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combustão aula 4

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22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/28
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMBUSTÍVEIS,
LUBRIFICANTES E
ADITIVOS
AULA 4
 
 
 
22/05/2021 UNINTER - COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E ADITIVOS
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/28
 
 
 
 
 
 
Prof. Flávio Rodrigues
CONVERSA INICIAL
GASOLINA AUTOMOTIVA
Um dos derivados do petróleo mais utilizados no Brasil é a gasolina. Seu
consumo supera os 20 bilhões de litros/ano.
Os veículos movidos a motores de combustão interna ainda são a maioria em
nosso país.
Nesta aula pretendemos estudar esse combustível, entender como ele se
comporta no motor, qual a sua composição e qual a recomendação mais correta
para os automóveis.
TEMA 1 – GASOLINA NO MOTOR DE COMBUSTÃO
INTERNA
1.1 INTRODUÇÃO
A gasolina é um combustível formado por hidrocarbonetos (moléculas de
carbono e hidrogênio), utilizada em motores de combustão interna de ignição por
centelha (ICE). A combustão desse produto gera energia, a qual está contida nos
gases resultantes a alta temperatura e pressão. Essa energia é transferida pela
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expansão dos gases no interior do cilindro, produzindo o trabalho necessário ao
movimento do automóvel.
1.2 CICLO DE QUATRO TEMPOS DO MOTOR A GASOLINA
O motor de ignição por centelha (vela) apresenta quatro tempos, para fechar
um ciclo completo de funcionamento que são:
Primeiro tempo – admissão: o êmbolo (pistão) desce dentro do cilindro do
ponto morto superior (PMS) até o ponto morto inferior (PMI), durante o
processo a válvula de admissão está aberta, entrando assim, por depressão, a
mistura de ar e combustível.
O PMS é a altura máxima que o pistão sobe, chegando à câmara de
combustão, mas não a atingindo. Já o PMI é o ponto mais baixo que o pistão desce
dentro do cilindro.
Segundo tempo – compressão: o pistão começa a subir do PMI ao PMS,
sendo que a válvula de admissão (que permite a entrada da mistura de ar e
combustível) e a válvula de escape (que libera a saída dos gases provenientes
da combustão), estão fechadas.
Quando o pistão sobe ao PMS ele comprime a mistura de ar e combustível que
já esta confinada na câmara de combustão.
Terceiro tempo – combustão (explosão): nesse tempo as válvulas
permanecem fechadas, então no momento que o pistão atinge o PMS, a vela
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produz a centelha que inflama a mistura de ar e combustível. Na sequência
temos a explosão que empurra o pistão para baixo.
O movimento alternativo do pistão, de cima para baixo, se transforma em
rotativo na árvore de manivelas (virabrequim).
O terceiro tempo é o único que realiza trabalho efetivamente, movimentando,
dessa forma, a caixa de câmbio, por meio do eixo piloto, o diferencial e
posteriormente as rodas do automóvel.
Quarto tempo – escape: o pistão, uma vez no PMI porque foi deslocado pela
explosão, volta a subir. Nesse momento a válvula de admissão está fechada e a
de escape está aberta, assim os gases provenientes do processo de combustão
são expulsos quando o pistão sobre até o PMS.
Figura 1 – Ciclo completo de quatro tempos, que precisa de duas voltas do
virabrequim do motor, fazendo um total de 720 graus de giro. Cada uma das fases
deveria durar 180 graus – metade de uma volta
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Crédito: Udaix/Shutterstock.
Um dos requisitos básicos da gasolina no motor de quatro tempos, com
ignição por centelha, é suportar a compressão sem se auto inflamar.
1.3 COMPOSIÇÃO BÁSICA
A gasolina é composta basicamente por hidrocarbonetos (aromáticos,
olefínicos e saturados). São moléculas mais leves que as que compõem o óleo
diesel, pois são formadas por moléculas de menor cadeia carbônica (entre 4 a 12
átomos de carbono).
