Buscar

Gestão de Operações em Importação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 148 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 148 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 148 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

GESTÃO DE OPERAÇÕES 
EM IMPORTAÇÃO
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Anderson de Castro Moura
Indaial - 2021
1ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jairo Martins 
Jóice Gadotti Consatti
Marcio Kisner
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2021
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
M929g
 Moura, Anderson de Castro
 Gestão de operações em importação. / Anderson de Castro Moura – 
Indaial: UNIASSELVI, 2021.
 148 p.; il.
 ISBN 978-65-5646-263-9
 ISBN Digital 978-65-5646-262-2
1. Administração em importação. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
CDD 382
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
Aspectos Conceituais da Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais da 
Importação .................................................................................... 7
CAPÍTULO 2
Importar com Segurança: Uso de Dispositivos e 
Documentos para Dirimir Riscos para a Negociação 
Internacional .............................................................................. 53
CAPÍTULO 3
Cobertura Cambial e Financiamento das Importações ......... 99
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo, estudante! É com imenso prazer que iniciamos mais 
esta disciplina para uma formação sólida que a Uniasselvi oportuniza!
Ao final deste livro você será capaz de compreender todas as operações 
e trâmites que envolvem a importação, bem como desmistificar alguns 
“saberes” e ditames que circulam no mundo do comércio internacional. 
Entenderemos que a importação traz uma série de benefícios não apenas 
a sua empresa, mas também para o desenvolvimento econômico do Brasil 
como um todo. 
A importação faz-se importante para a nossa conjuntura econômica 
no sentido de trazer melhorias tecnológicas, o contato com o que o mundo 
a fora produz, bem como entender os padrões de exigências que algumas 
organizações, países (o Brasil em especial) e organismos internacionais 
possuem para compra de determinados produtos. Logo, dominar a 
importação e as suas operações, benefícios fiscais, por exemplo, pode ser 
um gerador de diferencial competitivo para as firmas brasileiras.
Portanto, o nosso primeiro passo para o aprofundamento desta 
temática se inicia problematizando justamente a internacionalização 
exigida para que bons negócios possam ser concretizados, afinal de 
contas, importar não é apenas comprar algo que tem um preço menor! As 
instituições que importam devem se atentar para uma série de requisitos 
e particularidades do comércio internacional e instrumentar-se para a 
globalização é o primeiro passo.
No capítulo 1, procuraremos ter um panorama das principais 
reguladoras nacionais, internacionais e supranacionais do comércio 
internacional e como elas prescrevem as boas praticas de importação. 
Dando destaque para os Incoterms, delimitadores de obrigações e 
responsabilidades para as entregas dos bens comercializados. Desta 
feita, os primeiros pilares da nossa discussão perpassam pelo que 
se entende como temas essenciais para a instrumentalização devida 
das importações; algumas vezes podem parecer um pouco morosas e 
distantes do cotidiano de um Trader ou de um despachante aduaneiro, 
contudo, essa base precisa ser trabalhada devidamente e com esmero 
para que você, futuro(a) gestor(a) de importações, possa se destacar e 
agregar valor para o empreendimento o qual você participa.
Bons estudos!
CAPÍTULO 1
Aspectos Conceituais da 
Internacionalização e Dispositivos 
Governamentais e Supranacionais 
da Importação
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
• A internacionalização e a importância para as empresas.
• Gestão de Operações de Importação.
• O uso das Incoterms.
• Tipos de operações e a sua gestão.
• Entender como funciona as instituições nacionais e supranacionais no que se 
refere à importação.
8
 Gestão de Operações em Importação
9
Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais 
da Importaçãoda Importação
 Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O recurso importação para uma empresa representa uma escolha que requer 
um conhecimento perfeito das várias etapas que constituem uma operação de 
importação. Antes de lançar nesta operação, é essencial saber as “regras do 
jogo” para que uma empresa consiga obter vantagens competitivas e ganhos 
financeiros usando deste recurso de internacionalização, afinal, ao importar, a 
firma obtém conhecimento dos padrões internacionais de produção e tecnologia 
também, podendo ter algum nível de inovação no parque industrial.
O conhecimento das condições do comércio internacional e das diferentes 
etapas de importação é essencial para uma empresa importadora. O processo 
inclui todas as atividades relacionadas com a circulação do produto: escolha 
dos locais de fabricação e armazenamento, gestão de abastecimento e estoque 
(matérias-primas, trabalhos em andamento, produtos acabados), embalagem, 
manuseio, transporte, desembaraço aduaneiro, acompanhamento de entrega etc. 
Uma preocupação essencial do importador é realizar todas essas operações ao 
mesmo tempo e com o menor custo.
Esta primeira parte consiste em apresentar o processo de importação, 
apresentando as diferentes etapas para realizar uma operação de importação, 
assim como as principais formas de transporte.
2 REQUISITOS ECONÔMICOS 
E ADMINISTRATIVOS PARA A 
IMPORTAÇÃO
Caro estudante, agora vamos entender que a importação fornece 
vantagens comparativas para qualquer empresa e é fundamental para o 
seu sucesso profissional! Todavia, é necessário entender que o processo da 
importação é muito mais profundo, pois exige que as economias tenham um 
nível de internacionalização maduro e que possam realizar trocas internacionais 
interessantes, do ponto de vista econômico e para o beneficio do comércio 
internacional. 
Os pioneiros sobre a internacionalização procuraram comprovar como 
o comércio exterior auxilia no desenvolvimento de um país, estabelecendo 
um debate racional através da análise empírica, pondo por terra a sabedoria 
convencional de que apenas a exportação, ou vendas exteriores, seriam ótimas 
para determinado Estado.
10
 Gestão de Operações em Importação
 Assim sendo, que tal começarmos com uma questão sobre 
importação? Desta forma, poderemos montar um comparativo 
entre o começo deste capitulo e o que você aprendeu ao longo 
dele.
 
1 Quais são as motivações gerais da empresa para as suas 
atividades de importação? Por que geralmente, qualquer 
empresa, decide importar? Dentre as alternativas, analise as 
sentenças e assinale a alternativa correta:
I- Atender às exigências de um grande cliente.
II- Reduzir os custos de produção.
III- Aproveitar uma oportunidade.
IV- Alternativa para o mercado nacional saturado.
a) ( ) I, II, III e IV
b) ( ) II e III
c) ( ) I e IV
d) ( ) II, III e IV
Portanto, discutir a importação é problematizar sobre a internacionalização 
que o mundo vive desde a queda do muro de Berlin. Logo, apresentar para os 
acadêmicos o referencial teórico sobre essa problemática é importante para que 
possamos, todos, compreender os ganhos reais da importação.
2.1 A INTERNACIONALIZAÇÃOÉ essencial lembrar algumas definições de comércio internacional. Entre 
outras coisas, é importante abordar a noção de globalização, que é um dos 
aspectos mais importantes do comércio internacional. Termos que possam 
explicar a internacionalização dos países e empresas. 
A globalização refere-se à emergência de um mercado único e, portanto, o 
desaparecimento das fronteiras entre mercados, tanto em termos de bens como 
de serviços e serviços do que os fluxos financeiros. Este fenômeno se reflete em 
uma convergência de padrões de consumo das nações, culturalmente diferentes 
ou não, para um padrão comum (HELD; MCGREW; GOLDBLATT; PERRATON, 
1999). 
11
Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais 
da Importaçãoda Importação
 Capítulo 1 
De fato, a aceitação por vários países geograficamente e culturalmente 
distantes de um mesmo produto padronizado é um reflexo da globalização. 
Os exemplos mais comuns: restaurantes McDonald's ou produtos da Coca 
Cola que são frequentemente encontrados em uma grande maioria de países 
industrializados e não-industrializados (LEVITT, 1993). 
A fim de ilustrar esta definição e demonstrar a extensão da globalização, 
analisaremos algumas estatísticas sobre importações e exportações dos 
maiores atores do comércio internacional e alguns fatos.
TABELA 1 – OS MAIORES IMPORTADORES DO MUNDO NO BIÊNIO 2017/2018
FONTE: <https://iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_968.html>. Acesso em: 28 dez. 2020.
O ranking acima dos principais exportadores e importadores do mundo mostra 
que as nações exportadoras também são importadoras no comércio mundial. 
Embora, o pedido seja diferente para alguns países, como o Reino Unido e a 
Coréia, a maioria dos países é tanto de exportadores quanto de importadores.
Na raiz da internacionalização das empresas está o fenômeno da 
globalização, que surgiu nas últimas duas décadas (LEONIDOU; KATSIKEAS; 
PALIHAWADANA; SPYROPOULOU, 2007). A globalização é definida como um 
processo baseado na interdependência de seus atores: 
A globalização em curso está ocorrendo através de um conjunto 
de processos, que em suas pluralidades e diversidades exigem 
o recurso aos três sentidos da palavra: há ao mesmo tempo 
12
 Gestão de Operações em Importação
Há uma multiplicidade de definições de globalização e todas elas 
se referem à noção de interdependência de seus atores. A crescente 
interdependência econômica de todos os países do mundo, causado 
pelo aumento do volume e variedade das transações além fronteiras 
de bens e serviços, bem como dos fluxos internacionais de capital, 
juntamente com a difusão acelerada e generalizada da tecnologia. 
Como você vislumbra isto que acabou de aprender com a prática de 
um gestor de importações? Como a globalização tem influenciado as 
decisões de negócios?
uma extensão mundial de várias realidades, uma acentuação 
e intensificação de toda uma gama de interdependências 
globais, um movimento orgânico que impulsiona, acentua e 
acelera, com para cada uma de suas dinâmicas, resistências e 
contra-tendências (BEAUD et al., 1999, p. 11). 
