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Leishmanioses Histórico no Brasil: Moreira 1895: botão endêmico dos países quentes (Botão da Bahia) 1909 leishmânias em úlceras cutâneas e nasobucofaríngeas (áreas de desmatamento) 1911: forma mucosa Gaspar Vianna: deu nome de Leishmania braziliensis Aragão (1922) demonstrou o papel do flebotomíneo (mosquito) na transmissão da leishmaniose tegumentar Forattini (1958): roedores silvestres parasitados; florestas SP Leishmaniose tegumentar Cutânea: localizada, múltipla, disseminada ou difusa Mucosa Etiologia: Protozoário flagelado heteróxeno Protozoa, Sarcomastigophora, mastigophora, Kinetoplastida, trypanosomatidae Cutanea: Subgeneros Leishmania e Vianna Brasil: amazonenses, guyanensis, braziliensis Leishmaniose cutânea: Parasitas ic obrigatórios, SMF de mamíferos Amastigotas e promastigotas Divisao por fissão binaria Variabilidade: troca genética spp. e mutações Promastigotas móvel, flagelada, vive extracelular, forma infectante para o homem, vive no instestino anterior do inseto vetor Cultivavel Uma vez fagocitadas, perdem o flagelo - Amastigotas: Intracelular, arredondada, nos tecidos Estrutura para nuclear – kinetoplasto Proteinas diferenciais de membrana (GP63) Imunidade: estímulo e escape ao complemento; interação com o hospedeiro Epidemiologia: Antropoozonose negligenciada (OMS) Notificação compulsória com novas áreas endêmicas OM, Ásia central, Norte da África: Phlebotomus é o transmissor L. major: soldados americanos L. tropica: urbana L. aethiopica: Quênia e etiópia América Latina: Brasil: amazonenses, braziliensis (mais ampla), guyanensis (muitos reservatórios) Lutzomyia transmissor -> mais rural, reservatórios roedores L. panamensis L. peruviana L. mexicana: argentina no sul Vetor natural – transmissão: Animal, artrópode, inseto, díptero, Phlebotominae, Phlebotomus ou Lutzomyia 16 spp. vetores Brasil Hábito diurno, curta distância de voo Nutrição do vetor Pápula pós picada: facilitador inflamação -> macrófagos Eventual transmissão por transfusão Reservatórios naturais e humano Patogênese: Doença depende de interação imune/evasão parasitária Entrada promastigotas pela pele Ação neuroendócrina: inflamação, macrófagos Lise pelo complemento e fagocitose por neutrófilos Adesão a novos macrófagos e fagocitose Amastigotas no fagolisossomo: fissão binária Adaptadas ao pH e metabolismo oxiativo do mo. mo apresenta antígenos aos CD4 Respostas TH1 ou TH2: determina o tipo de lesão O processo inflamatório é que gera a lesão. Leishmanias diferentes tem diferentes padrões inflamatórios e graus de ativação celular – diferentes lesões Formas difusa (infiltrativa) e disseminada (acneiforme): quantidade de parasitas diferentes, lesões, resposta imune Sinais e sintomas: Incubação: 15 dias a 2 meses (visceral até 1 ano) Nódulo pruriginoso (coceira) Evolui para um úlcera indolor, ovalada, bordas elevadas, única (localizada) ou várias, fundo granuloso, eeco ou exsudativo, tamanho variado Forma da úlcera -> diagnóstico diferencial Linfonodomegalia: secundária à inflamação, mas precede a lesão - Forma disseminada: pequenas e muitas lesões ulceradas ou não, acneiformes - Forma difusa: extensas lesões infiltrativas na derme (de máculas a lesões nodulares por todo o corpo, principalmente orelha externa, face e membros) Diagnóstico: Lesões características em área endêmica ou viagem Pesquisar o parasita no tecido: direta ou indireta: punção aspirativa, imprint, escarificação, com corantes específicos e microscopia Cultivar em NTT, LIT e xeno (menos sensível), melhor em lesão ativa Biopsia da lesão: caracteriza o infiltrado, Leishmania por coloração e imuno-histoquímica altamente específica Intradermorreação de Montenegro (HT) – só na localizada ELISA, IFI – até 95% sensibilidade em L. braziliensis Western-blotting – trabalhoso e caro, 70% PCR: sensível (90%) indisponível comercialmente Diagnóstico diferencial necessário em alguns casos Tratamento: Localizada: cicatrização espontânea (perigo) Leishmanicidas: antimoniais pentavalentes – 20 dias, im dolorosa ou ev com internação