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NEFROLOGIA VI WILTON MED21 NEFROLITÍASE 1) Supersaturação 2) Nucleação (cristais) 3) Crescimento + agregação (cálculo) Para o cálculo se formar, é necessária uma urina supersaturada ou superconcentrada em ácido úrico. Surge o processo de nucleação, com cristais de ácido úrico na urina, os quais não são cálculos. Esses cristais crescem e se juntam, formando o cálculo! Os cálculos renais, de modo geral, sempre vão conter cálcio. Porém, o cálculo de ácido úrico é radiotransparente porque não tem cálcio! Tipo de Cálculos • Sais de Cálcio: são os mais comumente encontrados o Oxalato de Ca: é o mais frequente dos cálculos de cálcio! o Alterações metabólicas predispõem a formação desses cálculos! ▪ Hipercalciúria • Estruvita (fosfato triplo, fosfato amônio magnesiano) o De todos, é o que tem o maior potencial de crescimento, atingindo as maiores dimensões o Grande: coraliforme (ocupa toda a pelve renal) o Fatores predisponentes: urina alcalina ou trato urinário colonizado por bactérias especiais que produzem urease, e esta enzima favorece a formação do cálculo. ▪ Proteus, Klebsiella • Ácido Úrico: o Puro: radiotransparente. o Fatores predisponentes: hiperuricosúria e urina ácida (mais do que o normal), facilitando a agregação de cristais de urato. • Cistina o Fatores predisponentes: hipercistinúria e urina ácida. Quadro clínico Indivíduos com cálculo renal podem ser assintomáticos. Os cálculos renais são irregulares, bastante espiculados. Quando tentam descer pelo trato urinário, lesionam e causam hematúria macro ou microscópica. Também cursam com cólica nefrética pela lesão do trato urinário, mas também pela distensão ureteral (espasmo ureteral). • Hematúria • Cólica nefrética – é necessária analgesia e ↓espasmo ureteral As três regiões mais frequentes de impactação do cálculo são: • JUP – Junção uretero-pélvica • 1/3 médio do ureter (cruzamento do ureter com os vasos ilíacos) • JUV – Junção vesico-ureteral ✓ JUP: dor lombar + náusea + vômito ✓ 1/3 médio ureter: dor lombar com irradiação (bolsa escrotal ou grandes lábios) ✓ JUV: disúria, polaciúria Complicações Obstrução com algo a mais... • Infecção: risco de sepse (translocação para corrente sanguínea) • Hidronefrose: risco de IRA pós-renal Diagnóstico • TC sem contraste o Exame de escolha (padrão-ouro); tem maior acurácia e confirma o diagnóstico! o Lesão hiperdensa em topografia de trato urinário. • Rx simples o Aparecem em topografia de trato urinário como uma imagem radiopaca. o Cálculos de ácido úrico puro não aparecem! • Urografia excretora (pielografia) o Contraste administrado é filtrado pelos rins e excretado junto à urina. o Falha de enchimento demonstra cálculo renal. o Perdeu espaço para TC por conta do uso de contraste! • USG de vias urinárias o Lesão hiperecogênica em trato urinário! o Escolha para gestantes! Tratamento • Pode ser agudo ou crônico! A terapêutica crônica visa a prevenção dos cálculos. AGUDO • Analgesia: o AINE ± opióides o Alfa-bloqueadores (tamsulosin) o Bloqueadores de canal de cálcio (nifedipina) • Hidratação: repor perdas volêmicas apenas! • Intervenção urológica (?) o Apenas se cálculo > 1cm! Os AINES relaxam a musculatura ureteral! São obrigatórios! Associar opióides se a dor for refratária! Os alfa-bloqueadores são melhores que os BCCa! Necessariamente iniciar com AINE + alfa-bloqueador... associar opióide se necessário; se não houver alfa-bloqueador, utilizar BCCa! Litotripsia Extracorpórea por Choques de Onda (LECO): fragmentação dos cálculos por força externa através de ondas mecânicas direcionadas para o cálculo. • Indicações: cálculo proximal e < 2cm (pelve / ureter proximal) • Densidade >1000 UH na TC: ureteroscopia flexível! São cálculos duros (pedras), e não serão quebrados por LECO! • Gestantes e aneurisma de aorta são contra-indicações! Nefrolitotripsia Percutânea: cria-se um pertuito que chega ao rim e fragmento o cálculo in loco, retirando o fragmento ou deixa-lo para ser eliminado na urina. • Indicações o Cálculo proximal > 2cm (pelve / ureter proximal) o Cálculo de qualquer tamanho em polo inferior do rim Ureteroscopia: utilizada nos cálculos em ureter médio e distal! Nefrolitíase complicada A primeira conduta consiste na desobstrução! • Cateter Duplo-J • Nefrostomia percutânea CRÔNICO • Esta é a hora de hidratar o paciente, com 2,5L/dia ou mais! • O resto do tratamento depende do tipo de cálculo... • Deve-se tratar as alterações metabólicas, que incluem: hipercalciúria idiopática, hiperoxalúria entérica, hiperparatireoidismo primário, hipocitratúria, ATR tipo I. Hipercalciúria idiopática Diagnóstico metabólico • Homem: > 300 mg/24h • Mulher: > 250 mg/24h • Sem hipercalcemia Tratamento • Não restringir cálcio na dieta • Restrição de sódio e proteínas (de origem animal) • Uso de tiazídicos ✓ A restrição de sódio faz com que o TCD (que reabsorve Na ou Ca) reabsorva mais Ca, retirando-o da urina! ✓ O tiazídico age no TCD bloqueando a reabsorção do sódio, assim o TCD reabsorve cálcio! ✓ O metabolismo proteico gera ácidos, necessitando tamponamento, o qual pode ser feito pelo cálcio do osso que acaba indo para a urina. A restrição proteica diminui a chance de calciúria. Infecções (urease) / urina alcalina Diagnóstico • Urinocultura (Proteus / Klebsiella) • pH alcalino (> 7,5) Tratamento • ATB • Acido acetohidroxinâmico Hiperuricosúria / urina ácida Diagnóstico metabólico • Homem: > 800 mg/24h • Mulher: > 750 mg/24h • pH ácido (< 5,5) Tratamento • Alcalinizar urina (citrato K) • Restringir purinas na dieta • Refratário: alopurinol ou febuxostat Hipercistinúria / urina ácida Diagnóstico metabólico • > 250 mg/24h • pH ácido (< 5,5) Tratamento • Alcalinizar urina (citrato K) • Tiopronina CÂNCER DE PRÓSTATA O principal tipo é o adenocarcinoma! Screening • > 50 anos • > 45 anos + fator de risco (raça negra ou HMF+) • 75 anos: apenas se expectativa de vida > 10 anos O screening é feito com dois exames juntos: toque retal + PSA! • Basta 1 dos exames alterados para seguir com confirmação através de biópsia! • Toque retal suspeito: próstata com nódulos ou consistência endurecida! • PSA suspeito: > 4 ng/ml; se menor que 60 anos o ponto de corte é >2,5 o Em caso suspeito (TR e/ou PSA), indicar biópsia!!! Refinamentos do PSA: quando suspeitar e indicar biópsia • Velocidade: > 0,75 ng/ml/ano • Densidade do PSA: > 0,15 • Fração livre: < 25% Biópsia: score de Gleason • Soma as duas histologias mais frequentes (x + y) dentre as 5 histologias possíveis. • Vai do mais diferenciado para o menos diferenciado. • Gleason > 6 significa câncer mais indiferenciado, de maior agressividade. Maior chance de ser avançado e pior prognóstico, com alta probabilidade de invasão metastática local. • 2 – 4: bem diferenciado • 5 – 6: moderadamente diferenciado • 7 – 10: indiferenciado Estadiamento TNM • É feito através do TR, PSA e Gleason. • PSA > 20 + Gleason > 6: CA avançado (?) o Cintilografia óssea – avaliar metástases ósseas o TC ou RNM abdominopélvica – observar crescimento local e acometimento de linfonodos locais T1 – confinado à próstata e não-palpável T2 – confinado à próstata e palpável T3 – invasão extracapsular T4 – invasão de órgãos adjacentes Doença localizada, sem metástase, assume-se uma estratégia de cura, seja cirúrgica ou radioterapêutica, ou então uma estratégia de vigilância ativa. • Vigilância ativa: PSA < 10, Gleason < 7! o Não cura o paciente agora, aguarda-se para ver o que vai mudar. Na doença localmente avançada (T3 ou T4) realiza-se a mesma estratégia, porém com menos chance de cura. • Prostatectomia radical + linfadenectomia • Radioterapia + terapia anti-androgênica Na doença metastática, realizar terapia anti-androgênica.
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