A globalização provocou mudanças no mundo político, econômico, cultural e 
informativo. De fato, a globalização, que se refere ao intercâmbio entre as nações 
nos campos acima mencionados, levou à uniformidade entre alguns países; e o 
comércio está se tornando cada vez mais importante. São vistas como facilitadas 
por estas semelhanças nos processos de produção, ou práticas comerciais 
novamente. A noção de internacionalização decorre da globalização no sentido do 
comércio de bens e serviços, ou de capital entre empresas de diferentes países. 
Estes dois conceitos operam em um nível diferente. Como vimos anteriormente, a 
globalização é um conceito que se baseia na interdependência das nações.
O comércio internacional, como é conhecido hoje, passou por muitas 
mudanças. A diversificação dos meios de pagamento, o progresso tecnológico, 
técnico e industrial tem contribuído para sua evolução através da redução dos 
custos de transporte e acesso aos países emergentes. Os avanços tecnológicos 
tornam possível manter o comércio internacional através da diversificação dos 
produtos comercializados nos mercados. Além disso, as novas tecnologias de 
informação e comunicação (NTIC) permitem um intercâmbio quase instantâneo 
de informações e documentos entre as entidades que estabelecem intercâmbios 
(COLOMBANI, 2002, p. 35).
Quanto à internacionalização, ela só ocorre no nível da empresa quando 
esta decide abrir suas atividades de compra e/ou venda fora de suas fronteiras. A 
abertura de mercados entre países criou, assim, novos desafios e oportunidades 
13
Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais 
da Importaçãoda Importação
 Capítulo 1 
para empresas fora de seu mercado doméstico. 
A internacionalização pode aparecer como um efeito da globalização, pois 
tem dois efeitos paradoxais sobre a empresa, o aumento da concorrência no 
território nacional da empresa, que a levará a prospectar novos mercados fora 
de suas fronteiras para permanecer competitiva e continuar seu crescimento, 
e inversamente, o crescimento de seu mercado que aumentará o número de 
clientes potenciais.
A internacionalização pode ser vista pelas Pequenas e Médias Empresas 
(PMEs) como um fator de crescimento. Entretanto, a maioria das PMEs 
só considera a internacionalização em uma fase tardia. Poucas empresas 
empreendem a internacionalização nos primeiros anos de crescimento. Podemos 
então identificar dois tipos de empresas que enfrentam a internacionalização de 
maneiras diferentes, aquelas que reagem às pressões do mercado e aquelas que 
são pró-ativas e vêem a internacionalização como uma escolha estratégica.
2.1.1 Os tipos e as formas de 
internacionalização
O envolvimento de uma empresa no exterior pode ser dividido em quatro 
atividades principais, cada uma das quais envolve diferentes graus de 
internacionalização que serão escolhidos de acordo com as necessidades da 
empresa, sua estratégia internacional, suas capacidades e as ambições de seu 
gerente.
1- A exportação envolve a venda de produtos ou serviços a clientes 
localizados no exterior. Há várias formas de exportação que podem ser 
implementadas, dependendo do tamanho da empresa, de seus recursos 
e de seus objetivos. Desenvolveremos este assunto com mais detalhes 
mais adiante.
2- Investimento estrangeiro direto (IED) corresponde ao estabelecimento 
de uma empresa em um país estrangeiro. Em outras palavras, é para 
criar, comprar ou se interessar pelo capital de uma entidade estrangeira, 
falamos então de subsidiárias. Ao contrário de duas estratégias 
mencionadas acima, a subsidiária permite que a empresa se beneficie 
de uma presença física no solo do país de destino (LEVASSEUR, 
2002). Este também é utilizada como entidade de produção para se 
beneficiar da mão de obra de baixo custo, especialmente para as 
indústrias fabricação e produtos de consumo. Investimento é uma 
estratégia complexa que requer um nível de sofisticação que não é fácil, 
14
 Gestão de Operações em Importação
de informação suficientemente elevada e, obviamente, um máximo de 
recursos essencialmente financeiros (PANET-RAYMOND; ROBICHAUD, 
2005).
3 - A terceirização internacional, ou estruturas de produção modular, 
é a decisão para uma empresa, o subcontratado, para confiar a outro, 
o subcontratado, a totalidade ou parte do sua produção. Este método 
permite à empresa solicitante a partir de um custos de produção, por um 
lado; por outro, para torná-lo beneficiário de habilidades que não possui 
(subcontratação de especialidade), ou para permitir o aumento de sua 
capacidade de produção (subcontrataçãode capacidade). Este tipo de 
contrato é geralmente concluído por meio de ou a longo prazo entre as 
duas partes (SOUQUET, 2005);
4 - A importação consiste na compra de bens ou serviços de fornecedores 
localizados fora do território nacional da empresa. A estratégia e 
as especificidades relacionadas às atividades de importação serão 
detalhadas mais a diante desta revisão bibliográfica.
Hoje, a internacionalização parece ser uma solução para sobreviver às 
pressões do mercado e, portanto, toma a forma de uma necessidade e não de uma 
ação voluntária (ST-PIERRE; PERRAULT, 2009) com o propósito de crescimento 
ou perenidade. É por isso que é raro que uma empresa não tenha praticado uma 
atividade internacional de maneira pró-ativa ou reativa em um momento ou outro. 
St-Pierre e Perrault (2009) definem este processo através de três dimensões de 
internacionalização a fim de avaliar seus efeitos sobre a empresa como um todo.
I A internacionalização mercantil: que permite que a empresa realize 
atividades de exportação para ganhar participação de mercado, mas 
também para fazer compras em mercados estrangeiros.
II Internacionalização tecnológica: esta estratégia é adequada para 
as chamadas empresas inovadoras, que fazem da inovação e da 
pesquisa e desenvolvimento sua vantagem competitiva a fim de 
ganhar participação no mercado local e global. Lembrando que a 
importação pode ser uma ferramenta de atualização do parque industrial 
e tecnológico.
III A internacionalização organizacional: representa as funções de apoio 
que ajudarão a implementar a estratégia internacional e tentar levar ao seu 
sucesso. De fato, quando uma empresa decide internacionalizar-se, ela vê sua 
organização mudar para dar lugar a novas prioridades, novos conhecimentos 
ou habilidades, e novas prioridades, novos conhecimentos ou habilidades, e 
novas prioridades. Novas funções que exigem que ela repense sua organização 
interna, como apontado por vários autores (CUERVO-CAZURRA; MALONEY; 
MANRAKHAN, 2007; TERJESEN; O'GORMAN; ACS, 2008).
15
Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais 
da Importaçãoda Importação
 Capítulo 1 
Os diferentes métodos de internacionalização não são para uso exclusivo; 
uma empresa pode usar vários métodos de internacionalização simultaneamente 
com intensidade diferente, de acordo com suas necessidades. A decisão sobre a 
adoção de um método de internacionalização portanto, depende de uma série de 
fatores, alguns dos quais foram desenvolvidos em estudos de pesquisadores da 
escola sueca. 
Encontramos em particular o trabalho de Johanson e Vahine (1977) sobre a 
teoria dos palcos e o trabalho de Hakansson e Wootz (1979), que destacaram a 
presença e a importância de redes sociais na organização e em seu ambiente. 
2.1.2 Os modelos teóricos 
A decisão de exportar ou importar depende, em ambos os casos, de 
fatores internos relacionados ao empresário e à empresa e a fatores externos 
relacionados ao meio ambiente. No centro dessas duas atividades internacionais e 
suas relações, estão a teoria dos palcos e a teoria da rede. As redes da empresa 
são uma importante fonte de informação, contatos e busca de oportunidades, que 
podem ser decisivas na implementação de qualquer uma dessas atividades. A 
teoria das etapas define a internacionalização como uma sequência de etapas, na 
qual se tem que passar pela etapa anterior para passar a seguinte.
2.1.2.1 Modelo de Uppsala ou 
Internacionalização por estágios 
O modelo Uppsala foi desenvolvido pelos pesquisadores Johanson e Vahine 
(1977) em meados da década de 1970. Derivado da escola escandinava, a 
Universidade de Uppsala, este modelo, também chamado de teoria de estágios, 
propõe um processo gradual que evolui de acordo com o grau de informação e 
conhecimento de um mercado e o nível de envolvimento internacional da empresa, 
onde os diferentes estágios são interdependentes (JOHANSON; VAHINE, 1977). 
O conhecimento dos negócios internacionais da empresa entre cada 
etapa do processo permite que a empresa desenvolva competências sólidas. O 
aprendizado é um conceito progressivo e é definido por Winter, Teece e Dosi 
(1990, p. 243), como segue: “O que é aprendido em um período se baseia no 
que foi aprendido em períodos anteriores. Este modelo faz parte da abordagem 
comportamentalista, ou seja, o estudo do comportamento corporativo”. 
Neste caso, com base nas informações que possui, a empresa atuará de 
certa forma em seu mercado. Na mesma linha, Lemaire e Petit (2003) confirmam 
16
 Gestão de Operações em Importação
que a internacionalização de uma empresa, qualquer que seja seu tamanho, é 
baseada em uma progressão por etapas que será alcançada com mais ou menos 
facilidade de acordo com suas próprias características.