Pentamidina, anfotericina B (muitos efeitos adversos) Novas anfotericinas lipídicas (menos tóxicas, pouco disponiveis no SUS) Miltefosine oral (já disponivel no Brasil) Medicações tópicas (eficácia menor) Seguimento de pacientes mensal e determinação de cura – 3 meses após tratar Recidiva: até um ano, e não cura: falha a dois tratamentos completos Profilaxia: Não tem vacinas efetivas ainda -> proteção mas não fica completamente imune Leishmanização: em desuso exceto no OM Áreas endêmicas: mosquiteiros, telas, inseticidas e peridomicílio (piretróides e carbamatos) Repelentes e indumentária (viajantes e trabalhadores) Higiene e limpeza Tratamento do homem e animais domésticos (interromper o ciclo) Busca ativa de casos e tratamento Leishmaniose mucosa: Leishmania (viannia) braziliensis Metástase da forma cutanea não tratada 3 a 8% simultanea ou após anos Septo nasal e orofaringe Prevalece em homens acima de 40 anos Patogenia: Maior resposta prolifertativa de linfócitos Muita inflamação e destruição tecidual, progressiva e irreversível TNF alfa, infiltrado, IFN gama, IL4 IL4 inibe macrófago – cicatrização dificil Antígenos permanentes e TNF pós-terapia: recidiva inflamatória Sinais e sintomas: Septo nasal, seios da face, ducto lacrimal e córnea Palato: lesoes granulomatosas dolorosas Laringe e pregas vocais, aspirado pulmonar Brônquios e traqueomalácia Diagnóstico: Clínico: exige diferencial -> hanseniase, neoplasisas, sífilis, etc Intradérmica de Montenegro frequentemente positivas Sorologia (RIFI e ELISA) Biópsia e anatomopatológico (infiltrado inflamatório cronico inespecífico, granuloma, raramente amastigotas), importante porque é diferencial Imunohistoquímica para antígenos em lesoes PCR: diagnostica até a espécie, porem é inviável no SUS Tratamento: - Antimoniais pentavalentes – 20mg/kg/dia, 30 dias (im ou ev) Atua no metabolismo energético de amastigotas (glicólise e beta oxidação) Contra indicações: gestação, cardiopatias, nefropatias e hepatopatias Necessários previamente: ECG (durante tambem), dosagem da creatinina e ureia, leucograma Associação com pentoxifilina (em casos de falhas) Efeitos colaterais incontáveis (náuseas e cefaleia até morte súbita) - Anfotericina B deoxicolato Interage com ergosterol de membrana, causando aumento de permeabilidade e morte Intravenosa; 1 a 1,5 g (muito demorada) Contra indicação: gestantes, cardiopatias e nefropatias Efeitos colaterais diversos: febre, cefaleia, hipocalemia, etc Necessário dosar, durante o tratamento: sódio, potássio, magnésio, etc (exames durante o tratamento) - Pentamidina, im ou ev Interfere na síntese de DNA, altera o cinetoplasto e fragmenta a membrana mitocondrial 3 a 10 x 4 mg/kg/dia, dias alternados Contra indicações: gravidez, diabete, nefropatias, cardiopatias Efeitos adversos: náuseas, vomitos, cefaleia, hipoglicemia, hipotensao, aumento de ureia e creatinina, etc Durante o tratamento: ECG, dosar glicemia, creatinina e ureia - anfotericina B de formulações lipídicas, 2g (infusao total) -> cara, mas muito eficiente e menos evasiva - Miltefosina: uso oral, altera a composição da membrana do parasito, ainda pouco usada no Brasil Profilaxia: tratar forma tegumentar Leishmaniose visceral: Caracterizada por febre irregular, manifestações respiratórias e intestinais, emagrecimento, hepatoesplenomegalia, micropoliadenopatias e pancitopenia Fatal, se não tratada, por bacterioses secundárias e disturbios de coagulação Etiologia: complexo donovani: L. donovani, L. chagasi, L. infantum Epidemiologia: Regioes tropicais de todo o mundo Brasil: áreas rurais, periurbanas e urbanas OMS: 500 mil casos/ano (subnotificado, chegando a 1,5 mi, com 500 mil mortes) Brasil: 2000-3000 casos/ano - L. infantum: bacia do mediterrâneo, China – ampla diversidade de vetores (P. perniciosus), zoonose: cão, canídeos, roedores - L. chagasi: américas, L. longipalpis; cão reservatório principal; outros canídeos (gambás e raposas) e DIdelphis spp. (sacrifício de cães) - L. donovani: áfrica e sudesteasiático, vetores P.martini, P. orientale, P. argentipes; rato do Nilo reservatório; antroponose