A gasolina produzida em uma refinaria de petróleo tem uma composição
complexa. Na sua fórmula podem se utilizar diversos componentes mais leves
provenientes do processamento do petróleo, como, por exemplo, várias
formulações da nafta (leve, craqueada, reformada e alcoilada). A nafta petroquímica
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se apresenta em forma líquida e sem cor, seu potencial de destilação é semelhante
ao da gasolina.
No Brasil um barril de petróleo, que tem aproximadamente 159 litros, após o
refino tem a seguinte proporção de derivados obtidos:
GLP------------------------------------------ 8%
NAFTA PETROQUÍMICA ------------- 8%
GASOLINA -------------------------------- 20%
QUEROSENE ---------------------------- 4%
ÓLEO DIESEL ---------------------------- 34%
ÓLEO COMBUSTÍVEL ------------------ 18%
ASFALTOS / LUBRIFICANTES ------- 8%
As moléculas de gasolina variam o número de carbono, como podemos ver
alguns exemplos na sequência: C4H10, C5H12, C6H14, C7H16 e C8H18.
1.4 HISTÓRIA
A gasolina ainda é um combustível mundial que tem muito consumo e
movimenta a indústria do petróleo.
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Nos anos 1970 essa demanda caiu, em função das medidas adotadas em todo
o mundo visando reduzir o consumo de petróleo em geral devido ao aumento do
preço deste. Os motores dos automóveis tiveram sua cilindrada reduzida – antes os
potentes motores V8 de mais de 5 litros foram substituídos gradativamente por
motores de 1 ou 2 litros e quatro cilindros. Também se procurou, nessa mesma
época, achar alternativas para substituir a gasolina; no Brasil o etanol foi uma boa
solução. Isso foi possível porque nosso país tem um clima favorável ao plantio da
cana-de-açúcar, então o desenvolvimento da indústria do etanol (álcool) foi uma
solução eficiente.
Em decorrência da adoção do etanol (álcool) para os automóveis no Brasil o
consumo da gasolina reduziu de 30% para 12% do consumo do petróleo, isso na
década de 1970. Nessa mesma época o nosso país era dependente da importação
do petróleo para atender o mercado local com os derivados (gasolina e diesel).
Então quando os preços internacionais subiam, nosso país era afetado diretamente.
Somente no final da década de 1990 e início do segundo milênio em que
nosso país foi se tornar autossuficiente na produção do petróleo e seus derivados,
não dependendo mais das oscilações de preço do mercado externo. Muitos poços
de petróleo foram encontrados na Bacia de Campos no litoral do estado do Rio de
Janeiro.  
TEMA 2 – CLASSIFICAÇÃO
2.1 INTRODUÇÃO
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As gasolinas são classificadas de acordo com seu índice antidetonante (IAD)
e pela presença de aditivos.
Alguns tipos de gasolinas são utilizados em função da taxa de compressão do
motor, que é definida como a relação entre o volume total da câmara de
combustão do motor e seu volume morto. De uma forma simplificada, podemos
dizer que a taxa de compressão é a quantidade de vezes que o pistão, dentro do
cilindro, comprime a mistura ar e combustível, aspirada dentro da câmara de
combustão.
2.2 TIPOS DE GASOLINAS
Quanto maior for a taxa de compressão, maior será a temperatura e pressão
no interior do cilindro do motor; isso implica uma máquina de maior rendimento,
porém exige uma gasolina de maior poder antidetonante. A gasolina não deve se
autoinflamar pela pressão sofrida dentro da câmara de combustão, antes da
centelha da vela.
  Basicamente no mercado são oferecidas gasolinas de dois tipos, os quais
variam a octanagem, requisito de qualidade que difere as gasolinas por meio da
sua resistência em entrar em autocombustão.
A mistura ar-gasolina só deve entrar em combustão provocada pela centelha
da vela de ignição.
Assim,são oferecidos no mercado dois tipos de gasolina:
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Comum: de qualidade antidetonante regular.
Premium: de qualidade antidetonante elevada. 
O fator preponderante na diferenciação das gasolinas citadas é o índice de
octano, que é a resistência do combustível à detonação.
Detonação é barulho popularmente chamado de  batida de pino,  ou  grilo do
motor. Na realidade não tem nenhum pino batendo no motor. A batida de pino é,
na verdade, uma combustão anormal da gasolina, e chamada tecnicamente de pré-
ignição.
