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2012 Processos de exPortação Prof.ª Adriana Giovanela Prof. Amarildo Furtado de Pinho Copyright © UNIASSELVI 2012 Elaboração: Prof.ª Adriana Giovanela Prof. Amarildo Furtado de Pinho Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: 382 G512p Giovanela, Adriana Processos de exportação /Adriana Giovanela; Amarildo Furtado de Pinho. Indaial : Uniasselvi, 2012. 184 p. : il ISBN 978-85-7830-557-4 1. Comércio exterior; 2. Processos de exportação. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título III aPresentação Caro acadêmico! Bem-vindo à disciplina de Processo de Exportação! Neste Caderno de Estudos vamos nos infiltrar no mundo globalizado do comércio exterior e conhecer os objetivos e conceitos de uma ramificação muito importante nesse ambiente, que é o mercado das exportações. Além disso, vamos apresentar os aspectos teóricos e práticos da logística na exportação. Temos a intenção de demonstrar-lhes a importância da exportação para a economia de um país, como uma das principais fontes de geração de riqueza. Portanto, leia atentamente os tópicos de cada unidade. Caso tenha dúvidas, volte e leia novamente, procure entender cada tópico e responder às autoatividades, de acordo com o seu entendimento, sem realizar cópia fiel do caderno, pois essa técnica vai facilitar você durante o percurso, principalmente quando for fazer as provas de redação e discursivas. Vamos realizar um ensino-aprendizagem cooperativo. Se você tiver dúvidas na resolução das autoatividades, não seja tímido, contate-nos pelo 0800 ou pelo DaVinci Talk, quantas vezes for necessário, para a tutoria interna do NEAD. Eles irão lhe atender com todo carinho e atenção. Veja também o Ambiente Virtual de Aprendizagem e acesse o material de apoio da disciplina, como “FIQUE LIGADO”, “FÓRUM”, “ENQUETE” e “OBJETO de APRENDIZAGEM”. Estas ferramentas vão facilitar seu autoaprendizado. Lembre-se: “não basta saber, é preciso saber fazer”. Nós, do NEAD/UNIASSELVI, acreditamos em você, caro acadêmico, e temos certeza de que você também tem a mesma expectativa para conosco. Desejamos sucesso nessa etapa da sua vida. IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA V VI VII UNIDADE 1 – APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO ............................................1 TÓPICO 1 – APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO ................................................3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3 2 O QUE É EXPORTAÇÃO? .....................................................................................................................3 2.1 RAZÕES PARA EXPORTAR ............................................................................................................4 2.2 PARA QUEM EXPORTAR ................................................................................................................4 2.3 O QUE EXPORTAR ...........................................................................................................................5 2.4 COMO EXPORTAR ...........................................................................................................................7 2.5 REQUISITOS PARA EXPORTAR ....................................................................................................8 LEITURA COMPLEMENTAR I ..............................................................................................................9 2.6 IMPORTÂNCIA DE EXPORTAR PARA O PAÍS .........................................................................9 2.7 IMPORTÂNCIA DE EXPORTAR PARA AS EMPRESAS ......................................................... 10 3 A GLOBALIZAÇÃO E SEUS EFEITOS NOS NEGÓCIOS INTERNACIONAIS ................... 10 4 O PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO .............................................................................................. 11 4.1 GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA ................................................................................................. 11 4.2 GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA ................................................................................................... 11 4.3 GLOBALIZAÇÃO COMERCIAL .................................................................................................. 12 4.4 GLOBALIZAÇÃO INSTITUCIONAL .......................................................................................... 12 4.5 GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA ................................................................................................. 12 LEITURA COMPLEMENTAR II ........................................................................................................... 13 LEITURA COMPLEMENTAR III ......................................................................................................... 15 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 17 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 18 TÓPICO 2 – ASPECTOS OPERACIONAIS DAS EXPORTAÇÕES .............................................. 19 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19 2 REGISTRO DO EXPORTADOR ....................................................................................................... 19 2.1 REGISTRO DE EXPORTAÇÃO .................................................................................................... 20 2.2 MARCA DO EXPORTADOR ......................................................................................................... 21 2.3 NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO DAS MERCADORIAS ........................................... 21 2.4 EXPORTAÇÃO PARA CONSUMO DE BORDO ........................................................................ 22 2.5 EXPORTAÇÃO PARA FEIRAS E EXPOSIÇÕES ......................................................................... 22 2.6 REGIME ESPECIAL DE EXPORTAÇÃO TEMPORÁRIA .........................................................22 2.7 REGISTRO DE EXPORTAÇÃO SIMPLIFICADO – RES ............................................................ 23 2.8 SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR – SISCOMEX ...................................... 23 2.9 MANUTENÇÃO DOS RECURSOS NO EXTERIOR .................................................................. 25 2.10 CÂMBIO SIMPLIFICADO ........................................................................................................... 25 2.11 CONTRATO DE CÂMBIO EXPORTAÇÃO – TIPO 01 ............................................................ 25 2.11.1 Definição ................................................................................................................................ 25 2.11.2 Alteração ................................................................................................................................ 27 2.11.3 Prorrogação............................................................................................................................ 27 2.11.3.1 Para embarque de mercadorias ....................................................................................... 27 2.11.3.2 Para liquidação ................................................................................................................... 27 sumário VIII 2.11.4 Cancelamento ........................................................................................................................ 28 2.11.4.1 Pré-embarque ..................................................................................................................... 28 2.11.4.2 Pós-embarque ..................................................................................................................... 28 2.11.5 Baixa de contrato de câmbio ............................................................................................... 29 2.11.6 Contrato de câmbio travado ................................................................................................ 29 2.12 DESPACHO ADUANEIRO ......................................................................................................... 30 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 31 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 34 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 35 TÓPICO 3 – DOCUMENTAÇÃO DE USO EXTERNO NA EXPORTAÇÃO ............................... 37 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 37 2 BORDERÔ DE DOCUMENTOS ....................................................................................................... 37 2.1 NOTA FISCAL DE MERCADORIA PARA EXPORTAÇÃO ..................................................... 38 2.2 FATURA PRO FORMA (PRO FORM INVOICE) ......................................................................... 39 2.3 FATURA COMERCIAL (COMMERCIAL INVOICE) .................................................................. 41 2.4 FATURA CONSULAR (CONSULAR INVOICE) ......................................................................... 42 2.5 ROMANEIO (PACKING LIST) ....................................................................................................... 42 2.6 CONHECIMENTO DE EMBARQUE ........................................................................................... 44 2.6.1 Marítimo................................................................................................................................... 