Johanson e Vahine (1977) identificaram várias etapas no processo 
internacionalização da empresa, onde cada um se baseia em decisões 
incrementais, ou seja, a etapa anterior deve ser completada a fim de passar 
para o próximo. Neste sentido, o modelo de Johanson e Vahine (1977) enfatizam 
que é a posse de informações e conhecimentos suficientes que permitirá que a 
empresa dê um passo à frente. Para definir o processo da internacionalização, 
eles identificaram quatro etapas importantes que incluem diferentes níveis de 
compromisso:
Etapa 1: Exportação irregular.
Etapa 2: Exportação através de um agente independente.
Etapa 3: Criação de uma unidade de negócios no país estrangeiro.
Etapa 4: A criação de uma unidade de produção sediada no exterior.
Podemos ver que esta sucessão de passos é feita em torno da noção de 
distância; primeiro a distância “física”; depois a chamada distância “psíquica”. 
Foi Beckerman (1956) que enfatizou a importância do conceito em um estudo 
realizado sobre as estratégias internacionais das empresas para explicar as 
escolhas feitas por certas empresas. 
A distância física implica que as empresas que lançam uma atividade de 
exportação começarão exportando para os países vizinhos. De fato, ele parece 
que os países fronteiriços têm uma certa unidade cultural que pode facilitar o 
comércio através do compartilhamento do idioma, da cultura e acordos comerciais. 
Este fenômeno pode ser encontrado na América do Norte entre o Canadá e os 
Estado Unidos, ou na Europa.
Em termos de gestão internacional, podemos relacionar a distância psíquica 
com a distância cultural. No modelo de Uppsala, a noção de distância psíquica 
ajuda a explicar a seguinte situação: quanto mais informação e conhecimento 
a empresa tiver sobre os mercados estrangeiros, mais a sua distância psíquica 
será reduzida e permitirá detectar novas oportunidades em territórios que antes 
estavam muito distantes. 
Entretanto, a pesquisa de Sousa e Bradley (2006) nos permite diferenciar 
entre os dois conceitos: a distância psicológica é específica a cada indivíduo de 
acordo com sua formação, origem ou experiência; enquanto a distância cultural 
é compartilhada por uma comunidade. Esta diferenciação feita por Sousa e 
Bradley (2006) contradiz, assim, as declarações de Johanson e Vahine (1977), 
17
Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais 
da Importaçãoda Importação
 Capítulo 1 
que definem distância psicológica como sinônimo de distância cultural, sendo 
entendida como a soma de fatores que impedem o fluxo de informações “de” 
e “para” o mercado. Exemplos: diferenças em linguagem, educação, práticas 
comerciais, cultura e desenvolvimento industrial. 
O primeiro modelo desenvolvido em 1977 (Figura 1) foi baseado em 
um levantamento das empresas suecas com relação ao seu processo de 
internacionalização. Para explicar brevemente este modelo, parece que os 
recursos alocados pela empresapara estas atividades internacionais, bem como 
seu grau de conhecimento do mercado alvo e do meio ambiente afetam sua 
decisão de se engajar nelas. 
FIGURA 1 – MODELO DE UPPSALA
FONTE: O autor (2021)
No centro deste modelo está a noção de conhecimento, pois é em torno 
deste conhecimento que serão tomadas todas as decisões relacionadas ao 
processo internacional.
Entendemos “conhecimento” como qualquer tipo de informação, podendo 
ser tácito ou explícito (NONAKA; TAKEUCHI; UMEMOTO, 1996), ou que são 
de origem interna ou externa. O nível de conhecimento adquirido influenciará o 
modo e o grau de internacionalização da empresa. De acordo com seu nível 
informação, a empresa será capaz de descobrir oportunidades de mercado, 
mas será também será capaz de avaliar e reduzir os riscos associados com 
internacionalização (JOHANSON; VAHINE, 1977).
Este diagrama é dividido em duas partes distintas, uma parte estática e uma 
parte dinâmica. A primeira parte reúne os recursos da empresa em termos de 
18
 Gestão de Operações em Importação
Na verdade, isto levaria a escolher os mercados e/ou parceiros 
aconselhados por sua rede, em uma preocupação com facilidade 
e economia de tempo (COVIELLO; MUNRO, 1995). De acordo 
com Nummela (2002), a busca de parceiros comerciais leais e 
confiáveis é importante para construir boas relações e desenvolver 
as atividades a longo prazo. No o caso da PME, isto é ainda mais 
verdade, pois a PME geralmente não recursos e deve, portanto, 
recorrer aos parceiros para adquirir os conhecimentos e habilidades 
que podem estar faltando. Há vários meios para integrar ou criar uma 
conhecimento e o grau de seu compromisso. Segundo Johanson e Vahine (1977), 
estes dois fatores estão relacionados pelo nível de informação, quanto mais 
conhecimento uma empresa tem sobre o mercado, maior é o seu compromisso. 
A parte dinâmica é caracterizada pela tomada de decisões e alocação de 
recursos, e pelas atividades atuais da empresa. As atividades atuais da empresa 
representam uma fonte de experiência que não deve ser negligenciada. 
Por exemplo, as habilidades especializadas do pessoal e, portanto, sua 
capacidade de interpretar as informações serão decisivas no processo de tomada 
de decisão sobre a estratégia internacional a ser implementada pela empresa 
(JOHANSON; VAHINE, 1977). Decisões sobre a alocação de recursos para a 
implementação das atividades internacionais são escolhidas de acordo com as 
oportunidades e os riscos previamente identificados.
2.1.2.2 Teoria das Redes Industriais
Como Johanson e Vahine (2009) mostraram, essa teoria complementa a teoria 
de estágios vista anteriormente e é de suma importância para a compreensão 
do processo de internacionalização das empresas. Ela se baseia nas interações 
entre os atores da rede e também na natureza e na força de suas relações 
que permitirão o intercâmbio de conhecimentos, know-how e a identificação de 
oportunidades para levar ao crescimento da empresa em nível internacional. 
Pertencer a uma rede permite à empresa que deseja se internacionalizar facilitar 
e assim acelerar seu processo de internacionalização, utilizando os recursos 
provenientes diretamente de seus parceiros ou aproveitando os recursos 
resultantes de suas colaborações (DANA; DANA; SPENCE; WRIGHT, 2000) e 
assim deixaria um lugar reduzido a ações pró-ativas da empresa na escolha de 
seu mercado. 
19
Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais 
da Importaçãoda Importação
 Capítulo 1 
rede; participação em feiras e exposições, por exemplo, é uma boa 
maneira de se encontrar com empresas que compartilham o mesmo 
os mesmos valores e as mesmas ambições a nível internacional.
A fim de garantir o bom funcionamento da rede e poder obter o máximo de 
benefícios e vantagens, cada parte deve cumprir as regras e obrigações definidas. 
Neste contexto, as contribuições da rede são numerosas para as empresas.
A fim de garantir o bom funcionamento da rede e poder obter o máximo 
de benefícios e vantagens, cada parte deve cumprir as regras e obrigações 
definidas. Neste contexto, as contribuições da rede são numerosas para as 
empresas.
a) Redução dos custos de transação: os custos de transação são 
definidos por Williamson (1973) como todos os custos decorrentes das 
transações de uma empresa com seu mercado. As interações entre a 
empresa e sua rede permitirão então à empresa reduzir os custos de 
suas transações relacionadas com a busca de informações, a busca de 
um agente, o estudo de um mercado etc. A rede também permitirá que a 
empresa reduza os custos de suas transações com seu público-alvo.
b) Transferência de conhecimento: dentro da rede, a informação é 
compartilhada e trocada a fim de fortalecer a relação entre as partes. As 
informações formais podem ser trocadas entre as entidades, então que 
a informação tácita é intransferível e requer uma formalização para se 
tornar um só. Neste sentido, Nonaka et al. (1996) admitem que apenas 
20% do conhecimento é transferível (conhecimento explícito). Quanto 
mais estreita for a relação entre os membros da rede, o conhecimento 
mais tácito (informal) será transmitido e pode ser explorado para 
compartilhar conhecimentos e experiências dos membros e evitar a 
perda de tempo para a pesquisando certas informações (YAMIN; OTTO, 
2004).
c) Apoio à inovação: o compartilhamento e a transferência de 
conhecimento promovem a inovação dentro de um grupo de empresas, 
em particular através do compartilhamento e da combinação de 
conhecimento tácito. As empresas sem acesso a determinada tecnologia 
terão, por exemplo, que buscar as informações e conhecimentos 
necessários do exterior através de vínculos comerciais (AHUJA, 2000).
Em um contexto internacional, a teoria da rede pode explicar certas escolhas 
estratégicas feitas pelas empresas para entrar em um mercado estrangeiro. 
Johanson e Mattson (1988), apoiados por Coviello e Munro (1995), argumentam 
20
 Gestão de Operações em Importação
que a empresa pode ser levada a fazer escolhas estratégicas baseadas nos 
recursos e oportunidades oferecidos por sua rede e não em suas próprias 
características ou ambiente. 
Por exemplo, a nacionalidade do gerente e a proximidade geográfica ou 
cultural com outros países não seriam levadas em conta no desenvolvimento de 
uma estratégia internacional, embora pudessem representar ativos importantes. 
Coviello e Munro (1995) realizaram uma pesquisa para analisar o processo 
internacionalização das PME neozelandesas que operam na área de software de 
computador. Para chegar a seus resultados, eles conduziram estudos de casos 
com quatro empresas e depois apoiaram suas pesquisas com um questionário, 
onde constataram que boa parte das empresas indicaram que sua seleção inicial 
no mercado estrangeiro e modo de entrada foram acionados por oportunidades 
apresentadas por contatos em uma rede formal ou informal.