A batida de pino ou detonação ocorre quando colocamos no motor uma
gasolina de baixa octanagem, mas o cabeçote tem alta taxa de compressão. Essa
inflamação espontânea provoca ondas de choque decorrentes da oscilação de
pressão na câmara.
A consequência poderá vir a ser danos no cabeçote, cabeça do pistão e erosão
das válvulas.
Então no momento da compressão a gasolina entra em combustão
espontânea, antes da centelha da vela. Essa combustão é irregular e provoca um
barulho metálico nas paredes do cilindro.
Figura 2 – Simulação: o quanto se formam altas temperaturas dentro do
cilindro no processo de combustão
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Crédito: VFXartist/Shutterstock.
2.3 OCTANAGEM
A octanagem da gasolina indica sua resistência à detonação, em comparação
com uma mistura contendo iso-octano (com número de octano creditado igual a
100) presente em uma mistura com n-heptano (número de octano igual a zero).
Citando como exemplo, uma gasolina terá uma octanagem igual a 80 se,
durante o teste, apresentar uma resistência à detonação apresentada por uma
mistura contendo 80% em volume de iso-octano e 20% em volume de n-heptano.
A importância da octanagem da gasolina é justificada, pois o produto precisa
atender as exigências dos motores no momento da compressão, em que há a
elevação da temperatura e pressão, mas sem entrar em autoignição.
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  A gasolina que não cumprir os requisitos de octanagem exigida poderá se
inflamar decorrente da elevação de temperatura e pressão, antes da centelha.
Os testes realizados nas amostras de gasolina são realizados em um motor de
compressão variável, chamado de CFR. Esse tipo de equipamento é utilizado nas
principais refinarias do mundo.
O índice de octano é também conhecido como “octanagem” e pode ser
apresentado de duas formas:
Índice de octano MON: significa o número de “octano motor”, medido em
regime severo de rotação (mais ou menos 900 rpm). Esse índice é o mais
usado no Brasil.
Índice de octano RON: é o número de “octano pesquisa”, medido em regime
mais suave de rotação (em torno de 700 rpm).
É por isso que os resultados do índice de octano RON são sempre maiores
que em MON.
No Brasil, o índice de octano é especificado em MON, e o valor mínimo é de
80. A gasolina brasileira tem índice de octano semelhante a uma gasolina regular
nos Estados Unidos, ou seja, característica típica variando entre 81 e 82 MON. Isso
equivale a dizer que seu índice em RON está entre 90 e 92.
2.4 ÍNDICE ANTIDETONANTE
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Outra forma de se definir a octanagem da gasolina é por meio do índice
antidetonante (IAD), também utilizado no Brasil, pois abrange um universo de
veículos maior que utilizam essa referência. Faz-se uma média dos dois testes de
octanagem, pois na Europa usa-se RON e no Brasil MON.
IAD = (MON+RON)/2
2.5 ADITIVO ELEVADOR DE OCTANAGEM
Durante muitos anos o aditivo mais utilizado para elevar a octanagem da
gasolina era o chumbo tetraetila. Desde 1992 não se utiliza mais esse aditivo, pois é
altamente tóxico. Em substituição a ele passou-se a utilizar um derivado do
petróleo, que é o MTBE (éter metil terciário butílico), mas que tem um custo alto.
No Brasil, em função da disponibilidade do álcool anidro, passou-se a utilizar
este como elevador de octanagem em substituição ao MTBE, na proporção variável
de 20% a 25%. É uma solução técnica que trouxe ótimos resultados.
Importante citar que o álcool anidro adicionado à gasolina não tem água, não
promovendo nenhum tipo de corrosão às partes metálicas do motor.
TEMA 3 – REQUISITOS DE QUALIDADE
3.1 INTRODUÇÃO
A gasolina precisa atender diversos tipos de motores, e para isso precisa ter
alguns requisitos de qualidade. Assim, o combustível vai queimar no tempo certo
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no motor, produzindo potência, torque e economia.
