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Índice Pag. 1. Mutações 1 2. Classificação das mutações 2 2.1. Mutações genicas 2 2.2. Mutações cromossómicas 3 3. Tipos de mutações cromossómicas 3 4. Síndromes cromossómicas 4 5. Referência bibliográfica 7 1. Mutações São alterações no material genético, ou seja, é uma alteração brusca no material genético de uma célula (GRIFFITHS, 2001). É qualquer alteração auto-reproduzível do material genético, quer intragénica (genico), quer na organização dos cromossomas ou do seu número (cromossómicos) dando origem aos novos genótipos herdáveis (MILLER, 2001). De acordo com Griffiths (2001), As mutações podem ocorrer naturalmente no percurso da síntese proteica, denominadas mutações espontâneas, ou podem ocorrer por acção de agentes externos (agentes mutagénicos), às quais se da nome de mutações induzidas. Estas mutações podem ocorrer naturalmente ao nível das células somáticas a mitose (replicação do DNA) e a síntese proteica (transcrição e tradução), e ou ao nível das células germinativas, durante a meiose. Os agentes mutagénicos podem contudo induzir mutações em cadeias de DNA ou RNA (sendo no segundo caso insignificantes que não se encontrem em processos de replicação ou de síntese, alterando o material genético existente em qualquer célula do corpo). Segundo Brown (1999) Os indivíduos que as apresentam têm uma menor possibilidade de sobrevivência ou uma menor capacidade reprodutora. As mutações podem ou não ter o valor evolutivo. Para terem valor evolutivo, as mutações: · Não podem ser somáticas, letais, ou conferirem menor capacidade de sobrevivência; · Terão que ser hereditárias e conferirem maior capacidade de sobrevivência. 2. Classificação das mutações De acordo com Griffiths (2001), As mutações envolvem Mutações cromossómicos (quebra ou rearranjo dos cromossomas) e Mutações genicas (alterando o número ou a sequência de nucleotídeos). 2.1. Mutações genicas Envolve apenas um gene, ou numero muito restrito de genes isolados, e é caracterizada por alterações do código de bases nitrogenadas do DNA, que origina novas versões dos genes. Tipos de mutações genicas Mutações pontuais São alterações que afectam, por substituição um único par de bases, embora nessa designação estejam também incluídas adições e eliminações de um pequeno número de pares de bases. As substituições de pares de bases podem ser transcrições (substituição de um par purina- pirimidina por outro par purina-pirimidina) ou por transversões (substituição de um par purina-pirimidina por um par pirimidina-purina). Mutação genica por substituição – ocorre a troca de um ou mais pares de bases. Inserção – quando um ou mais bases são adicionadas ao DNA, modificando a ordem da leitura, durante a replicação ou transcrição. Deleção - ocorre quando uma ou mais bases são retiradas do DNA modificando a ordem da leitura, durante a replicação ou transcrição. Mutação silenciosa Ocorre quando há substituição de um determinado nucleotídes base do DNA, não provoca alterações nos aminoácidos sintetizados. Mutação com alteração ou perda do sentido Ocorre quando há substituição de uma base de DNA por outra, que tem como consequência a substituição de um aminoácido por outro na proteína codificada. A conformação da proteína pode ser alterada. (ex: anemia falciforme). Mutação sem sentido (nonsense) A alteração de um nucleotídeo promove o surgimento precoce de um codão de terminação STOP. Mutação por alteração do modo de grelha de leitura A adição ou de bases únicas na cadeia de DNA faz com que a sequencia seja arrastada uma posição para a frente ou para atrás respectivamente. Tal faz com que a leitura dos tripletos dos nucleotídeos seguintes já não seja a mesma da anterior, apresentando agora diferentes codões que sintetizam outros aminoácidos a partir da zona mutada 2.2. Mutações cromossómicas São alterações mais externas, envolvendo a estrutura do DNA ou mesmos os cromossomas ou seja, não é a constituição que é afectada mas sim a estrutura. 