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Osteoporose: Prevalência e Fatores de Risco

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Milton Jr. Neckel GERIATRIA Medicina - FAG 
Osteoporose 
 
Introdução 
A osteoporose é um distúrbio osteometabólico que caracteriza-se por resistência óssea 
comprometida, predispondo ao aumento do risco de fratura, à dor, à deformidades e à 
incapacidade física. 
Ela acomete mais de 200 milhões de mulheres em todo o mundo e aproximadamente 10 
milhões de mulheres no Brasil. Ela possui uma prevalência de 50% para mulheres e 20% para 
homens, sendo que a incidência aumenta com a idade. 
É importante lembrar ao contrário do que a maioria da população acredita a osteoporose 
não costuma apresentar sintomas até que ocorra a fratura óssea. 
Ela é considerada a doença óssea de maior prevalência no idoso, sendo 
subdiagnosticada, principalmente nos homens, o que gera um aumento da morbidade e 
mortalidade. 
Sabemos ainda que mulheres após os 50 anos de idade apresentam risco de fratura 
vertebral ou de quadril três vezes maior e de fratura de punho seis vezes maior do que os 
homens da mesma faixa etária. As caucasianas e asiáticas apresentam risco maior do que 
negras e hispânicas, pois estas desenvolvem maior pico de massa óssea e têm menor perda 
no pós-menopausa. 
A fratura de punho ocorre mais frequentemente por volta da quinta década e as 
vertebrais aumentam depois dos 60 anos, enquanto que as de fêmur aumentam a incidência 
na sétima década. 
Apesar de a incidência ser maior em mulheres, as fraturas decorrentes da osteoporose 
em homens é mais grave e leva a maior mortalidade. Independente do sexo após uma fratura 
50% dos pacientes ficam dependentes para as atividades de vida diária. 
 
Classificação 
Osteoporose primária tipo I 
• Predominantemente em mulheres, estando associada à menopausa; 
• Perda acelerada do osso trabecular; 
• Fraturas vertebrais comuns. 
 
Osteoporose primária tipo II 
• Ocorre tanto em mulheres quanto em homens idosos; 
• Compromete o osso cortical e trabecular; 
• Ocorrência de fraturas vertebrais e de fêmur. 
 
Osteoporose secundária 
• Endocrinopatias (tireotoxicose, hiperparatireoidismo, hipogonadismo); 
• Drogas (glicocorticoides, anticonvulsivantes, antiácidos contendo alumínio, hormônio 
tireoidiano, anticonvulsivantes, ciclosporina A); 
• Doenças genéticas (osteogénese imperfeita ou doença de Ekman-Lobstein); 
• Artrite reumatoide; 
• Doenças gastrointestinais; 
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Milton Jr. Neckel GERIATRIA Medicina - FAG 
• Transplante de órgãos; 
• Imobilização prolongada; 
• Mieloma múltiplo; 
• Câncer de mama; 
• Anemias crônicas; 
• Mastocitose; 
• Tratamento prolongado com heparina 
 
Fatores de risco 
• Raça asiática ou caucasiana, mulheres negras tem menos fratura; 
• Fatores genéticos; 
• Pessoas magras ou baixo peso; 
• Sedentarismo; 
• Imobilidade; 
• Menor produção de vitamina D; 
• Álcool, bebidas a base de cola; 
• Tabagismo; 
• Pouca exposição solar; 
• Medicamentos: corticóides, anticonvulsivantes, imunossupressores, lítio, warfarina, 
heparina, metrotrexate; 
• Dieta pobre em cálcio; 
• Hipogonadismo em homens; 
• Fratura prévia; 
• Menopausa precoce não tratada; 
• Doenças que levam a perda óssea: leucemia, AR, câncer, hipertireoidismo, mieloma 
múltiplo. 
 
Quadro clínico 
Como descrito nos fatores de risco é sempre importante avaliar o uso de medicações e 
as doenças concomitantes. 
Em relação a sinais e sintomas podemos considerar a osteoporose como uma doença 
insidiosa que pode evoluir durante muitos anos sem qualquer sintoma, portanto é considerada 
assintomática, a não ser que ocorra fratura. 
Como já referido anteriormente, as fraturas mais comuns são: fratura por compressão 
vertebral, fratura de punho, fratura do fêmur, fratura do úmero, fratura de arcos costais e 
fraturas da pelve. 
No caso fraturas de vértebras, as regiões que mais sofrem fraturas são as torácicas 
inferiores e lombares superiores. As causas das fraturas vertebrais são quedas, inclinar-se 
para frente, ao tossir, levantar um peso, sentar abruptamente. 
Evidentemente, a manifestação clínica de fratura vertebral é uma dor aguda, de forte 
intensidade, que dura de 6 a 8 semanas, piora com a digitopressão e com os pequenos 
movimentos. Pode haver diminuição da altura do paciente com presença de deformidade 
vertebral cifose que se caracteriza por um colapso vertebral progressivo denominado 
corcunda de viúva. 
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Milton Jr. Neckel GERIATRIA Medicina - FAG 
Esta cifose leva a obstipação, plenitude pós-prandial, dor abdominal, diminuição da 
expansibilidade pulmonar; problemas com a deglutição, candidíase inframamária em 
mulheres, e aumento de incidência de infecções pulmonares. 
 
