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NEUROANATOMIA Formação Reticular

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Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
1
MED RESUMOS 2012
NETTO, Arlindo Ugulino.
NEUROANATOMIA
FORMAÇÃO RETICULAR
(Professor Christian Diniz)
A forma€o reticular ‚ uma agrega€o mais ou menos difusa de neurƒnios de tamanhos e tipos diferentes, separados por 
uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encef„lico, principalmente. De fato, ‚ uma forma€o do tronco 
encef„lico que nem ‚ classificada como subst…ncia branca ou cinzenta, mas sim, uma forma€o intermedi„ria entre elas: ‚ uma 
subst…ncia reticular acinzentada presente, predominantemente, no tronco encef„lico e no dienc‚falo. Ela ‚ respons„vel por v„rias 
fun€†es, sendo a ativação cortical a principal delas. Ela serve como um “interruptor” para o SNC e, quando estimulada, faz com que 
o indiv‰duo desperte. O contr„rio tamb‚m ‚ verdadeiro: les†es nesta forma€o podem induzir ao coma.
A forma€o reticular no tem uma estrutura homogŠnea, podendo se delimitar grupos mais ou menos bem definidos de 
neurƒnios, que constituem os núcleos da formação reticular:
 Núcleos da rafe: trata-se de um conjunto de oito n‹cleos, entre os quais um dos mais importantes ‚ o núcleo magno da 
rafe (nucleus raphe magnus), que se disp†e ao longo de uma linha mediana (a rafe mediana) em toda a extenso do tronco 
encef„lico. Os n‹cleos da rafe contŠm neurƒnios ricos em serotonina.
 Locus ceruleus: situado logo abaixo da „rea de mesmo nome no assoalho do IV ventr‰culo, este n‹cleo apresenta c‚lulas 
ricas em noradrenalina. Est„ relacionada com o mecanismo eferente do sono e, quando lesada, o indiv‰duo permanece, por 
tempo indeterminado, em vig‰lia (isto ‚, acordado, incapaz de dormir).
 Substância cinzenta periaquedutal: corresponde Œ subst…ncia cinzenta que circunda o aqueduto cerebral, sendo 
considerado um n‹cleo da forma€o reticular, importante na regula€o da dor.
 Área tegmentar ventral: situada na parte ventral do tegmento do mesenc‚falo, medialmente Œ subst…ncia negra, cont‚m 
neurƒnios ricos em dopamina.
Do ponto de vista citoarquitetural, a forma€o reticular pode ser dividida em uma zona magnocelular (de c‚lulas grandes 
que ocupam seus 2/3 mediais) e uma zona parvocelular (c‚lulas pequenas que ocupam o ter€o lateral). A zona magnocelular d„ 
origem Œs vias ascendentes e descendentes longas e pode ser considerada a zona efetuadora da forma€o reticular.
CONEXES DA FORMA‚ƒO RETICULAR
A forma€o reticular possuir conex†es amplas e 
variadas. Al‚m de receber impulsos que entram pelos nervos 
cranianos, ela mant‚m rela€†es nos dois sentidos com o 
c‚rebro, o cerebelo e a medula.
 Conexões com o cérebro: o crtex cerebral e o 
dienc‚falo recebem fibras tal…micas e extra-tal…micas
da forma€o reticular. Por outro lado, v„rias „reas do 
crtex cerebral, do hipot„lamo e do sistema l‰mbico 
enviam fibras descendentes Œ forma€o reticular.
 Conexões com o cerebelo: existem conex†es nos 
dois sentidos entre o cerebelo e a forma€o reticular.
 Conexões com a medula: dois grupos principais de 
fibras (as fibras rafe-espinhais e as fibras do tracto 
retículo-espinhal) conectam a forma€o reticular Œ 
medula. Por outro lado, a forma€o reticular recebe 
informa€†es provenientes da medula atrav‚s das 
fibras espino-reticulares.
