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Avaliaçã� d� impact�� ambientai� Os impactos ambientais podem ser quantificados numericamente, por exemplo, quando se tem uma área com extensão conhecida que será alterada, ou então qualificados, quando é analisada sua duração e seu grau de permanência no ambiente. Nesse sentido, costuma-se classificar os impactos ambientais conforme diferentes critérios. ● Tipo – o impacto pode ser classificado em direto, quando seus efeitos são decorrentes de alguma etapa da atividade geradora, enquanto os impactos indiretos decorrem de algum efeito secundário do empreendimento. ● Categoria de impacto – os impactos podem ser benéficos ou positivos, quando provocam uma melhoria nos meios biótico, físico ou socioeconômico, ou então adverso ou negativo, quando seus efeitos sobre alguns desses meios provocam algum tipo de alteração indesejável. ● Área de abrangência – os impactos podem ser classificados em locais, quando seus efeitos ocorrem na área de influência direta do empreendimento, ou regionais, quando seus efeitos manifestam-se na área de influência indireta. ● Duração – os impactos podem ser temporários, como muitos que são registrados na fase de implantação de um determinado empreendimento, ou permanentes, quando seus efeitos incidem de forma contínua sobre algum dos meios considerados. ● Reversibilidade – um impacto pode ser reversível, quando seus efeitos são temporários e podem ser minimizados; ou irreversível, quando seus efeitos, uma vez estabelecidos, não têm possibilidades de retorno à condição original. A supressão da vegetação pelo enchimento de um reservatório de hidrelétrica é um exemplo de um impacto irreversível. ● Magnitude – os impactos podem ser classificados em forte, médio, fraco e variável, dependendo da intensidade com que manifestam seus efeitos. ● Prazo – os impactos podem ser imediatos, quando se manifestam tão logo inicie o empreendimento, ou a médio prazo, quando seus efeitos manifestam-se depois de um certo tempo de execução do empreendimento, ou então a longo prazo, quando seus efeitos manifestam-se normalmente após alguns anos de implantação e operação de um certo empreendimento. A Resolução CONAMA 1/1986 relaciona uma série de empreendimentos com efeitos modificadores do ambiente, cuja realização de estudos de impactos ambiental é obrigatória, a saber: ● estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; ● ferrovias; ● portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; ● aeroportos; oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários; ● linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230 quilowatts; ● obras hidraúlicas para exploração de recursos hídricos, como barragem para fins hidrelétricos acima de 10 megawatts, de saneamento, de irrigação, canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d’água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; ● extração de combustíveis fósseis como petróleo, xisto e carvão; ● extração de alguns tipos de minérios; ● aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; usinas de geração de eletricidade acima de 10 megawatts; ● complexos e unidades industriais e agroindustriais, como petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hidróbios; ● distritos e zonas industriais; ● exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir áreas significativas do ponto de vista ambiental; ● projetos urbanísticos, acima de 100 hectares ou em áreas de relevante interesse ambiental; ● qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos similares, em quantidade superior a dez toneladas por dia; ● projetos agropecuários que contemplem áreas acima de mil hectares, ou menores, quando se tratar de áreas significativas do ponto de vista ambiental, inclusive nas Áreas de Proteção Ambiental. Impactos ambientais e licenciamento ambiental As principais diretrizes legais para a execução do licenciamento ambiental são expressas na Lei 6.938/81 e nas Resoluções CONAMA 1/86 e 237/97. O Ministério do Meio Ambiente pode definir a competência estadual ou federal para o licenciamento, tendo como fundamento a abrangência do impacto. O processo de licenciamento ambiental pode ser dividido em três tipos de licenças: ● Licença Prévia (LP) – é solicitada pelo empreendedor ao órgão ambiental na fase de planejamento da atividade, e contém os requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais ou federais de uso do solo. ● Licença de Instalação (LI) – é concedida no início da implantação do empreendimento, de