44 2.6.2 Aéreo ......................................................................................................................................... 46 2.6.3 Rodoviário ............................................................................................................................... 47 2.6.4 Ferroviário ............................................................................................................................... 49 2.7 SAQUE (DRAFT).............................................................................................................................. 51 2.8 CERTIFICADO DE ORIGEM (CERTIFICATE ORIGIN) ............................................................. 52 2.8.1 Certificado comum ................................................................................................................. 53 2.8.2 Certificado de Origem Países da ALADI............................................................................. 54 2.8.3 Certificado de Origem Países do Mercosul ......................................................................... 54 2.8.4 Certificado Sistema Geral de Preferência ............................................................................ 54 2.8.5 Certificado Halal ..................................................................................................................... 54 2.8.6 Certificado de Inspeção .......................................................................................................... 55 2.8.7 Certificado Fitossanitário ....................................................................................................... 55 2.8.8 Certificado de Análise ............................................................................................................ 56 2.8.9 Certificado de Seguro ............................................................................................................. 58 2.8.10 Certificado de Peso ............................................................................................................... 59 2.8.11 Certificado de Qualidade..................................................................................................... 59 3 MODALIDADES DE PAGAMENTO DE EXPORTAÇÃO ........................................................... 59 3.1 RECEBIMENTO ANTECIPADO .................................................................................................. 60 3.2 REMESSA SEM SAQUE ................................................................................................................. 61 3.3 COBRANÇA DOCUMENTÁRIA................................................................................................. 62 3.4 CARTA DE CRÉDITO (LETTER OF CREDIT ) ........................................................................... 63 3.4.1 Características ......................................................................................................................... 64 3.4.1.1 Tomador (applicant) ............................................................................................................. 65 3.4.1.2 Beneficiário (beneficiary) ...................................................................................................... 65 3.4.1.3 Banco emissor (issue bank) .................................................................................................. 66 3.4.1.4 Banco avisador (advising) .................................................................................................... 66 3.4.1.5 Banco negociador (negotiating bank) .................................................................................. 66 3.4.1.6 Banco confirmador (confirming bank) ................................................................................ 66 3.4.1.7 Banco reembolsador (reimbursing bank) ............................................................................ 67 3.4.2 Tipos de carta de crédito ........................................................................................................ 67 3.4.2.1 Irrevogável (irrevogable) ...................................................................................................... 67 3.4.3 Restrita (restricted/straight) .....................................................................................................68 IX 3.4.3.1 Transferível (transferable) .................................................................................................... 68 3.4.3.2 Rotativa (revolving) .............................................................................................................. 69 3.4.4 Utilização do crédito .............................................................................................................. 69 3.4.4.1 Pagamento à vista ................................................................................................................ 69 3.4.4.2 Pagamento a prazo .............................................................................................................. 70 3.4.4.3 Aceite no saque .................................................................................................................... 70 3.4.4.4 Negociação ............................................................................................................................ 70 3.4.5 Apresentação dos documentos ............................................................................................. 70 3.4.5.1 Prazo para análise e recusa de documentos .................................................................... 71 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 72 3.4.5.2 Liquidação do contrato de câmbio e carta de crédito ..................................................... 73 3.4.6 Back to back credits .................................................................................................................... 74 3.4.6.1 Documentos utilizados nas operações back to back ......................................................... 75 3.4.6.2 Documentos necessários para a contratação do câmbio ................................................ 75 3.4.6.3 Publicação 600 – eletrônica ................................................................................................. 76 3.5 OPERAÇÕES FINANCEIRAS ....................................................................................................... 76 3.6 MODALIDADE DRAWBACK ....................................................................................................... 76 LEITURA COMPLEMENTAR II ........................................................................................................... 77 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 79 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 80 UNIDADE 2 – FINANCIAMENTO ÀS EXPORTAÇÕES ................................................................ 81 TÓPICO 1 – FINANCIAMENTO ÀS EXPORTAÇÕES .................................................................... 83 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 83 2 ADIANTAMENTO SOBRE CONTRATO DE CÂMBIO – ACC ................................................. 83 2.1 ADIANTAMENTO SOBRE DOCUMENTOS ENTREGUES – ACE ........................................ 84 2.2 FINANCIAMENTO DE LONGO PRAZO – BNDES ................................................................. 84 2.2.1 BNDES – Exim Pré-embarque Especial ............................................................................... 85 2.2.1.1 Prazo de financiamento ...................................................................................................... 86 2.2.1.2 Amortização.......................................................................................................................... 86 2.2.1.3 Carência ................................................................................................................................. 86 2.2.1.4 Juros ....................................................................................................................................... 86 2.2.1.5 Garantias ............................................................................................................................... 86 2.2.2 BNDES – Exim Pré-embarque ............................................................................................... 87 2.2.2.1 Juros ....................................................................................................................................... 87 2.2.2.2 Prazo de financiamento ...................................................................................................... 87 2.2.2.3 Garantias ............................................................................................................................... 87 2.2.2.4 Amortização.......................................................................................................................... 87 2.2.2.5 Comprovação da exportação.............................................................................................. 88 2.2.2.6 Penalidades ........................................................................................................................... 88 2.2.3 BNDES – Exim Pós-embarque .............................................................................................. 88 2.2.3.1 Valor financiado ................................................................................................................... 