3.2 REQUISITOS
Somente entrar em combustão com o auxílio da centelha da vela, de forma
homogênea e progressiva, sem detonar, aumentando assim o rendimento do
motor e sem causar danos.
Vaporizar-se completamente dentro da câmara de combustão, para que
possa, misturada ao ar, queimar-se completamente, sem formar resíduos.
Figura 3 – Gasolina com coloração clara, que denota combustível limpo e novo
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Crédito: Nexus 7/Shutterstock.
Vaporizar-se suficientemente com o motor frio, de forma a enviar para o motor
a quantidade necessária para permitir a partida (funcionamento) sem
dificuldade.
Não vaporizar-se em excesso, antes de alcançar o sistema de injeção de
forma a não acarretar problemas operacionais à bomba de gasolina e aos bicos
injetores, para que não haja a interrupção do fluxo de combustível para o
motor.
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A gasolina tem uma oxidação natural, pois forma uma goma e depósitos no
sistema de alimentação do veículo. Para evitar, isso utilizam-se aditivos
antioxidantes. Em média a validade da gasolina no tanque de um automóvel é
de três meses.
Outros fatores que podem facilitar a formação da goma são: utilizar a
gasolina em motores que são usados em condições severas de temperatura (alta),
usar produtos que estão há muito tempo em estoque e usar combustível não
aditivado de procedência duvidosa.
Não produzir resíduos de combustão (carbono / carvão), nem depósitos por
oxidação, para evitar entupimentos e danos às peças do motor.
Existem outros fatores que influenciam na formação de depósitos, tais como o
uso de veículos em trânsito urbano (anda e para) e rodar poucas distâncias com o
motor frio, pois neste caso a mistura ainda está rica e o motor não está na
temperatura ideal de funcionamento.
Deve apresentar aspecto límpido, indicando ausência de água, depósitos ou
de alterações de cor.
Devido à diferença de densidade a gasolina não se mistura com a água, mas se
esse líquido passar pela bomba de combustível, em caso de combustível
contaminado, a possibilidade de oxidação generalizada do sistema de injeção é
grande.
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Não ser corrosivo, para evitar desgaste no motor. A corrosão poderá ocorrer
se a gasolina estiver fora da especificação e tiver um teor de enxofre acima do
determinado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo). Além de se tornar um
combustível poluente.
A presença de compostos sulfurados (enxofre) afeta a durabilidade do
catalisador, que tem a função de reduzir as emissões e é utilizado na tubulação de
descarga dos gases da combustão da gasolina. Pode ainda provocar alterações no
óleo lubrificante e corrosão no sistema de exaustão.
O Brasil, seguindo uma tendência mundial, tem reduzido o teor de enxofre da
gasolina em peso de 0,25% para 0,10%.
A redução do teor de enxofre contribui para o aumento da vida do catalisador
automotivo. Portanto, para quem costumaviajar pela América do Sul, alguns países
ainda utilizam gasolina com teor de enxofre em proporção maior do que a usada
no combustível brasileiro.
Não formar poluentes durante a queima para não produzir danos ambientais.
Quem viaja pela América do Sul ainda encontra gasolina com chumbo como
elevador de octanagem. Isso, além de ser poluente, destrói o catalisador do
automóvel.
 Oferecer segurança ao manuseio e baixo teor de produtos tóxicos.
A gasolina automotiva de qualquer tipo é altamente inflamável e possui
compostos como benzeno, tolueno e xileno que são tóxicos.
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3.3 MERCADO CONSUMIDOR
No mercado consumidor são oferecidos basicamente três tipos de gasolina
que são:
1. Comum: apresenta um aditivo “antioxidante”, para evitar a oxidação
prematura. É uma gasolina com qualidade antidetonante regular.
2. Aditivada: contém aditivos antioxidante e “detergente” (controlador de
depósitos) com qualidade antidetonante regular.
3. Premium: além dos aditivos antioxidante e detergente, possui
qualidade antidetonante elevada.
 Algumas observações importantes sobre a gasolina brasileira:
Toda gasolina produzida no Brasil é refinada na Petrobras.