3. Tipos de mutações cromossómicas Mutações numéricas Segundo Amabis (2004) As mutações numéricas podem ser classificadas em: Aneuploidia – ocorre quando há perda ou ganho de um ou mais cromossomas. Devido à erros na distribuição dos cromossomas durante a mitose e meiose. Tipos de aneuplodias · Nulissomia (2n-2) – inexistência de um par de cromossomas homólogos no genoma. · Monossomia (2n-1) - deficiência de um cromossoma. · Trissomia (2n+1) - existência de um cromossoma extra no genoma. · Tetrassomia (2n+2) - existência de 1 par de cromossomas em excesso no genoma. Euplodia – é alteração completa do genoma Tipos de euplodias · Monoploidia- metade do número de cromossomas habitual existente do genoma. · Haplodia- perda da metade do material genético. · Poliploidia- duplicação do genoma, uma ou mais vezes. Mutações estruturais As mutações estruturais são provenientes de fragmentos cromossómicas seguidos de perda de pedaços em locais diferentes da original. Esse tipo de mutações podem ser classificadas em: · Deficiência ou deleção: quando o cromossoma é desprovido de uma parte nas zonas terminais ou intersticais; · Duplicação: quando há a repetição de um pedaço do cromossoma; · Inversão: quando o cromossoma tem uma porção invertida. Se esse segmento codificar uma proteína, esta será muito diferente, não funcional ou mesmo, não ser sintetizada; · Translocação: quando um cromossoma apresenta uma parte proveniente de outro cromossoma. 4. Síndromes cromossómicas Síndrome de Down A síndrome de Down consiste em um grupo de alterações genéticas, das quais a trissomia do cromossoma 21 é a mais representativa. Características da síndrome de Down Deficiência intelectual, hemangiomas planos na cabeça, microftalmia bilateral, anoftalmia, coloboma da íris, onfalocele, orelhas mal-formadas e com implantação baixa, fissura de lábio e palato (HOFFEE, 2000). Ocorrência: 1 a cada nascido vivo Síndrome de Edwards É causada pela trissomia do cromossoma 18. Descrita em 1960 por John H. Edwards. Características da síndrome de Edwards As manifestações da trissomia 18 sempre incluem retardamento mental e atraso do crescimento e, por vezes, malformações graves no coração. O crânio é excessivamente alongado na região occipital. A boca é pequena. O pescoço é curto. Há uma grande distância intermamilar. Os genitais externos são anómalos. O dedo indicador é maior em relação aos outros e flexionados sobre o dedo médio. Os pés têm as plantas arqueadas (MOORE, 2008). Ocorrência: 1 a cada 5000 nascimentos. Síndrome de Klinefelter (47, XXY) - Aneuploidia (Trissomia) heterossómica É causada pela presença de um cromossoma sexual adicional. Característica de Síndrome de Klinefelter Embora possam ter erecção e ejaculação. São estéreis, pois seus testículos são pequenos e não produzem espermatozóides devido à atrofia dos canais seminíferos, ginecomastia (desenvolvimento das mamas), estatura maior que a média, diminuição nos pelos da face e do corpo, alterações variáveis de comportamento. Ocorrência: 1/1000 indivíduos do sexo masculino. Síndrome de Turner A síndrome de Turner (45,X0) - Aneuploidia (monossomia) hetessómica, é causada pela ausência de um cromossoma X. Característica de Síndrome de Turner Desenvolve características femininas apresentando contudo: baixa estatura e reduzido desenvolvimento do pescoço, características sexuais pouco desenvolvidos e normalmente estéreis, atraso no crescimento e desenvolvimento puberal (MOORE, 2008). Ocorrência: 1/10.000 indivíduos do sexo feminino. Síndrome do X (frágil) A síndrome do X é causada pela presença de um sítio frágil no cromossoma X. Característica de Síndrome do X Em geral, fenotipicamente normais, macrocefalia, face alongada, orelhas proeminentes, deficiência intelectual moderada a severa, atraso no neurodesenvolvimento, convulsões, comportamento hiperactivo, pouco contacto visual (STRASHAN, 2013). Ocorrência: 1 em 4000 homens e 1 em 6000 mulheres. Síndromedo Duplo Y Trissomia do cromossoma Y, com cariótipo 44A + XYY=47 Característica de Síndrome do Duplo Y Sexo masculino, sem modificações fenotípicas aparente, raramente deficit mental, agressividade acentuada, grande estatura. Síndrome de Patau Trissomia do cromossoma 13, com cariótipo 45A +XX = 47 ou 45A + XY =47. Característica de Síndrome de Patau Cabeça pequena (microcefalia), olhos pequenos ou ausentes, orelhas deformadas e com baixa implantação, pescoço curtos, lábios leporino, palato fendido, letal em quase todos os casos (sobrevivem até 6 meses de idade). O cromossoma extra provém de não-disjuncao da meiose I materna. Retardamento mental acentuado (STRASHAN,2013). Ocorrência: 1- 16000 nascimentos. 5. Referência bibliográfica AMABIS, José Mariano, MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia das populações. S Paulo: Moderna, 2004. BROWN TA. Genética, um enfoque molecular.3ªed,Editora Guanabara Koogan. 1999. GRIFFITHS AJ F, GELBART WM, MILLER JH, LEWONTIN RC. Genética Moderna, Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 2001, 589p. HOFFEE PA. Genética médica e molecular. Guanabara Koogan.Rio de Janeiro.2000. MALUF SW, RIEGEL M. e tal. Citogenética Humana. Artmed, Porto Alegre, 2011. MOORE KL. ; PERSAUD TVN. Embriologia Básica. Rio de Janeiro: Elsevier, 7ª.ed. il.2008. STRASHAN T, READ A. genética Molecular Humana. Artmed Editora. 2013.
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