Exames complementares 
Os exames laboratoriais são normais na osteoporose, sendo indicados na suspeita de 
causas secundárias de osteoporose. 
Os exames laboratoriais que podem ser pedidos são: 
• Hemograma, eletroforese de proteínas, provas de atividade inflamatória, cálcio sérico, 
fósforo, fosfatase alcalina, cálcio na urina de 24 horas; 
• Outros – TSH, LH, FSH, GH, cortisol, anticorpos antigliadina. 
 
Biomarcadores 
Eles refletem os níveis globais de reabsorção e formação óssea, estando mais elevados 
na osteoporose que em indivíduos normais, é importante ressaltar que eles não fazem 
diagnóstico. 
São divididos em biomarcadores de: 
Formação: 
• Fosfatase alcalina; 
• Osteocalcina. 
Reabsorção: 
• NTX (N-telopeptídeo); 
• CTX (C-telopeptídeo); 
• Hidroxiprolina. 
 
Na prática clínica as indicações são para: 
• Determinação de risco de fratura em idosos; 
• Determinação de resposta terapêutica a alguns agentes anti-reabsortivos; 
• Identificação dos indivíduos com alto turnover ósseo, para predizer um perda óssea 
rápida. 
Eles podem ser pedidos depois de 3 meses de tratamento para comparação de valores 
prévios, podem ser pedidos no sangue e/ou urina. Apesar de disponíveis na prática clínica 
ainda não existe um consenso no uso destes biomarcadores, já que apesar de poderem estar 
alterados na osteoporose podem também estar alterados em outras doenças 
osteometabólicas. 
 
Exames Radiológicos 
Raios-X de coluna dorsal e lombar: não fazem diagnóstico, e apenas sugerem o 
diagnóstico de osteoporose quando 30-50% da massa óssea já tiver sido perdida, ou seja, em 
casos avançados. Os principais achados sugestivos da doença são: diminuição da densidade 
óssea, acentuação das corticais ósseas dos corpos vertebrais, acentuação do trabecular 
(“quadro em moldura”), vértebras bicôncavas, achatadas, acunhadas ou por compressão. 
Densitometria de dupla emissão com fontes de raios–X: é considerado o padrão ouro 
para avaliação da massa óssea, no laudo ele vai fornecer o número de desvios padrão (DP) 
do resultado obtido em relação à média de adultos jovens, população que representa o pico 
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Milton Jr. Neckel GERIATRIA Medicina - FAG 
de massa óssea. Esse desvio padrão (escore T) é usado para definir o diagnóstico segundo 
critérios da OMS. 
 
Normal Escore T até -1DP 
Osteopenia Escore T entre -1 e -2,5DP 
Osteoporose densitométrica Escore T <-2,5DP 
Osteoporose estabelecida Escore T = -2,5DP com presença de fratura 
 
Ultrassom de calcâneo, patela ou dedos das mãos: fornece um resultado indireto 
para fratura de fêmur e/ou coluna, porém é menos sensível que a densitometria óssea. 
 
Tratamento 
Medidas Preventivas 
As medidas preventivas consistem em três medidas, que são: 
1. Adequada nutrição; 
2. Bons hábitos de vida, incluindo exercícios físicos, evitando alcoolismo e tabagismo; 
3. Controle do ambiente para prevenção de quedas. 
 