A colocação de aditivos detergentes (controladores de depósitos) e corantes é
realizada fora dos limites físicos das refinarias, sob a responsabilidade das
Companhias Distribuidoras (Shell, Ipiranga, Texaco etc.).
O padrão Europeu de octanagem é o RON e o americano é o IAD. O Brasil
seguia o padrão americano, ou seja IAD = (MON+RON)/2.
A partir de agosto de 2020, o Brasil passa a adotar o padrão europeu RON.
No Brasil a gasolina comum tem MON = 82 e RON = 93, então o IAD= 82 +
93/2= 87.
A gasolina “premium” brasileira tem a octanagem MON = 91.
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No padrão RON europeu a gasolina comum tem octanagem de 93 e a
“premium”, de 97.
TEMA 4 – ESPECIFICAÇÃO GASOLINA ANP (AGÊNCIA
NACIONAL DO PETRÓLEO)
4.1 INTRODUÇÃO
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, por meio da
Resolução ANP n. 807, de 23.01.2020 (ANP, 2020) define e especifica os quatro
tipos de gasolina para uso automotivo e as obrigações quanto ao controle de
qualidade a serem atendidas pelos agentes econômicos que comercializarem o
produto em todo o território nacional.
Essa nova resolução vem especificamente tratar da identificação da octanagem
do combustível, utilizando como padrão de medida a octanagem RON de padrão
europeu.
Isso se justifica porque a maioria dos veículos produzidos em nosso país são
projetos de origem europeia (Itália, França e Alemanha). Esses automóveis têm
motores de baixa cilindrada, alta taxa de compressão, cabeçotes multiválvulas e
utilização de turbo compressores.
4.2 CLASSIFICAÇÃO ANP PARA GASOLINA AUTOMOTIVA
As gasolinas automotivas classificam-se em:
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Gasolina A comum: é produzida nas refinarias de petróleo e entregue
diretamente às companhias distribuidoras. Gasolina isenta de produtos
oxigenados (álcool ou MTBE), que são acrescentados nas distribuidoras. Ela é
basicamente uma mistura de naftas, de tal forma que enquadra o produto na
especificação prevista na legislação. Esse produto é a base da gasolina
disponível nos postos revendedores.
Gasolina A premium: apresenta uma formulação especial. Isenta de álcool ou
outros compostos oxigenados, é obtida a partir da mistura de naftas de
elevada octanagem (nafta craqueada, alcoilada e reformada). Apresenta ótima
resistência à detonação em relação à A comum. Esta gasolina é entregue
diretamente às companhias distribuidoras e constitui a base da gasolina
“premium” disponibilizada aos consumidores finais.
Gasolina C comum: combustível obtido a partir da mistura da gasolina tipo A
comum com álcool (etanol anidro combustível/etílico anidro). A proporção de
álcool adicionado à gasolina pode variar de 19% até 21% em volume. Essa
gasolina apresenta um IAD de 87, mínimo.
Gasolina C premium: É obtida a partir da mistura da gasolina A premium com
álcool (etanol anidro combustível/etílico anidro). A proporção de álcool
adicionado à gasolina pode variar de 19% até 21%. Essa gasolina foi
desenvolvida com o objetivo de atender os veículos nacionais e importados
que trabalhem com taxa de compressão maior e alto desempenho. Essa
gasolina apresenta um IAD de 91, mínimo.
Observação: somente os distribuidores de combustíveis poderão realizar a
adição do etanol (álcool) à gasolina A, objetivando obter a gasolina C.
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4.3 CARACTERÍSTICAS E RECOMENDAÇÕES
Com relação à utilização da gasolina, cabem aqui alguns comentários, que são:
A gasolina de alta octanagem (premium) é recomendada para veículos
importados que têm motores de alta performance. Modelos nos quais os
motores foram concebidos e testados em seus países de origem, utilizando
combustíveis que permitem otimizar a potência e o torque originais.
Veículos que originalmente foram projetados com motores de baixa cilindrada
e com o objetivo de serem econômicos não necessitam desse tipo de combustível
(alta octanagem) e utilizá-los não fará nenhuma diferença no desempenho do
veículo e nem na economia.
