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PARASITOLOGIA – aula T. cruzi e leishmania – ( ) – Leishmania sp. Leishmaniose o Doença relacionada à pobreza e cresce com o aumento da desigualdade social; o Segundo a OMS, é ainda um grave problema de saúde pública; o Faz parte do grupo de doenças negligenciadas pela indústria farmacêutica e agências de financiamento de pesquisa; São dípteros da família: Psycodidae – subfamília: Phlebotominae – Gênero: Phlebotomus e Lutzomya Lutzomyia – vetores de leishmaníases das Americas; Phlebotomus – vetores de leishmaníases da África, Europa e Ásia. Só a fêmea se alimenta de sangue humano. A saliva dos flebotomíneos tem papel fundamental na infecção do parasita – como ela é liberada junto aos promastigotas, ela propicia um melhor ambiente para eles. Obs. Flebotomíneos, mais conhecidos como mosquito-palha (são insetos). Apresentam duas formas evolutivas: amastigota (no vertebrado) e promastigota (no invertebrado); São parasitas heteróxenos – parasitam o homem e outros mamíferos, e parasitam os flebótomos (hospedeiros invertebrados); Se reproduzem de forma binária simples; Parasitam as células do sistema fagocítico monocitário; Forma tegumentar – macrófagos e monócitos da pele e mucosas; Forma visceral – macrófagos, cél. de Kupfer no fígado, baço e medula óssea. 1. Flebotomíneos injeta promastigotas na pele durante a picada; 2. Promastigotas são fagocitados pelos macrófagos; 3. Há a diferenciação em amastigotas nos macrófagos; 4. Os amastigotas se multiplicam e rompem o macrófago, invadindo outros; 5. Durante a picada, o Flebotomíneo ingere macrófagos infectados; 6. Amastigotas se transformam em promastigotas no intestino no inseto; 7. Promastigotas se dividem e migram para o esôfago e faringe do inseto. Forma amastigota – multiplicativa e infectiva (mamíferos); forma não-móvel e arredondada; Formas promastigotas – corpo alongado de forma cilíndrica e possuem um flagelo. Procíclica – forma multiplicativa e não infectiva; Metacíclica – forma não-multiplicativa e infectiva; corpo celular menor e flagelo maior que os da forma procíclica. Na forma visceral – principais reservatórios são cães abandonados e raposas; O cão também fica doente! Não é apenas um hospedeiro intermediário. Na forma tegumentar – diversas espécies de mamíferos como: roedores, marsupiais, preguiças, tamanduás. Obs. O BR está entre os países que concentram o maior número de espécies de flebotomíneo em todo o mundo. Em 2018 → 200 países relataram casos de leishmaniose; >1bilhão de pessoas residem em áreas endêmicas; 92 países/territórios endêmicos – leishmaniose tegumentar; 83 países/territórios endêmicos – leishmaniose visceral. Tendência geral → aumento dos casos. Brasil → um dos países de maior prevalência da leishmaniose tegumentar no mundo (hotspot); a visceral também é muito prevalente no BR. Obs. Doença te, se tornado cada vez mais URBANA → alta capacidade de adaptação dos flebotomíneos (vetor principal)! Cutânea localizada → formas que produzem exclusivamente lesões cutâneas, ulcerosas ou não, porém limitadas; Cutânea difusa → formas disseminadas cutâneas; se apresentam em indivíduos anérgicos ou em pacientes que foram tratados de calazar; Muco-cutânea → se complicam frequentemente com o aparecimento de lesões destrutivas nas mucosas do nariz, boca e faringe; Visceral ou calazar → formas viscerais em que os parasitos apresentam tropismo pelo SFM (sistema fagocítico monocitário) do baço, do fígado, da medula óssea e dos tecidos linfoides não é visível, já que acomete as vísceras. Obs. Tegumentar americana → abrange as leishmaníases cutâneas e as muco- cutâneas do Brasil. ▪ lesão crônica, papular ou nodular; lesão indolor, ulcerosas com bordas duras; cura espontaneamente; lesões satélites ocasionas e/ou lindonodos palpáveis; metástase pelo sangue ou linfa (L. brasiliensis). ▪ Período de incubação: de 2 semanas a vários meses. ▪ Cutânea do velho mundo – há hiperpigmentação da cicatriz. L. tropica; L. major; L. infantum; L. aethiopica; ▪ Uma única lesão em pele, pode ocorrer na região da picada; ▪ Boa resposta ao tratamento; ▪ Lesões nodulares, não ulceradas, crônicas e indolores. ▪ Numerosos parasitas nas lesões; ▪ Lesões se distribuem por diversas áreas do corpo e de tamanhos diferentes ▪ Facilmente curada com tratamento; ▪ L. arthiopica e L. mexicana. ▪ Manifestação anérgica, rara e grave. ▪ Início com lesão única, não responsiva ao tratamento; ▪ Formação de placas infiltradas e múltiplas nodulações não-ulceradas de grade extensão – polimorfismo lesional; ▪ Tratamento difícil e ineficaz. ▪ 80% não fez tratamento da lesão cutânea inicial; mucosa nasal local mais acometido (91,3%); ▪ Relacionada a uma resposta inflamatória exacerbada; ▪ Lesões cutâneas – hiperplasia histiocitária (macrófagos grandes e em grande número); edema e infiltração celular; hiperplasia do epitélio. ▪ Tendência à metástase da mucosa nasal – apodrecimento de nódulos com infiltrados