 Conexões com núcleos dos nervos cranianos: os impulsos sensitivos que chegam ao tronco encef„lico pelos nervos 
cranianos ganham a forma€o reticular a partir de fibras que se projetam dos seus respectivos n‹cleos. As informa€†es 
visuais e a olfatrias ganham a forma€o reticular por conex†es tecto-reticulares e pelo feixe prosencef„lico medial, 
respectivamente. Al‚m disso, a forma€o reticular estabelece o importante papel de conectar forma€†es l‰mbicas aos 
n‹cleos dos nervos cranianos e sistema nervoso autƒnomo, integrando, assim, componentes emocionais subjetivos (como 
memria, recorda€†es, etc.) e componentes emocionais objetivos (rir, chorar, tremer, taquicardia, sudorese, etc.).
FUN‚ES DA FORMA‚ƒO RETICULAR
A forma€o reticular influencia quase todos os setores do sistema nervoso central, o que ‚ coerente com o grande n‹mero de 
fun€†es que lhe tem sido atribu‰das:
 Controle da atividade el‚trica cortical: sono e vig‰lia. A ativa€o do crtex via forma€o reticular acontece por vias tal…micas 
(lemniscais) ou extra-tal…micas (extra-lemniscais), de modo que o crtex ‚ ativado independentemente do t„lamo.
 Controle eferente da sensibilidade
 Controle da motricidade som„tica
 Controle do sistema nervoso autƒnomo (SNA)
 Controle neuroendcrino
 Integra€o de reflexos: centro respiratrio e vasomotor
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
2
CONTROLE DA ATIVIDADE EL€TRICA CORTICAL – SONO E VIG‚LIA
A atividade el‚trica do crtex cerebral, de que dependem os v„rios n‰veis de consciŠncia, ‚ regulada basicamente pela 
forma€o reticular do tronco encef„lico. O fato de a forma€o reticular ser capaz de ativar o crtex cerebral, criou o conceito de 
sistema ativador reticular ascendente (SARA) ou formaƒ„o reticular ativadora ascendente (FRAA), importante na regula€o do 
sono e da vig‰lia.
Sabe-se que o crtex cerebral tem uma atividade el‚trica espont…nea, que pode ser detectada colocando-se eletrodos em 
sua superf‰cie (eletrocorticografia) ou no prprio cr…nio (eletroencefalograma – EEG). Os tra€ados el‚tricos que se obt‚m de um 
indiv‰duo dormindo (tra€ados de sono) so muito diferentes dos obtidos de um individuo acordado (tra€ados de vig‰lia), sendo 
dessincronizados nestes e sincronizados naqueles. ExperiŠncias mostraram que o ritmo normal de sono e vig‰lia depende de 
mecanismos localizados no tronco encef„lico. Estes mecanismos envolvem a forma€o reticular. Existe, portanto, na forma€o 
reticular um sistema de fibras ascendentes que se projetam no crtex cerebral e sobre ele tŠm uma a€o ativadora, fazendo surgir o 
conceito do SARA. Sabe-se hoje que a a€o do SARA sobre o crtex se faz atrav‚s das conex†es da forma€o reticular com os 
chamados n‹cleos inespec‰ficos do t„lamo. Sabe-se tamb‚m que, al‚m de seguirem suas vias espec‰ficas, os impulsos sensoriais 
que chegam ao sistema nervoso central pelos nervos espinhais e cranianos passam tamb‚m Œ forma€o reticular e ativam o SARA.
Temos assim a situa€o em que os impulsos nervosos sensoriais ganham o crtex, seja atrav‚s de vias relacionadas com 
modalidades espec‰ficas de sensa€o, seja atrav‚s do SARA, em que esses impulsos perdem sua especificidade e se tornam apenas
ativadores corticais.
Entende-se assim por que os indiv‰duos acordam quando submetidos a fortes est‰mulos sensoriais, como por exemplo, um 
ru‰do muito alto. Isso se deve no a chegada de impulsos nervosos na „rea auditiva do crtex (onde o impulso seria apenas 
interpretado), mas Œ ativa€o do crtex pelo SARA, o qual, por sua vez, ‚ estimulado por fibras que se destacam da prpria via 
auditiva. Assim, se forem lesadas estas vias depois de seu trajeto pela forma€o reticular, embora no cheguem impulsos na „rea 
auditiva do crtex, o animal acorda com o ru‰do (ele acorda, mas no ouve). Por outro lado, se forem mantidas intactas as vias 
auditivas e lesada a parte mais cranial da forma€o reticular, o animal dorme mesmo quando submetido a fortes ru‰dos, apesar de 
chegarem impulsos auditivos na „rea de seu crtex.