88 2.2.3.2 Prazo da operação ................................................................................................................ 89 2.2.3.3 Taxa de juros ......................................................................................................................... 89 2.2.3.4 Liberação ............................................................................................................................... 89 2.2.3.5 Garantias ............................................................................................................................... 89 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 90 2.3 FUNDO DE GARANTIA PARA A PROMOÇÃO DA COMPETIVIDADE – FGPC ............. 95 2.3.1 Objetivos .................................................................................................................................. 95 2.3.2 Beneficiários ............................................................................................................................. 95 2.3.3 Risco de crédito ....................................................................................................................... 95 X 2.3.4 Garantias .................................................................................................................................. 95 2.4 PROGRAMA DE FINANCIAMENTO ÀS EXPORTAÇÕES – PROEX ................................... 95 2.4.1 Proex financiamento ............................................................................................................... 95 2.4.1.1 Prazo de financiamento ...................................................................................................... 95 2.4.1.2 Valor do financiamento ....................................................................................................... 96 2.4.1.3 Juros ....................................................................................................................................... 96 2.4.1.4 Forma de pagamento .......................................................................................................... 96 2.4.2 Proex equalização ................................................................................................................... 96 2.4.2.1 Percentual de equalização .................................................................................................. 96 2.4.2.2 Prazo de equalização ...........................................................................................................96 2.4.2.3 Forma de pagamento .......................................................................................................... 96 2.5 SEGURO DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO................................................................................. 96 2.5.1 Beneficiários ............................................................................................................................. 97 2.6 CONVÊNIO DE CRÉDITOS RECÍPROCOS ............................................................................... 97 2.6.1 Instrumento de pagamento através de convênio ............................................................... 97 2.6.2 Pagamentos efetuados pelo Banco Central ......................................................................... 97 2.6.3 Garantias oferecidas pelo convênio ...................................................................................... 97 LEITURA COMPLEMENTAR II .......................................................................................................... 98 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................101 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................102 TÓPICO 2 – INCOTERMS – TERMOS DE NEGOCIAÇÃO ........................................................103 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................103 2 EX WORKS – EXW ..............................................................................................................................104 2.1 FREE CARRIER – FCA ..................................................................................................................104 2.2 FREE ALONGSIDE SHIP – FAZ ...................................................................................................105 2.3 FREE ON BOARD – FOB ..............................................................................................................105 2.4 COST AND FREIGHT – CFR ........................................................................................................107 2.5 COST INSURANCE AND FREIGHT – CIF .................................................................................108 2.6 CARRIAGE PAID TO – CPT (TRANSPORTE PAGO ATÉ…) ..................................................108 2.7 CARRIAGE AND INSURANCE PAID TO – CIP ........................................................................109 3 DELIVERED DUTY PAID - DDP – ENTREGUE IMPOSTOS PAGOS .....................................109 3.1 DAT – DELIVERED AT TERMINAL – ENTREGA NO TERMINAL ......................................110 3.2 DAP – DELIVERED AT PLACE – ENTREGUE NO LOCAL ...................................................110 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................111 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................114 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................115 UNIDADE 3 – FORMAÇÃO DE PREÇO, REGIMES ADUANEIROS .......................................117 TÓPICO 1 – FORMAÇÃO DE PREÇO ..............................................................................................119 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................119 2 FATORES QUE INFLUENCIAM NO CUSTO DAS EXPORTAÇÕES .....................................119 2.1 VALORAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES .........................................................................................120 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................122 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................125 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................126 TÓPICO 2 – REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS......................................................................127 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................127 2 TRÂNSITO ADUANEIRO ................................................................................................................127 2.1 ADMISSÃO TEMPORÁRIA .........................................................................................................128 XI 2.2 ADMISSÃO TEMPORÁRIA PARA APERFEIÇOAMENTO ATIVO .....................................129 2.3 DRAWBACK - TRATAMENTO ADUANEIRO ..........................................................................129 2.4 ENTREPOSTO ADUANEIRO DE EXPORTAÇÃO ..................................................................133 2.5 EXPORTAÇÃO TEMPORÁRIA...................................................................................................134 2.6 EXPORTAÇÃO TEMPORÁRIA PARA APERFEIÇOAMENTO PASSIVO ...........................135 2.7 REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DE EXPORTAÇÃO DE BENS DESTINADOS ÀS ATIVIDADES DE PESQUISA E DE LAVRA DAS JAZIDAS DE PETRÓLEO E DE GÁS NATURAL .......................................................................................................................................136 2.8 REGIME DE DESPACHO ADUANEIRO EXPRESSO (LINHA AZUL) ................................137 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................139 2.9 LOJA FRANCA ..............................................................................................................................142 2.10 DEPÓSITO ESPECIAL ...............................................................................................................142 LEITURA COMPLEMENTAR II .........................................................................................................144 2.11 DEPÓSITO AFIANÇADO .........................................................................................................144 LEITURA COMPLEMENTAR III .......................................................................................................145 2.12 DEPÓSITO ALFANDEGADO CERTIFICADO .......................................................................146 LEITURA COMPLEMENTAR IV .......................................................................................................148 2.13 DEPÓSITO FRANCO .................................................................................................................149 2.14 ZONA FRANCA DE MANAUS ...............................................................................................150 LEITURA COMPLEMENTAR V .........................................................................................................151 2.15 ZONA DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÃO ............................................................152 LEITURA COMPLEMENTAR VI .......................................................................................................153 2.16 ÁREAS DE LIVRE COMÉRCIO ................................................................................................154 LEITURA COMPLEMENTAR VII......................................................................................................155 