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A cabeça óssea possui formato ovóide (exceto a norma posterior), pesa aproximadamente 300-400g, apresenta capacidade de 1,5L e é formada por 22 ossos (ou constituída por 28 se contarmos os ossículos do ouvido, martelo, bigorna e estribo). Anatomicamente, o crânio pode ser dividido em duas porções: a) Viscerocrânio (14) – corresponde à porção ântero-inferior, sendo o conjunto de ossos que formam o esqueleto da face → vômer, mandíbula, zigomáticos (2), lacrimais (2), nasais (2), maxilas (2), palatinos (2), conchas nasais inferiores (2). b) Neurocrânio (8) – corresponde à porção posterosuperior, sendo o conjunto de ossos que delimitam a caixa craniana, a qual envolve o encéfalo e as meninges. Apresenta uma parte em forma de cúpula (calvária ou abóbada craniana) e um assoalho (base) → frontal, parietais (2), temporais (2), occipital, esfenoide, etmoide. Observação: Ossos wormianos – também chamados de intra- suturais, consistem em ossos supranumerários, irregulares e isolados que se desenvolvem fora dos centros de ossificação usuais do crânio, sendo delimitados pelas suturas. *O inca é um osso wormiano de grandes dimensões que ocorre na intersecção das suturas sagital e lambdoide Observação: Plano horizontal de Frankfurt Em posição anatômica, o crânio está orientado de maneira que a margem inferior da órbita e a margem superior do meato acústico externo de ambos os lados se situam no mesmo plano horizontal. Dessa forma, o plano orbitomeático constitui-se como uma referência craniométrica padrão (posição natural da cabeça). Também chamada de calota ou abóbada craniana, corresponde à parte superior do crânio, apresentando formato côncavo e sendo formada pelos ossos frontal, parietais e occipital. Na calvária destacam-se três articulações fibrosas: • Sutura sagital – interparietal • Sutura coronal – frontoparietal • Sutura lambdóide – parieto-occipital Observações: *A sutura metópica é a parte remanescente da sutura frontal que permanece em cerca de 8% da população *Na intersecção entre as suturas sagital e coronal está o bregma *O ponto mais alto da calvária é o vértice, situado próximo ao ponto médio da sutura sagital *O forame parietal (podem estar presentes um ou dois) é uma abertura pequena e inconstante localizada na região posterior do osso parietal, perto da sutura sagital. Ele dá passagem às veias emissárias (conectam as veias do couro cabeludo aos seios venosos da dura-máter) associadas ao seio sagital superior → correlação clínica: Osteologia da cabeça INTRODUÇÃO Atenção: Quantos ossos formam a órbita ocular? R: 7 = frontal, zigomático, esfenoide, lacrimal, maxilar, palatino e etmóide Bruna Larissa → MED 52 UNCISAL CALVÁRIA CONTEÚDO DA CALOTA CRANIANA ▪ Tábuas externa e interna ▪ Díploe (tecido ósseo esponjoso entre as tábuas; contém medula óssea vermelha) ▪ Lagos venosos (anastomose díploe – couro cabeludo – seios venosos; desembocam nos seios) ▪ Suturas e sincondroses CRANIOSSINOSTOSE Refere-se ao fechamento prematuro das suturas cranianas, o que acarreta diversos tipos de malformações. → Escafocefalia – fusão precoce da sutura sagital, resultando em um crânio longo, estreito e cuneiforme. → Trigonocefalia – fusão precoce da sutura metópica, ocasionando uma protuberância triangular frontal que se assemelha a proa de um barco. → Plagiocefalia - fusão precoce da sutura coronal unilateral, caracterizando-se por ascensão da órbita ipsilateral e torção/assimetria da face. → Braquiocefalia – fusão precoce da sutura coronal bilateral, resultando em um crânio alto, ou seja, retraído anteroposteriormente. *Sinonímia: turricefalia ou oxicefalia A base do crânio consiste no assoalho da cavidade do crânio (subtraída a