histiocitários (tendência à ulceração do tecido cartilaginoso); perfuração do septo, palato, partes moles, faringe, laringe. ▪ L. braziliensis. ▪ Tem dois estágios: lesão simples da pele e posterior envolvimento da mucosas. ▪ Pode ocorrer até 16 anos após a primeira lesão. ▪ Maior ocorrência na mucosa nas-faríngea. ▪ Metástase via sangue ou linfa – parasitas se disseminam através deles; ▪ Crônica e indolor; tratamento difícil e ineficaz ▪ apresenta um espectro clínico que vai das formas assintomáticas à doença grave (letalidade de até 95% em casos não tratados). ▪ Febre irregular – dois picos diários. ▪ Invasão de células do SFM. ▪ Afeta céls. de Kupffer; céls. reticulares e macrófagos do baço, medula óssea, linfonodos; ▪ Hipertrofia e hiperplasia do sistema macrofágico – hepatoesplenomegalia; ▪ Anemia severa, fraqueza, tontura, perda de apetite, hemorragia; ▪ Fatal se não tratada; casos graves com hemorragias; ▪ Tratamento exige internação, apresenta toxidade; alguns indivíduos não respondem ao tratamento. ▪ Período de incubação: 2-6 meses; ▪ Leishmania donovani: África e Ásia; Leishmania infantum/chagasi: Américas, Europa e Oriente Médio. – ▪ Ocorre devido ao tratamento inadequado da leishmaniose visceral; ▪ Lesões nodulares, erupções cutâneas ou múltiplas máculas; ▪ Predominante na Índia e na África; ▪ L. donovani; ▪ Facilmente curada com tratamento. As Leishmanias invadem macrófagos. ✓ A Leishmania é capaz de modular sua própria fagocitose, ela que dita a forma como o macrófago vai combatê-la. ✓ Promastigotas sobrevivem apenas alguns minutos no sangue ou linfa; ✓ Opsonização pelo complemento e interação com receptores de manose promovem a fagocitose; ✓ Fusão do fagossomo com o lisossomo – forma o fago-lisossomo; ✓ Exposição a hidrolases e radicais livres. ✓ A Leishmania modifica o tráfego intracelular (principalmente o de nutrientes) e o metabolismo do macrófago para a sua sobrevivência – tudo para no seu vacúolo parasitófiro! Macrófago → libera produtos oxidativos: H₂O₂ (peróxido de hidrogênio), superóxido, radicais hidroxila, óxido nítrico; Leishmania → produz enzimas que detoxicam o H₂O₂; promove down-regulation* dos sinais que desencadeiam a resposta antiparasitária. * processo de reduzir ou suprimir uma resposta para um estímulo específico. Obs. O parasita é intracelular obrigatório e se reproduz dentro de vacúolos parasitóforos no macrófago – já são amastigotas. Obs². Algumas espécies de Leishmania possuem vírus incorporados aos seus genomas → pode influenciar a resposta do hospedeiro. • Febre, indisposição, anemia; • Pode haver palidez da pele, falta de apetite, perda de peso; • Inchaço do abdome – aumento do fígado (só em forma crônica da doença). ➢ Leishmaníases – cutânea, muco-cutânea e disseminadas. • Presença geográfica do parasita; • História de picadasde insetos; • Lesões na pele e nasofaríngeas, crônicas, ulcerosas, indolores; • Demonstração do parasita: raspagem das feridas, biopsia, cultura in vitro, inoculação em hamsters; Quanto maior o tempo da lesão, menor a chance de positividade. • Reação de Montenegro (tegumentar apenas) – inoculação intradérmica de uma suspensão de lisado de promastigotas; incluir um controle negativo – eritema em 48-72h; • Sorologia. Obs. Fazer uma incisão na parte ativa da lesão (borda) e retirar células de lá; depois, corar com Giemsa; observar o material ao microscópio óptico e ver se há macrófagos infectados por amastigotas. Ou, aspiração e cultura na área afetada e observar promastigotas na cultura. ➢ Leishmaniose visceral/calazar. • Presença geográfica do parasita; • História de picadas de insetos; • Febre prolongada, esplenomegalia, hepatomegalia, anemia; • Demonstração do parasita: amastigotas em aspirados da medula óssea, biopsia, cultura in vitro, inoculação em hamsters; • Exames imunológicos: IFL (imunofluorescência indireta) – limitado valor diagnóstico, vários falsos positivos; • Testes moleculares: PCR – grande sensibilidade e especificidade; • Sorologia: aglutinação direta; ELISA (Ag 39 kDa); Obs. Dificuldade de diagnóstico em casos crônicos. a. Atimonial pentavalente (Glucantime) – primeira escolha; Alta toxicidade: nefrites, distúrbios gastrintestinais e cardiorrespiratórios. b. Pentamidina – casos de falha terapêutica com antimônio ou infecção por L. guyanensis (segunda escolha); c. Anfotericina B – casos de falha terapêutica com antimônio (outa 2ª escolha); d. Milteforan – primeira droga eficaz de administração oral; está arpovada para uso no calazar indiano resistente ao Glucantime. L. braziliensis – resposta imunológicas hiper-reativa – forte hipersensibilidade celular; L. amazoensis – resposta imunológica hipo-reativa – fraca ou ausente sensibilidade celular. Manter o peridomicílio limpoe colocar redes contra mosquitos nas janelas; Afastar abrigos de animais domésticos; eliminar cães doentes; Utilizar repelentes ou fumacês; tratar pessoas doentes.
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