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FES_Aula20081126

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FES – Aula do dia 26/11/2008 (quarta)
Hoje:
EV Costa – Da Monarquia à República
Tema da aula é o Estado Imperial e a proclamação da republica. Vamos expor o texto e mudar a forma de exposição do mesmo.
É relativamente longo e bastante dividido, escrito em 1970, onde cada tópico mereceu alguns sub-itens e depois foram sendo juntados.
Seguem os tópicos:
A historiografia da republica
Versões tradicionais (o que é explicado pelo tradicional – questão religião, militar e da escravatura. Faz uma mescla de varias explicações (crônicas) que misturam uma serie de elementos que tem em comum uma serie de momentos, reproduzindo opinião de pessoas que viveram aquele momento. Emilia Viotti define esses pontos de vista como superficiais. As visões superficiais estão abaixo.
A visão dos monarquistas: acidente infeliz, sem motivação política profunda, com interesses militares mesquinhos, sem apoio popular e com apoio dos fazendeiros escravistas.
A visão dos republicanos (ex: Euclides da cunha): correção dos vícios da monarquia: fraude eleitoral, excessiva centralização do poder. 
O revisionismo na historiografia da republica. Outra linha mais recente pós-1930, onde destaca alguns autores, como Caio Prado Júnior (antes do livro Formação Econômica do Brasil), Nelson Vernec Sodré. A proclamação da república se deve a transformações econômicas e sociais pós 1850, que levam à proclamação republica. (Ver conclusão)
Reparo às versões tradicionais (ela destrói todos os tópicos abaixo)
Abolição acarretou na republica. 
A questão religiosa. Essa discussão vem da aplicação da lei do ventre livre, uma disputa entre a igreja e a maçonaria. Quando essa lei foi aprovada um padre maçom fez um discurso homenageando o Barão do Rio Branco (tinha cargo de primeiro ministro – montador de gabinetes - ministério). É um ato político. O problema é que esse padre é condenado pelo vaticano e proibido de ministrar os sacramentos. O bispo de Olinda decreta que maçons não podem participar da igreja católica. Em seguida o bispo do Pará faz a mesma coisa. Na seqüência outros religiosos recorrem ao governo (Igreja e Estado era a mesma coisa), essa decisão não é revogada e gera desgaste entre a igreja e o estado, abrindo porta para as opiniões republicanas.
A questão religiosa dividiu o Brasil em dois grupos (a favor do governo e contra), mas para isso o povo brasileiro precisaria ter uma profunda religiosidade. Mesmo a igreja católica estava dividida, devido aos maçons. Se a monarquia era anti-clerical, então deveria-se dizer que a republica era clerical, o que não se confirmou. Somente serviu para forçar a separação entre igreja e estado.
A importância do partido republicano e a proclamação da republica (pouca). Alguns dizem que a monarquia na América é algo exótico, não faz parte dessa região.
A questão do partido republicano era fundamentalmente do por que a pregação republicana teve uma adesão maior somente nesse momento? Responde que criou-se grupos sociais novos que erma republicanos.
O papel do exercito (questão militar). Não envolve marinha. Desde a década do Paraguai o exercito sente-se desprestigiado. O duque de Caxias que esta mais envolvido com a política é preferido em relação ao outro. O Marechal Deodoro fez somente uma passeata de um quartel para o outro. Quem transformou isso no golpe foi o Floriano Peixoto, pois a monarquia já estava bem caída. 
O mito do Poder Pessoal (moderador, a figura do imperador dentro do regime político monárquico brasileiro)
A questão do excesso do poder pessoal de D Pedro II. Era um poder previsto, que raramente eram utilizados, o único atributo de que se valeu era a extinção dos gabinetes, mas quem manipulava as eleições era justamente o gabinete, somente o partido que saia do poder reclamava do gabinete (sai conservador entra liberal, e vice-versa). Isso é uma lenda do poder pessoal.
Dados para uma revisão
Os novos grupos pós-1840, novos interesses (incapacidade de contentar os grupos emergentes)
Associa os novos grupos a construção de ferroviárias (9 km), barco a vapor, modernização açúcar e café, crédito, troca trabalho escravo por assalariado, indústria. País mais produtivo, diversificado, populoso, mais setores econômicos, mais possibilidades de portfólios de investimento mais diversificados, a base dos novos grupos. Novos setores: industriais, burguesia urbana (com meio de maior representação política).Pleitos urbanos: ruas, gás, saúde
Os grupos tradicionais (grandes proprietários fundiários escravistas e exportadores, são eles que vão fazer a independência, este é o regime que será deposto com o golpe de estado na proclamação da republica – haverá uma divisão dentro dos grupos tradicionais, e internamente eles enfraquecem) 
Os grupos tradicionais dividem-se em duas zonas: as mais antigas que dão suporte político ao império, zonas de baixa produtividade em decadência e politizadas; o outro segmento desses grupos vive em zonas pioneiras, com métodos mais modernos, mecanização e beneficiamento, trabalho assalariado, ou seja, em expansão. São Paulo contra o resto do país e dentro de SP, Campinas contra o vale do Paraíba
As contradições do sistema e as novas aspirações (do novo grupo)
O ideal de federação (desde quando o federalismo é o ideal para o Brasil). Ela vai mostrar que a federação sempre esteve vinculado desde a independência do Brasil. A constituição de 1824 (D. Pedro) dava ao poder moderador poderes fortes, convoca assembléia, dissolve ministérios, faz absolvições, altera sentenças, em suma poder quase absolutista (embora previsto em constituição). Essa característica é atribuída ao perfil de D Pedro I criado dentro das atribuições absolutistas que ele viveu. Esse sistema foi afrouxado durante a regência em 1834, que criou as assembléias legislativas provinciais, etc. Todavia a década de 1830 no Brasil é marcada por varias revoluções em varias províncias do pais. Na época essa quase-guerra civil foi entendida como uma excessiva liberalidade (federações do Brasil). Um ato (1840) feito em função disso faz com que todo o poder volte para o centro do governo. O ideal de federalizacao trata de novas aspirações e de novos conflitos existe mais chance de vingar a federalizacao. 