 Seria possível classificarmos o nível de internacionalização de 
empresas? 
 Podemos dividi-las em grupos de internacionalização?
Voltando a lembrar que Johanson e Mattson (1988) propuseram classificar as 
empresas em quatro grupos de acordo tanto com o nível de internacionalização 
de sua rede quanto com o nível de internacionalização de seu mercado. Esses 
grupos são os seguintes:
1. The early starter: tem um número limitado de relações nos mercados 
internacionais, e opera principalmente nos mercados locais, assim como 
os players de sua rede.
2. The lonely international: essas empresas estão bem engajadas 
nos mercados internacionais, mas os atores de suas redes ainda não 
desenvolveram suas atividades no exterior. As empresas operam 
sozinhas internacionalmente, já que suas redes têm recursos limitados 
em relação aos mercados internacionais.
3. The late Starter: nesta categoria, a empresa opera em um ambiente 
já internacionalizado,reage com um comportamento reativo e será 
confrontada com uma dura concorrência nos mercados internacionais. 
Ela tem relações indiretas com empresas internacionais.
21
Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais 
da Importaçãoda Importação
 Capítulo 1 
4. The international among: empresas operam em mercados 
internacionais em um ambiente internacional. Eles têm uma forte rede 
internacional que lhes permite beneficiar-se do conhecimento e das 
oportunidades nos mercados estrangeiros.
Usando este modelo desenvolvido por Johanson e Mattson (1988), Chetty 
e Blankenburg Holm (2000) conduziram pesquisas sobre a influência da rede 
para a internacionalização das PMEs neozelandesas. O estudo concluiu que as 
empresas de cada categoria são influenciadas pelos recursos, os conhecimentos 
e experiência dos atores de sua rede. É com a ajuda de seus rede que as 
empresas desenvolvem um processo de aprendizagem que podem utilizar para 
melhorar sua ajudarão a preencher suas lacunas e a finalizar seu processo de 
internacionalização.
Os estudos de Hakansson em colaboração com outros autores (Hakansson, 
Johanson, e Wootz, 1977; Hakan Hakansson e Ostberg, 1975; H. Hakansson e 
Wootz, 1979) pioneiros no estudo da relação entre vendedores e a relação social 
estabelecida entre as duas partes deve ser baseada no ter um caráter vantajoso 
para ambas as partes a fim de chegar a um acordo mútuo e fomentar um clima 
de confiança. 
No entanto, seus respectivos estudos mostram que a qualidade da relação 
entre essas partes depende da sofisticação e do grau de tecnologia do produto 
comercializado. Isto dá à relação uma incerteza que força ambas as partes a 
construir uma relação mais forte do que se fosse eram produtos padronizados. 
Entre um fornecedor e seu comprador, a teoria das redes integra um 
conceito bilateral, o provedor fornece informações e contatos com seu cliente, e 
o comprador também deve ser capaz de fornecer o os mesmos benefícios para 
este último, por exemplo, ajudando-o a encontrar novos empregos ou a clientes.
Em uma dimensão internacional, a noção de confiança é muito importante 
para a criação e manutenção de relações com os atores da rede social da empresa 
a fim de ampliar seu círculo de fontes de informação e contatos potenciais a nível 
internacional. O fluxo de informações entre duas empresas a nível internacional 
não deve ser errado a fim de evitar desperdício de tempo e dinheiro para ambas 
as partes. 
De acordo com Thorelli (1986), uma rede compreende relações comerciais 
suficientemente fortes em longo prazo, que estão sujeitas a regras para garantir 
sua estabilidade e induzir confiança mútua entre seus membros. Ao se beneficiar 
de conhecimentos e informações relevantes sobre um mercado ou um país, a 
empresa reduz seu grau de incerteza e poderá implementar as medidas e ações 
22
 Gestão de Operações em Importação
apropriadas para reduzir os riscos identificados (THORELLI, 1986). Além disso, 
no caso de joint ventures, as empresas cooperam e compartilharão os riscos 
associados com a escolha do país, desenvolvimentos políticos e econômicos e 
riscos cambiais que possam surgir. 
Como a rede é uma ampla fonte de informação, é necessário que as 
relações entre os indivíduos e as entidades que a compõem sejam baseadas na 
confiança, a fim de reduzir e eliminar comportamentos oportunistas que possam 
ser prejudiciais ao desenvolvimento da empresa na rede e possam comprometer 
seu objetivo de crescimento internacional. Para preservar um clima propício à 
busca de oportunidades, cada ator tem o dever de respeitar as regras e cumprir as 
normas, a fim de evitar uma atitude oportunista por parte de um ou mais membros 
(TURNBULL; FORD; CUNNINGHAM, 1990).
2.1.2.3 Modelo de Uppsala Revisitado
O primeiro Modelo U proposto (Modelo Uppsala) gerou muitos A principal 
crítica era que não levava em conta o meio ambiente no que a empresa estava 
evoluindo (BIGLER; NYFFIER, 2006). Além disso, não leva em conta empresas 
chamadas Born Global, que empreendem uma ou mais atividades internacionais 
dentro de 3 a 6 anos após seu nascimento. Este tipo de empresa é representado 
principalmente por PMEs que apresentam um nível relativamente alto de inovação 
(HOLLENSEN, 2007). Na criação de uma PME, o resultado geral é muitas vezes 
o resultado de certos fatores relacionados à personalidade do empresário, mas 
também dessas experiências passadas (MADSEN; SERVAIS, 1997).
A fim de levar em conta a maioria dos cenários possíveis devido às 
mudanças no ambiente empresarial, os pesquisadores analisaram a teoria da 
rede posteriormente retomada no modelo Uppsala por Johanson e Vahine (2009).
Ainda, Johanson e Vahine (2009) propuseram uma nova versão de seu 
modelo adaptada às mudanças ambientais, às novas práticas comerciais e às 
mudanças culturais ocorridas desde 1977. Além disso, à luz dos numerosos 
estudos e trabalhos realizados por outros pesquisadores sobre o assunto, 
Johanson e Vahine (2009) foram capazes de identificar os limites e fraquezas de 
seu modelo e fazer mudanças para confirmar sua funcionalidade e utilidade.
A abordagem de rede, que discutimos anteriormente, tem sido tem provado 
ser um conceito líder para a internacionalização de empresas. A empresa está no 
centro de uma rede e não pode existir sozinha. Esta rede inclui todas as partes que 
operam no ambiente direto e indireto de a empresa: clientes, parceiros comerciais 
23
Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais 
da Importaçãoda Importação
 Capítulo 1 
ou financeiros, fornecedores, compradores, distribuidores, organizações 
privadas etc. (JOHANSON; MATTSON, 1988). Assim, Johanson e Vahine (2009) 
incorporaram a variável de rede no processo de internacionalização da empresa 
(Figura 2). 
Encontra-se uma ligação entre a aprendizagem e o desenvolvimento 
de conhecimento e a existência de uma rede em que a empresa opera. O 
compromisso da empresa em sua rede permitirá que ela descubra múltiplas 
oportunidades interagindo com os atores que a compõem (JOHANSON; VAHINE, 
2009).
FIGURA 2 – MODELO DE UPPSALA REVISITADO
FONTE: Adaptado de Johanson e Vahine (2009)
Na parte estática, os autores quiseram destacar a noção de oportunidade, 
pois, na opinião deles, representa a fonte da qual a decisão sobre o processo 
de internacionalização a ser empreendido. A natureza e a qualidade do 
relacionamento que uma empresa tem com sua rede a orientará em seu 
processo de internacionalização, utilizando o conhecimento adquirido em com a 
ajuda dos jogadores de sua rede. Isso também permitirá que a empresa confirme 
sua posição dentro de sua rede atual, mas também para desenvolvê-la no exterior. 
Dentro da rede há um sistema de aprendizagem mútua entre cada desapareceu. 
É por isso que a parte dinâmica do modelo inclui a noção de aprendizagem e 
confiança. 
Finalmente, a última variável do modelo anterior agora inclui a noção de 
“relacionamento”. O compromisso da empresa (gerente e funcionários) no 
processo de internacionalização para a tomada de decisões depende de também 
de seu compromisso com sua rede e sua posição dentro dela terá impacto em 
seu processo.
24
 Gestão de Operações em Importação
Com este novo modelo, os autores reconhecem a importância e o valor de 
rede para a internacionalização de uma empresa. É com a ajuda dos atores de 
sua rede local e internacional que pode decidir empreender uma atividade no 
exterior com uma nova percepção dos riscos e oportunidades. 
Por exemplo, a fim de internacionalizar, a empresa pode decidir seguir um 
parceiro que escolheu o mesmo caminho, associando-se a este último e assim 
compartilhando os riscos, ou pode decidir fazer negóciosem um país onde 
possua já um parceiro no local (Johanson e Vahine, 2009).
Tanto a teoria das fases quanto a teoria da rede baseiam-se em um processo 
incremental que permite à empresa limitar os riscos e reduzir seu grau de 
incerteza a fim de programar seu projeto de internacionalização.
Estas teorias complementares guiam a empresa para um modo específico 
de internacionalização de acordo com seu nível de informação, o poder e a 
posição de sua rede, e as habilidades necessárias para ter sucesso no exterior. 
As atividades de importação e exportação respondem a necessidades específicas 
e resultam de um processo particular. 