OBS1: Regulaƒ„o do sono. A descoberta do SARA veio explicar por que os indiv‰duos acordam, mas no explicou satisfatoriamente por que 
eles dormem. Pensou-se, por um tempo, que o sono seria um fenƒmeno passivo, resultante da falta de ativa€o da forma€o reticular. 
Contudo, numerosas pesquisas vieram mostrar que isso no ‚ verdade e que o sono depende da a€o de certos n‹cleos da ativa€o 
reticular, ou seja, assim como a fun€o da forma€o reticular, em sua essŠncia, ‚ ativar o crtex, esta forma€o apresenta centros espec‰ficos 
respons„veis pela desativa€o do crtex. Sabe-seque estimula€†es em regi†es reticulares espec‰ficas do bulbo e da ponte produzem o sono. 
Por outro lado, se a sec€o do tronco encef„lico ao n‰vel dos col‰culos resulta em uma “prepara€o” que dorme sempre, uma “prepara€o”
seccionada no meio da ponte no dorme nunca. Admite-se, pois, que isso se deva Œ sec€o das conex†es ascendentes dos n‹cleos da rafe, 
principais respons„veis pelo sono. Les†es desses n‹cleos causam insƒnia permanente. Portanto, a forma€o reticular, al‚m de controlar 
diretamente o despertar, cont‚m mecanismos capazes de regular o sono de maneira ativa.
OBS2: Sabe-se que o sono, do ponto de vista eletroencefalogr„fico, no ‚ homogŠneo, comportando v„rios est„gios. Entre estes destaca-se 
o est„gio de sono paradoxal, assim denominado porque, embora o indiv‰duo se encontre profundamente adormecido, seu tra€ado 
eletroencefalogr„fico ‚ dessincronizado, ou seja, assemelha-se ao do indiv‰duo acordado. Fato curioso ‚ que durante o sono paradoxal h„ um 
grande relaxamento muscular, e os olhos movem-se rapidamente (o que caracteriza esta fase como rapid eyes movements, ou sono REM). 
Nessa fase do sono ocorre a maioria dos sonhos. Sabe-se hoje que o sono paradoxal ‚ ativamente desencadeado a partir de grupos 
neuronais situados na forma€o reticular, entre os quais um dos mais importantes parece ser o locus ceruleus.
CONTROLE EFERENTE DA SENSIBILDADE
Sabe-se que o sistema nervoso ‚, at‚ certo ponto, capaz de 
selecionar as informa۠es sensitivas que lhe chegam, eliminando ou 
diminuindo algumas e concentrando-se em outras, o que configura um 
fenƒmeno de atenƒ„o seletiva. Assim, por exemplo, quando 
prestamos aten€o em um filme, deixamos de perceber as sensa€†es 
t„teis da cadeira do cinema. Do mesmo modo, podemos ignorar um 
ru‰do ambiental, especialmente quando ele ‚ cont‰nuo, como por 
exemplo o barulho de um ventilador, quando estamos muito 
interessados na leitura de um livro. Isto se faz por um mecanismo 
ativo, envolvendo fibras eferentes ou centr‰fugas capazes de modular 
a passagem dos impulsos nervosos nas vias aferentes espec‰ficas.
H„ ampla evidencia de que este controle eferente da 
sensibilidade se faz principalmente por fibras originadas na forma€o 
reticular. Dentre estas, destacam-se por sua grande import…ncia 
cl‰nica as fibras que inibem a penetra€o de impulsos dolorosos no 
SNC, caracterizando as chamadas vias de analgesia (envolvendo a 
subst…ncia cinzenta periaquedutal, o n‹cleo magno da rafe e as fibras 
rafe-espinhais).