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................156 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................157 TÓPICO 3 – EXPORTAÇÕESDE SERVIÇOS .................................................................................159 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................159 LEITURA COMPLEMENTAR I ..........................................................................................................161 LEITURA COMPLEMENTAR II .........................................................................................................164 2 BARREIRAS NO COMÉRCIO EXTERIOR ...................................................................................168 3 PROTEÇÃO CONTRA DUMPING ................................................................................................169 LEITURA COMPLEMENTAR III .......................................................................................................170 4 PROTEÇÃO CONTRA SUBSÍDIOS ..............................................................................................173 LEITURA COMPLEMENTAR IV .......................................................................................................174 5 MERCADO COMUM DO SUL – MERCOSUL ............................................................................176 5.1 O QUE É O MERCOSUL ..............................................................................................................176 5.2 OBJETIVOS DO BLOCO ...............................................................................................................176 5.3 MERCOSUL LEGAL E MERCOSUL REAL ..............................................................................177 5.4 TARIFA EXTERNA COMUM - TEC ..........................................................................................177 LEITURA COMPLEMENTAR V .........................................................................................................179 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................181 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................182 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................183 XII 1 UNIDADE 1 APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS Esta unidade tem por objetivos: • conhecer o conceito básico de exportação; • saber para onde, para quem e o porquê das exportações; • compreender a importância das exportações para o país e para as empresas; • saber o que exportar, para onde exportar e os requisitos necessários para a exportação; • conhecer a globalização e seus efeitos no comércio internacional; • conhecer os aspectos operacionais da exportação; • conhecer os documentos necessários para a exportação. Esta unidade está dividida em três tópicos e ao final de cada um deles você encontrará atividades que o ajudarão a desenvolver seu conhecimento cooperativo. TÓPICO 1 – APRESENTANDO EXPORTAÇÃO TÓPICO 2 – ASPECTOS OPERACIONAIS DAS EXPORTAÇÕES TÓPICO 3 – DOCUMENTAÇÃO DE USO EXTERNO NA EXPORTAÇÃO 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 1 INTRODUÇÃO Neste tópico estudaremos o que é o processo de venda e mercadorias e serviços além das fronteiras de um país, bem como: o que exportar? Para quem exportar? O porquê de exportar? 2 O QUE É EXPORTAÇÃO? Exportação consiste no processo de venda de mercadorias e serviços além das fronteiras de um país, envolvendo dois agentes principais, que são: o exportador e o importador. Devemos, no entanto, considerar a participação de outros agentes secundários, mas de grande importância nas atividades, dentre eles, os agentes de cargas, os armadores, as corretoras de câmbio, as instituições financeiras, as autoridades normativas e fiscalizadoras, entre outros. Para Ratti (2010, p.313), “exportação vem a ser a remessa de bens de um país para outro. Em sentido amplo poderá compreender, além dos bens propriamente ditos, também os serviços ligados a essa exportação (fretes, seguros, serviços bancários etc.)”. Keedi (2011, p. 19) descreve que: exportar é o ato de remeter a outro país mercadorias produzidas em seu próprio ou em terceiros países, que sejam de interesse do país importador, e que proporcionem a ambos envolvidos vantagens na sua comercialização ou troca. É, portanto, a saída de mercadorias para o exterior. Segundo Vazquez (2002, p.179): a exportação é a atividade que proporciona a abertura do país para o mundo. É uma forma de se confrontar com os demais parceiros e, principalmente, frequentar a melhor escola de administração, já que, lidando com diferentes países, o país exportador assimila técnicas e conceitos a que não teria acesso em seu mercado interno. UNIDADE 1 | APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 4 Vieira (2010, p. 59), por sua vez, diz que: outro aspecto abordado, e não menos relevante, refere-se aos mecanismos de financiamento para o capital de giro e investimento de longo prazo em tecnologia, máquinas e equipamentos e acesso às garantias internacionais, como forma de facilitar a colocação dos produtos no mercado consumidor, agregando valor ao produto a ser exportado e gerando aumento de emprego e renda, além do aumento de divisas para o Brasil. 2.1 RAZÕES PARA EXPORTAR As razões para exportar são várias, conforme as necessidades do governo e sua política econômica. A seguir apontaremos algumas necessidades de grande relevância: • Necessidade de gerar divisas para aquisição de produtos, máquinas e equipamentos e tecnologia que não produzimos. • Equilíbrio no faturamento das empresas, para evitar sazonalidade das vendas internas, buscando o mercado externo, evitando assim a queda de receita. • Como um mecanismo de combate à inflação, evitando as oscilações do mercado interno. • A exportação é um fator importante para as empresas, com a finalidade de pulverizar os riscos de mercado. • O produto exportado sempre terá uma qualidade maior, por exigir maior tecnologia e pesquisa na sua elaboração, logo, tornando a marca um atrativo para o consumidor. 2.2 PARA QUEM EXPORTAR “As respostas para onde e para que exportar envolvem, em primeiro lugar, uma análise detalhada dos mercados tidos como promissores para os produtos ou serviços que a empresa exportadora pretende produzir e vender em escala mundial”. (BARBOSA, 2004, p. 143). Para quem exportar, esta é a principal dúvida do exportador, levando-se em consideração o alto risco e custos que a atividade apresenta para o agente exportador. TÓPICO 1 | APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 5 No Brasil, os incentivos para as empresas que exportam são mínimos e os riscos são elevadíssimos. Caso uma mercadoria seja despachada e as divisas não entrem no prazo pactuado, é de total responsabilidade do exportador reaver o retorno das mesmas, o que, muitas vezes, conforme o país importador, é quase impossível. Exemplo: em países de religião muçulmana não existe protesto e, tampouco, cobrança judicial. Na Argentina, a tempestividade de protestar uma cambial é de 48 horas, período impraticável, levando-se em consideração a burocracia exercida. Podemos ainda citar como exemplos: o Peru, a Venezuela, a Bolívia, países estes muito instáveis economicamente. A seguir, apontamos alguns quesitos importantes para confirmarmos o que havíamos comentado anteriormente. • Devemos saber quem são os nossos concorrentes. • Conhecer o sistema cambial do país para o qual estamos exportando. • Conhecer os riscos políticos do país destino da mercadoria exportada. • Evitar países com economias fechadas, com barreiras não tarifárias. • Procurar negociar com carta de crédito, confirmada com banqueiro de primeira linha, ou seja, bancos dos EUA, Japão, Canadá, Alemanha, Inglaterra, França, Suíça, principalmente. • Nas exportações para a AméricaLatina, exigir que os pagamentos sejam via CCR (Convênio de Créditos Recíprocos), convênio que garante a operação. No decorrer desse caderno conheceremos o que é o CCR e quem são os países membros. 2.3 O QUE EXPORTAR Quando uma empresa se posiciona na atividade de exportação, é importante a escolha de estratégias adotadas para a conquista desse novo mercado. É um grande desafio para uma organização quando decidir entrar no mercado internacional, porque a competitividade é muito grande. Muitas vezes, a concorrência é desleal, e caso as ações para o processo de exportação não sejam bem planejadas, muitas vezes levam um excelente produto ao fracasso. UNIDADE 1 | APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 6 Na definição do que exatamente a empresa deverá exportar, muitos aspectos precisam ser considerados, já que tal questão se constituirá na mola- mestra de toda a política de exportação da organização e o marco zero de seu posicionamento estratégico-competitivo no âmbito externo. Em outras palavras, o fato de o produto de exportação ser, em grande parte dos casos, elemento crucial e condicionante dos aspectos gerais referentes aos selecionados, faz dele um fator de influência decisiva. 1. Quanto às táticas de precificação (de baixo ou de alto valor; de margens mais estreitas ou então mais ampliadas; de penetração e dissuasão; de alinhamento com a concorrência; de caráter premium ou diferenciado; e também conforme uma estrutura mais ou menos diversificada de faixas de valor e prazos de pagamento). 