mandíbula), sendo uma região que apresenta vários forames através dos quais estruturas entram e saem do crânio. Apresenta três depressões situadas em diferentes níveis: as fossas anterior, média e posterior. FOSSA ANTERIOR É a mais superficial das três fossas, sendo formada pelas lâminas orbitais do osso frontal, pela lâmina cribiforme do etmóide e pelas asas menores e parte anterior do esfenóide. FORAME/ABERTURA CONTEÚDO Forame cego V. emissária nasal Forames na lâmina cribiforme Nn. olfatórios e A. etmoidal anterior Forame etmoidal anterior Vasos correspondentes Forame etmoidal posterior Vasos correspondentes Na transição da fossa anterior para a média tem-se o sulco do quiasma óptico. FOSSA MÉDIA Apresenta formato de borboleta, sendo formada anteriormente pelas asas menores do esfenóide, posteriormente pela porção petrosa do osso temporal e lateralmente pelo parietal, parte escamosa do temporal e asa maior do esfenóide. FORAME/ABERTURA CONTEÚDO Canal óptico *de acordo com a aula do André, o canal óptico ta na fossa anterior N. óptico e A. oftálmica Fissura orbital superior Nn. oculomotor, troclear, e abducente, ramo oftálmico do trigêmeo (V1) e V. oftálmica superior Forame redondo Ramo maxilar do trigêmeo (V2) Forame oval Ramo mandibular do trigêmeo;(V3) e A. meníngea acessória Forame espinhoso A.,meníngea média Forame lacerado N. petroso profundo e ramos arteriais meníngeos *É coberto por uma lâmina de cartilagem Sulco do N. petroso maior N. petroso maior e ramo petroso da A. meníngea média FOSSA POSTERIOR É a maior e mais profunda fossa, sendo responsável por alojar o cerebelo, a ponte e o bulbo. É formada principalmente pelo occipital, mas há também contribuição do dorso da sela do esfenóide e da parte petrosa e mastóidea do temporal. FORAME/ABERTURA CONTEÚDO Forame magno Medula espinal, meninges, Aa. vertebrais, Aa. espinais anterior e posterior, Vv. durais, N. acessório Forame jugular NC IX, X e XI, bulbo superior da V. jugular interna, seios petroso inferior e sigmóideo e ramos meníngeos da Aa. faríngea ascendente e occipital Canal hipoglosso N. hipoglosso Meato acústico interno Nn. vestibulococlear e facial, A. e V. do labirinto Canal carótico A..carótida interna e plexos simpáticos Canal condilar V. emissária condilar (segue do seio sigmóideo até Vv. vertebrais no pescoço) Forame mastóideo V. emissária mastóidea e ramo meníngeo da A. occipital BASE DO CRÂNIO FONTANELAS Bruna Larissa → MED 52 UNCISAL As fontanelas – popularmente conhecidas como moleiras – são áreas membranosas temporárias entre alguns ossos em ossificação no crânio de recém-nascidos. Essas regiões só são visíveis até aproximadamente 12 meses de vida e têm como função facilitar a passagem da cabeça do bebê pelo canal vaginal durante o parto (possibilita o cavalgamento dos ossos) e permitir o crescimento do cérebro e do crânio durante o primeiro ano de vida. Existem seis fontanelas: • Fontanela anterior (bregmática) – é a maior de todas e apresenta formato de losango. Fecha entre 9 e 18 meses • Fontanela posterior (lambdóide) – apresenta formato triangular e fecha no 2º mês de vida • Fontanelas esfenoidais (ptéricas) – duas fontanelas anterolaterais • Fontanelas mastóideas (astéricas) – duas fontanelas posterolaterais → correlação clínica: Os pontoscraniométricos consistem em pontos anatômicos padronizados que permitem a aferição sistematizada da cabeça, possibilitando, por exemplo, o traçado de planos de incisões e a delimitação de acessos cirúrgicos. A) Pontos medianos Alveolon – ponto mediano do palato duro que tangencia a margem posterior da arcada alveolar Basion – ponto mediano situado na margem anterior do Basion – ponto mediano situado na margem anterior do forame magno Bregma – ponto mediano