3 IMPORTAÇÃO
Nesta seção, vamos nos concentrar especificamente em nosso tópico 
de pesquisa de importação. Como lembrete para uma empresa, a importação 
consiste na compra de bens ou serviços de um fornecedor (exportador) localizado 
no exterior. 
Embora a importação esteja freqüentemente associada a redução dos 
custos de produção (DESITTER, 2002), veremos nesta seção que a empresa 
pode recorrer à importação por vários motivos. De fato, as atividades internas, 
tais como aquisições, são freqüentemente consideradas "internas". Funções de 
apoio, e sua presença pode ser um fator determinante para a sobrevivência de 
empresas. Nos últimos anos, a função de compra assumiu um novo papel na 
dimensão da empresa, uma dimensão estratégica, especialmente com a crise 
e a sua capacidade de reduzir os custos de produção e assim aumentar sua 
lucratividade e competitividade (HOLLENSEN, 2007).
Apresentaremos os diferentes aspectos da importação, analisando 
sucessivamente seu processo, seus efeitos, as motivações e, finalmente, os 
fatores que poderiam ajudar uma empresa a tomar decisão pela importação de 
qualquer produto que ela veja a possiblidade do seu uso. 
25
Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais 
da Importaçãoda Importação
 Capítulo 1 
2 De acordo com as teorias que temos aprendido até então, 
podemos conceber e realizar a diferença entre uma importação 
e um processo de internacionalização mais madura. Desta forma 
vamos analisar as duas frases a seguir e entender qual empresa 
quer se internacionalizar e qual quer apenas importar:
 Empresa I
 Quais serviços devemos incluir para clientes estrangeiros? A que 
se refere? Refere-se à necessidade de ter uma equipe comercial 
que fale diretamente com os clientes no país de origem ou não, 
para projetar sistemas de pagamento de longo prazo, a fim de 
ajudar a pagar pelos produtos, caso sejam caros
 Empresa II
 Os clientes estrangeiros aceitarão o produto ou serviço como ele 
é! As mudanças ou ajustes são um pouco mais complexos a se 
fazer, pois temos uma cadeia de produção bem segmentada e 
direcionada para atender clientes, com grande volatilidade, com 
necessidades bem limitadas e pontuais.
Tomando as sentenças acima descritas, escolha a alternativa 
CORRETA:
a) A empresa I tem a perspectiva de se internacionalizar e a empresa 
II quer apenas importar.
b) A empresa II tem a perspectiva de se internacionalizar.
c) A empresa I quer apenas importar.
d) A empresa II quer apenas importar.
Estabelecer uma estratégia de importação não é fácil, mesmo para uma 
empresa com recursos significativos. Antes, a empresa deve determinar uma 
série de variáveis para tomar a melhor decisão em termos de custos, logística 
e o fornecedor com o qual deseja fazer negócios, a fim de garantir seu sucesso 
futuro. Nesta seção, portanto, analisaremos as diferentes etapas do processo de 
estabelecimento de uma atividade de importação.
Desta forma, mais uma atividade de estudo é proposta para você, ou 
seja, vamos fixar mais conceitos e verificar o quanto estamos evoluindo na 
compreensão dos conceitos aqui apresentados:
26
 Gestão de Operações em Importação
3.1 O PRODUTO A IMPORTAR
Antes de tomar qualquer medida relativa a seu projeto de importação, 
a empresa deve avaliar suas necessidades. Ou seja, deve definir qual bem 
será o mais adequado para sua produção e, portanto, deve avaliar seu custo, 
a quantidade necessária, o nível de inovação necessário, a necessidade de 
serviço pós-venda ou não (no caso de máquinas e equipamentos), sua qualidade 
de acordo com o posicionamento do produto (alto, médio ou baixo) (KNUDSEN; 
SERVAIS, 2007).
A natureza do produto também definirá o volume que a empresa precisará 
ter e a intensidade das importações. As matérias-primas, componentes e 
produtos acabados são produtos que economizam espaço e, portanto, podem 
ser encomendados em grandes quantidades, de acordo com as exigências 
da empresa cliente. Quanto à compra de equipamentos, serão operadas 
ocasionalmente e em quantidades limitadas, primeiro em por causa do tamanho 
do produto, mas também por causa de seu preço, a sua freqüência de compra 
será, portanto, menor.
Uma vez que tenha identificado suas necessidades e escolhido qual bem 
será importado, deve iniciar uma análise de mercado para definir a origem de 
sua importação, ou seja, qual país pode atender suas necessidades, levando em 
conta as regulamentações e restrições alfandegárias associadas.
3.2 DO MERCADO A TRABALHAR
A natureza e as características do produto escolhido para a importação irão 
delinear o número de países que podem atender a sua necessidade. Quanto mais 
o produto será específico menos o comprador terá uma escolha; inversamente, 
para um produto padrão, ele terá uma escolha mais ampla de países dispostos a 
cumpri-lo (JOHNSON; BADEN, 2010). No caso da matéria-prima, a escolha será 
mais limitada, portanto, a importação de produtos semiacabados oferecerá uma 
maior escolha de possibilidades.
Se a empresa dá importância à qualidade do produto, ou se ele é em 
uma estratégia de redução de custos, dará prioridade aos países onde o custo 
de produção é menor. Também, no caso de compras recorrentes do mesmo 
fornecedor ou do mesmo país, a empresa deve escolher o mercado com o qual 
deseja fazer negócios, sendo, portanto, uma escolha estratégica que faz parte do 
processo internacionalização da empresa (GUIDO, 2006).
27
Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais 
da Importaçãoda Importação
 Capítulo 1 
Em particular, vale ressaltar o papel dos blocos econômicos ou relações 
bilateriais no desempenho estratégico de uma empresa, pois a Europa, por 
exemplo, se beneficia de barreiras comerciais menores e de uma moeda comum 
que evita riscos cambiais, algumas empresas européias tendem a favorecer o 
comércio com países europeus (GUIDO, 2006; KNUDSEN; SERVAIS, 2007). 
A estabilidade do ambiente político e econômico também é importante para a 
escolha do país para sustentar transações com parceiros estrangeiros sem os 
riscos associados ao risco do país (BIROU; FAWCETT, 1993; GUIDO, 2006).
É útil para a empresa realizar um estudo de mercado a fim de reunir 
informações de sua rede, organizações especializadas ou entidades 
governamentais dedicadas (dados primários e secundários, informações tácitas 
e explícitas), relativas às áreas e países que podem ou não ser capazes de 
satisfazê-la em sua busca por fornecedores. 
A empresa deve avaliar uma série de critérios relativos aos países que 
deseja prospectar. Uma empresa que compra em vários países deve adaptar 
sua estratégia de compra a cada país, mesmo se for um produto padronizado 
(QUINTENS; MATTHYSSENS; FAES, 2005).
A especialização de certos países em setores específicos de atividade 
permitirá que a empresa se beneficie de uma certa especialização para o 
produto importado. Em seu livro, Porter (1990) menciona que existem vantagens 
competitivas que não são específicas de uma empresa, mas de todo um território. 
Está em uma espécie de vantagem comum a várias empresasem uma ou mais 
áreas de atividade em particular, o que levará à especialização do país em um 
ou mais setores de atividade, podendo acarretar em uma vantagem competitiva 
no nível de nacional.
Uma empresa que deseje importar um produto específico será direcionada 
para uma área específica onde a escolha de fornecedores pode ser limitada, mas 
que apontará sua escolha de acordo com suas necessidades.
O país escolhido definirá, portanto, a escolha do meio de transporte que pode 
ser usado para transportar as mercadorias. Proximidade geográfica facilitará o 
transporte e limitará os riscos da logística, além disso, a empresa importadora 
terá mais opções para o meio de transporte a ser utilizado. Para mercados 
distantes, a empresa terá a escolha de entre o transporte marítimo, aéreo e, às 
vezes, ferroviário, a escolha, dependerá, sobretudo da sua situação financeira, 
mas também o tempo que leva para a mercadorias.
A dimensão cultural e o nível de desenvolvimento econômico do país 
desempenham um papel muito importante na escolha do país fornecedor, pois 
28
 Gestão de Operações em Importação
isso pode ajudar a evitar custos adicionais de adaptação ou evitar certos riscos 
relacionados ao transporte das mercadorias que podem ocorrer em países menos 
industrializados. 
O desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação 
levou à simplicidade e eficácia das comunicações em todo o mundo, facilitando 
o fluxo de informações. A importação requer uma grande quantidade de 
documentos que às vezes pode ser muito trabalhosa de gerenciar. 
A presença de meios de comunicação e infra-estrutura adequados e 
confiáveis no país escolhido, a fim de reduzir o tempo necessário para fazer 
pedidos ou a transmissão de informações entre as duas partes não é um fator 
no insignificante (DESITTER, 2002; GUIDO, 2006). Uma vez que a empresa 
tenha finalizado sua escolha de país importador, será capaz de analisar quais 
fornecedores provavelmente atenderão melhor às suas necessidades.
3.3 ESCOLHENDO O MELHOR 
FORNECEDOR
Sempre dependendo da natureza e das características do produto, a escolha 
do fornecedor cobrirá um número mais ou menos importante de possibilidades. 
Os produtos ou componentes mais técnicos ou complexos a serem fabricados 
serão oferecidos por um número limitado de fornecedores e, portanto, a empresa 
terá que se adaptar às restrições de prazos de fabricação, prazos de entrega, 
preços e serviços oferecidos por estes últimos. 
Para produtos padronizados, a escolha será mais ampla e a empresa estará 
sujeita a menos restrições e se beneficiará de um maior poder de negociação. 