2. Quanto à estruturação e ao modus operandi relativo aos processos de distribuição internacional (mais ou menos próximo do consumidor/cliente final; mais massivos e indiferenciados ou mais seletivos, exclusivos e diferenciados; de maior ou menor porte, escala de frequência e entrega; mais ou menos direto e desintermediado ou então mais ou menos indireto e intermediado; com ou sem a presença de vendedores técnicos especializados, diretamente presentes junto aos clientes finais da empresa no exterior). 3. Quanto aos padrões e táticas de promoção, comunicação e propaganda no estrangeiro (mais ou menos direcionada ou focada, mais ou menos abrangente e voltada para segmentos de massa, mais ou menos customizada e específica, mais ou menos intensiva, mais ou menos pulverizada, mais agressiva ou mais comedida, mais ou menos racional, mais ou menos emocional, mais sucinta ou mais detalhada, mais ou menos rica em pormenores, informações técnicas e elementos de conteúdo exaustivo, mais ou menos descritiva ou ilustrativa, com ou sem o envio de amostras, eventos de demonstração direta, venda em consignação etc.). (BARBOSA, 2004, p.120-121). NOTA O Brasil somente ganhou respeito no exterior quando equilibrou seu endividamento perante os credores internacionais, e isto se deve às exportações de mercadorias e serviços. Atualmente, as reservas internacionais estão em torno de USD 350 bilhões. TÓPICO 1 | APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 7 2.4 COMO EXPORTAR Como começar? Esta é sempre uma dúvida para as empresas que pretendem entrar no mercado externo. Caso seja uma empresa de pequeno porte, não é vantagem montar uma estrutura para tal, o aconselhável é terceirizar o serviço, buscando um despachante aduaneiro. São empresas especializadas, que conhecem todos os trâmites da atividade. No entanto, o primeiro passo a ser tomado é providenciar o registro de exportador ou importador, junto ao Serviço de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo, registro este confeccionado pelo SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior), administrado pela SECEX – Secretaria de Comércio Exterior e Receita Federal e operacionalizado pelo Serpro. O SISCOMEX é acessado pelos bancos, corretoras e despachantes, porém, somente os bancos autorizados poderão efetivar e liquidar contratos de câmbio. O exportador poderá decidir qual o canal de venda que será utilizado para colocar suas mercadorias no exterior. A seguir apontaremos os principais canais: • O exportador venderá suas mercadorias diretamente ao importador, sem a participação de um terceiro agente no processo. É uma operação de alto risco, geralmente acontece quando já existe uma parceria de longo prazo entre as partes. • O exportador poderá utilizar uma Comercial Exportadora que terá a incumbência de vender as mercadorias para o exterior. O risco é baixo, porém, com um custo maior. Na sequência desse estudo você ficará conhecendo o siginificado de uma Comercial Exportadora e sua importância para o comércio exterior no país. • O exportador poderá também utilizar os serviços de uma Trading Company, empresa esta similar à Comercial Exportadora. Mais adiante vamos conhecer o que é esse agente e sua participação no comércio global. IMPORTANT E Quando uma organização está se preparando para entrar no comércio internacional, é muito importante que ela esteja atenta às questões culturais do país com o qual pretende manter relações, para evitar qualquer tipo de constrangimento ou, até mesmo, conflito que possa prejudicar o negócio. UNIDADE 1 | APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 8 2.5 REQUISITOS PARA EXPORTAR Como você percebeu no item anterior, o principal requisito para quem quer exportar é registrar-se no SISCOMEX. Importante, não esqueça: o SISCOMEX é o sistema principal do processo tanto de exportação, como de importação. Vamos conhecer mais detalhadamente o SISCOMEX, então. Você sabia que até 1992 as operações de comércio exterior eram processadas e controladas por diversos organismos que atuavam distintamente, de acordo com sua competência? Sendo a atividade de comércio exterior extremamente complexa, houve a necessidade da criação de um sistema integrado. Imagine você a existência de vários órgãos atuando de modo separado, validando uma variedade de documentos, como guias de exportação, importação, declaração de exportação, licença de importação, declaração de importação, contratos de câmbio, entre outros, e mais o conflito de interesses entre os agentes envolvidos. Surgiu então o SISCOMEX, que é um sistema de intercâmbio de dados, chegando para consolidar de forma sistemática administrativa a interface dos dados da SECEX (Secretaria de Comércio Exterior, Banco Central do Brasil e Secretaria da Receita Federal), e o mais importante foi que todos os três agentes tiveram suas funções preservadas, racionalizando assim o processo, tornando-o ágil, nas diversas etapas de uma operação de comércio internacional. Conforme Vasquez (2002 p. 48), os principais objetivos do SISCOMEX são: • simplificar e padronizar as operações de comércio exterior, com acentuada redução da carga burocrática; • agilizar ao máximo as operações de embarque de mercadorias destinadas à exportação; • reduzir ao mínimo o tempo de liberação das mercadorias importadas; • dispor de controles automáticos e unificados, por meio de recursos eletrônicos; • gerar estatísticas confiáveis e tempestivas; • inibir a tentativa de fraudes; • motivar a participação de novas empresas no comércio exterior. Agora você já sabe o que é o SISCOMEX, como era antes dele e depois, ou seja, seu surgimento foi um divisor de águas na atividade de comércio exterior em nosso país. É tal a importância do SISCOMEX no processo de comércio exterior para o nosso país que, no Tópico 2, conheceremos os principais registros que o SISCOMEX permite, que são o RE (Registro de Exportação), o RV (Registro de Venda), o SD (Solicitação de Despacho Aduaneiro) e o RC (Registro de Operação de Crédito). TÓPICO 1 | APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 9 Siscomex ou sistema integrado de comércio exterior é um sistema informatizado, responsável por integrar as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, através de um fluxo único, computadorizado, de informações. Desenvolvido inicialmente pelo Departamento de Informática do Banco Central, é, hoje, mantido pelo SERPRO. O móduloinicial, que abrangia as operações de Exportação, foi lançado em 1993. Em 1997 entrou em produção o módulo Importação. Em outubro de 2006, o módulo Exportação passou por reformulação nas rotinas internas e na forma de acesso, passando para internet. Os dados relativos à averbação (peso da carga, quantidade etc) devem ser inseridos no sistema no prazo máximo de sete dias após a saída do navio, no caso de exportação marítima (exceto pelo porto de Vitória, que tem prazo máximo de quatro dias). É através do Siscomex que os interessados emitem e efetuam documentos como: Registro de Exportação, Registro de Venda, Solicitação de Despacho, Licença de Importação e Exportação, entre outros. FONTE:Disponível em: <www.receita.fazenda.gov.br/atendvirtual/.../alerta.asp?...EXPORTAC pt.wikipedia. org/wiki/Siscomex>. Acesso em: 25 jan. 2012. LEITURA COMPLEMENTAR I DICAS Qualquer dúvida sobre questões do SISCOMEX, consulte o endereço eletrônico da Receita Federal, disponível em: <www.receita.fazenda.gov.br>. 2.6 IMPORTÂNCIA DE EXPORTAR PARA O PAÍS As exportações são de extrema importância para a atividade econômica de um país, é somente com o comércio internacional que um país poderá ser plenamente soberano. Deve-se levar em consideração que com o incremento das exportações ocorrerá um aquecimento no mercado doméstico, aumento do emprego e da distribuição da renda, possibilitando ao país geração de recursos para aquisição de tecnologias que não são produzidas no mercado doméstico. UNIDADE 1 | APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 10 Desta forma, Vazquez (2002, p. 21) afirma que: “a globalização mundial das economias, com o encurtamento das distâncias dos mercados, provocou uma concorrência intensa entre os países”. Baseado nessa premissa de Vazquez (2002), ficou evidente que um país somente se sobressairá em relação a outro, nesta concorrência, se vender mais. Este será um fato gerador de riquezas, lógico, é importante salientar que temos que maximizar o valor exportado, e para isto acontecer, somente com tecnologia. E para criar tecnologia, tem que haver muita pesquisa científica. 2.7 IMPORTÂNCIA DE EXPORTAR PARA AS EMPRESAS Desta maneira, como observamos no item anterior, a grande importância da atividade exportadora para um país também o é na vida das empresas. É através do processo de exportação que uma organização empresarial poderá aumentar sua produtividade, desenvolver uma nova tecnologia, agregando qualidade e valor ao seu produto, enfrentando concorrência, muitas vezes, desleal com empresas de outros países, beneficiadas por barreiras tarifárias e não tarifárias. 