbonetos mais pesados (gasóleos); nafta reformada, obtida de um processo que aumenta a quantidade de substâncias aromáticas, com baixo teor de olefinas (alquenos) e com alto número de octano; nafta de coque, obtida em processo de coqueamento de frações pesadas oriundas da destilação a vácuo do petróleo, constituída principalmente de olefinas e quantidades moderadas de aromáticos, com números de octano de moderados para baixos; e nafta alquilada, obtida em um processo que produz iso‐parafinas de alta octanagem a partir de iso‐butanos e olefinas. Em média, aproximadamente 74 L (16,2 gal ou 19,5 US gal) de gasolina são produzidos de um barril de 160 L (35 gal ou 42 US‐ gal) de petróleo (aproximadamente 46% em volume), variando de acordo com a qualidade do petróleo e o grau da gasolina. A característica antidetonante (“antiknock”) de uma gasolina, isto é, sua compressibilidade, que indica se a mistura combustível gasolina‐ar não está explodindo muito rapidamente (antes de o pistão chegar ao fundo do cilindro), é expressa em termos de "número de octano". O número de octano é uma medida da resistência à detonação espontânea. Este número refere‐se, na verdade, à quantidade relativa do composto iso‐ octano, que é, dentre os compostos presentes na gasolina, o que apresenta a maior compressibilidade e, também, um dos menores pontos de fulgor (temperatura na qual o líquido já liberou vapor suficiente para formar uma mistura inflamável com o ar): apenas 2,2oC. Quanto maior o número de octano da gasolina maior será a sua resistência à detonação espontânea. É possível, entretanto, aumentar o número de octano de uma gasolina pela adição de aditivos. Um dos primeiros utilizados foi o tetraetilchumbo. Este aditivo é capaz de retardar a combustão da mistura, mas foi proibido, na maioria dos países, na década de 1980, devido a sua extrema toxicidade. No Brasil, atualmente, utiliza‐se o etanol (23% em volume) como antidetonante (número de octano da ordem de 110), que, além de ser de fonte renovável, é oriundo do processamento de vegetais (cana‐de‐açúcar, milho e outros) que podem reabsorver parte do CO2 liberado na queima do combustível, reduzindo, portanto, os níveis de poluição atmosférica. A gasolina pode receber compostos adicionais para prevenir a formação de depósitos de sujeira no motor (moléculas detergentes), para evitar o congelamento no carburador, em dias frios (anticongelantes) e para reduzir a oxidação da gasolina e do motor (antioxidantes). Diesel O diesel de petróleo ou diesel fóssil é produzido da destilação fracional do petróleo entre 200°C (392°F) e 350°C (662°F), à pressão atmosférica, resultando em uma cadeia carbônica que contém tipicamente entre 8 e 21 átomos de carbono por molécula. O diesel é composto de aproximadamente 75% de hidrocarbonetos saturados (principalmente parafinas incluindo n, iso, e cicloparafinas) e 25% de hidrocarbonetos aromáticos (incluindo naftalenos e alkilbenzenos). A fórmula química para o diesel combustível comum é C12H23, variando de C10H20 a C15H28. O diesel é imiscível com água. A densidade do diesel é de aproximadamente 0.85 kg/L (7.09 lb/US gal), em torno de 18% maior que a da gasolina. Quando queimado, o diesel libera em torno de 38.6 MJ/L (138,700 BTU/US gal), ao passo que a gasolina libera 34.9 MJ/L (125,000 BTU/US gal), 10% menor em densidade de energia, mas 45.41 MJ/kg and 48.47 MJ/kg, 6.7% maior em energia específica. O diesel é mais fácil de destilar que a gasolina. Entretanto, devido às mudanças recentes na regulamentação internacional de qualidade de combustíveis, um refino adicional é requerido para remover o enxofre do diesel, contribuindo para elevar o preço deste combustível. Os motores a diesel não utilizam ignição por centelha, como no caso da gasolina. O motor a diesel comprime o ar dentro do cilindro elevando a pressão e a temperatura (taxas de compressão de 15:1 to 21:1 são comuns). O diesel é injetado diretamente no cilindro, próximo ao final deste, e as temperaturas elevadas no interior do cilindro promovem a reação do diesel com o oxigênio na mistura, aquecendo e expandindo a mistura que queima de modo a converter as diferenças de temperatura/pressão em trabalho mecânico (movimento do pistão). As elevadas taxas de compressão utilizadas em motores diesel resultam nestes serem mais eficientes que os motores a gasolina. Esta eficiência mais alta e o fornecimento de um maior torque pelo motor a diesel são as razões principais para se utilizar motores a diesel em veículos pesados, tais como ônibus e caminhões. Veículos com motores a diesel em geral apresentam uma maior economia de combustível e produzem menos gases de efeito estufa que os equivalentes a gasolina. A maior economia de combustível é devido a maior densidade de energia do diesel combustível e a eficiência intrínseca do motor a diesel. Embora a maior densidade de energia do diesel resulta em emissões mais intensivas de gases de efeito estufa por litro que a gasolina, os 20 a 40 % de economia alcançados por motores a diesel compensam as emissões mais altas por litro e produzem de 10 a 20 % menos gases de efeito estufa que os veículos a gasolina equivalentes.
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