Co-infecção por HIV: Frequente Notificada basicamente por países europeus Homens adultos Ruralização da AIDS x urbanização de LV Leishmani complexo donovani: - amastigotas: nos vacúolos digestivos de vertebrados, ovais e muito pequenas, cinetoplasto, flagelo rudimentar contido no saco flagelar - promastigotas: flagelo único, sem membrana ondulante, extracelulares, tubo alimentar do vetor Gp63 LPG: escape à imunidade (proteinas de membrana que promovem), interação hospedeiro Transmissão e ciclo de vida: Vetor e hi: fêmeas de Lutzomyia longipalpis (L. chagasi), manhã e tarde Amastigotas transformam em promastigotas: 15h (fissão binária) Promastigotas: i. médio e i. anterior; picada e regurgitação Promastigotas fagocitadas por macrófagos (saliva do inseto: peptídeos inflamatórios, ecape à lise inespecífica pelo complemento) Transformam-se em amastigotas dentro do macrofago Multiplicam-se por fissao binárias Macrófagos rompe-se Patogenia: Assintomáticos, imunes, oligossintomáticos, cura espontânea Gp63: parasita não destruido pelo complemento Evolução clássica: resposta TH2, depende de fatores do hospedeiro – promotores de TNF, IL12 e NK, interferon gama Leishmania do complexo donovani inibe a produção de IL12 (TH1) em macrófagos Na TH2: macrófagos se rompem Amastigotas invadem outros macrófagos Macrófagos parasitados produzem GM-CSF e outros quimioatrantes – multiplicação exponencial do parasita Células de Langerhans disseminam parasitas para linfonodos, baço fígado e medula óssea Citocinas TH2: resposta LB, IgM e IgG Imunocomplexos e anti-imunoglobulinas OBS: reação de Montenegro negativa (não tem TH1) Sinais e sintomas: Pela sintomatoliga: aparente e inaparente: Inaparente: diagnóstico sorológico mimetizavel; sem indicação terapeutica Importante: incubação 3 meses Aparentes: variam muito: discretas à letalidade Suspeita clínica: febre persistente, adinamia, anemia, espleno e/ou hepatomegalia Evolução clínica: Periodo inicial: febre irregular, palidez, cutaneo-mucosa, hepatoesplenomegalia, discreta, tosse seca e diarreia Relato de uso irregular de antibacterianos (confundidos) Período de estado: Sinais iniciais exarcebados: febre com dois picos diários, baço elástico, crescido e endurecido, fígado crescido, emagrecimento, etc Procura pelo serviço médico decorre de histórico clinico arrastado Período final: Febre continua e comprometimento geral, desnutrição, edema de membros inferiores, disturbios hemorrágicos, icterícia, ascite Óbitos: pneumonias, sepses, insuficiencia caríaca, hemorragias digestivas, gastrenterites Sintomas na co-infecção HIV LV oportunista Sinais de LV confundidos Febre, hepatoesplenomegalia, linfadenomegalia Cutâneas, respiratóriasm gastrointesinais Diagnóstico: Pancitopenia, hipergamaglobulinemia, hipalbuminemia: intennsidade varia com a fase Período de estado: alterações evidentes ao hemograma; aumento de enzimas e bilirrubina, anticorpos elevados, baixa albuminemia Facilmente encontrados no exame direto ou cultivo Periodo final: acentuam-se as alterações relatas Diagnóstico diferencial, malária, sepse, etc Diagnóstico sorológico: Muitos anticorpos, boa sensibilidade RIFI (SUS) e ELISA (não comum na rede pública) Antígenos recombinantes em testes rápidos Montenegro não recomendado (negativo) Diagnóstico parasitológico: Promastigotas em cultura Esfregaçõ fixado de punção de baço (invasivo), medula (quadril), linfonodos, biópsia de tecido (pesquisa de amastigotas) Laminas coradas (GIEMSA) exaustivamente observadas Material puncionado pode tambem ser cultivado em NNN, RPMI Xenodiagnóstico inoculado em Hamsters (demorado, 3 meses) -> contraindicado Tratamento: - glucantine (20-40 dias, im dolorosa ou ev com internação) - anfotericina B (poliênico e lipídicas) - aminosidina - miltefosine oral Profilaxia: Combate ao vetor: piretróides nas paredes externas, internas e anexos domiciliares Eliminação de cães positivos (questionável hoje): sorologia 6-6m Tratamento dos doentes Programas de vigilância epidemiológica Imunidade e vacinas (futuro)
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