Cada país do mundo tem algumas pequenas diferenças na gasolina; às vezes a
octanagem, em outras o uso do MTBE ou álcool. Então, quando um veículo é
fabricado no Brasil para ser exportado, ele deve ser testado em laboratório
com o combustível do país que o automóvel será enviado. Após testes em
dinamômetro, são levantadas as curvas de torque e potência e os dados são
gravados nos módulos de injeção do lote de veículos que será exportado.
O uso de gasolina aditivada é útil a médio e longo prazo, pois o detergente
vai manter o sistema de alimentação de combustível do motor sempre limpo.
Esse combustível deve ser usado com frequência, assim o resultado aparece.
A gasolina é um combustível mais econômico quando comparado com o
álcool combustível, pois existe um termo da química, chamado “mistura
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estequiométrica”, que define quanto de ar é preciso para queimar a mistura
no motor do automóvel.
Estequiometria é a forma de determinar a quantidade de reagentes a ser usado
e a quantidade de produtos que serão obtidos em uma reação química.
No caso da gasolina precisa-se de 15 partes de ar para uma de
combustível.
No motor a álcool essa proporção é de nove partes de ar para uma de
álcool (etanol).
Isso significa que a mistura da gasolina é mais pobre, pois tem mais ar na
proporção para a queima completa do combustível.
No caso do etanol a mistura é mais rica, pois o combustível trabalha com
menos ar na proporção.
O poder calorífico é a quantidade de energia por unidade de massa (ou de
volume, no caso dos gases) liberada na queima (oxidação) de determinado
combustível líquido.
A gasolina tem o poder calorífico de 9.600 kcal/kg e o etanol, de 6.800
kcal/kg.
O poder calorífico da gasolina é superior ao do álcool, logo, os carros movidos
a etanol apresentam maior consumo de combustível, mesmo com os motores
tendo ótimas condições de desempenho.
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Figura 4 – Bomba de combustível na Rússia, mostrando opções de gasolina
com octanagem de 95 e 92. O outro bico é de diesel
Crédito: Icemos/Shutterstock.
TEMA 5 – CONTAMINAÇÕES, ADULTERAÇÕES E
UTILIZAÇÃO
5.1 INTRODUÇÃO
Neste tópico vamos comentar sobre alguns problemas encontrados quando a
gasolina não está dentro da especificação requerida para os motores.
5.2 CONTAMINAÇÕES
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A gasolina deve apresentar aspecto límpido e claro, e ser isenta de impurezas.
Visualmente deve ser livre de água, que seria notada, pela formação de duas fases
devido à diferença de densidade, turvação ou de bolhas.
A gasolina do tipo A e do tipo C, sem aditivo, a cor pode variar do incolor ao
amarelo.
Quando a gasolina é aditivada, ela recebe um corante, geralmente no
distribuidor, para diferenciá-la das demais da concorrência. Alguns distribuidores
vendem a gasolina com uma cor diferente, assim seu produto se destaca.
A gasolina pode apresentar qualquer cor, exceto o azul (reservada para a
gasolina de aviação) e rosa (reservada para a mistura formada por metanol, etanol e
gasolina / MEG).
A alteração na cor da gasolina pode ocorrer devido à presença de
contaminantes (reservatório enferrujado de armazenamento) ou mesmo devido à
oxidação de compostos instáveis nela presentes (compostos nitrogenados).
Figura 5 – Em função do marketing dos distribuidores, hoje a gasolina pode ter
várias cores além da amarelada
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Crédito: Phive/Shutterstock.
5.3 ADULTERAÇÕES
A adulteração da gasolina pode provocar muitos problemas no automóvel,
principalmente na bomba de combustível e nas partes internas do motor.
Estima-se que cerca de 50% da adulteração de gasolina no país seja feita por
meio da adição de álcool anidro, em proporções bem acima da recomendada pela
ANP (19% a 21%), podendo chegar a mais de 40%. Essa é uma forma de tornar o
combustível mais barato e atrativo ao consumidor.
A utilização o álcool em proporção maior terá como consequência um
aumento do consumo de combustível do automóvel. O cliente que faz a opção por
utilizar a gasolina, tem como objetivo maior a economia de combustível, uma vez
que o poder calorífico do derivado de petróleo é maior.