3 A GLOBALIZAÇÃO E SEUS EFEITOS NOS NEGÓCIOS INTERNACIONAIS A palavra globalização é, na atualidade, muito badalada, discutida e comentada. Na verdade, há séculos passados, mesmo antes de Cristo, já existia globalização, mas é lógico que atualmente, principalmente com o surgimento de novas tecnologias, o ato de globalizar ficou mais intenso. As grandes navegações, no passado, foram um evento globalizado, ou seja, ocorreram quando os portugueses, espanhóis, ingleses, holandeses e franceses partiram do velho continente, com ideias expansionistas, através da conquista de novas fronteiras em busca de recursos. Quando Alexandre, O Grande, saiu do Mediterrâneo, chegando até o Oriente, sua façanha também foi outro exemplo de globalização. Assim, outros fatos históricos narram os feitos de outros conquistadores, que nada mais eram que os grandes empresários de sua época. TÓPICO 1 | APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 11 De acordo com Faro (2010, p. 8): discutir “globalização” é falar sobre as diversas transformações que ocorreram em âmbito mundial (principalmente a partir da segunda metade do século XX), influenciando sobremaneira a conduta diplomática dos países na gestão da política externa e defesa de seus interesses econômicos, num quadro demarcado pela associação de forças regionais e que, inclusive, passou a envolver ativamente a participação das nações periféricas. Esse processo, em essência, baseia-se em graus cada vez mais elevados de integração dos sistemas produtivos. O fenômeno da globalização nada mais é do que um processo crescente de interdependência entre países parceiros, no qual a limitação tempo- espacial eventualmente detectada cede lugar a uma maior aproximação econômico-financeira. Em outras palavras, as limitações fronteiriças deixam de existir em teoria, e essa perda de importância é minimizada pela intensidade dos relacionamentos econômicos. 4 O PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO O processo de globalização afetou profundamente uma série de sistemas. Um dos mais afetados foram, sem dúvida, os sistemas mundiais de comércio, visto que toda a dinâmica das inúmeras transações comerciais realizadas entre pessoas, empresas e governos da quase totalidade dos países do mundo acabou sendo radicalmente transformada, adquirindo uma nova feição. (BARBOSA, 2004, p. 19). 4.1 GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA A globalização financeira nada mais é do que a migração de capitais estrangeiros, como uma verdadeira nuvem sobrevoando o céu do planeta em busca de alternativas de investimentos atrativos, com o objetivo único de maximizar o capital do investidor. Segundo Faro (2010, p.10): entende-se como globalização financeira a segmentação desse fenômeno relacionado à conduta de empresas e investidores internacionais, quanto à diversificação geográfica de seus investimentos, buscando reduzir os riscos inerentes às suas intervenções no mercado. 4.2 GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA Atualmente, existem empresas que se tornaram grandes conglomerados produtivos, montando unidades estrategicamente localizadas em diversas partes do mundo, com o intuito de conquista de novos mercados consumidores. Trata-se da fragmentação do processo produtivo, num contexto em que as estruturas de produção são instaladas em diversos países, preservando-se, contudo, a interligação entre cada componente do sistema, no entanto segue critérios previamente definidos quanto às vantagens que os fatores de produção apresentam. (FARO, 2010, p. 11). UNIDADE 1 | APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 12 4.3 GLOBALIZAÇÃO COMERCIAL Conforme Faro (2010, p. 11): a globalização comercial baseia-se na existência de maiores polos de concorrência. Os consumidores em todo o mundo demonstram ser fascinados e seduzidos pela facilidade encontrada para a aquisição de bens e serviços oriundos de terceiros países. Esta premissa de Faro se confirma quando compramos mercadorias do exterior com cartão de crédito, ou reservamos passagens aéreas ou de trem, em outros países, bem antes das viagens em férias ou serviço. 4.4 GLOBALIZAÇÃO INSTITUCIONAL “A globalização institucional pode ser entendida como a tendência observada junto a um número significativo de países quanto à existência de elevado grau de equilíbrio no sistema de regulação das atividades produtivas”. (FARO, 2010, p.12). O autor se refere aos acordos bilaterais entre os agentes governamentais com a finalidade de romper barreiras protecionistas, facilitando o comércio mundial. Por outro lado, os agentes privados tendem a se aproximar, transformando empresas domésticas em multinacionais, ou seja, se posicionando estrategicamente em outros países, realizando acordos cooperativos, principalmente nas áreas de tecnologia. 4.5 GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA De acordo com Faro (2010, p.12), “a globalização econômica evidencia-se por intermédio da perda crescente de elementos determinantes e representativos da soberania política e econômica, cujo raio de ação pode alcançar um número substancial, tanto de países desenvolvidos, quanto de emergentes”. UNI O presente texto apresentará algumas reflexões a respeito do direito na globalização mundial, especialmente a partir do início do século XXI, não olvidando do papel do hermeneuta sistemático neste especial contexto histórico. TÓPICO 1 | APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 13 A GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICAMUNDIAL E O DIREITO Carlos Roberto Claro Não obstante o fato de a globalização econômica ser um processo que espraiou efeitos [até deletérios, é bem de ver] a vários setores [social, político, comportamental, cultura etc.], inclusive no âmbito interpessoal, o direito certamente não fica imune [nem sequer poderia] a esse grande e complexo fenômeno. Sem qualquer sombra de dúvida, o pensamento jurídico e a forma de encarar o direito posto pelo Estado têm [ou deveriam ter] nova apresentação hodiernamente, e não podem, pois, permanecer estratificados, engessados, com o olhar do hermeneuta fulcrado no positivismo jurídico do século XVIII, sendo que em tal época o subsistema [do direito] era fechado. Ora, se na Idade Média o direito brotava do seio da sociedade, hoje, na chamada modernidade [ou pós- modernidade], é ele posto [ou imposto de cima para baixo] pelo Estado, sendo que aqui não há lugar para discutir acerca de palpitante tema. Mas não menos certo desde logo afirmar que esse direito posto pelo Estado nem sempre representa, de fato, aquilo que almeja a sociedade moderna [ou pós-moderna]; nem sempre a produção legislativa no Brasil é minimamente razoável para conferir a almejada estabilidade da ordem social, por exemplo; nem sempre as leis conferem a não menos almejada segurança jurídica. Cabe, nesse passo e sem qualquer pretensão de enredar para especulações outras, apresentar apenas e tão somente algumas reflexões [deveras singelas, é bem de ver] a respeito do modo de produção do direto no âmbito da globalização econômica, na medida em que se trata de relevantíssimo e palpitante tema. A globalização econômica nada mais é do que um processo de profunda integração mundial nos campos econômico, social e cultural, entre os países componentes do chamado planeta Terra, isso dito de uma forma bastante singela. A seu turno, Niklas Luhmann adverte que a globalização econômica fez com que surgisse uma sociedade mundial e que existe desenvolvimento global desequilibrado. Ainda, há a acirrada e inexorável competitividade de empresas transnacionais, e o que importa é a grande produtividade e a busca pelo lucro [talvez desenfreado], sendo que as pequenas e médias empresas acabam sendo retiradas [quase que totalmente] do mercado competitivo, de forma voluntária ou compulsória [aqui leia-se, por exemplo, pedido de falência]. Como dito, a globalização correu de forma avassaladora no final do século XX [especialmente a contar da década de 1980], com grande revolução tecnológica, notadamente nas áreas das comunicações e eletrônicas. Mas também não se pode olvidar que tal processo teve início desde as primeiras navegações, desde os primeiros descobrimentos dos povos. LEITURA COMPLEMENTAR II UNIDADE 1 | APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 14 Nesse passo, assinala François Chesnais que o adjetivo global surgiu no começo dos anos 80, nas grandes escolas americanas de administração de empresas, as célebres “business management schools” de Harvard, Columbia, Stanford etc. Foi popularizado nas obras e artigos dos mais hábeis consultores de estratégia e marketing. Então, a chamada cultura de massa faz parte do fenômeno capitalista, resultado direto do pós-guerra [2.