Em resumo, admite-se que a penetra€o dos impulsos 
dolorosos no SNC seria regulada por neurƒnios e circuitos nervosos 
que envolvem a subst…ncia gelatinosa das colunas posteriores da 
medula (que agiria como um “porto”, impedindo ou permitindo a 
entrada de impulsos). Estudos mostraram que a estimula€o da 
subst…ncia cinzenta periaquedutal e do n‹cleo magno da rafe gerava 
uma analgesia to acentuada que permitiria a realiza€o de cirurgias 
invasivas sem a necessidade de anestesia. Esta analgesia depende 
de uma via que liga a subst…ncia cinzenta periaquedutal ao n‹cleo 
magno da rafe, de onde partem fibras serotonin‚rgicas que percorrem 
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
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o tracto espinhal do trigŠmeo e o fasc‰culo dorsolateral da medula, e terminam em neurƒnios internunciais encefalin‚rgicos situados
no n‹cleo do tracto espinhal do trigŠmeo (no bulbo) e na subst…ncia gelatinosa (na medula). Estes neurƒnios inibem a sinapse entre 
os neurƒnios I e II da via da dor atrav‚s da libera€o de um opiide endgeno, a encefalina (vide OBS3).
OBS3: Sabe-se hoje que a atividade analg‚sica da morfina, subst…ncia usada para tratamento de quadros dolorosos muito intensos, se deve Œ 
sua fixa€o e consequente ativa€o dos receptores para opiides existentes na via da analgesia descrita anteriormente.
OBS4: Estudos mostraram tamb‚m que os ramos colaterais das grossas fibras t„teis dos fasc‰culos gr„cil e cuneiforme que penetram na 
coluna posterior inibem a transmisso dos impulsos dolorosos, ou seja, fecham o "porto da dor". A inibi€o dos impulsos dolorosos por 
est‰mulos t„teis explica tamb‚m o al‰vio que se sente ao esfregar um membro dolorido depois de uma pancada.
CONTROLE DA MOTRICIDADE SOM…TICA
A estimula€o el‚trica da forma€o resulta, conforme a „rea, em ativa€o ou inibi€o da atividade dos neurƒnios motores 
medulares (sejam eles neurƒnios α, respons„veis pela motricidade som„tica ou neurƒnios γ, respons„veis pelo tƒnus). A influŠncia da 
forma€o reticular sobre esses neurƒnios se faz atrav‚s do tracto ret‰culo-espinhal, que se originam em „reas de forma€o reticular do 
bulbo e da ponte.
As fun€†es motoras da forma€o reticular relacionam-se com as aferŠncias que ela recebe das „reas motoras do crtex 
cerebral e do cerebelo. As primeiras transitam atrav‚s da via crtico-ret‰culo-espinhal, controlando a motricidade volunt„ria dos 
m‹sculos axiais e apendiculares proximais. As segundas, ou seja, as vias ret‰culo-cerebelares enquadram-se nas fun€†es do cerebelo 
de regula€o autom„tica do equil‰brio, do tƒnus e da postura, agindo sobre os mesmos grupos musculares.
CONTROLE DO SISTEMA NERVOSO AUT†NOMO
Os principais controladores do SNA, o sistema l‰mbico e o hipot„lamo, enviam proje€†es para a forma€o reticular, a qual, 
por sua vez, funcionando como um centro integrador de informa€†es, liga-se aos neurƒnios pr‚-ganglionares do SNA (estejam eles 
nos n‹cleos da coluna eferente visceral geral dos nervos cranianos ou na coluna lateral da medula), estabelecendo assim o principal 
mecanismo de controle da forma€o reticular sobre esse sistema.
Esta ‚, portanto, uma das principais fun€†es da forma€o reticular: servir de elo entre o hipot„lamo/sistema l‰mbico e o SNA, 
submetendo este sistema ao controle destas forma۠es supra-segmentares.
INTEGRA‡ˆO DE REFLEXOS – CENTRO RESPIRAT‰RIO E CENTRO VASOMOTOR
A forma€o reticular apresenta uma s‚rie de centros que, ao serem estimulados eletricamente, desencadeiam respostas 
motoras, som„ticas ou viscerais, caracter‰sticas de fenƒmenos como vƒmito, degluti€o, locomo€o, mastiga€o, movimentos 
oculares, al‚m de altera€†es respiratrias e vasomotoras.