situado no encontro da sutura sagital com a coronal Glabela – ponto mediano situado acima da sutura frontonasal, entre os arcos superciliares Gnathion – ponto mediano na margem anterior da mandíbula que mais se projeta para baixo Hormion – ponto mediano situado na esquindilese entre as asas do vômer (na inserção deste com o corpo do esfenóide) Infradental – ponto mediano localizado na margem alveolar anterior entre os incisivos frontais inferiores Ínio – ponto mediano situado na união das linhas occipitais superiores; é o ponto mais proeminente da protuberância occipital externa Lambda – ponto mediano no encontro da sutura sagital com a lambdóide Lingual – ponto mediano situado na extremidade posterosuperior da sínfise mentoniana (corresponde ao ponto de repouso do ápice da língua) Nasion – ponto mediano no encontro da sutura internasal com a frontonasal (na raíz do nariz; abaixo da glabela) Nasospinale – ponto mediano na margem inferior da abertura piriforme, na espinha nasal anterior Obélio – ponto mediano situado na sutura sagital à nível dos forames parietais, marcando sua porção menos serreada Opisthio – ponto mediano situado na margem posterior do forame magno B) Pontos laterais Astério – ponto localizado na junção das suturas parietomastoidea, occipitomastoidea e lambdóide (no encontro do processo mastóide do temporal com os ossos parietal e occipital) Condíleo – ponto situado na parte mais alta do côndilo da mandíbula Dakryon – ponto situado no ângulo formado pela sutura frontolacrimal e pela lacrimomaxilar Ektoconchion – ponto situado na margem lateral da órbita Eurion – ponto situado sobre a protuberância parietal, sendo este o ponto mais lateral do neurocrânio (marca o diâmetro transverso máximo) Gonion – ponto situado no lado externo do ângulo da mandíbula Orbital – ponto mais baixo na margem da órbita; fornece orientação para o plano de Frankfurt Ptério – ponto de encontro dos ossos frontal, temporal (parte escamosa), parietal e esfenoide (asa maior); situa-se sobre o trajeto da divisão anterior da A. meníngea média, estando associado com hematoma epidural ABAULAMENTO DE FONTANELAS As fontanelas devem parecer firmes e se curvar levemente para dentro ao toque. Uma fontanela abaulada, isto é, tensa ou protuberante, está associada com aumento da pressão intracraniana ou acúmulo de líquido na cavidade craniana. Causas comuns = encefalite, hidrocefalia, meningite Observação: Fontanelas deprimidas são indicativas de desidratação Atenção: Qual tipo de ossificação predomina no crânio? R: Intramembranosa – ocorre na calota craniana, em parte da base do crânio (parte timpânica) e no viscerocrânio. *A ossificação endocondral ocorre na maior parte do occipital, nas partes petrosa e mastóide do temporal, no corpo e nas asas menores do esfenóide, no etmóide e na concha nasal inferior. PONTOS CRANIOMÉTRICOS Índice cefálico (IC) Corresponde a uma proporção equivalente a porcentagem da largura do crânio em relação a seu comprimento. É relevante em estudos antropométricos. IC = 𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑥 100 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 → Comprimento: da glabela ao opisthion = aproximad. 20 cm → Largura de eurion a eurion = aproximad. 