ª Guerra Mundial], ou mesmo resulta da revolução no campo tecnológico. Mas, de fato, onde se insere o direito nesta contextura globalizante pós- moderna? Em notável e inesquecível conferência, o jurista italiano Paolo Grossi assim fez constar: a paisagem jurídica da modernidade é simples, aliás, simplicíssima. Com o imediato esclarecimento de que a simplicidade é fruto de uma drástica redução, que a complexidade própria a toda ordem jurídica foi obrigada a contrair- se em um cenário onde atores são unicamente os sujeitos individuais: de um lado, o macrossujeito político e, de outro, o microssujeito privado. A sociedade, na globalidade e complexidade, está ali e não poderia deixar de estar, mas resta como um pano de fundo inerte do qual se tirou toda possibilidade de manifestar-se e de exprimir-se juridicamente; à sociedade resta um emaranhado de fatos brutos que não têm, sozinhos, a força para se tornarem direito sem o auxílio do microssujeito privado no seu âmbito negocial ou do macrossujeito público no seu âmbito normativo geral. Sem qualquer sombra de dúvida, as palavras do pensador marcaram com tinta indelével o coração de todos aqueles que tiveram a oportunidade [e o privilégio, por assim dizer] de ouvir sua conferência. De fato, enquanto restar mantido o excessivo formalismo processual, o qual até mesmo pode evitar uma efetiva atuação jurisdicional, devido a um exacerbado rigorismo no que diz com a aplicação da lei [que é somente mais uma fonte do direito]; enquanto não se avistar a clareira referida por Lênio Streck; enquanto o jurista estiver adstrito à Síndrome de Abdula referenciada pelo mesmo Streck, certamente que o jurista ficará engessado, nos exatos moldes propostos pelo Iluminismo. Ainda, e para rematar esse passo, caberá ao construtor do direito – sim, construtor, e não operador do direito –, estar devidamente preparado para lidar com conflitos não mais individuais, mas sim transindividuais, preparação essa que nem sempre ocorre nos bancos das faculdades. Tal como o pensador Michel de Montaigne, o hermeneuta pós-moderno, por assim dizer, não conta seus empréstimos, pesa-os, sendo essa a real exigência a fim de que se possa repensar o direito como verdadeira linguagem. Carlos Roberto Claro é especialista em direito empresarial; professor assistente de direito societário e falimentar do Centro Universitário Curitiba; mestrando em direito empresarial pela mesma instituição de ensino, e membro do American Bankruptcy Institute (USA). FONTE: Disponível em: <www.parana-online.com.br>. Acesso em: 23 jan. 2012. TÓPICO 1 | APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 15 G20 E A GLOBALIZAÇÃO INSTITUCIONAL Alcides Leite Domingues Júnior A forte crise internacional que estamos vivendo tem despertado em alguns analistas o pensamento de que o capitalismo e o processo de globalização sofrerão forte revés. Nada mais errado! A afirmação de que a turbulência indica a falência do sistema capitalista e as deficiências da globalização é absolutamente míope. A atual crise é consequência natural dos avanços alcançados pelo desenvolvimento econômico mundial. O problema reside na velocidade de absorção desses avanços pelos diversos setores da economia. O famoso economista Joseph Schumpeter, criador do termo “destruição criadora” para definir a lógica do capitalismo, tem a melhor resposta para o problema: a dinâmica capitalista pressupõe o desequilíbrio para avançar. As crises são inerentes ao processo de desenvolvimento humano, e é por meio delas que o homem encontra as saídas que, por sua vez, levarão a novas crises mais adiante. A natureza destrutiva e criadora do capitalismo é a sua própria essência. O desejo de globalização faz parte da natureza humana e, portanto, não deve ser contido. Sempre que se buscou, ao longo da história, impor sistemas que contrariam a natureza humana, estes sistemas não se sustentaram. A recente queda da experiência do socialismo marxista, que se baseava na hipótese de criação de um novo mundo composto por homens novos, apenas confirma essa tendência. O fenômeno da globalização não é fato recente. Ele perpassa a própria história do ser humano. Os chineses, os gregos, os romanos, na Ásia e Europa, e mesmo os incas, maias e astecas, na América Latina, já realizaram experiências que, nas suas respectivas épocas, podem ser consideradas globalizantes. Somente na Era Moderna, segundo diz Thomas Friedman, no livro O Mundo é Plano, experimentamos três grandes ondas de globalização: as grandes descobertas no século XVI; a Revolução Industrial no final do século XVIII e início do século XIX, e a atual onda gerada pelo surgimento da informática, do sistemaoperacional Windows, dos computadores pessoais e da internet: a chamada tecnologia de informação. Em todos estes momentos ocorreram mudanças de paradigmas tecnológicos, que levaram ao surgimento de crises globais. Isto ocorre porque tais mudanças criam uma defasagem entre os setores que absorvem mais rapidamente a nova tecnologia e aqueles que demoram mais a absorvê-la. O que experimentamos atualmente, fruto da terceira onda de globalização, é um descompasso entre a globalização financeira, a globalização comercial e de fluxo de mão de obra e a globalização institucional. A globalização institucional está muito atrasada e não tem dado conta das demais globalizações. Surge, então, uma crise de controle sobre as atividades financeiras, comerciais e de fluxo de mão de obra. LEITURA COMPLEMENTAR III UNIDADE 1 | APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 16 A atual crise é, portanto, uma crise estrutural global, e as respostas a ela precisam ser estruturais e globais. Para enfrentar a crise faz-se necessário acelerar a globalização institucional. O G20 (grupo que reúne os representantes das 20 maiores economias do mundo) deve liderar este processo, utilizando políticas como: criação de um órgão efetivo de regulação do sistema financeiro internacional; criação de um órgão efetivo global para controle do contrabando, do fluxo ilegal de pessoas e das movimentações financeiras ilegais; fortalecimento da Organização Mundial do Comércio; fortalecimento da Organização das Nações Unidas, com ampliação do Conselho de Segurança e criação de um organismo internacional de regulação ambiental com fortalecimento do Protocolo de Kyoto. Os líderes políticos dos principais países do mundo devem ter bem claro que a resposta à crise não deve ser contracionista em relação à globalização. Contra os males da globalização não se deve aplicar menos globalização, ou seja, protecionismo, e sim acelerar a globalização de setores que ainda estão defasados. A globalização institucional não enfraquece a soberania dos países, mas ajuda a fortalecê-la. O que enfraquece a soberania dos países é a falta de controle sobre a movimentação financeira ilegal (tráfico de drogas, de armas e de pessoas), e sobre a movimentação financeira irresponsável (especulação exagerada com ativos, derivativos e excessiva alavancagem de capital). Situações estas que fazem com que o Estado Democrático de Direito perca o controle sobre parte do território e poder político sobre parte da população, que passa a obedecer às regras de um poder paralelo, e que os governos percam margem de manobra para executar políticas públicas, tornando-os reféns do poder financeiro. Como resultado desta crise, teremos uma nova ordem institucional mundial que possibilitará uma maior presença dos países em desenvolvimento no fórum das decisões internacionais. O Brasil, como um dos líderes dos países em desenvolvimento, pode sair da crise em situação melhor do que quando entrou. Alcides Leite Domingues Júnior é professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios e autor do livro; “Brasil, a trajetória de um país forte”. FONTE: Disponível em: <www.parana-online.com.br/colunistas/3/67362/>. Acesso em: 4 fev. 2012. 17 Neste tópico você viu: • O que é um processo de exportação, como exportar, para quem exportar, o que exportar. • A importância de vender para o exterior, tanto para nosso país como para as empresas que nele se encontram. Cada um de nós tem o privilégio de trabalhar numa dessas empresas. Para elas vendemos nossa mão de obra, recebendo em troca uma remuneração, que nos possibilita realizar nossos sonhos. • Também o SISCOMEX, este sistema espetacular que possibilitou a racionalização dos esforços e agilidade nos processos de comércio exterior. • Sobre os tipos de globalização e seus efeitos nas transações econômicas. RESUMO DO TÓPICO 1 UNI E agora, com o conhecimento que foi adquirido no Tópico 1, vamos para a autoatividade. É importante também que você tenha lido, atentamente, a leitura complementar. 18 Agora, teste seu nível de conhecimento em relação ao conteúdo, realizando as autoatividades a seguir. Procure responder às questões sem olhar o texto: 1 O que é o processo de exportação? 2 Qual a importância das exportações para o Brasil? 3 Qual a importância das exportações para as empresas? 4 Qual o sistema foi criado pelo Governo Federal que possibilitou a racionalização de esforços e agilidade de processos nas suas diversas fases? 5 O que significa a sigla SISCOMEX? 6 Quais os três órgãos federais que foram integrados com o surgimento do SISCOMEX? 7 O que é globalização? 8 Quais os tipos de globalização? 9 O que é a globalização econômica? 10 O que é a globalização institucional? AUTOATIVIDADE 19 TÓPICO 2 ASPECTOS OPERACIONAIS DAS EXPORTAÇÕES UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Este tópico objetiva demonstrar as rotinas práticas e operacionais do processo de exportação necessárias para o desenrolar da atividade comercial, baseando-se nas normativas das autoridades competentes, no caso, o Banco Central do Brasil e a Receita Federal. Vieira (2010, p. 59) afirma que “nem sempre o que narra na legislação são as práticas efetivadas no mercado, ou seja, nem sempre as regras são cumpridas”. Isto nos leva a pensar no velho ditado: “Uma coisa é a teoria, outra coisa é a prática”. No entanto, vale lembrar que, em se tratando de comércio internacional, é sempre bom as normativas serem cumpridas, caso contrário poderá causar grandes prejuízos financeiros e operacionais aos agentes do mercado. 