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Outra alteração é aquela na qual são acrescentados solventes e produtos
refinados produzidos pela indústria petroquímica à gasolina. Acredita-se que o
mercado brasileiro de combustíveis movimenta cerca de 100 milhões de litros de
solvente por mês. O excesso desses produtos na gasolina pode ser tão ou mais
prejudicial que a adição de álcool anidro. Além da perda de potência e do aumento
do consumo, os resíduos da borracha e plástico em contato com o solvente tendem
a se depositar no diafragma da bomba de combustível, inutilizando-a. É comum
também se encontrar elementos estranhos depositados nas válvulas e dentro das
câmaras de combustão do motor. Trabalhando com depósitos de carvão em cima
do pistão, a queima do combustível torna-se irregular, pois ocorre a pré-ignição,
fazendo com que o veículo perca o desempenho.
Os principais sintomas da gasolina adulterada são:
Falhas no funcionamento do motor.
Instabilidade na marcha lenta.
Partidas mais difíceis.
Motor “bate pino”.
Motor engasga e chega a parar.
Desempenho e rendimento diminuem.
Maior emissão de poluentes.
Elevação do consumo.
Borrachas do sistema de alimentação se desmancham.
Aumento do depósito de carvão nas válvulas e nas velas.
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5.4 UTILIZAÇÃO
Utilizar a gasolina de forma adequada faz com que o proprietário do
automóvel não tenha gastos excessivos com o consumo de combustível e com as
reparações indesejadas.
Para que se possa tirar o máximo de proveito desse combustível,
recomenda-se a adoção de alguns cuidados, que são:
Manter os motores dos veículos regulados, com as manutenções
recomendadas pelos fabricantes em dia. Nesse aspecto é importante citar que
quando a luz indicadora de anomalia no sistema de injeção acende, pode
indicar problemas no sensor de oxigênio. Isso acarretará em consumo alto de
combustível e futuros danos ao catalisador. Portanto, nesse caso deve-se levar
o veículo o quanto antes na oficina.
Sempre trocar os filtros de combustível e ar, quando for o período
recomendado. Filtros de gasolina saturados por impurezas podem impedir o
fluxo correto de combustível para o motor (bicos injetores) e causar perda de
potência. Já um filtro de ar sujo (saturado) provoca insuficiência de ar para a
queima, o que leva a um aumento do consumo de combustível e das emissões
de hidrocarbonetos.
As velas de ignição do motor devem estar em bom estado de funcionamento
e conservação. Para ter uma queima completa é preciso que as velas estejam
funcionando perfeitamente, com uma centelha forte. Velas com abertura do
eletrodo incorreta ou com desgaste provocam o aumento do consumo de
combustível e perda de potência do motor.
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Não use gasolina envelhecida. Se o veículo for ficar parado muitos dias,
procure esvaziar ou consumir o combustível que está no tanque. Combustível
parado sempre forma goma, decorrente da oxidação da gasolina.
Quando for abastecer em postos de serviço, prefira sempre aqueles que
representam uma marca e têm um compromisso de qualidade com o
consumidor. Geralmente nesses postos existe uma manutenção periódica de
limpeza nos tanques de armazenamento.
Não utilizar no tanque de seu veículo algum aditivo que não tenha sido
testado e previamente aprovado. Os automóveis fabricados no Brasil já saem
de fábrica com os motores regulados para usar gasolina tipo C (comum ou
premium) produzida aqui.
FINALIZANDO
Nesta aula estudamos sobre a gasolina utilizada nos automóveis. Avaliamos as
suas características, sua aplicação e as recomendações para obter os melhores
resultados de consumo e desempenho nos veículos.
REFERÊNCIA
ANP – Agência Nacional do Petróleo. Resolução ANP n. 807, de 23 de janeiro
de 2020. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 jan. 2020. Disponível em:
<http://legislacao.anp.gov.br/?path=legislacao-anp/resol-
anp/2020/janeiro&item=ranp-807-2020>. Acesso em: 8 dez. 2020.
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