Um exemplo de reflexo desse tipo ‚ o do vƒmito, onde se mostra tamb‚m o funcionamento do centro do vŠmito, situado na 
forma€o reticular do bulbo, prximo ao n‹cleo do tracto solit„rio, estendendo-se at‚ a parte inferior da ponte, onde se situa o centro 
da deglutiƒ„o. Na forma€o reticular da ponte prxima ao n‹cleo do nervo abducente, situa-se tamb‚m o n‹cleo do nervo 
parabducente, considerado o centro controlador dos movimentos conjugados dos olhos no sentido horizontal. Na forma€o reticular 
do mesenc‚falo situa-se o centro locomotor, que age em conjunto com os centros locomotores da medula para a realiza€o 
coordenada de movimentos alternados (como os que efetuam a marcha).
Por sua enorme import…ncia, merecem destaque o centro respiratŒrio e o centro vasomotor, que controlam no s o ritmo 
respiratrio, como tamb‚m o ritmo card‰aco e a presso arterial, fun€†es indispens„veis Œ manuten€o da vida. So, pois, centros 
vitais, cuja presen€a no bulbo torna qualquer leso desse rgo extremamente perigosa.
 Controle da respiraƒ„o (centro respiratŒrio): informa€†es sobre o grau 
de distenso dos alv‚olos pulmonares continuamente so levadas ao 
n‹cleo do tracto solit„rio pelas fibras aferentes viscerais gerais do nervo 
vago. Desse n‹cleo os impulsos nervosos passam ao centro respiratório. 
Este se localiza na forma€o reticular do bulbo e apresenta uma parte 
dorsal, que controla a inspira€o, e outra ventral, que regula a expira€o. 
Do centro respiratrio saem fibras ret‰culo-espinhais que terminam 
fazendo sinapse com os neurƒnios motores da por€o cervical e tor„cica 
da medula. Os primeiros do origem Œs fibras que, pelo nervo frŠnico, vo 
ao diafragma. Os que se originam na medulator„cica do origem Œs 
fibras que, pelos nervos intercostais, vo aos m‹sculos intercostais. 
Essas vias so importantes para a manuten€o reflexa e autom„tica dos 
movimentos respiratrios. Entretanto, os neurƒnios motores relacionados 
com os nervos frŠnico e intercostais recebem tamb‚m fibras do tracto 
crtico-espinhal, o que permite o controle volunt„rio da respira€o. Cabe 
lembrar ainda que o centro respiratrio, al‚m de estar sob influŠncia do 
hipot„lamo (o que explica as altera€†es respiratrias em certas situa€†es emocionais), recebe est‰mulos de 
quimiorreceptores perif‚ricos (como os corpos carot‰deos), sens‰veis a diminui€o do oxigŠnio do sangue. Os corpos 
carot‰deos, ao captarem um alto teor de CO2 no sangue acompanhado de baixas taxas de O2, originam impulsos que 
chegam ao centro respiratrio atrav‚s de fibras do nervo glossofar‰ngeo, aps sinapse no n‹cleo do tracto solit„rio.
 Controle vasomotor (centro vasomotor): situado na forma€o reticular do bulbo, o centro vasomotor coordena os 
mecanismos que regulam o calibre vascular, do qual depende basicamente a presso arterial, influenciando tamb‚m o ritmo 
card‰aco. Informa€†es sobre a presso arterial chegam ao n‹cleo do tracto solit„rio a partir de barorreceptores situados 
principalmente no seio carot‰deo, tamb‚m trazidas pelas fibras aferentes viscerais gerais do nervo glossofar‰ngeo. Do n‹cleo 
do tracto solit„rio, os impulsos passam ao centro vasomotor, que coordena a resposta eferente. Desse centro saem fibras 
para os neurƒnios pr‚-ganglionares do n‹cleo dorsal do vago, resultando impulsos parassimp„ticos. Saem tamb‚m fibras 
ret‰culo-espinhais para os neurƒnios pr‚-ganglionares da coluna lateral, resultando impulsos simp„ticos.