16 cm Resultado: (a) mesocéfalo < 80 (b) dolicocéfalo = 80 (c) braquicéfalo > 80 Bruna Larissa → MED 52 UNCISAL → correlação clínica: O terço médio da face está ligado ao crânio por pilares que funcionam como zonas de resistência ao impacto e estresse mecânico, atuando de maneira a absorver e dissipar forças para outros ossos (ex: forças de tração provenientes dos músculos da mastigação). → Pilar canino (frontonasal) – origina-se na margem alveolar do canino superior, sobe a margem lateral da abertura piriforme e continua-se com o processo frontal da maxila até a parte central do osso frontal. → Pilar zigomático – origina-se na margem alveolar do 1º molar, sobe pela maxila e bifurca-se no arco zigomático. → Pilar pterigóideo – origina-se na margem alveolar do 3º molar e passa para o processo pterigóideo do esfenóide pelo processo piramidal do palatino. Atenção: Os arcos de união são reforços ósseos horizontais que ligam os pilares um ao outro. o Arcos supra e infraorbital – ligam o pilar canino ao zigomático o Arcos supra e infranasal – ligam os pilares caninos entre si o Arco zigomático – une o pilar zigomático ao pterigóideo o Arco palatino – conecta todos os pilares → correlação clínica: O couro cabeludo cobre o neurocrânio desde as linhas nucais superiores no occipital até as margens supraorbitais do frontal, lateralmente estendendo-se sobre a fáscia temporal até os arcos zigomáticos. Apresenta 5 camadas: • Pele – é fina (exceto na região occipital) e contém muitas glândulas sudoríparas e sebáceas e folículos pilosos. Sua irrigação arterial é abundante e há boa drenagem venosa e linfática. • Tela subcutânea – é formada por tecido conectivo, sendo espessa, ricamente vascularizada e suprida por Nn. cutâneos. • Aponeurose epicrânica (gálea aponeurótica) – consiste em uma lâmina tendínea larga e forte que cobre a calvária, sendo local de fixação do epicrânio (= Mm. occipitofrontal, temporoparietal e auricular superior), o qual é inervado pelo N. facial. • Tecido conjuntivo frouxo – trata-se de uma camada esponjosa que contém espaços virtuais distensíveis por líquido em caso de lesão ou infecção. Possibilita o livre movimento do couro cabeludo propriamente dito (as 3 primeiras camadas) sobre a calvária. • Pericrânio – consiste em uma camada densa de tecido conectivo que forma o periósteo externo do neurocrânio. Obs: As três primeiras camadas são firmemente unidas e movem- se como uma só. *Macete: SCALP → S = skin; C = close subcutaneous tissue; A = aponeurose; L = loose subaponeurotic tissue; P = pericrânio PILARES ÓSSEOS Bruna Larissa → MED 52 UNCISAL FRATURAS LE FORT (10-20% das fraturas faciais) *Classificação das fraturas do terço superior e médio da face, as quais são quase sempre transversais e envolvem vários ossos, seguindo as linhas de menor resistência. • Le Fort I (fratura horizontal) – fratura horizontal das maxilas que vai desde a base da abertura piriforme até os processos pterigóides do esfenóide. É normalmente linear, separando processos alveolares, dentes e palato do resto do viscerocrânio. • Le Fort II (fratura piramidal) – vai da sutura frontonasal em direção descendente – passando pelo assoalho da órbita – até o processo pterigóide. Resulta no deslocamento de um fragmento que inclui a porção central do viscerocrânio, palato e processos alveolares. Le Fort III (disjunção crânio-facial) – consiste na avulsão de todo o viscerocrânio do neurocrânio. Vai da sutura frontonasal - passando pela sutura frontomaxilar, pelos ossos lacrimal e etmóide, pela fissura orbital superior, pela asa maior do esfenóide e pela sutura frontozigomática – até o processo pterigóide. Envolve todos ospilares de sustentação. • COURO CABELUDO (EXTRATIMERIA) HEMATOMAS INTRACRANIANOS Hematoma epidural (extradural) Acúmulo de sangue entre a dura-máter e o crânio, normalmente devendo-se à lesão da A. meníngea média por fratura da parte escamosa do osso temporal. *Sintomas: intervalo lúcido, midríase ipsilateral *Aspecto na TC: meia-lua crescente Hematoma subdural Acúmulo de sangue entre a aracnóide e a dura-máter, normalmente causado por lesão de veias tributárias do seio sagital superior *Aspecto na TC: lente biconvexa
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