2 REGISTRO DO EXPORTADOR Segundo a Portaria Secex nº 25/08, Capítulo III, Seção I, art.158, a inscrição no REI (Registro de Exportadores e Importadores) da Secex é automática, sendo realizada no ato da primeira operação de exportação em qualquer ponto conectado ao Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex. FONTE: Disponível em: <www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1228242087.pdf>. Acesso em: 4 abr. 2012. UNIDADE 1 | APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 20 2.1 REGISTRO DE EXPORTAÇÃO É um documento que enquadra as mercadorias a serem exportadas, informando a sua natureza comercial, fiscal, financeira e cambial. É importante lembrar que as mercadorias sob o mesmo código NCM poderão ser consolidadas num só Registro de Exportação, embora o preço unitário seja diferente. Conforme Mendonça (2009, p. 96), “RE consiste em um conjunto de informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que caracterizam a operação de exportação de mercadorias registradas no Siscomex”. Veja a seguir modelo de registro de exportação. FIGURA 1 - MODELO DE REGISTRO DE EXPORTAÇÃO FONTE: Disponível em: <www.aprendendoaexportar.gov.br/maquinas/.../docs_ exterior.asp>. Acesso em: 24 jan. 2012. Registro de Exportação - RE SISBACEN 8504-7993097 4363413 NUMERO REGISTRO: 01 - EXPORTADOR: a - Código: ______ ________ ________ _______ _______ _______ b - NUM DORV: ________ a - NOME: ______________________________________________________________ b - ENDEREÇO: _________________________________________________________ c - PAIS: _______________________________________________________________ c - NUM DORC: __________ d - GE/DE/RE VINCULADO: ___________ e - D/RI VINCULADO: ___________ f - DATA LIMITE: _________ g - MARGEM NÃO SACADA%: ______ h - NUM DO PROCESSO: _________ 02 - ENQUADRAMENTO DA OPERAÇÃO: ENTRA=SEGUE PF9/21 = TRANSAÇÃO PF1/13 = SOS PF12/24 = ENCERRA PF8/20 = LIMPA PF2/14 = CORRIGE PF3/15 = RETORNA 03 - UNIDADE RF DESPACHO: _________ 04 - UNIDADE RF EMBARQUE: _____________ 05 - IMPORTADOR: ______________ a - OGC/CPF: _________________ b - NOME DO EXPORTADOR: DATA REGISTRO: 22.05.2001 TRANSAÇÃO PCEX 300 REGISTRO DE OPERAÇÕES DE EXPORTAÇÃO PCEX501A - INCLUSÃO DE REGISTRO DE EXPORTAÇÃO--------------------------- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------MCEX501A SISCOMEX 22/05/2001 10:54 06 - PAIS DE DESTINO FINAL: ____ 07 - INSTRUMENTO DE NEGOCIAÇÃO: ______ 08 - CODIGO CONDIÇÃO DA VENDA: ______ 09 - ESQUEMA DE PAGAMENTO TOTAL: a - MODALIDADE TRANSIÇÃO: _____ b - MOEDA: _____ c - VALOR PAGTO ANTECIPADO: __________________ d - VALOR PAGTO A VISTA: __________________ e - NUMERO DE PARCELAS: ______ e - NUMERO DE PARCELAS: ______ f - PERIOCIDADE: ______ g - INDICADOR: _______ (D ou M) h - VALOR DA PARCELA: _____________ i - VALOR MARGEM NÃO SACADA: __________ k - VALOR S/ COBERTURA DE CÂMBIO: _________ l - VALOR FINANCIADO RC: _________ j - VALOR EM CONSIGNAÇÃO: __________ (calculado) (calculado) ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ENTRA=SEGUE PF9/21 = TRANSAÇÃO PF1/13 = SOS PF12/24 = ENCERRA PF8/20 = LIMPA PF2/14 = CORRIGE PF3/15 = RETORNA ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SISBACEN 8504-7993097 4363413 NUMERO DO RE: DATA REGISTRO: 22.05.2001 TRANSAÇÃO PCEX 300 REGISTRO DE OPERAÇÕES DE EXPORTAÇÃO PCEX501A - INCLUSÃO DE REGISTRO DE EXPORTAÇÃO--------------------------- ---------------------- MCEX501A SISCOMEX 22/05/2001 10:54 TÓPICO 2 | ASPECTOS OPERACIONAIS DAS EXPORTAÇÕES 21 2.2 MARCA DO EXPORTADOR É importante que o exportador registre sua marca antes de lançar seu produto no mercado, pois estará se protegendo de práticas desleais, quais sejam, a utilização por parte de terceiros, sem conhecimento do detentor da marca. Pretendendo atuar no exterior, é conveniente que o exportador procure uma consultoria especializada na prestação desse serviço (registro de marcas), para que seja assessorado e orientado como agir, protegendo- se dos inconvenientes que podem advir da prática desleal. A marca pode ser uma representação visual ou figurativa, através de símbolos ou letras, que identifiquem destacadamente o produto. A palavra Brasil deverá constar da marca do exportador. (VAZQUEZ, 2004, p.185). 2.3 NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO DAS MERCADORIAS A nomenclatura e classificação das mercadorias nada mais é do que um código numérico representado pela descrição individual de cada produto, levando-se em consideração sua especificidade de forma detalhada. Caso o agente exportador, por algum motivo, venha a cometer um erro em relação à nomenclatura e classificação de mercadorias, a discrepância será analisada pela Receita Federal. Caso seja um erro sem intenção de fraude, regulariza-se, pagando as tarifas. No entanto, se o erro cometido for uma fraude, as penalidades poderão ser mais severas, já que caracteriza crime contra o patrimônio público. Isto se deve ao fato de que qualquer mercadoria é identificada, de acordo com a NBM. Por exemplo, uma situação hipotética, o trigo em grão importado da Argentina tem um código, mas se, ao invés de uma importação deste seja realizada uma importação de farinha de trigo, logo apresentará um outro código, e os tributos de cada são distintos. Caro acadêmico, sempre que você estiver envolvido num processo de classificação, consulte fontes oficiais, para não correr riscos de classificar mercadorias com nomenclatura errada. A Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM) adotou um sistema de classificação chamado de Sistema Harmonizado. A NCM/SH utiliza código sequenciado, composto de oito dígitos, demonstrado a seguir: NCM/SH - Capítulo (dois primeiros algarismos) - Posição (quatro primeiros algarismos) - Subposição Simples – 5º dígito - Subposição Composta – 6º dígito 7019.12.00 70: vidro e suas obras 7019: fibras de vidro 7010.12: mechas, mesmo torcidas 7019.12 UNIDADE 1 | APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 22 2.4 EXPORTAÇÃO PARA CONSUMO DE BORDO A legislação aduaneira brasileira em vigência permite a exportação para uso e consumo para fornecimento de combustíveis, lubrificantes, produtos alimentares, higiênicos e de manutenção com finalidade específica de suprimento de navios e aeronaves, de seus passageiros e tripulantes, em viagens internacionais, sendo de bandeira nacional ou estrangeira. 2.5 EXPORTAÇÃO PARA FEIRAS E EXPOSIÇÕES A legislação cambial em vigor permite a exportação de mercadorias para participação em feiras e exposições no exterior, sendo que o agente exportador terá um prazo de até 360 dias pós-embarque para o seu retorno ao país. Porém, se ocorrer a venda dessa mercadoria, terá o exportador que ingressar as divisas ao país, realizando o fechamento de um contrato de câmbio de exportação. Podemos citar um exemplo: se uma empresa de maquinários agrícolas vai participar de uma feira no exterior e, durante o evento, vende um trator, logo, terá que gerar um contrato de câmbio tipo 01, de exportação, para que o país não perca divisas. Você verá mais sobre o contrato de câmbio tipo 01, específico de exportação, no Tópico 2. 2.6 REGIME ESPECIAL DE EXPORTAÇÃO TEMPORÁRIA A autoridade aduaneira permite o registro de exportação, no SISCOMEX, em caráter temporário, com suspensão de pagamento de imposto de exportação, de mercadoria nacional ou nacionalizada, desde que a mesma seja reimportada nos devidos prazos, sem alteração física, conforme Decreto-Lei nº 37, de 1966, com a redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.472, de 1988, art.1º e Decreto nº 4.543, art. 385. O regime de concessão para exportação temporária poderá ser requerido à unidade que jurisdiciona o exportador, ou à unidade que jurisdiciona o porto, aeroporto ou ponto de fronteira de saída das mercadorias. A fiscalização da mercadoria poderá ser feita no estabelecimento do exportador ou em outros locais permitidos pela fiscalização aduaneira. TÓPICO 2 | ASPECTOS OPERACIONAIS DAS EXPORTAÇÕES 23 2.7 REGISTRO DE EXPORTAÇÃO SIMPLIFICADO – RES É da responsabilidade do exportador ou representante legal a confecção da Declaração Simplificada de Exportação, sob numeração automática única, sequencial e nacional, reiniciada a cada ano, efetivada através do SISCOMEX, com teto limite de USD 50.000,00, ou equivalente em outras moedas. Todavia, se o agente exportador for pessoa física, o RES poderá ser realizado por um funcionário da Secretaria da Receita Federal subordinado à unidade onde se processará o despacho aduaneiro. Caso a Declaração Simplificada de Exportação não for submetida ao registro no prazo de até 15 dias, a partir da data de sua numeração efetivada pelo SISCOMEX, será cancelada de forma automática. Segundo Mendonça (2009, p. 97): o Registro de Exportação Simplificado destina-se a facilitar a atuação de empresas de pequeno porte ou daquelas que pretendem realizar operações com valores até determinados limites, assim considerado o valor na condição de venda e desde que atendidas as demais condições regulamentares. Para formalizar a operação na parte cambial, basta a assinatura de simples boleto por parte dos importadores e exportadores. É importante que você tenha entendido o texto acima. Observe que o limite é de USD 50.000,00 e somente para empresas com características de pequeno porte. 2.8 SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR – SISCOMEX Conhecemos nos itens anteriores a importância desse sistema fantástico chamado SISCOMEX, e somente quem exerceu ou exerce funções na área de comércio internacional sabe o quanto ele é extraordinário. Vamos agora conhecer os principais registros que o SISCOMEX permite. UNIDADE 1 | APRESENTANDO PROCESSOS DE EXPORTAÇÃO 24 • RE – Registro de Exportação O RE é extremamente necessário a quem deseja vender seus produtos para outros países. Nele constam detalhadamente várias informações referentes à mercadoria que está sendo exportada, desde sua codificação: ◦ valor em moeda estrangeira; ◦ codificação da moeda estrangeira; ◦ moeda nacional; ◦ nome do exportador; ◦ importador; ◦ país de origem; ◦ país destino; ◦ porto de embarque; ◦ desembarque,
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