Ingesta de cálcio: recomenda-se suplementação de cálcio com ingesta de 1500mg por 
dia em mulheres após a menopausa sem TRH e 1000mg para homens e mulheres com TRHdiariamente até os 65 anos, e após esse período deve ser aumentado para 1500mg/dia. 
Dieta: recomenda-se um bom aporte protéico sem exageros, já que acredita-se que 
pode diminuir a mortalidade pós-fratura de colo femural. 
Alimentos ricos em cálcio: 
Alimento mg de cálcio 
Leite, 1 xícara 302mg 
Iogurte, 1 xícara 452mg 
Queijo tipo cheddar, 30g 204mg 
Sardinha com ossos, 60g 217mg 
Frozen iogurte, ½ xícara 154mg 
Brócolis, ½ xícara 89mg 
 
Exercício físico: a prática de exercício por 30 minutos ou mais, ininterruptos, por 3 ou 
mais vezes na semana, associa-se com o aumento de densidade óssea e da força muscular, 
com efeito teórico em diminuir o risco de fraturas. Podem ser feito caminhadas diariamente, 
por um período de 40 minutos, importante ressaltar que embora a natação traga outras 
vantagens, na osteoporose ele não tem efeito benéfico sobre a massa óssea. 
Parar de fumar: Ocorre diminuição de 5 a 10% da massa óssea em pacientes que 
fumam 1 maço de cigarros por dia durante a vida adulta. Por esse e outros motivos, é 
fortemente recomendado que se pare de fumar. 
 
Medidas farmacológicas 
Elas tem como objetivo a diminuição do risco de fraturas e aumento da massa óssea. Os 
medicamentos se dividem em: 
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Milton Jr. Neckel GERIATRIA Medicina - FAG 
1. Antirreabsortivos ósseos: 
• Bifosfonatos (alendronato sódico, risedronato sódico, ibandronato sódico): eles 
aumentam em 86% a massa óssea e reduzem as fraturas axiais em 50%. 
Alendronato 70mg em jejum 1 vez semana; risedronato 35mg 1 vez semana em 
jejum; ibandronato 150mg 1 vez por mês em jejum. 
• Ácido zoledrônico: é utilizado por IV a cada 6 a 12 meses em infusão em soro 
fisiológico ou soro glicosado no período de 2 horas. 
 
2. Moduladores seletivos dos receptores de estrogênio (SERM): 
• Raloxifeno: ele age como agonista estrogênico no perfil lipídico e na massa 
óssea, não interferindo na mama e no endométrio, sendo aprovado para 
prevenção e tratamento da osteoporose pós-menopausa. Ele é capaz de 
promover aumento da massa óssea, porém menor do que a capacidade dos 
estrogênios; são capazes de reduzir as fraturas de coluna em 50%. 
 
3. Osteoformadores: 
• Teriparatida: possui ação sobre os osteoblastos, prevenindo a apoptose dessas 
células e aumentando o número e a ação destas células. Tem uma indicação 
restrita devido ao seu alto custo, tendo indicação precisa na osteoporose severa. 
 
4. Suplementação de cálcio e vitamina D: 
Fazem parte de praticamente todos os esquemas terapêuticos, existem vários tipos de 
sais de cálcio disponíveis, sendo o carbonato de cálcio o que oferece o maior percentual de 
cálcio elementar. 
Como segunda opção podemos utilizar o citrato de cálcio naqueles pacientes com 
constipação com o uso de carbonato de cálcio ou que tenham história de cálculo renal. Para 
mimetizar os efeitos colaterais gastrointestinais e aumentar sua absorção, preconiza que 
sejam tomados após as refeições. 
Apesar de o Brasil ser um país ensolarado, estudos indicam que nossos idosos tem 
deficiência de vitamina D, sendo ela de extrema importância no metabolismo do cálcio, já que 
é responsável pela sua absorção e seu transporte até os ossos. Para reposição de vitamina D 
é indicado de 400ui a 800UI/dia, e em casos de deficiência de vitamina D preconiza o uso de 
50.000UI/semana por 8 semanas. 
 
5. Terapia hormonal (estrogênios): 
Ela funciona como um anti-reabsortivo ósseo, agindo nos receptores dos osteoblastos e 
na produção de calcitonina, porém não é a primeira opção no tratamento da osteoporose pós-
menopausal pelo aumento do risco relativo de doenças cardiovasculares, AVC’s e câncer de 
mama. As formas aprovadas para perda de massa óssea na menopausa recente são a vio 
oral ou transdérmica. 
 
6. Calcitonina 
Ela age sobre os osteoclastos, inibindo a reabsorção óssea. Atualmente é usada nos 
pacientes com fratura pra diminuir a dor, pois libera endorfinas. É disponível na forma nasal 
na dose 200ui por borrifada. Ela promove aumento discreto da Densidade Mineral óssea. 
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Milton Jr. Neckel GERIATRIA Medicina - FAG 
7. Dinosumab 
Foi aprovado recentemente para combater a osteoporose pós-menopausa com alto risco 
de fratura, é disponível na dose de 60 mg administrados na forma de uma injeção subcutânea 
única, uma vez a cada 6 meses na coxa, no abdómen ou na face posterior do braço. 
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