Também é necessário assegurar que a quantidade desejada pelo importador 
seja atingida pelo fornecedor de acordo com sua capacidade de produção, a 
fim de evitar possíveis faltas de estoque, e para pode atender às suas próprias 
exigências.
A teoria da rede, como visto acima, desempenha um papel importante na 
busca e seleção de um fornecedor ou fornecedores. De acordo com a pesquisa 
de Min e Galle (1991), a principal fonte de informação para encontrar um 
fornecedor é o uso da rede. Os contatos profissionais são uma fonte significativa 
de informação devido a sua experiência e conhecimento. A maioria das fontes 
utilizadas pelas empresas são fontes privadas, pois fornecem ao comprador 
informações mais específicas, com muito pouco uso de serviços governamentais. 
Ao utilizar sua rede, a empresa garante a boa reputação dos fornecedores em 
potencial.
29
Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais 
da Importaçãoda Importação
 Capítulo 1 
Para uma empresa que deseja manter um relacionamento de longo prazo 
com seu fornecedor, é importante que ambos compartilhem os mesmos valores 
a fim de construir um relacionamento sólido e duradouro. A distância cultural 
desempenha um papel importante nesta relação, nos estudos de caso de 
23 empresas alemãs que operam no exterior com filiais no Reino Unido e na 
Holanda, Steinle e Schiele (2008) descobriram que as empresas alemãs têm sido 
diferenças culturais e distância geográfica do país cliente. Como resultado, eles 
não foram capazes de desenvolver uma relação de confiança com seu fornecedor, 
e sua produção tem sido interrompida por atrasos na entrega.
Dependendo da natureza da relação com seus fornecedores, existem dois 
tipos de relações. Uma relação transacional na qual o comprador não procura ter 
um relacionamento especial com seu fornecedor, mas deseja manter seu poder de 
barganha usando vários fornecedores e assim competir em preço (SAUNDERS, 
1997). 
A relação de colaboração (McLVOR; McHUGH, 2000) baseada na confiança 
mútua do duas partes, onde o comprador tenta desenvolver este tipo de 
relacionamento gradualmente a tempo e favorece os encontros repetidos. Este 
tipo de relacionamento é um investimento para a empresa e não pode ter tal 
relacionamento com a empresa e os seus diversos fornecedores. No entanto, 
hoje, as TIC podem facilitar o desenvolvimento de um a manutenção das 
relações comerciais e seu contato sem a necessidade das relações muito fortes e 
contatos frequentes com seus fornecedores.
A seleção do fornecedor torna-se então de suma importância. Além disso, o 
estudo realizado por Ghymn, Liesch e Mattsson (1999) no mercado australiano, 
relativo aos critérios utilizados pelos gerentes para decidir sobre sua estratégia de 
importação, sublinha a importância do efeito de experiência. De fato, utilizando 
um questionário e entrevistas, eles questionaram os gerentes de 104 PMEs 
australianas e analisaram os diferentes comportamentos dos gerentes de acordo 
com seu setor de atividade, sua experiência internacional e sua função.
 Este estudo então mostrou que os gerentes com experiência repetida em 
importação são mais propensos a reputação e a confiabilidade do fornecedor mais 
atentos do que os importadores que têm importado ocasionalmente. Além disso, 
através de Pyke (2000) sugere que no caso em que há apenas um interesse 
de a empresa em manter uma forte presença no mercado, pode ser do melhor 
interesse da empresa em manter estreita relação com ele. 
A escolha do fornecedor deve ser cuidadosamente considerada. Para isso, 
na medida do possível, a empresa pode enviar um representante ao exterior 
30
 Gestão de Operações em Importação
para se reunir com o fornecedor potencial e avaliar o ambiente e a infraestrutura 
do fornecedor para si (JOHNSON; BADEN, 2010). Assim que o fornecedor for 
selecionado, a empresa cliente terá que determinar a frequência de suas compras.
3.4 FREQUÊNCIA DAS IMPORTAÇÕES
O comprador deve definir a frequência de tais importações futuras. No caso 
de uma compra ocasional, a negociação não tem muito peso e a relação entre 
as duas partes é de pouca importância. Se o importador estiver contemplando 
compras repetitivas, ele poderá ter maior poder de barganha sobre preços, 
quantidades, serviços associados e construirá uma relação de longo prazo com 
seu fornecedor. Portanto, é importante para cada uma das partes desenvolverem 
afinidades profissionais (JOHNSON; BADE, 2010).
Em seu estudo das PMEs e grandes empresas americanas, em sua maioria 
do setor industrial, Min e Galle (1991) determinaram que para a maioria dessas 
empresas, as compras internacionais, praticadas em curto prazo e de forma ad 
hoc, muitas vezes levaram a uma repetição de seus erros e a uma considerável 
perda de tempo no estabelecimento do próximo processo de compra. No entanto, 
este tipo de compra lhes permite reduzir sua dependência de um único fornecedor 
e ganhar em flexibilidade e poder de barganha. Quanto às compras ao longo 
prazo, verificou-se a necessidade e a vontade de alguns compradores de para 
criar uma relação forte e duradoura com seu fornecedor, para reduzir certos riscos 
e para garantir a qualidade e o fornecimento oportunode seus produtos. 
Assim, podemos inferir que a frequência das compras da empresa tem um 
impacto direto sobre a relação entre as duas partes. A relação transacional será 
preferida para a compra de produtos padronizados, caso em que a relação com os 
fornecedores geralmente não é um acordo de longo prazo (SAUNDERS, 1997). 
Nas relações de colaboração, ambas as partes vêem isto como uma troca 
em longo prazo, onde a qualidade dos serviços e do produto fornecido tem 
precedência sobre os preços (McLVOR; McHUGH, 2000). O aumento da interação 
entre as entidades permitirá a construção de uma relação sólida baseada na 
confiança, se sua colaboração se der sem incidentes.
Para concluir, é preciso lembrar que algumas empresas preferem favorecer 
relacionamentos de longo prazo com um número limitado de fornecedores em 
vez de ter um grande número de fornecedores com uma alta taxa de rotação com 
quem têm uma relação fraca. As diferentes etapas do processo de elaboração 
de uma estratégia podem ser complexas, mas é importante que cada etapa do 
31
Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais 
da Importaçãoda Importação
 Capítulo 1 
processo de importação seja ser conduzido com o maior cuidado a fim de evitar 
riscos que poderiam perturbar os negócios da empresa. A implementação de tal 
estratégia pode ter várias repercussões tanto dentro da empresa como em seu 
mercado, assunto a ser problematizado no Capítulo 2.
3.5 RELAÇÃO ENTRE IMPORTAÇÕES 
E EXPORTAÇÕES – EXISTE ALGUM 
MAIS VANTAJOSO?
O estabelecimento de uma relação entre as atividades de exportação e 
importação nos permitirá então interpretar e tomar emprestadas certas motivações 
de exportação e usá-las ou adaptá-las para definir motivações e decisões de 
importação.
Teóricos concordam que no cerne da relação importação-exportação 
está a teoria da rede, que influencia as decisões para programar uma dessas 
atividades quando a empresa já está engajada na importação ou exportação. 
O uso da rede de fornecedores no exterior permite que a empresa detecte os 
diversos oportunidades de mercado e de usar sua experiência internacional 
e as informações obtidas a fim de reduzir o risco de incerteza e evitar custos 
relacionados à busca de informações inúteis.
Assim, a empresa beneficia-se de um efeito de experiência ao utilizar 
conhecimento e informação útil para ajudar a estabelecer outra atividade 
internacional. De fato, as práticas utilizadas, os resultados obtidos na prospecção 
de mercados ou clientes estrangeiros, ou as diversas informações obtidas a 
respeito das práticas comerciais e costumes do país, serão reutilizados no 
processo de implementação da importação ou exportação. Qualquer que seja a 
atividade estabelecida em primeiro, suas semelhanças em termos de processo, e 
as informações necessárias será aplicável em ambos os casos.
Através do estudo de caso de uma empresa norueguesa que lida com 
parceiros russos para seus suprimentos, Karlsen et al. (2003) demonstraram que 
de fato existem conexões entre estes dois tipos de atividades, mas este processo 
depende de vários fatores específicos da empresa em questão e do ambiente no 
qual ela opera. 
A empresa norueguesa Moelven iniciou sua internacionalização através da 
importação de matérias-primas da Rússia e, em seguida, iniciou gradualmente, 
como discutido na teoria da etapa, um processo de internacionalização em longo 
32
 Gestão de Operações em Importação
prazo que levou à criação de uma subsidiária de produção. Ao manter relações 
saudáveis e duradouras com seus parceiros russos, a empresa pôde utilizar esta 
rede para encontrar novos fornecedores para sua subsidiária de produção. 
O uso de sua rede pela Moelven é descrito por Korhonen (1999) como um 
processo de efeito bola de neve, pois utilizou as relações que havia estabelecido 
com seus parceiros russos para encontrar novos fornecedores para sua 
subsidiária de produção. Tinha sido construído por importação para desenvolver 
seu projeto de exportação. 
A redução do risco, o tempo economizado na instalação do conhecimento do 
mercado russo, detecção de novas atividades, perfeito conhecimento do mercado 
russo e a credibilidade real adquirida com seus clientes locais e estrangeiros, 
resultam do uso de sua rede no mercado local e da relação que ela tem com o 
mercado local sendo desenvolvido com seus parceiros russos.