Contradição entre o poder político e o poder econômico: separatismo. O Brasil sempre vai se caracterizar como o poder político em função do poder econômico. Vai focar na intenção separatista de SP, rico porem sem forca política. Essa idéia vai e volta. Essas transformações vindas da década de 170, coloca em cheque o regime político alorando a idéia federativa, por isso essa fato vinha sendo percebido desde 1880, alertando para o perigo do separatismo seo regime monárquico na atentasse às federações. Devido a essa incapaciade do poder politico,a idéia separatista ganha forca, princpalment em são paulo. Fala da discrepância de represnetatividade entre os estados. Outra idéia de separastimo é que SP da mais para o governo imperial do que recebe (da 20000 contos e recebe 3000 contos por ano)
O movimento republicano
O ideal republicano
Evolução e revolução (partidarismo entre esses dois pontos): ideais revolucionarios, ou seja, o que não ocorreu, e os ideais evolucionários (praticamente código genético do Brasil). 
A solução militarista. Esta seria a terceira solução, mesmo dentro do partido republicano, existe junção dessas partições.
Tentativas de frear o movimento republicano (gabinete do visconde de ouro preto). Não consegue fazer suas reformas, não são aprovados
O golpe de 15 de novembro: o importante aqui é a palavra golpe.
O professor vai começar expondo a tese geral da Emilia V. Costa para saber qual o ponto de partida. Quem escreve um texto desses já sabe qual sua tese de proclamação da republica.
O primeiro ponto do texto é o quadro econômico, social, político e institucional do regime monárquico
Econômico e social: remontam ao período colonial, onde existe uma extensa camada de trabalhadores e uma pequena elite colonial. Não houve reforma agrária, nem abolição, etc
Político e institucional: (se criam varias instituiçõespolíticas e administrativas) esses dois sistemas se explicam pela conjuntura da época (..) . Características:
Centralização-> adotada no inicio do II reinado, como meio de combater lutas e agitações internas
Poder da oligarquia escravista (governo de poucos) e esses poucos bastantes fechados, mesmo para outros grupos importantes. Essa oligarquia perde poder mas não quer largar o osso
Pouca maleabilidade->pouco receptiva a novos anseios, incapaz de abrir espaços (conclusão geral)
A tese dela diz que a proclamação resultou da conjugação de três forcas, momentaneamente reunidas:
Parte do exercito (marechal Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto) esse ultimo com influencia positivista, como Benjamin Constant
Fazendeiros do Oeste Paulista. Ela dá importância para esse grupo. Conta-se sempre a historia dos vencedores???
Classes médias urbanas (participa do processo mas nunca leva). Faz massa, da volume, mas só se f....
O professor explica que isso tudo foi momentâneo. Ascensão paulista no governo também foi um golpe em cima dos militares.
Beneficiaram-se de: 
Desprestigio da monarquia
Enfraquecimento das oligarquias tradicionais
Por isso ela vai observar que a republica não significou uma ruptura do processo histórico brasileiro, pois permaneceram imutáveis as condições de vida do trabalhador, forma de produção, caráter colonial da economia, continua dependente em relação ao exterior etc.
A ruptura só ocorreu após 1930 (bem depois da proclamação) pois cresceu a população, há avanço da industrialização, aprofunda-se a urbanização, ocorre a crise de 1929 e ocorre a revolução de 1930 que é justamente o golpe sobre essas oligarquias, ou seja, marca mais um processo de transformação do que a proclamação. A republica é um processo de acomodação das velhas oligarquias, mas se abre espaço para uma nova oligarquia que a dos fazendeiros do café de SP, MG (estado mais populoso para votantes, censo de 1890 o mais falso que apelou para a representação eleitoral) e RS (este ultimo porque tinha políticos brilhantes, tinha constituição verdadeiramente positivista, caráter militar estratégico, marechal Deodoro era governador militar e administrativo)
Emilia viotti faz um bom balanço historiográfico, e não explora o âmbito econômico.
Ela faz uma analise da década de 1920, tem comunismo, a marcha dos tenentes ate 1930, processo eleitoral complicado. Todos os republicanos têm dificuldade de explicar a republica. Tentam explicar as mazelas do presente pelo passado (monarquia). Os poucos que persistem da monarquia criticam a republica. Uma visão mais coerente aparece após 1920, com Caio Prado e Vernec Sodré.
O comum entre esses dois autores é uma ênfase na inadequação, destacando na monarquia incapacidade de lidar com problemas. São vistos como profundas mudanças que vêm ocorrendo. Luta das oligarquias entre os retrógrados e progressistas. A conclusão desses autores é que a republica é fruto da aliança entre esses dois setores. Historiografia menos personalista, menos "emotiva”
A conclusão da republica é que ela não é igual às da outras monarquias.

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