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OBS5: Reflexo do vômito. Este pode ser desencadeado por 
v„rias causas, sendo mais frequentes as que resultam de 
irrita€o da mucosa gastrointestinal (como a ingesto 
excessiva de bebidas alcolicas, em que o organismo realiza 
um mecanismo de defesa para evitar a passagem deste 
„lcool para o sangue). A irrita€o estimula viscerorreceptores 
do estƒmago, que originam impulsos aferentes que, pelas 
fibras aferentes viscerais do N. vago, chegam ao n‹cleo do 
tracto solit„rio. Da‰, saem fibras que levam impulsos ao 
centro do vômito (situado na forma€o reticular do bulbo). 
Deste centro, saem fibras que se ligam Œs „reas respons„veis 
pelas respostas motoras que vo desencadear o vƒmito:
 Fibras para o n‹cleo dorsal do vago: de onde os 
impulsos parassimp„ticos, pelas fibras pr‚-
ganglionares do vago, aps sinapse em neurƒnios 
ps-ganglionares situados na parede do estomago, 
chegam a este rgo, aumentando sua contra€o e 
determinando a abertura da c„rdia.
 Fibras que pelo tracto ret‰culo-espinhal chegam Œ 
coluna lateral da medula levando impulsos 
simp„ticos que, por meio dos nervos espl…ncnicos, 
levam at‚ neurƒnios ps-ganglionares respons„veis 
por determinar o fechamento do piloro.
 Fibras que pelo tracto ret‰culo-espinhal chegam Œ 
medula cervical, onde se localizam os neurƒnios 
motores, cujos axƒnios constituem o nervo frŠnico, 
que vo determinar a contra€o do diafragma.
 Fibras que pelo tracto ret‰culo-espinhal chegam aos 
neurƒnios motores da medula onde se originam os 
nervos traco-abdominais que inervam a 
musculatura da parede abdominal, cuja contra€o 
aumenta o a presso intra-abdominal.
 Fibras para o n‹cleo do nervo hipoglosso que fazem 
com que a l‰ngua seja protra‰da para a passagem do 
refluxo.
CONTROLE NEUROENDÓCRINO
Sabe-se que est‰mulos el‚tricos da forma€o reticular do mesenc‚falo causam libera€o de ACTH e de hormƒnio 
antidiur‚tico. Sabe-se tamb‚m que no controle hipotal…mico da libera€o de v„rios hormƒnios adeno-hipofis„rios esto envolvidos 
mecanismos noradren‚rgicos e serotonin‚rgicos, o que presumivelmente envolve a forma€o reticular.
CONSIDERA‚ES AN„TOMO-CL…NICAS
O crtex cerebral, apesar de sua elevada posi€o na hierarquia do sistema nervoso, ‚ incapaz de funcionar por si prprio de 
maneira consciente. Para isto, depende de impulsos ativadores que recebe da forma€o reticular do tronco encef„lico.
Os processos patolgicos, mesmo localizados, que 
comprimem o mesenc‚falo ou a transi€o deste com o dienc‚falo, 
quase sempre levam a uma perda total da consciŠncia, isto ‚, ao 
coma. Sabe-se hoje que isso se deve Œ leso da forma€o 
reticular com interrup€o do SARA. Tumores ou hematomas que 
levem a um aumento da presso no compartimento supratentorial 
podem causar uma h‚rnia do ‹ncos que, ao insinuar-se entre a 
incisura da tenda e o mesenc‚falo, comprime este ‹ltimo e produz 
um quadro de perda de consciŠncia.
Tamb‚m em casos de hipertenso intracraniana, ‚ 
comum que as estruturas encef„licas tendam a sair pelo orif‰cio 
de escape mais acess‰vel – que no caso do cr…nio, corresponde 
ao forame magno. A hernia€o descendente das tonsilas 
cerebelares pelo forame magno comprime a medula oblonga e a 
medula espinhal superior e pode resultar em insuficiŠncia 
respiratria s‹bita por compresso dos centros respiratrios e 
vasomotores do bulbo. Desta forma, pode haver parada 
respiratria s‹bita seguida de queda importante do n‰vel de 
consciŠncia. 
OBS6: Uma complica€o temida da pun€o lombar ‚ hernia€o, especialmente hernia€o das tonsilas cerebelares, devido Œ retirada 
do LCR espinhal e s‹bita gera€o de um potencial de presso negativo no local em que ocorreu a pun€o.

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