3.6 DRAWBACK
Há certa semelhança entre os processos destes dois modos de 
internacionalização. O uso de uma dessas duas atividades poderia facilitar e 
desenvolver a segunda. A decisão de importar poderia levar ao desenvolvimento 
da exportação através do uso de redes e conhecimentos de mercado já adquiridos 
para a importação. Neste sentido, podemos reforçar sobre o Drawback, que 
consiste em ser a restituição dos direitos e impostos de importação que foram 
pagos sobre as mercadorias contidas nas mercadorias exportadas, exploraremos 
detalhadamente agora.
Caracterizado pela redução de impostos, é um regime aduaneiro especial 
que inclui a suspensão ou isenção de impostos na importação de insumos 
estaduais relacionados à exportação de produtos. 
Foi criado pelo governo federal em 1996 para facilitar as empresas que atuam 
no comércio exterior. Vale ressaltar que consiste em um modo extremamente 
usado pelos exportadores brasileiros, ou seja, gerando uma vantagem competitiva 
para os nossos produtos.
No dia 24 de julho de 2020, a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) 
publicou em conjunto com o Ministério da Economia e a Secretaria Especial 
de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, no Diário Oficial da União, a 
Portaria 44 com uma nova regulamentação do Drawback. Assim, temos algumas 
modalidades de Drawback contempladas, a saber:
33
Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais 
da Importaçãoda Importação
 Capítulo 1 
• Drawback Modalidade Isenção Integrado: deve-se destacar que o 
termo “integrado” significa que em seu método de entrada, o insumo pode 
ser nacional e/ou importado, utilizado nos produtos a serem exportados, 
e que foi anteriormente “drawback verde e amarelo” modo (“país de 
origem”). A solicitação do Drawback ocorre após o todo o processo 
de importação, recolhimento de impostos, do processo produtivo e da 
exportação.
• Modalidade Drawback Suspensão Integrado: a deficiência da 
suspensão fiscal abrangente pode chamá-lo de um compromisso 
de exportação, porque você vai suspender a tributação sobre bens 
nacionais e/ou importados. Como um compromisso com as exportações 
futuras, uma vez que os produtos sejam exportados, estaremos 
isentos. Vale ressaltar que, caso não sejam cumpridas as normas de 
exportação, a empresa precisa cobrar impostos por meio de correções 
cambiais cabíveis. Aqui, a solicitação do drawback é feito antes de 
tudo, antes da importação, produção e exportação.
• Modalidade Restituição: o método de restituição de impostos 
raramente é utilizado nas transações, sendo o único método de 
restituição totalmente aprovado pela Receita Federal do Brasil, utilizado 
quando a empresa deixa de importar insumos ou exportar produtos e 
gerar restituições de impostos.
Os tipos de concessão de Drawback, mais usuais são 3, a saber:
1. Tipo comum: é denominador “comum” porque as empresas beneficiárias 
do Ato Concessório (empresas que aceitam suspensão ou isenção de 
impostos) são fabricantes e exportadoras de produtos, e as mesmas 
(insumos e produtos) são feitas antes da eleição das listadas pela 
Subsecretaria de Operações de Comércio Exterior – SUEXT;
2. Tipo intermediário: quando há múltiplos fabricantes em operação, a 
empresa beneficiária compra insumos, realiza o processo produtivo e 
vende seus produtos para outraempresa, que também irá beneficiar o 
produto e posteriormente exportá-lo. Lembramos que vários fabricantes 
intermediários podem ser incluídos no mesmo requisito de defeito.
3. Tipo genérico: os beneficiários e exportadores são os mesmos dos 
métodos comuns, mas a empresa não é obrigada a distinguir os insumos 
a serem importados ou adquiridos no mercado interno. Como o processo 
de produção é considerado muito longo ou muito complicado, permite 
uma distinção geral entre commodities e seus respectivos valores sem 
a necessidade de classificá-los em NCM e quantidade. Ao preencher 
o campo "quantidade" dos documentos de exportação relacionados ao 
34
 Gestão de Operações em Importação
Ato Concessório. A quantidade deve ser relatada na unidade de medida 
estatística NCM.
Ao usar do Drawback, a empresa pode ter benefícios fiscais e financeiros, 
influenciando diretamente no fluxo de caixa da empresa, pois há uma redução nos 
custos dos encargos financeiros e fiscais. Na modalidade suspensão não haverá 
cobrança na importação: II, IPI, PIS, COFINS, ICMS e AFRMM. No mercado 
interno, temos a suspensão dos seguintes: IPI, PIS e COFINS.
Para a modalidade Isenção não são recolhidos os tributos na Importação: 
II, IPI, PIS e COFINS. Outra vantagem seria no mercado nacional, pois nesta 
modalidade isenta o IPI, PIS e COFINS. Lembrando que o ICMS é recolhido no 
Mercado Interno nesta modalidade, assim como o AFRMM na Importação.
Como mencionamos anteriormente, o desconto de imposto é um dos 
sistemas especiais mais comumente usados para os exportadores brasileiros, 
porque pode ser concedido a quase todos os exportadores. Pode-se dizer que o 
escopo do regime varia dos pequenos aos gigantes industriais e transnacionais, e 
o escopo é totalmente democrático. 
Também podemos dizer que este é um regime aduaneiro que não discrimina 
nenhuma parte da indústria, nem faz distinção entre países exportadores 
e importadores. Além disso, também pode ser usado com outros sistemas 
aduaneiros especiais, como entrepostos aduaneiros ou trânsito aduaneiro. Vale 
ressaltar que na solicitação de abertura de fatura será utilizado o valor adicionado 
medido pelo índice de fraqueza.
A Portaria SECEX nº 23, Artigo 73, de 14 de julho de 2011, estipula regras 
que dirigem quais as condições de não concessão do Drawback:
1. importação de mercadoria utilizada na industrialização de produto 
destinado ao consumo na Zona Franca de Manaus e em áreas de livre 
comércio localizadas em território nacional (Decreto-Lei nº1.435, de 16 
de dezembro de 1975, art. 7º).
2. exportação ou importação de mercadoria suspensa ou proibida.
3. exportações ou importações conduzidas em moedas que não possuam 
taxa de conversão diária para o dólar dos Estados Unidos; (Redação 
dada pela Portaria SECEX nº 31, de 2017).
4. às hipóteses previstas nos incisos IV a IX do art. 3º da Lei nº 10.637, de 
30 de dezembro de 2002, nos incisos III a IX do art. 3º da Lei nº 10.833, 
de 29 de dezembro de 2003, e nos incisos III a V do art. 15 da Lei nº 
10.865, de 30 de abril de 2004.
35
Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais 
da Importaçãoda Importação
 Capítulo 1 
4 INSTITUIÇÕES RESPONSÁVEIS 
PELAS IMPORTAÇÕES
Caro estudante, para além de conhecer as benesses em importar, desde o 
processo de internacionalização de uma firma até o drawback, há uma série de 
organismos e instituições, nacionais e supranacionais, que dirigem e estipulam 
as boas praticas de comércio internacional. O entendimento que as mesmas são 
importantes, e, portanto, devem de ser observadas constantemente pelos agentes 
e atores que trabalham diretamente com a importação, faz-se mais que primordial 
para que todos possam saber da proteção que fornecem. Desta forma, vamos 
conhecer um pouco mais de cada uma e como auxiliam o livre comércio mundial.
4.1 INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS 
E SUPRANACIONAIS
Etimologia: do latim supra, acima, além, superior, em uma posição superior, 
e do adjetivo nacional. O adjetivo supranacional qualifica o que é colocado acima 
das nações, seus governos, suas instituições. Supranacional é o que vai além 
das soberanias nacionais. As organizações supranacionais têm poder de decisão 
sobre os Estados-membros e seus nacionais. 
Uma organização supranacional é uma estrutura administrativa que 
transcende os limites do estado. Ela difere das organizações internacionais pelo 
fato de que as decisões dentro dela são tomadas pelas próprias instituições da 
organização e não por uma reunião de chefes de Estado ou seus representantes. 
Uma organização supranacional é uma nova entidade que abrange 
vários Estados (supranacional) e não uma área de cooperação entre Estados 
(internacional). Também tem poderes legislativos, o que não é o caso de uma 
organização internacional!
Exemplo: a União Europeia promulga normas (regulamentos e diretrizes), 
em seus campos de competência, que prevalecem sobre a legislação nacional 
(direito interno) dos Estados membros e se aplicam automaticamente. A 
supranacionalidade é a qualidade, o caráter do que é supranacional.
36
 Gestão de Operações em Importação
4.1.1 OMC
A OMC não se limita a definir as condições básicas para as regras 
internacionais de acesso a terceiros mercados e os princípios gerais da 
concorrência e da política comercial externa. Cada vez mais, o direito 
internacional, que é negociado, interpretado e implementado dentro da OMC, 
estabelece parâmetros para a política e o direito interno de seus Membros. 
Buscando o objetivo de liberalização dos mercados nacionais ou regionais, por 
exemplo, o da Comunidade Europeia, esta organização deve também levar em 
conta interesses não econômicos, garantindo que estes não possam ser utilizados 
para fins protecionistas sem valor agregado. 
Este conjunto de direitos e obrigações está bem estabelecido nesta fase; 
baseia-se em um desenvolvimento e experiência de mais de cinquenta anos, a 
maioria dos quais, com exceção da última década, ocorreu sob a égide do Acordo 
Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), concluído em 30 de outubro de 1947. 