acordo com as especificações constantes do projeto executivo aprovado. ● Licença de Operação (LO) – autoriza o início da atividade e o funcionamento dos equipamentos pertinentes, após as devidas verificações realizadas pelo órgão responsável do cumprimento das condições colocadas na licença de instalação. O processo de licenciamento ambiental de um empreendimento consiste basicamente no interessado dirigir-se ao órgão estadual de meio ambiente para obter informações sobre os trâmites necessários, devendo reunir a documentação solicitada e protocolar o pedido no órgão. Os técnicos do órgão realizam uma vistoria no local de implantação de empreendimento a ser licenciado e a licença ambiental é expedida quando o solicitante atender aos requisitos exigidos pelo órgão responsável do estado. Características do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Os estudos de impacto ambiental geralmente seguem uma sequência de etapas previamente definidas, que têm como base a regulamentação da questão no país (Resolução CONAMA 1/86). As principais etapas do estudo estão dispostas a seguir. ● Descrição do empreendimento – consiste em uma apresentação clara e detalhada do empreendimento a ser implantado, informando a natureza das atividades a serem realizadas e suas respectivas alternativas tecnológicas e de locação. Referências de empreendimentos anteriores executados pelo mesmo proponente podem ser apresentadas como forma de compreender a capacidade operacional dos executores. ● Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto – consiste em uma descrição analítica o mais completa possível das características ambientais e de suas respectivas interações, de modo a fornecer uma caracterização da situação ambiental da área, antes da implantação do projeto. A área de influência é definida com base na natureza do empreendimento e nas características ambientais da região. As bacias hidrográficas têm sido adotadas como unidades naturais de definição de área de abrangência de empreendimentos, visando facilitar a definição de um plano integrado de ocupação e conservação da área. Deve considerar o meio físico, que compreende o subsolo, as águas, o ar, o clima, os recursos minerais, a topografia, o solo, o regime hidrológico, as correntes marinhas e as correntes atmosféricas, entre outros; o meio biológico, que inclui os ecossistemas naturais e suas respectivas fauna e flora, com ênfase para espécies indicadoras, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção; e o meio socioeconômico, que aborda questões como dinâmica populacional, estrutura produtiva, organização social, uso e ocupação do solo, uso da água, presença de sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais e as relações entre a sociedade e os recursos ambientais, com vistas à potencial utilização futura desses recursos. ● Análise dos impactos ambientais – são relacionados os impactos do projeto em questão, em suas diferentes etapas de execução, bem como de suas alternativas de locação. Os impactos detectados são identificados em uma matriz e é feita uma análise quanto às suas respectivas natureza, magnitude, importância, tempo de permanência, reversibilidade e temporalidade, além de suas propriedades cumulativas e possibilidades de sinergia.● Definição de medidas mitigadoras – uma vez constatados e qualificados os impactos ambientais de um empreendimento, são definidas medidas, equipamentos e sistemas de controle e tratamento de despejos, avaliando-se a eficiência e aplicabilidade de cada um deles. As medidas mitigadoras podem ser de caráter compensatório e devem ser contratadas pelo empreendedor da forma prevista no estudo de impacto ambiental, e prestam-se para minimizar impactos de caráter irreversível. ● Programas de acompanhamento e monitoramento dos impactos – devem indicar as medidas necessárias para o acompanhamento da evolução dos impactos positivos e negativos detectados nas diferentes etapas de implantação do empreendimento. O estudo de impacto ambiental deve ser feito por uma equipe multidisciplinar devidamente habilitada e credenciada nos respectivos conselhos de classe, que não tenha nenhum vínculo direto ou indireto com o proponente, e será responsável tecnicamente pelos resultados e avaliações apresentadas. Essa equipe normalmente é formada por profissionais de diferentes formações: biólogos, geólogos, geógrafos, engenheiros florestais, agrônomos, sociólogos, engenheiros civis, historiadores, educadores, entre outros.
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