Desde 1 de janeiro de 1995, este sistema é administrado pela Organização 
Mundial do Comércio (OMC). Todos os dias, milhares de transações comerciais 
internacionais acontecem no setor privado; centenas de decisões administrativas 
ou judiciais são tomadas por órgãos estatais, que regulam a importação e 
exportação de bens e serviços. 
Direta ou indiretamente, essas transações e decisões são influenciadas pelos 
princípios e regras legais da OMC. Atualmente, o sistema abrange 18 acordos 
e compromissos totalizando 26.000 páginas. Em grande parte incorporada à 
legislação nacional ou regional, em particular a Comunidade Europeia, aos 
acordos e instrumentos da OMC que formam as condições estruturais estáveis 
para o comércio internacional, as empresas e os consumidores. Cada vez mais, 
por exemplo, na área de compras públicas ou de proteção da propriedade 
intelectual, isto também se aplica a questões puramente internas. 
Esta estabilidade deve ser enfatizada porque o público - particularmente 
através da mídia - muitas vezes percebe apenas as dificuldades, as crises que 
ocorrem dos fracassos das conferências ministeriais, como as de Seattle em 
1999 e Cancun em 2003, ou problemas que resultam da não implementação 
de certas decisões controversas, que são tomadas pelo Órgão de Solução de 
Controvérsias com base nas recomendações dos Painéis da OMC ou do Órgão 
de Apelação. 
Nem essas crises e falhas, nem os protestos de organizações não 
governamentais que geram comentários da imprensa e condicionam a 
percepção pública da OMC, deveriam nos levar a ignorar o fato de que as regras 
internacionais são normalmente seguidas e que as decisões de solução de 
37
Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituaisda Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais 
da Importaçãoda Importação
 Capítulo 1 
3 Por que os acordos regionais se multiplicaram desde os anos 
1990? 
a) ( ) A globalização e maior trânsito de mercadorias graças a 
liberalização econômica.
b) ( ) Os países se tornaram signatários dos acordos comerciais.
c) ( ) O início da internet e mais e-commerce.
d) ( ) A OMC incentivou com programas de incentivos Fiscais.
controvérsias da OMC são respeitadas em uma grande proporção dos casos. 
A OMC tem três tarefas principais: negociar acordos internacionais 
relacionados ao comércio, monitorar a política comercial e resolver disputas e 
fazer cumprir a lei. Essas tarefas também incluem a promoção de treinamento 
e capacitação. Há o esforço de tentar descrever estas funções e destacar os 
desafios contemporâneos, a saber:
• Acesso ao mercado e redução de tarifas.
• A eliminação das barreiras não-tarifárias.
• Harmonizando a lei para reduzir as barreiras comerciais de terceira 
geração.
• Monitoramento e resolução de disputas.
• Desafios processuais.
• Treinamento e desenvolvimento de capacidades.
4.1.2 Câmara de Comércio Internacional
A Câmara Internacional de Comércio (ICC) representa os negócios no 
mundo inteiro e tem como objetivo promover o comércio e os investimentos, abrir 
mercados para bens e serviços e a livre circulação de capitais. O acrônimo em 
inglês é ICC (International Chamber of Commerce).
Seus membros incluem milhares de empresas em 130 países. Seu 
secretariado internacional está localizado em Paris. A Câmara Internacional de 
Comércio foi fundada em 1919. Sua corte de arbitragem foi estabelecida em 1923. 
Na década de 1930, Thomas J. Watson, chefe da IBM, foi presidente da seção 
americana da Câmara de Comércio Internacional.
38
 Gestão de Operações em Importação
O Conselho Mundial: a mais alta autoridade da organização. Este Conselho 
elege os dirigentes da ICC para mandatos de dois anos, o Presidente e o Vice-
Presidente. O Vice-Presidente normalmente sucede o Presidente. O Presidente 
Mundial é atualmente Harold McGraw III. 
Secretaria Internacional: com sede em Paris, o secretariado internacional 
da ICC é o braço operacional da organização. Ela desenvolve e implementa seu 
programa de ação e comunica às organizações intergovernamentais as opiniões 
da comunidade empresarial sobre questões que afetam diretamente as 
atividades das empresas. O secretariado internacional é chefiado pelo secretário 
geral, John Danilovich. 
O Comitê de Direção: a Câmara Internacional de Comércio tem um Comitê 
Diretor de até 30 pessoas, composto por líderes do setor privado e membros 
ex-ofício. Este comitê é eleito pelo Conselho Mundial sob recomendação 
do Presidente. Ela se reúne quatro vezes ao ano para supervisionar o 
desenvolvimento das prioridades estratégicas da ICC e a implementação de sua 
política. 
Federação Mundial de Câmaras (WCF) A WCF facilita o comércio em uma 
comunidade de mais de 12.000 câmaras de comércio de todos os países e 
tamanhos, e os ajuda a fortalecer sua cooperação e atividades essenciais e a 
melhorar os serviços que oferecem às empresas.
Um dos eventos mais aguardados do WCF é seu congresso mundial. 
Organizado a cada dois anos em diferentes regiões do mundo, este evento 
contribui para o desenvolvimento das redes pessoais que os executivos da 
câmara precisam para compartilhar seu know-how.
Atividades comumente realizadas pela CCI: a Câmara Internacional de 
Comércio vem escrevendo há vários anos regras, regulamentos ou contratos-
modelo em todas as áreas da vida empresarial. Essas regras são frequentemente 
usadas em todas as áreas da vida empresarial.
Na Cúpula da Terra em Joanesburgo em 2002, a ICC estabeleceu uma 
iniciativa conjunta com o WBCSD, a Ação Empresarial para o Desenvolvimento 
Sustentável, que visa estabelecer padrões ambientais privados.
Em 1991, a ICC publicou um código de conduta para as empresas: a Carta 
Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, que tem como objetivo aplicar 
princípios relacionados mais especificamente ao respeito pelo meio ambiente.
39
Aspectos Conceituais da Internacionalização e Aspectos Conceituais da Internacionalização e 
Dispositivos Governamentais e Supranacionais Dispositivos Governamentais e Supranacionais 
da Importaçãoda Importação
 Capítulo 1 
Resolução de disputas: existem métodos alternativos de resolução de 
disputas para este fim. Um bom sistema de resolução de disputas entre empresas 
provavelmente facilitará o comércio. Elas visam proteger suas atividades contra 
as repercussões negativas de um desacordo comercial, para evitar litígios ou, 
na falta destes, para chegar a um acordo rápido e de baixo custo, cumprindo as 
regras e costumes específicos do comércio internacional.
4.1.2.1 Incoterms
Incoterms, uma contração do termo inglês "International Commercial 
Terms", é um conjunto codificado de disposições contratuais-padrão relacionadas 
ao transporte de mercadorias. Definidos pela Câmara de Comércio Internacional 
(ICC), os Incoterms são revisados a cada 10 anos para refletir as mudanças 
nas práticas de comércio internacional, em 2020 tivemos uma atualização que 
está vigente. Vale lembrar que qualquer operação deve estar descriminada qual 
Incoterms será usada com o ano da mesma. Eles definem de maneira codificada 
as condições de entrega de mercadorias no âmbito de um contrato de venda.
Mais especificamente, Incoterms tornam possível determinar as obrigações 
recíprocas do vendedor e do comprador, a distribuição dos custos de transporte, 
assim como o local de entrega que representa o ponto de transferência de risco 
do vendedor para o comprador.
Composto por uma sigla de 3 letras, Incoterms são inseparáveis de um 
local (endereço, cidade etc.) que geralmente designa o local onde a mercadoria 
é considerada entregue pelo vendedor, ou seja, o ponto onde os riscos são 
transferidos para o comprador (Incoterms E e F).
Em alguns casos, o local após o Incoterms designa o local de destino da 
mercadoria, até o qual o vendedor tem que organizar o transporte e, portanto, 
o ponto em que os custos são compartilhados entre o vendedor e o comprador 
(Incoterms C e D).
Para fins de avaliação, o local designado é essencial na medida em que 
permite identificar o ponto de alocação de custos a partir do qual os custos de 
transporte devem ser arcados pelo comprador e, portanto, devem ser levados em 
conta na determinação do valor do imposto.
Em princípio, a menos que o contrato preveja o contrário, o vendedor assume 
os custos de transporte até o ponto de entrega, enquanto o comprador assume os 
custos a partir do momento em que são entregues a ele.
40
 Gestão de Operações em Importação
a) Multimodais
Aplicável a todos os modos de transporte, os 7 Incoterms conhecidos como 
"multimodais" também podem ser utilizados quando o contrato cobre vários 
modos de transporte, o que é notadamente o caso quando as mercadorias são 
transportadas em contêineres. Ex.: Os Incoterms® EXW e FCA.
b) EXW - Ex Works
Regra que impõe as menores obrigações ao vendedor, cuja única 
responsabilidade é embalar as mercadorias e colocá-las em um contêiner 
à disposição do comprador em suas próprias instalações. Sob esta regra, o 
comprador assume assim todos os custos e riscos inerentes ao carregamento e 
transporte da mercadoria até sua chegada ao destino.
Como as formalidades alfandegárias para exportação são de responsabilidade 
do comprador, o comprador pode encontrar dificuldades no país do vendedor 
para obter a prova de saída das mercadorias. Portanto, a ICC recomenda que 
esta regra seja reservada para o comércio nacional ou regional que não envolva a 
exportação de mercadorias e que seja dada preferência à regra FCA, pela qual o 
vendedor é responsável pelas formalidades e custos de desembaraço aduaneiro.
c) FCA - Free Carrier (FCA) 
Há

Continue navegando